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terça-feira, 31 de agosto de 2021

O Trabalho Espírita

 

O Trabalho Espírita

por Inaldo Lacerda Lima

Reformador (FEB) Julho 1966

             O Espiritismo, quando praticado por pessoas sérias, altamente responsáveis, estudiosas, muito tem de semelhança com o Cristianismo primitivo. Caracteriza-se pela simplicidade nos trabalhos, nas reuniões, nos serviços de auxílio aos necessitados; destaca-se pela moral elevada de seus adeptos ou obreiros que se esforçam no sentido de zelar pela pureza doutrinária; convence pela seriedade de seus movimentos sociais, confraternativos, intelectuais; faz-se respeitar pela sisudez do exercício mediúnico, em que as manifestações se apresentam completamente isentas de aparatos materiais, de ritos e outras esquisitices.

            Conforme nos elucidam relatos mediúnicos a respeito do modo pelo qual os discípulos de Jesus se comportavam, no exercício do mandato evangélico, após o drama do Calvário, o Espiritismo se apresenta como continuação da obra do Cristo, já agora de maneira mais avançada quanto ao teor de suas revelações, porquanto contando com possibilidades novas e com fatores proporcionadas por dezenove séculos de experiências diversas, por vezes dolorosas.

            O Centro Espírita de nossos dias, bem orientado nos princípios básicos da Terceira Revelação, constituído de elementos conscientes da Missão do Consolador entre os homens e despidos da roupagem perigosa do personalismo extravagante e doentio, muito se próxima da chamada “Casa do Caminho”, onde os apóstolos recebiam os filhos da dor e da tristeza para um duplo tratamento – a cura da alma e a correção da conduta.

            A preocupação inicial dos apóstolos, dando continuidade à obra do Mestre Jesus, não era de fabricar novos apóstolos, mas ajudar a Humanidade a despertar para uma consciência espiritual, religiosa. Eles sabiam que os apóstolos novos viriam natural e gradativamente na pessoa daqueles mais reconhecidos que, em recebendo o auxílio, em compreendendo a verdade, se resolvessem a FICAR, para sempre, entre os arautos da Verdade, na disposição sincera de se tornarem também obreiros.

            Essa mesma compreensão rege o trabalho espírita na hora presente, pois o espírita sabe que o propósito primeiro da doutrina revelada pelo Espírito da Verdade e codificada por Allan Kardec não é multiplicar espíritas, mas curar a Humanidade, despertando os homens para uma consciência cristã autêntica, iluminando o coração humano, preparando o mundo para o grande advento da Era do Espírito. Os espíritas crescerão em número, naturalmente. Todos os dias surgirão aqueles que, uma vez acordados, não se satisfarão apenas com a compreensão da necessidade de uma conduta de auto vigilância. Eles se integrarão no trabalho, conscientes de uma verdade sobremodo soberana e que muitos colaboradores antigos esquecem: não se compreende espírita de braços cruzados. Porque Espírita é aquele que constrói, que realiza, que constrói, que realiza a obra do Senhor, sempre humilde, compreensivo, paciente, porém, intimorato, decidido e guiado pelo bom senso.

            O trabalho espírita é obra inteiramente de amor e de alta responsabilidade. E o homem que já portador de uma consciência espírita sabe que a seara em que opera não é propriedade sua, mas de Deus, e cujo plenipotenciário é Jesus. Por conseguinte, diante do bem a ser feito, ele não espera uma ordem especial; ele realiza, ele trabalha. E se alguém cochila a seu lado, ele não exprobra, não brada, não acusa, não condena – mas adverte, compassivo e fraterno, que os trabalhadores de fato são poucos e os espíritas representam, na parábola evangélica, os obreiros convocados à hora última para a vinha o Senhor.  

            Trabalho espírita é, portanto, obra de consistência destinada a desafiar o próprio tempo e a sobrepor-se a interesses materiais e transitórios. É trabalho de unificação doutrinária, de fraternidade verdadeira, de integração cristã.

            Cada instituição religiosa é um centro vivo de comunhão espiritual; razão por que nos disse certa vez respeitável confrade a propósito do inesquecível companheiro Arthur Lins de Vasconcelos: “é um seareiro que se sente responsável pela edificação e desenvolvimento de qualquer sociedade espírita, em qualquer ponto do país onde ela se situe.”

            Eis um exemplo típico de conduta espírita, em que o homem espírita se sente no dever de amar a missão do Espiritismo, não apenas em termo de simpatia, mas sobretudo de dedicação, interesse e esforço.

            Presentemente, as atenções de todo o Brasil espírita se encontram voltadas para Brasília. É que a construção da Casa de Ismael, na nova Capital, parece apresentar-se como um teste do Mundo Maior à compreensão e no esforço de cada um de nós. Ao mesmo tempo que preocupa, entusiasma. Todos queremos ser parcela vivas para o sublime total. Todos opinamos pela divisão da responsabilidade do soerguimento do venerando edifício. Todos nos sentimos, nesta hora, mais do que nunca, espíritas. É a conclusão a que chegamos diante das mensagens refertas de fé, entusiasmo e empenho que de todos os recantos da Pátria do Evangelho chegam à Federação Espírita Brasileira.

            Não foi por acaso que o Codificador inscreveu, com caracteres de esperança, no pedestal simbólico da Doutrina viva: Trabalho, Solidariedade, Tolerância.

 





terça-feira, 6 de agosto de 2019

6 de Julho




Dos olhos de Deus distante
ninguém consegue ficar.
Nunca busques, pois, vingar
a ofensa mais aviltante!...


Inaldo Lacerda Lima

in ‘Lira da Redenção”
 (1ª Ed  1998  G E E Paulo de Tarso Goiânia Go)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O 'Pai Nosso'




O Pai Nosso
Inaldo Lacerda Lima
Reformador (FEB) Abril 1997

            O Pai Nosso afigura-se-nos o ponto culminante do Sermão da Montanha, que foi iniciado com as bem-aventuranças, das quais se infere que as atenções de Deus, nosso Pai, estão sempre voltadas sobretudo para os que sofrem, para os mansos, para os limpos de coração, para os que forem injuriados e perseguidos por causa do Cristo, seu plenipotenciário entre os homens.
           
            São nove as bem-aventuranças, numa demonstração de que o Pai, em sua infinita misericórdia, está sempre atento em amparar os carentes de Paz, de Luz e de Amor.
                       
            Ora, hoje, que já somos detentores de uma visão realista da Vida Eterna e do Espírito, sabemos que todos os que se fizerem incluir nas bem-aventuranças mencionadas por Jesus são almas que um dia faliram e foram condenadas a mundos de expiações e provas, por cujos destinos o Pai nunca deixou de se interessar. Meditemos nessas palavras do Espírito Santo Agostinho, contidas no capítulo III, item 16, de "O Evangelho segundo o Espiritismo", que aqui destacamos:

            "Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada"

            Vê-se, aí, a função dos mundos como o nosso, onde somos almas que, um dia, falimos e, hoje, depurando-nos, regenerando-nos, buscando alcançar as bem-aventuranças de que trata o Mestre, esperamos chegar, dignos da glória a que nos fora destinada, à presença do Pai celestial .

            Depois de advertir-nos de que não veio destruir a lei e os profetas, mas cumpri-los, previne-nos contra os perigos do mal, colocando bem alto o dever da fraternidade, os preceitos da caridade, a importância do perdão e a necessidade da oração.

            E ensina-nos o segredo da oração, como deve ser ela simples e sincera, nunca recheada de vãs repetições, de longos fraseados de efeito. E elucida-nos que os gentios é que assim se portam quando oram. Pois, em verdade, o Pai conhece as nossas necessidades antes mesmo que lhas peçamos. Oferece-nos, então, o exemplo do "Pai Nosso", todo ele em apenas cinco versículos do capítulo VI do evangelista Mateus:

            "Pai nosso que estás no Céu, santificado seja o teu nome.
            Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu;
            Dá-nos o pão de cada dia;
            Perdoa as nossas dividas, como perdoamos aos nossos devedores;
            Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.
            Assim seja."

            Meditemos, profundamente, sobre cada uma das luminosas sentenças dessa prece que fluiu do coração daquele Mestre incomparável que se fez manifestar perante o mundo, na condição de plenipotenciário divino.

            Temos ouvido, aqui, ali e alhures, deste país continental, no seio das comunidades espíritas, alguns exemplos de "Pai Nosso" entremeados de frases de adorno, como se condição tivéssemos de acrescentar alguma coisa a esse verdadeiro hino de luz!...

            Nunca ousamos criticar os nossos companheiros que, de boa-fé, fazem acréscimos verbalísticos às palavras do Senhor nesses cinco versículos (9 a 13). Porém, se atentarmos bem em seu conteúdo, verificaremos que eles estão completos e perfeitíssimos.

*
            Vamos refletir, não de modo místico mas filosófico, sobre cada uma das luminosas frases do Pai Nosso, tentando desvendar-lhes o espírito e a sabedoria.

            O Pai criador de todos nós está no Céu, administrando, infinitamente bem, todo o Universo, que é a Sua Casa, com seus bilhões de galáxias - como a nossa Via Látea - cujo número de moradas (estrelas, planetas, satélites e cometas) é infinito, porquanto é um reino sem fronteiras que não pode ser quantitativamente avaliado, na simplicidade do versículo 2 do capítulo XIV do Evangelho segundo João.

            O mestre Kardec, ao indagar se o espaço universal é infinito ou limitado, na questão 35 de "O Livro dos Espíritos", teve como resposta as seguintes palavras: "Infinito. Supõe-no limitado: que haverá para lá de seus limites?" Meditemos, então, sobre a nossa responsabilidade de espiritistas ao proferir estas palavras: "Pai nosso que estás no Céu." 

            Santificado seja o teu nome. É uma saudação, na qual reconhecemos a santificação de Seu nome. Ele próprio nos adverte no Decálogo: "Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus." É dever de todos nós amá-LO e respeitã-LO, pois d’Ele somos filhos. É imperioso dever de todos nós compreender que nos falece qualquer condição ou capacidade de atingi-LO com as nossas ofensas. Assim, quando Lhe desobedecemos ou agimos contrariamente à Sua vontade, somos nós que nos machucamos atingidos pela nossa desobediência e desrespeito. Quem quer que se manifeste contra o Pai celestial, desconhecendo-O, melhor fora ter nascido privado de consciência.

            Venha o teu reino. O reino do Pai é de paz e de venturas inimagináveis destinado a todos os que se fizerem eleitos ao gozo de Sua presença. Portanto, quando o amado Mestre nos ensina a dizer: "Venha o teu reino" é que por Ele foi autorizado a assim expressar-se, assegurando-nos que o Pai nos quer perfeitos e puros.

            Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu. Com esta frase quis o Senhor alertar-nos da necessidade de sermos também humildes, de sabermos pedir e o que pedir. É que nem sempre pedimos a Deus aquilo que nos convém. Quase sempre somos exagerados em nossas solicitações, e as coisas que nos julgamos no direito de reivindicar far-nos-iam mais mal do que bem. Ele, o Pai, é a sabedoria infinita, cuja vontade é lei. Basta-nos, para a efetiva intensidade de nossa fé, a conscientização de que dEle somos filhos, o que já nos torna venturosos. Recordemos a oração de Jesus, no horto: "Se possível, Pai, passa de mim esse cálice; contudo, cumpra-se a tua vontade e não a minha."

            É pena, leitor amigo, que a ventura de sermos filhos de Deus não seja, ainda, reconhecida por todos os homens deste orbe. Tal reconhecimento já seria suficiente para tornar ditosos os que não o são.

            Dá-nos o pão de cada dia, através da saúde que nos torne fortes e aptos para o trabalho honesto que nos garanta o salário justo. E pelo trabalho digno que conquistamos o alimento necessário à manutenção da vida no templo de nosso Espírito, que é o corpo. No entanto, que o alimento conquistado não sirva apenas ao corpo, mas à alma também...

            O Consolador, que o Pai nos enviou no tempo certo, tem-nos ensinado que não basta nutrir o corpo; é imprescindível, também, manter alimentado o Espírito, cujos nutrientes se chamam bondade, exercício da caridade, higienização da mente, estudo, abnegação, boa vontade para com os outros, renúncia e amor. Sustentados por esses nutrientes, prosseguiremos em marcha para Deus, eternizando no imo do ser o bem, a esperança e a luz.

            Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos nossos devedores. Realmente, como esperar do Pai-Criador perdão para as nossas faltas, nossos gravíssimos erros, se não nos predispormos a perdoar aqueles que errarem contra nós? Qual o pai imperfeito, neste mundo de paixões, que se agrade de perceber manifestação de ódio entre seus filhos? Ora, Deus é o Pai perfeito que nos ama a todos. Logo, não Lhe pode agradar a ausência de fraternidade entre os homens. Ausência esta marcada de ódios, de maldades infamantes, de crimes hediondos, tudo isso sob o império absoluto do egoísmo avassalador e cruel.

            Não nos deixes entregues à tentação, mormente nos dias atuais quando, na condição de espiritistas, propõe-nos o Espírito de Verdade a aceitação da tarefa misericordiosa de trabalhadores da última hora. Na época em que o Pai Nosso nos foi ensinado tinha o Senhor e Mestre os olhos no futuro, porquanto já foi dito que o Evangelho é lei de paraíso. E, consoante o que nos vem revelando a Espiritualidade Superior, estamos vivendo os últimos instantes da era sombria e triste assinalada por este Segundo Milênio que se escoa na esteira do tempo.

            Na verdade, o Pai sempre nos procurou preservar das tentações, até mesmo colocando ao alcance de nossa consciência um Espírito-guia. Com essa frase, Jesus
simplesmente nos advertia da necessidade de administrarmos bem o nosso livre-arbítrio. Se alguém ainda tem dúvida atente para esse manancial de luzes que desce
ininterruptamente dos Céus através da mediunidade, desde os primeiros momentos de vida, na história deste planeta!

            Livra-nos do mal, dando-nos toda a assistência dos bons Espíritos, nossos guias e guardiães, para, seguros, permanecermos na estrada da perfeição. Saibamos todos aproveitar o Seu Amor, sem desperdiçarmos a coragem, a inteligência e as energias vitais na prática dos vícios que nos acenam, aqui e ali, nas margens do caminho. Não sejamos nós novos Ulisses fascinados com os cantos enfeitiçantes das sereias, diante das seduções materialistas deste mundo, cujos ilusórios encantos a tantos têm perdido.

            Assim seja.

            Deixemos, por enquanto, que os nossos olhos súplices se derramem por toda a extensão deste maravilhoso orbe repleto de cores, de flores, de paisagens virentes, de ricos oceanos, mares e rios abençoados, cujas nuanças escuras que lhe afeiam o cenário social são resultados das ações iníquas dos homens que a si mesmos se ignoram como criaturas de Deus.

            A dor, a tristeza, o dissabor, as lágrimas, toda a dramaticidade do infortúnio têm sido frutos amargos de nossas ações infelizes. Compete-nos, agora, a nós e não a Ele, o exercício da limpeza e purificação desta pequena morada de apenas 510 milhões de metros quadrados de superfície, dos quais somente um terço de terra firme.

*

            Deus, nosso Pai, fez-nos a todos perfectíveis. Concedeu-nos a bênção da inteligência associada à capacidade de encontrarmos os roteiros seguros do bem-estar e da felicidade, mesmo quando subordinados à ação dolorosa da expiação e das provas. No entanto, utilizando mal o livre-arbítrio, incidimos em novos erros, dificultando a ação da amorabilidade divina.

            Feliz, portanto, aquele que se faz consciente dessa graça, porquanto disporá de todos os meios para acertar mais e errar menos. No terceiro e no quinto trabalho desta série, oferecemos didaticamente aos nossos leitores algumas técnicas que nos permitem, se bem utilizadas, a conquista de nosso aperfeiçoamento através da disciplinação de nossos hábitos, reforçando os bons e não dando reforço algum àqueles que nos possam retardar o progresso.

            Bastará, para isso, manter em estado de alerta a consciência, que não deverá dormir, ainda mesmo quando em repouso o templo somático da alma. Para isso, nunca olvidarmos o significativo sentido destas palavras: "Pai nosso, que estás no Céu..."

            Eis que nos exercitando no conhecimento e na vivência do Evangelho dispomos de todos os meios e recursos para manter dentro de nós, na arca do coração, toda a vibração amorável do Pai, vindo a fazer morada no Seu Reino. É o que nos afiançam estas palavras do Mestre registradas pelo evangelista João (14:23): "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada."

            E mais adiante, no mesmo evangelista João (15:10 e 12):

            "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei."


            Seja, pois, o espírito do Pai Nosso a nossa sustentação de todas as horas, de todos os momentos, integrando-nos no Bem, alicerçando-nos a Fé, e mantendo--nos unificados nos princípios da Doutrina que nos irmana e na unificação de nossas almas na Vinha do Senhor!..

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Irreversibilidade do Tempo


Irreversibilidade
do Tempo
por Inaldo Lacerda Lima
in Reformador (FEB) Jan 1994

            O tempo é irreversível. O minuto que passou não mais retomará, nem aqui nem alhures. Talvez, por isso mesmo, nos mundos felizes ou no espaço absoluto o tempo seja inexistente, e os seres inteligentes vivam o eterno presente.

            Dizemos espaço absoluto a fim de tentar um conceito de tempo sem relatividade ou sucessão das coisas que nos liguem à eternidade. É que dentro da eternidade as coisas não se sucedem. Elas são ou estão. Isso é tudo.

            O tempo diz respeito a quem está em marcha e percebe que as coisas não são fixas ou permanentes. Eis por que no ser inteligente há ânsia; há busca; há desejo de renovações e estabelecem-se dúvidas ou incertezas. Vive-se ao sabor das surpresas do caminho.

            É o caso da felicidade. Somos felizes ou infelizes, até o instante em que percebemos a insatisfação ou por ela somos surpreendidos, ou despertados para a realidade do que efetivamente somos. Julgamos então haver descoberto o nosso equívoco quanto à felicidade que pensávamos haver alcançado, ou concluído que não éramos tão infelizes quanto supúnhamos. E, nesse sentido, quanto mais imperfeito é o indivíduo, maior é a soma de suas insatisfações e menos estável a sua felicidade.
           
            Jesus, o sábio dos sábios, falando com absoluto conhecimento de causa, afirmou perante Pilatos: "O meu reino não é deste mundo." Mas Pilatos, que o sabia inocente, conhecia o veneno do sacerdotalismo organizado de seu tempo, não quis pôr em risco o seu insignificante "reinado", a sua equivocada felicidade, deixando o inocente entregue à sanha dos maus.

            Jó, no Antigo Testamento, percebendo o estado miserável em que caiu, exclamou, desolado: "Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra e como nuvem passou a minha felicidade" (Jó, 30: 15).
           
            Com esse introito, desejamos refletir, com os companheiros que nos lerem, a respeito da irreversibilidade do tempo e os vaníssimos propósitos de retardamento da nossa marcha em favor de qualquer presunção de felicidade material, neste mundo-escola em que vivemos graças à misericórdia do Pai...

            Somos espírita e, por enquanto, aqui, só para espíritas falamos. Falamos principalmente àqueles que, como nós, um dia se sentiram frustrados diante da pretensa felicidade. O que, na verdade, contribuiu para a formação da convicção de que felicidade é algo que construímos dentro de nós e que nada tem a ver com supostos bens materiais e passageiros.

            A bem da verdade, o que intitulamos de felicidade não passa de algum conforto ou bem-estar muito relativo a que não devemos dispensar exagerado apego.

            Logo, não compensa retardarmos nossa marcha na direção da eternidade em função da valorização excessiva dos bens materiais deste mundo, diante dos quais nosso papel não deixa de ser de meros administradores. Retardar é perder tempo.

            O tempo é irreversível, dissemos. A perfeição que buscamos alcançar pela exercitação diuturna do Evangelho, enquanto acertamos as nossas contas com a justiça divina, conduz-nos direta e ininterruptamente ao gozo dos bens eternos e inconspurcáveis do Espírito. Perder tempo é, pois, obstaculizar a caminhada no roteiro da Luz.

            Deus nos outorgou, como espécie de instrumental de alertamento contra possíveis tendências a qualquer descontinuidade na marcha evolutiva, a possibilidade de acompanhar e sentir o espetáculo dramático das dores do mundo, onde, por vezes, somos constrangidos a identificar-nos com algum de seus personagens. Acentua-se-nos, então, a convicção de que o homem é o construtor de seu próprio destino.

            Se as dores do mundo são consequência da ignorância moral e espiritual da Humanidade como um todo, surge, em nós, no âmago da consciência, interessante indagação: como ajudar os homens no reconhecimento de sua responsabilidade na mudança de cenário tão desolador?

            E se nós espíritas, depositários, pela bondade divina, da Terceira Revelação - instrumento de agilização do processo regenerador do Orbe, deixando-nos influenciar pela aparente presença de "alguns bancos com sombra na estrada do progresso", resolvermos interromper a marcha, a título de descanso oportuno? Quem o fizesse cometeria tão grave equívoco que dificilmente se perdoaria perante o tribunal da consciência.

            É preciso retirar o Planeta do caos do materialismo e, para isso, o seu Governador conta com a colaboração, hoje, daqueles que, ontem, fomos, também, instrumentos de erros e destruição. Despertos, agora, do sonambulismo obliterador da consciência, eis-nos convocados para trabalhadores da vinha do Senhor na seara bendita.

            Portanto, não nos sentimos à vontade para "fugir" do trabalho ou produzi-lo com menos devotamento, embora possamos fazê-lo, no exercício errôneo do livre-arbítrio. Ele existe e nos pertence como outorga divina, mas sob a condição de respondermos pelo modo como o utilizarmos.

            Abrimos o livro "Obras Póstumas", em sua Segunda Parte, e encontramos, na página 299 da 13ª edição FEB, a Comunicação intitulada Minha Volta, que revela ter sido o Codificador informado pelo Espírito de Verdade quanto ao seu retomo ao mundo físico, tempos depois de sua desencarnação: "Não permanecerás longo tempo entre nós. Terás que volver à Terra para concluir a tua missão, que não podes terminar nesta existência" E, desse diálogo, guardamos uma frase que muito nos tem ajudado como alertamento em benefício de nossos próprios passos na condição de espírita, neste mundo. Eis a frase, que colocamos em desta que:

            "SE FOSSE POSSÍVEL, ABSOLUTAMENTE NÃO SAIRIAS DAÍ; MAS É PRECISO QUE SE CUMPRA A LEI DA NATUREZA."

            Reflitamos: "Se fosse possível, absolutamente não sairias daí." Que isso quer dizer? Significa que o Governo deste Orbe tem pressa! Não fora a necessidade de cumprir-se a lei da Natureza, Kardec não teria desencarnado. Todavia, para fazer face ao interregno forçado voltaria em condições que lhe permitiriam trabalhar desde cedo, isto é, desde a juventude.

            O que nos chama a atenção em tudo isso, já o expressamos: o Cristo tem pressa. Ele, mais do que ninguém, conhece, como Governador da Terra, a irreversibilidade do tempo. Ninguém deve perdê-lo em vão, mormente quando se é reconhecido à amorabilidade divina.

            Efetivamente, o tempo urge. Sempre o temos afirmado em muitos de nossos escritos.

            Desde o instante de nossa estreia nas fileiras da Doutrina-Luz, temos notado os espíritas acenarem, impressionados, para a aurora do Terceiro Milênio. E o Terceiro Milênio aí está a apenas seis anos, na curva ininterrupta do tempo. E, apesar disso, há muitos trabalhadores, dentre os convocados para a Vinha, estacionados à margem do tempo. E o tempo é irreversível...



quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Poeta Guerra Junqueiro



O Poeta Guerra Junqueiro
por Inaldo Lacerda Lima
Reformador (FEB) Setembro 1994


            Abílio Manuel GUERRA JUNQUElRO é o nome desse poeta incomparável e de escola literária própria, nascido em Portugal a 17 de setembro de 1850. Em Trás-os-Montes, num poético recanto denominado Freixo-de-Espada-à-Cinta, conforme notifica Almerindo Martins de Castro, nos traços biográficos do poeta, integrantes do livro mediúnico "Funerais da Santa Sé", pela psicografia da médium América Delgado, 5ª edição FEB. Regressou à pátria espiritual em 7 de julho de 1923, possivelmente na capital portuguesa.

            Nosso propósito não é traçar um perfil biográfico desse poeta notável. Isto já foi feito, e muito bem, pelo saudoso companheiro Almerindo de Castro. Também não vimos entreter um panegírico, porquanto o melhor elogio de Guerra Junqueiro está impresso na sua própria obra. E é desta que queremos falar, envolvendo o pensamento do homem na vida física e o pensamento do Espírito após sua desencarnação, impresso nas páginas de seu "Funerais da Santa Sé".

            Nossa primeira preocupação não é com o estilo eloquente e encantador do aedo (poeta grego da época primitiva, que cantava ou recitava com acompanhamento da lira: Homero era um aedo), tangendo as cordas de uma lira de sons maviosos enternecedores ou satíricos. Nossa primeira preocupação é com o porquê de sua manifestação tida como irreverente, o que lhe valeu, em vida, o título de iconoclasta pelos críticos e admiradores de sua época, inclusive Camilo Castelo Branco no estudo que antecede o conteúdo de "A Velhice do Padre Eterno".

            Desde menino que esse livro nos acompanha. Outros tivemos da autoria do Junqueiro, mas foi "A Velhice do Padre Eterno" que mais nos tocou e ao qual nos apegamos com um respeito e um carinho todo especial.

            Quando nos tornamos espírita, passamos a imaginar houvesse sido Guerra Junqueiro colocado no alto de uma das milhares de fogueiras inquisitoriais acendidas para queimar corpos vivos, ou, assado, devorado quem sabe pelos canibais do Santo Ofício, como costumávamos chamá-los antes de conhecer a sublimidade do Espiritismo. E que voltava das paragens invisíveis para acusar os seus verdugos. Depois que conhecemos o Espiritismo, afigurou-se nos o nosso poeta exemplo de Espírito de um "herege" que não houvesse ainda assumido a grandeza do perdão.

            Hoje, é outro o nosso juízo. E aproveitamos estas colunas de REFORMADOR para uma análise sincera e justa das obras poéticas desse incompreendido vate, quase discípulo de Victor Hugo, cujos versos traem filigranas do condoreirismo (uma parte de uma escola literária da poesia brasileira, a terceira fase romântica, marcada pela temática social e a defesa de ideias igualitárias. Wikipedia.) do genial autor de "As Vozes Interiores" e do magistral romance "Os Miseráveis", mas sem a tônica do romantismo assimilado pelo nosso inesquecível Castro Alves.

            Razão teve Camilo em defender o poeta de "A Velhice do Padre Eterno" da pecha injusta de ateu, que de ateísmo nada revela a sua poesia sólida e extraordinariamente eloquente senão quando lembrado pela má-fé daqueles que trazem ainda na alma a azedia do ódio e da paixão contra tão sublimado filho das Musas!

            Só muito tempo depois de nos haver caído às mãos o luminoso "Funerais da Santa Sé" é que tivemos contato com o pensamento de Almerindo Martins de Castro, quando nos revela a crueza com que 111 anos antes do nascimento de Guerra Junqueiro sofria a pena de ser queimado vivo, numa praça de Lisboa, pela chamada Santa Inquisição, o grande dramaturgo e poeta brasileiro Antônio José da Silva, acusado falsa e torpemente de judaísmo, a 18 de outubro de 1739, ao lado de sua esposa de 27 anos de idade, juntamente com a sua sexagenária genitora.

            Foi depois disso que passamos a compreender melhor as mensagens poéticas do inolvidável aedo português. Ele não fora um vingativo pelo que sofrera no passado, mas alguém que se fazia predestinar para combater velhos erros, crimes e torpezas que eram praticados em nome da Religião e em nome de Deus. Vejamos, isto posto, que ilações tirar desta joia poética por ele intitulada Parasitas:

"No meio de uma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar em cima de um jumento
Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços,
Aborto que lhes dava um grande rendimento.

Os magros histriões, hipócritas, devassos,
Exploravam assim a flor do sentimento,
E o monstro arregalava os grandes olhos baços,
Uns olhos sem calor e sem entendimento.

E toda a gente dava esmola aos tais ciganos:
Deram esmola até mendigos quase nus.
E eu ao ver este quadro, apóstolos romanos,

Eu lembrei-me de vós, funâmbulos (acrobatas) da cruz,
Que andais pelo universo, há mil e tantos anos,
Exibindo e explorando o corpo de Jesus."

            Fôssemos nós analisar a beleza e a profundidade filosófica deste soneto, já aqui teríamos assunto para preencher muitas colunas de um jornal. Deixamos, todavia, a cargo do leitor percuciente a avaliação poética e filosófica da composição, porque é inolvidavelmente um cântico à beleza irônica de um fato repreensível pelos ensinamentos que do poema podemos extrair.

            Não. Não há irreverência no soneto. Irreverente é o fato. E no final dos versos a lição endereçada aos funâmbulos da cruz, no circo da vida tomado irreverente pela ação nefanda de homens que assumiram compromissos com a fé.

            Assim era a alma desse homem sem alegria que se chamou Guerra Junqueiro. E ele próprio quem o confessa neste quarteto recolhido do livro "Batismo de Amor":

"Eu sinto um vácuo imenso que me oprime,
Um sonho, um aspirar não sei a quê...
O riso nos meus lábios ninguém vê...
Não sei que dor me verga como um vime."

            Aí está um aspecto da alma desse poeta capaz de escrever coisas notáveis como em seu poema O Melro, de "A Velhice do Padre Eterno", que nos velhos tempos de juventude tivemos diversas oportunidades de recitá-lo em grêmios literários e que ao conhecer o Espiritismo melhor podemos senti-lo e interpretá-lo.      Trata-se da história de um velho abade que tinha uma horta bem ao lado da Abadia. E resolveu comprar briga com um casal de melros que, segundo o abade, devorava lhe a messe. Depois de armar inutilmente uns espantalhos de que os melros zombavam em finas gargalhadas ou suavíssimos trinos, eis que o velho abade encontra lhes o ninho com quatro melrinhos assustados. E o abade fez uma festa. Colocou os passaritos numa gaiola, prometendo devorá-los com chouriço e com o melhor vinho que possuía na adega. Mas, à tardinha, a mamãe-melro não encontra os filhotes no ninho e enlouquece de desespero até que vai encontrá-los na copa do abade. E, incontinenti, lança-se furiosa e inutilmente contra a gaiola, perdendo as penas numa luta vã. A ave reflete, finalmente, um pouco, e como um raio parte na direção da seara, trazendo um ramo de veneno que dá aos filhos para comerem e come ela mesma em seguida, dizendo:

"- Meus filhos, a existência é boa
Só quando é livre. A liberdade é a lei,
Prende-se a asa, mas a alma voa...
Ó filhos, voemos pelo azul!.. Comei!"

            E o velho abade diante da cena, não se contém e converte-se à Verdade das coisas eternas, arremessando fora a velha bíblia, e murmurando:

"Há mais fé e há mais verdade,
Há mais Deus com certeza
Nos cardos secos de um rochedo nu
Que nessa bíblia antiga ... Ó Natureza,
A única bíblia verdadeira és tu!.."

            Um outro poema que nos transporta às verdades espirituais é aquele que o poeta intitula Caridade e Justiça, fazendo uma apologia do horror do próprio Judas Iscariotes acicatado pelo remorso de haver traído um justo. Percebe-se aí toda a grandeza eloquente do poeta-filósofo de "A Velhice do Padre Eterno", sem que se tenha o mínimo direito de chamá-lo ateu. Não havia desrespeito a Deus na poesia de Guerra Junqueiro. Muito ao contrário, sua poesia era um brado de reprovação contra o abuso das coisas sagradas e a infâmia dos homens debitada a Deus.


            
           Após a sua desencarnação, volta em 1932, nove anos depois e através da médium América Delgado, na sede do Grupo Espírita Roustaing, em Belém do Pará, para ditar os "Os Funerais da Santa Sé", oferecendo-nos treze maravilhosas composições poéticas, dentre elas a que se intitula O Corpo de Jesus, cujo estilo em nada se diferencia daquele utilizado pelo poeta, quando prisioneiro da carne, conforme o atestam os seguintes versos:

"Se o Cristo foi humano, que é da virgindade
daquela que recebe, ainda imaculada;
o Verbo que ilumina toda a Humanidade,
fazendo-a palmilhar a verdadeira estrada?!
Jesus não foi jamais involucrado em lama!
- Essência divinal, que lá do Alto vem
os seres envolver na luz da mesma chama
a fim de orienta-los para o ovil do Bem,
nós compreendemos Cristo - Essência Imaculada!
Nós vemos em Jesus o - Sobrenatural,
Enviado por Deus à Terra enodoada,
para dela expulsar os histriões do Mal!"

            E através, também, do médium mineiro Francisco Cândido Xavier, então com vinte e um anos, retoma para contribuir com maior intensidade luminosa nas páginas do "Parnaso de Além-Túmulo" por meio de poemas como Caridade, onde se patenteia o mesmo estilo inconfundível de Caridade e Justiça, e como O Padre João, em que se manifesta com a idêntica vivacidade poética do velho abade de O Melro, em "A Velhice do Padre Eterno".

            É, em todas essas composições, indubitável o estilo, flagrante o sentimento, senão apenas mais amadurecido e sério, mais consentâneo com o seu estado, agora, de ser liberto das cadeias e influenciações da prisão carnal.

            Em seu monumental "Os Sertões" , declarou o grande escritor brasileiro Euclides da Cunha que "o estilo é o homem", para assegurar que o estilo é o retrato vivo da alma que grafa literariamente o seu pensar e, com ele, a sua própria alma no papel ou do artista plástico que debucha na tela as suas impressões da vida! O mesmo se verifica em todas as artes em que a alma se faz manifestar no tônus de sua sentimentalidade inequívoca. O estilo é a marca do ser, é o seu sinete inconfundível.

            Não é preciso ser alguém versado em crítica literária para ver aí, em todos os versos aqui transcritos, a alma rediviva de Guerra Junqueiro. E possível parodiar, mas imitar o estilo é impossível. E neste trabalho fizemos questão de mostrar o poeta Abílio Guerra Junqueiro em três fac-símiles diversos: o do poeta na existência física, em sua obra natural, e na existência espiritual através de dois médiuns diferentes, América Delgado, no Pará, e Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo das Minas Gerais, e possivelmente, na época, desconhecidos um do outro.

            Resta-nos, para concluir, lembrar, ainda uma vez, que Guerra Junqueiro não fora um ímpio nem é um vingativo. Sobre chamar a atenção para o fato da imortalidade do Espírito, em se fazendo manifestar em dois médiuns diferentes, veio também demonstrar que não vinha para cobrar a maneira como fora expulso da vida, na existência anterior, assado numa fogueira inquisitorial. Vinha, sim, desfazer um equívoco: Não era ele um ateu e um ímpio. Fora e continua sendo um filósofo no mais estrito sentido do termo. Cantou em vida o seu respeito pela verdade, dignificando a fé. E continua, nas planuras espirituais, a cantar as verdades eternas, ensinando a verdadeira posição do cristão crente em Deus, conforme o atestam estes versos do poema O Padre João, em "Parnaso de Além-Túmulo", com os quais encerramos este artigo:

"É um blasfemo quem crê que em teus nichos e altares
Guarda-se a essência pura e imácula de Deus;
Eu vejo-O, desde a flor às luzes estelares,
Na piedade, no amor, na imensidão dos céus!
Ó Igreja! o dogma frio é um calabouço escuro,
E eu quero abandonar a noite da prisão;
Prefiro a liberdade e a vida no futuro,
Guiando-me o farol da fúlgida Razão.
Desprezo-te, ó torreão de séculos trevosos,
Ruínas de maldade estúltica a cair,
Eu quero palmilhar caminhos luminosos
Que minhalma entrevê na aurora do porvir!"




quarta-feira, 25 de julho de 2012

25 de julho



 25 Julho

  Por que acumular na existência
tesouro de falso valor
que só compromete a consciência,
causando ao Espírito dor?

Inaldo Lacerda Lima

in ‘Lira da Redenção”
 (1ª Ed  1998  G E E Paulo de Tarso Goiânia Go)



segunda-feira, 16 de julho de 2012

16 de Julho



 16 Julho



Segue do Cristo as plácidas pegadas,
vive o Evangelho santo e luminoso
e, após venceres todas as jornadas,
por Deus serás achado virtuoso!


Inaldo Lacerda Lima

in ‘Lira da Redenção”
 (1ª Ed  1998  G E E Paulo de Tarso Goiânia Go)