38
* * *
Prossigamos sem
descontinuidade na enumeração das outras experiências. O caso que se segue, observado ainda em 1904,
refere-se à senhorita Maria Mayo, moça de 18 anos - informa o Sr. de Rochas -
perfeitamente sadia e que jamais ouvira falar de magnetismo nem de Espiritismo
. A seguinte nota inicial esclarece os seus antecedentes:
"A Srta. Mayo é filha de um
engenheiro francês que passara a maior parte da vida a construir caminhos de
ferro no Oriente e aí morreu. Sua mãe contraiu segundas núpcias com um outro
engenheiro francês, que igualmente se ocupa em construir estradas de ferro no
Oriente. A Srta. Mayo foi educada, até aos 8 anos, em Beirute,
onde fora entregue aos cuidados de criados indígenas e aprendeu a ler e
escrever em árabe . Foi depois trazida para a França e vive em companhia de uma
tia que reside na Provença. Nasceu em Banjol (Var) a 22 de fevereiro de
1887."
As experiências, a que o Sr. de
Rochas se pode entregar com todo o vagar e - conforme o declara – sem ideia
preconcebida, aproveitando a circunstância de ter ficado, cerca de dois meses,
residindo na mesma casa que essa moça, assim podendo deixar que as suas
faculdades se
desenvolvessem no sentido em que eram naturalmente orientadas, as experiências
- dizemos - foram assistidas pelo Dr. Bertrand, maitre de Aix e médico da família, e pelo engenheiro Lacoste, (1)
que se encarregaram de redigir os apontamentos, "tanto mais preciosos - é
o Sr. de Rochas que o assinala - quanto, jamais tendo um e outro assistido a tais
fenômenos, indicavam as suas diversas fases muito melhor que eu, porque,
familiarizado
como
estava, menos me despertavam a atenção."
(1) Amigo do padrasto da Srta. Mayo.
As dezesseis primeiras sessões, efetuadas
de 2 a 20 de dezembro, consistindo principalmente em determinar os caracteres
da faculdade sonambúlica da Srta. Mayo, a sua
receptividade negativa a toda sugestão, as suas impressões relativamente à
musica, ao operador, etc., conforme o
grau de hipnose, nenhum interesse particular apresentam, no sentido da
documentação que nos propomos, só começando esse interesse da, 17ª sessão em
diante, que vamos resumir.
“ Adormeço Mayo - descreve o Sr. de
Rochas - ao começo pela pressão no ponto hipnógeno do pulso esquerdo; continuo
a magnetização por meio de passes e a conduzo a formação do corpo astral,
primeiro à esquerda e depois à direita. A memória, que ela havia
progressivamente perdido, à medida que se aprofundavam o sono, reaparece completa,
quando se acha exteriorizado o corpo astral. Mayo, porém, só me vê a mim e os objetos com
que a ponho em relação.
"Determino por sugestão a
regressão da memória até a idade de 12 anos e peço-lhe que assine o nome, a fim
de me dar uma amostra de sua escrita. Ela escreve lentamente "Maria."
Conduzo-a aos 8 anos e lhe faço igual pedido. Com grande surpresa para mim, ela
escreve duas letras em árabe. Peço explicações ao Sr.
Lacoste, que me informa ter Mayo nessa idade estado em Beirute , frequentando a
escola das irmãs de caridade."
Fazendo-a recuar mais longe, no
passado, mesmo além de seu nascimento, obtém o Sr. de Rochas a revelação de uma
nova personalidade, Lina, que morrera afogada e cujo corpo não fora encontrado.
Prossegue a experiência, ora com retorno ao, presente, ora para o futuro, em
seguida para o passado, além desta vida, aparecendo então novamente a
personalidade Lina, que repete as indicações dadas pouco antes "morrera
afogada; subira ao espaço e aí vira seres luminosos, com os quais, porém, não
lhe fora permitido falar ; nesse estado não sofrera, nem se tinha aborrecido,
sabendo então que se pode voltar à terra. "
Novo rumo ao presente e logo ao
futuro, até os 21 anos, quando, circunstância curiosa - Mayo se vê num país
cujos habitantes são negros e andam nus, Mas logo, sem nenhuma sugestão, a que
é habitualmente refratária, retrocede bruscamente aos 18 anos, sua idade atual.
Na 18ª sessão o Sr. de Rochas procura
obter de Mayo a indicação de algumas particularidades, assim relativamente ao
futuro (1), como ao passado, vindo a saber que Lina era filha de um pescador
bretão; casou-se aos 20 anos com um outro pescador, chamado Yvon, de cujo nome
de família se não lembra. Teve um filho, morto aos 2 anos de idade; seu marido
pereceu em um naufrágio; desesperada então ela se atira ao mar, do alto de um
rochedo. Seu corpo foi comido pelos peixes, e nesse momento ela nada sofreu,
como ao demais nunca sofreu no espaço, depois dessa encarnação.
(1) Aos 18 anos e pouco ela se vê, com sua mãe, viajando
no mar e fixando residência num país em que os habitantes andam nus. Em nota,
observa o Sr. de Rochas que no ano seguinte (1906), quando tinha, portanto,
mais de 19 anos, a Srta. Mayo se retirou subitamente de Aix e não deu mais
notícias suas aos amigos ,
"É provável - acrescenta- que sua visão do futuro, por imperfeita que
fosse, a assustasse, pelo que se recusava a deixa-la produzir-se," De fato
recuava sempre bruscamente dessa direção.
A 19ª sessão (24 de dezembro)
oferece uma reprodução exata da história de Lina, com particularidades mais
acentuadas de sua vida, de sua permanência, depois da morte, na erraticidade,
do impulso que sentira para se reencarnar no corpo atual e dessa encarnação,
efetuada pouco a pouco.
Impelida mais longe, no passado, além
da existência de Lina, ela se encontra na erraticidade, mas em estado de grande
sofrimento, por ter sido antes um homem "nada bom"
.
Dois dias depois, em uma nova sessão
(20ª), o Sr. de Rochas, provocando idêntica marcha retrospectiva, obtém a reprodução
das mesmas fases, até a existência desse novo
personagem, cujas indicações abrangem os seguintes dados: chamava-se Carlos
Mauville, tendo entrado na vida prática como empregado num escritório, em
Paris; travavam-se constantemente combates nas ruas, a esse tempo; ele mesmo
matara muita gente, achando nisso um grande prazer, porque era mau. Cortavam-se
cabeças na praça pública. Aos 50 anos sente-se doente; deixara o escritório e não
tarda a morrer. Acompanha o seu próprio enterro e ouve dizerem que ele fora um
grande maroto. Fica preso muito tempo ao corpo; sofre e é infeliz, até vir, a
se encarnar no corpo de Lina.
Na 21ª experiência, depois das fases
habituais de exteriorização, com os característicos precedentemente
verificados, o Sr. de Rochas provoca mais uma vez o fenômenos de regressão da
memoria e conduz o sensitivo ao período anterior à sua atual encarnação.
"Mayo - diz ele - confirma que
o seu corpo astral não penetra no corpo físico senão um pouco antes do
nascimento e parcialmente, até aí tendo ela permanecido em torno de sua mãe e
experimentando, nas proximidades daquele fato, algumas sensações tanto do corpo
como da que lhe dava o ser. Quando vem ao mundo tem uma sensação bem nítida: a
de respirar.
"Antes de ser atraída para sua
mãe atual estava na obscuridade (le gris) e não sofria.
"Faço-a recuar rapidamente para
o passado e, ao interroga-la, é novamente uma Lina; tem 15 anos, ainda se não
casara, vive com sua mãe, nunca tendo visto seu pai, e ignora o nome da família.
"Mais longe ainda no passado:
está no "escuro", sofre e não pode explicar a natureza do sofrimento;
não é um padecimento físico, é como um remorso. Lembra-se muito bem de ter sido
Carlos Mauville, e não hesita na indicação dos nomes de batismo e de família.
Mauville faleceu aos 50 anos, em consequência de um
resfriamento.
"Faço retroceder Mayo até esse
momento, e ela tosse. Em seguida ,a atraio de novo para o presente, mediante rápidos
passes transversais; ela entra no corpo de Lina e percorre com rapidez as
diversas fases de sua vida. Torno mais lentos os passes, quando chego à época
de sua morte; a respiração se lhe torna então entrecortada; o corpo oscila como
levado pelas ondas e ela acusa sufocações que me apresso a fazer desaparecer,
despertando-a completamente."
A 22ª experiência, em que se reproduzem
aproximadamente as mesmas fases da anterior e cujos apontamentos foram
redigidos pelo Dr. Bertrand, não oferece de particularmente interessante senão
a seguinte reprodução do episódio da existência de Lina, quando esta morre de
asfixia por submersão:
"O Sr. de Rochas ordena então:
"Tora a ser Lina, no momento em que se afogou."
"Imediatamente Mayo faz um
brusco movimento na cadeira: volta-se para a direita com as mãos no rosto e
assim permanece alguns segundos. Dir-se-ia uma primeira fase do ato que se
realiza voluntariamente: porque, se
Lima morre afogada, é por submersão voluntária, um suicídio, o que imprime à
cena um aspecto inteiramente particular, bem diferente de uma submersão involuntária.
"Em seguida Mayo volta-se
bruscamente para a esquerda. Os movimentos respiratórios se precipitam e
tornam-se difíceis; o peito se ergue com esforço e irregularmente ; o semblante
exprime a angústia, a ansiedade: os olhos estão esgazeados. Ela faz verdadeiros
movimentos de deglutição, como se engolisse água, mas contra a vontade, porque
se vê que ela resiste. Solta nesse momento gritos inarticulados; antes se
estorce que se debate, e sua fisionomia exprime um sofrimento ele tal modo real
que o Sr. de Rochas lhe ordena que envelheça algumas horas. Em seguida interroga: - Debateu-se muito tempo? -
"Sim." - É uma morte
desagradável? - "Sim." - Onde está agora? - "Na obscuridade
(dans le gris):"
Alguns passes mais, novas
informações de Lina sobre as impressões da erraticidade, concordantes com as
anteriores, e Mayo reentra na vida atual, passando pelas sucessivas fases da
infância até os 18 anos, logo despertando.
O interesse das experiências se
acentua na 23ª sessão, cuja resenha é feita pelo comandante Rémise, presidente
da Sociedade Teosófica de Marselha, e aumenta da 24ª em
diante, não somente pela repetição, cada vez mais circunstanciada, das
personalidades retrospectivas acusadas pelo sensitivo, como pelo seu
desdobramento em uma nova personalidade, anterior a Carlos Mauville.
Registremos por ordem, mas sempre
resumidas, as particularidades em tais sessões verificadas.
O comandante Rémise, começando por
assinalar os caracteres pessoais da Srta. Mayo, "intelligente, instruída, perfeitamente
sadia moral e fisicamente ", bem como a circunstância de não ser
absolutamente sugestionável nem se fatigar com as experiências, registra em seguida
minuciosamente os diversos fenômenos que ela apresenta, consoante as fases de
exteriorização, e observa relativamente ao assunto que nos interessa, isto é, à
evocação das personalidades múltiplas :
"Operando simplesmente pela
palavra, o coronel lhe faz imprimir ao corpo astral as formas que tinha nas
diferentes idades, recuando progressivamente para o passado, com o que readquire
ela simultaneamente o estado de espírito correspondente a cada uma dessas
idades. Assim, aos 10 anos, quando estava em Beirute, ainda não sabe francês e
está aprendendo a escrever em árabe.
"Quando retrocede à ocasião de
seu nascimento, o corpo astral desaparece, mas vê então envolvendo o corpo de
sua mãe como uma névoa formada de substância fluídica, que antes não existia. Além
da época da concepção, ela se vê flutuando na obscuridade. Não sofre e nada
percebe em torno a si, mas sente a presença de outros seres, cuja natureza não
distingue. Atravessa rapidamente esse estado para, em seguida a um momento crítico
(morte por submersão), se encontrar de novo na Bretanha, no corpo de uma mulher
de pescador chamada Lina.
"Retrocedendo sempre, encontra-se
no "escuro," aí sofrendo, e ainda mais longe se vê no corpo de um
indivíduo mau, Carlos Mauvible, que morre aos 50 anos. Não pode recuar além do
nascimento deste, e o coronel, não julgando prudente levar mais longe a experiência,
a conduz progressivamente até sua atual existência,
convidando-a a descrever com algumas particularidades as fases principais de
suas vidas sucessivas."
Segue-se um curioso interrogatório
de Carlos Mauville, com esta circunstância, anotada pelo narrador e que convém
assinalar:
"Carlos Mauville tem 50 anos. A Srta. Mayo
nos descreve uma das fases da moléstia que o aflige. parece experimentar todos
os característicos das doenças de peito: opressão, acessos de tosse desagradáveis."
E depois de um pormenor:
"Em seguida está m o "escuro".
O coronel a faz atravessar rapidamente esse estado e ela se reencarna em a
Bretanha, vendo-se criança e depois moça; tem 16 anos e não conhece ainda seu futuro
marido; tem 18 anos, encontra-o, com ele se casa pouco depois e se torna mãe. Aíi
assistimos a uma cena de parto de um realismo
impressionador. O sensitivo se estira na cadeira, os membros se lhe retesam, a fisionomia
se contraí e tão intensos parecem os seus sofrimentos que o coronel lhe ordena
que passe rapidamente..
"Tem 22 anos, perdeu o marido
em um naufrágio e o filhinho lhe morrera. Desesperada, afoga-se. Esse episódio,
que já numa outra sessão reproduzira, é tão doloroso que o coronel lhe recomenda
de passar adiante, o que ela faz, não sem experimentar contudo tudo um violento
abalo . Na obscuridade, em que logo se encontra, não sofre, no passo que, como o
dissemos, sofreu no “ escuro”, depois da morte de Carlos Mauville. Reencarnaria
em sua família atual e é conduzida à idade que tem presentemente. A progressão se efetua mediante
passes magnéticos transversais."
"Na 24ª sessão - diz o Sr. de
Rochas - proponho-me obter algumas novas particularidades sobre a personalidade
de Carlos Mauville e impelir Mayo a uma vida precedente. Aprofundo para isso, rapidamente,
o sono por meio de passes longitudinais até a infância de Mauville.
"No momento em que a interrogo,
tem 5 anos; seu pai é contramestre de uma manufatura, sua mãe está vestida de
preto e traz à cabeça uma touca.
"Continuo a aprofundar o sono.
"Antes fora ela uma senhora,
cujo marido era um fidalgo ligado à corte; chamava-se Magdalena de Saint-Marc.
Quando pela primeira vez a interrogo, tem 25 anos, é bonita, mas não tem
amante. Ofereço-me para preencher essa lacuna: responde-me com um ligeiro tapa
atirado com graça; não insisti e ponho-me a lhe falar dos
preciosos tecidos que trouxe de minha viagem às Índias. Mando, pelo meu criado "Champagne,"
buscar uma mantilha de rendas pretas (verdadeiras)
e lh'a mostro. Abre-a e lhe admira a delicadeza do tecido. Peço-lhe que a aceite; agradece-me sorrindo,
- "Sabe que isso é um compromisso ... " _ Atira-a com vivacidade e
levanta-se agastada.
"Dirijo-lhe a- palavra
novamente: responde-me como se não tivesse a menor lembrança do que se passara.
Como está de pé, pergunto-lhe se vai
sair , - "- Sim, vou às Vesperas."
- Permite que a acompanhe? - "De certo." Põe-se a caminhar,
lentamente, com a fronte altiva e desdenhosa. Coloco-me ao seu lado, sem lhe oferecer o
braço, que ela, porém, toma. Depois de alguns passos, se detém . Coloco-lhe atrás
uma cadeira, pensando que se vai sentar; ela, porém, cai de joelhos, faz suas
devoções e senta-se em seguida, conservando a atitude desdenhosa. Ao fim de
alguns instantes se levanta, repele com o pé a cauda do vestido e pede-me que novamente
a acompanhe.
"Quando suponho chegada à casa,
faço um pequeno inquérito de sua vida. Conheceu a Srta. de Lavalière que lhe era
muito simpática (1); não conhece a Sra. de Montespan, de quem não gosta."
(1) No estado ele vigília Mayo nunca ouviu falar da
Srta. de Lavallière .
E o Sr. de Rochas reproduz o curiosíssimo
diálogo, que suprimimos, por inútil, e acrescenta:
"Proponho-lhe faze-la envelhecer,
para que veja o que mais tarde lhe sucederá . Recusa-se absolutamente. Em vão
lh'o ordeno com autoridade e só consigo vencer a sua resistência a poder de
enérgicos passes
transversais, a que se procura por todos os meios esquivar.
"Quando me detenho, tem ela 40
anos; deixara a corte; tosse e sente-se doente do peito. Faço-a se externar
sobre o seu caráter: confessa que é egoísta e ciumenta, sobretudo das mulhreres
bonitas.
"Continuando os passes
transversais, levo-a aos 45 anos; ela morre tísica Assisto a uma rápida agonia e ela entra no
escuro.
"Segue-se o despertar imediato
com a acelerada continuação dos passes transversais.
A 25ª sessão é exclusivamente consagrada às expressões que a música determina
em Mayo, ligeiramente adormecida. Na 26ª, cujos apontamentos são tomados pelo Dr.
Bertrand e em que o Sr. de Rochas faz uma recapitulação dos mesmos fenômenos
anteriores e se detém num demorado interrogatório às personalidades Lina,
Carlos Mauville e Magdalena de Saint-Marc, à medida que se apresentam, obtendo
indicações positivamente características, há o seguinte trecho a assinalar:
"Tendo-se prolongado muito a
sessão - refere o Dr. Bertrand - o Sr.
de Rochas desperta Mayo, que percorre todas as fases de suas vidas múltiplas.
“Ao fim de algum tempo, ela tosse -
um verdadeiro acesso - depois morre e, por seus movimentos e atitude, compreende-se
que sofre. Depois torna a ser Carlos Mauville. Um instante depois tosse de novo
(O Sr. de Rochas observa que Carlos Mauville morrera tísico aos 50 anos, como
acontecera a Magdalena. Carl os Mauville
morre ...
Momentos depois, sob a influência
dos passes transversais, é novamente Lina, depois chora, se estorce, agarra-se à
sobrecasaca do Sr. de Rochas; os seios
estão verdadeiramente mais volumosos que de ordinário (todos nós o
verificamos ) , Lina tem verdadeiras dores:
de repente se acalma. " Acabou-se: nasceu a criança, Lina deu a luz ...
Depois chora; é seu marido que morre ... ; chora ainda e de repente, mas muito
rapidamente, se debate, suspira, e se afoga e entra na obscuridade.
"Passa finalmente para a corpo de
Mayo e chega progressivamente aos 18 anos."
Nova reprodução dos mesmos fenômenos
e incidentes, com algumas variantes, se verifica na 27ª e 28ª sessões, que por
isso omitimos, para nos deter na 29ª.
"Essa sessão - diz o Sr. de
Rochas - tem por escopo fazer o sensitivo retroceder além de Magdalena. Chego
efetivamente a conduzir Mayo ao estado de uma criança morta em tenra idade;
parecendo-me, porém, a tensão demasiado forte, não insisto e a reconduzo
docemente ao estado de vigília, com as seguintes particularidades:
"Quando ela é Magdalena de
Saint-Marc, não quer absolutamente envelhecer e eu determino uma crise assaz
violenta, querendo a isso constrange-la por meio de sugestões e passes.
"Quando volta a ser Carlos
Mauville, na idade de 30 anos, faço-a
assinar o nome, que conserva os mesmos caracteres do que firmara na 27ª sessão
(1).
(1) O fac-símile de todas as assinaturas
e de algumas palavras mandadas escrever pelo Sr. de Rochas figura no seu livro.
"Faço-a ainda escrever, quando
é reconduzida à personalidade de Lina, aos 12 anos; vai então à escola e faz
traços. Aos 16 anos ainda frequenta a escola e escreve muito bem; 'sua caligrafia
é então muito mais correta do que quando contava 24 anos e já não tinha ocasião
de escrever."
A 30ª e última sessão, finalmente,
descrita em meia dúzia de linhas, é consagrada pelo Sr. de Rochas ao estudo das
localizações cerebrais e a determinar, de modo positivo, o êxtase religioso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário