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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O suborno dos guardas

 


O Suborno dos Guardas

          28,11   Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos sacerdotes. 28,12      Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma importante soma em dinheiro, ordenando-lhes: 28,13  Vós direis que seus discípulos vieram retirá-Lo à noite, enquanto dormíeis. 28,14 Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e o tiraremos das dificuldades. 28,15 Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E, essa versão, é, ainda hoje, espalhada entre os judeus.


         Para   Mt (28,11-15), -O Suborno dos Guardas - encontramos em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão,  a orientação sobre essa passagem do evangelho:

             “A esse tempo, alguns dos guardas foram à cidade e referiram aos sacerdotes o que sucedera. Estes se reuniram em conciliábulo com os anciães e deram grande soma de dinheiro aos soldados, recomendando-lhes que dissessem:

            “ -Seus discípulos vieram durante a noite e o roubaram, enquanto dormíamos.”

            Os soldados receberam o dinheiro e fizeram o que lhes tinha sido recomendado. E, até hoje, essa versão, que então se espalhou, tem curso entre os judeus. (Mt 28,11-15) 


             O Suborno das Consciências persistiu até hoje. Leiamos “O Evangelho Segundo O Espiritismo ”,de Allan Kardec, que, em  seu Cap. I, nos oferece uma psicografia de Fénelon, recebida em 1861: 

            “Um dia, Deus, na sua caridade inesgotável, permitiu ao homem ver a verdade dissipar as trevas; esse dia foi o advento do Cristo.

            Depois da luz viva, as trevas voltaram; o mundo, depois das alternativas de verdade e de obscuridade, se perdeu de novo.

            Então, à semelhança dos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se põem a falar e a vos advertir: o mundo foi abalado em suas bases; o raio estourará; sede firmes!

            O Espiritismo é de ordem divina, uma vez que repousa sobre as próprias leis da Natureza, e crede que tudo o que é de ordem divina tem um objetivo grande e útil.

             Vosso mundo se perdia; a ciência, desenvolvida às expensas do que é de ordem moral, em tudo vos conduzindo ao bem estar material, revertia em proveito do espírito das trevas.

             Vós o sabeis, cristãos, o coração e o amor devem caminhar unidos à ciência. O reino do Cristo, após dezoito séculos, e malgrado o sangue de tantos mártires, ainda não chegou.

             Cristãos, tornai ao Mestre que quer vos salvar.

            Tudo é fácil àquele que crê e que ama; o amor o enche de uma alegria inefável.

            Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sempre; curvai-vos sob o sopro precursor da tempestade, a fim de não serdes derrubados; quer dizer, preparai-vos, e não vos assemelheis às virgens estouvadas que foram apanhadas de surpresa à chegada do esposo.

          A revolução que se prepara é antes moral que material, os grandes Espíritos, mensageiros divinos, insuflam a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardentes, façais ouvir vossa humilde voz, porque vós sois o grão de areia, mas sem grãos de areia não haveria montanhas.

             Assim, pois, que estas palavras: nós somos pequenos, não tenha mais sentido para vós.

            A cada um sua missão, a cada um seu trabalho.

            A formiga não constrói o edifício da sua república e os animálculos imperceptíveis não erguem os continentes? A nova cruzada começou; apóstolos da paz universal e não de uma guerra. São Bernardos modernos, olhai e marchai em frente: a lei dos mundos é a lei do progresso.”

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Ressurreição



Ressurreição

28,01 Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo, 
28,02  E eis que houve um violento tremor de terra: Um anjo do Senhor, descendo céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. 
28,03  Resplandecia como relâmpago e suas  vestes   eram  brancas   como   a   neve.
28.04 Vendo isso, os guardas pensaram que morreriam de pavor. 
28,05  Mas, o anjo disse às mulheres: -Não temais! Sei que procurais a Jesus que foi crucificado. 
28,06 Não está aqui. Ressuscitou, como disse. Vinde e vede o lugar em que Ele repousou. 
28,07 Ide depressa e dizei aos discípulos que Ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galiléia. Lá O haveis de rever, eu vo-lo disse. 
28,08 Elas se afastaram prontamente do túmulo, com certo receio, mas, ao mesmo tempo, com alegria. E correram a dar a Boa Nova aos discípulos.       

             Para Mt (28,1-8) -Ressureição / Desaparecimento do Corpo de Jesus - leiamos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”: 

            “As narrativas de Mateus, Marcos e Lucas, confrontadas com a de João (20,1-18), da qual não devem ser separadas, reciprocamente se completam, pois que a cada Evangelista coube, segundo as vistas do Alto, uma parte especial da narração completa, que todos fizeram. Daí resulta que, coordenando-se as quatro narrativas, os fatos vêm a ficar estabelecidos de modo integral, assim no conjunto, como nos detalhes.

            Ao que todos então acreditavam, como cumpria acontecesse, pelos motivos já expendidos, Jesus se achava revestido de um invólucro material humano, tal qual os nossos, de sorte que, também na opinião de todos, sofrera morte real, como a sofremos.

            A presença das mulheres no sepulcro era esperada e o embalsamento do corpo, sobre o qual iam derramar perfumes, tinha que se efetuar, logo que despontasse o Sol no primeiro dia da semana por vir. (Marcos 16,1; Lucas 23,55-56).

            Passando o dia de sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de Salomé, Joana  e as outras que a eles andavam juntas partiram alta madrugada e chegaram ao sepulcro ao nascer do sol, levando os aromas que haviam comprado e preparado para o embalsamento do corpo de Jesus (Mateus 28,1; Marcos 16,1-2; Lucas 23,55-56 e 24,1)

            Diziam entre si: “Quem nos tirará a pedra da entrada do sepulcro?” (Mc 16,3)

            De repente, um grande terremoto se fez sentir e no mesmo instante a pedra que fechava a entrada do sepulcro foi atirada para o lado, enchendo-se os guardas de tal pavor, que ficaram como mortos. Então as mulheres viram (elas e não os guardas, pois só elas eram médiuns videntes e, além disso, audientes) um anjo do Senhor (um espírito superior), cujo semblante resplandecia qual relâmpago e cujas vestes eram alvas como a neve, que, tendo descido do céu, se assentara sobre a pedra por ele removida do lugar. (Mateus 28,2-4)

            É o que as narrações de Marcos, Lucas e João, incompletas pela omissão dos pormenores, referem dizendo: “que Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de Salomé, olhando, deram com a pedra, que era muito grande, já removida.” (Mc 16,4); “que as mulheres encontraram removida a pedra que fora colocada à entrada do sepulcro” (Lucas 24,2); - “que Maria Madalena viu que a pedra fora tirada do sepulcro”. (João 20,1)

            O anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Vós outras nada temais, porquanto sei que procurais a Jesus, que foi crucificado. Ele aqui não está, pois que ressuscitou como o dissera. Vinde e vede o lugar onde o lugar onde o Senhor fora colocado. Dai-vos pressa de ir dizer a seus discípulos que o Mestre ressuscitou. Ele vos precederá na Galileia; lá o vereis, eu vô-lo predigo. (Mateus 28,5-7)

            Entrando no sepulcro (com o anjo que lhes acabava de falar), viram elas um outro anjo (um Espírito), que tomaram por um mancebo, sentado do lado direito do sepulcro, envolto em alvo manto, e ficaram muito espantadas. (Marcos 16,5)

            Foram esses dois anjos ou Espíritos que, perturbadas, elas tomaram por dois homens. (Lucas 24,3-4)

            Tendo penetrado no sepulcro, não acharam lá o corpo do Senhor Jesus, o que lhes causou grande consternação. E como, por efeito do medo que de todas se apoderou, ficaram imóveis a olhar para o chão, os dois anjos (ou Espíritos) lhes disseram: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui; ressuscitou. Lembrai-vos do que vos declarou quando ainda se achava na Galiléia, dizendo: Cumpre que o filho seja entregue às mãos dos pecadores, seja crucificado e ressuscite ao terceiro dia .”

             Elas então se lembraram das palavras de Jesus (Lucas 24,3-8).  O anjo que estava sentado à direita do sepulcro lhes disse:

“ -Não vos assusteis. Buscais a Jesus de Nazaré, que foi crucificado; Ele ressuscitou; não está aqui; vede o lugar onde o puseram. Mas, ide dizer a seus discípulos e a Pedro que Ele vos precederá na Galiléia. Lá o vereis, conforme Ele disse (Marcos 16,6-7)

            Elas saíram imediatamente do sepulcro, amedrontadas, mas, ao mesmo tempo, cheias de contentamento, e fugiram. Nada a ninguém disseram, tal o pavor de que se achavam possuídas. Correram a noticiar, a contar tudo aquilo aos discípulos, aos onze apóstolos e a todas as demais pessoas.  (Mateus 28,8; Marcos 16,8; Lucas 24,6).”  

           

domingo, 16 de agosto de 2020

O túmulo é vigiado..



O Túmulo é Vigiado

27,62 No dia seguinte - isto é, o dia seguinte da preparação - os sacerdotes e os fariseus dirigiram-se, todos juntos, à casa de Pilatos 
27,63  E disseram-lhe: -Senhor, nós nos lembramos do que Aquele impostor disse, enquanto vivia: “ - Depois de três dias, ressuscitarei!” 
27,64 Ordena, pois, que seu sepulcro seja vigiado até o terceiro dia. Os seus discípulos poderiam vir roubar o corpo e dizer ao povo: 
          "- Ressuscitou dos mortos!" E esta impostura seria pior que a primeira. 
27,65 Respondeu Pilatos: - Tendes uma guarda. Ide e guardai-O como o entendeis. 
27,66 Foram, pois, e selaram o sepulcro com uma pedra e colocaram guardas.  

          Para Mt (27,62-66) -O Túmulo é Vigiadoleiamos  a  Antônio  Luiz  Sayão, em
 “Elucidações Evangélicas”:

            “Os Judeus haviam percebido a importância das palavras de Jesus e a voz íntima de suas consciências lhes fazia temer fossem verdadeiras tais palavras. Daí o cuidado que tiveram de vigiar o sepulcro.

            A guarda deste, porém, foi confiada a soldados da milícia romana, pois que os Judeus não dispunham de exército, nem comando militar.

            Os sacerdotes e os fariseus, que sabiam haver Jesus dito que “ressuscitaria” três dias depois de sua “morte”, tinham o maior interesse em lhe conservar o corpo, como peça de convicção, como elemento de prova, a fim de poderem confundir o Mestre e seus discípulos, mostrando o cadáver do primeiro ao povo, caso estes últimos tentassem espalhar o boato da ressurreição. Tomaram, pois, todas as precauções para uma vigilância eficaz, esperando passasse a festa do sábado, para obterem que a autoridade assumisse o encargo de vigiar a gruta. Assim, quando foram falar a Pilatos, sabiam muito bem que o corpo estava no sepulcro e, só depois de verificarem que lá estava, foi que selaram a pedra e postaram os guardas a vigiá-lo. Exatamente porque tinham verificado que o corpo continuava no sepulcro, foi que, quando alguns guardas lhes relataram o que ocorrera, eles, os sacerdote e os fariseus, se reuniram aos anciães e combinaram dar grande soma de dinheiro aos soldados, para que espalhassem que, durante a noite, enquanto dormiam, o corpo de Jesus fora subtraído pelos seus discípulos.

            Portanto, não pode ser posta em dúvida a permanência do corpo no sepulcro, ao serem colocados os guardas, nem o emprego de todas as cautelas, por parte dos encarniçados inimigos do Senhor e por parte de quantos se denunciavam interessados em apontá-lo como embusteiro, para que não se desse a subtração do mesmo corpo.”

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O Sepultamento



O Sepultamento
 27,57  À tardinha, um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus, 
27,58 Foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos cedeu-o. 27,59  José tomou o corpo, envolveu-O num lençol branco        
27,60   E O depositou num sepulcro novo que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois, rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro  e  foi-se embora.    
27,61  Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo.           
         Para Mt (27,57-61), -Sepultamento - encontramos em “Elucidações Evangélicas” (FEB), de Antônio Luiz Sayão, orientação sobre essa passagem:

            “José de Arimatéia e Nicodemos tiraram da cruz o corpo de Jesus, embalsamaram-no com uma preparação de áloes e mirra e o depositaram num sepulcro que ainda a ninguém servira, aberto na rocha, num horto pertencente ao primeiro.

            Destruí este templo e eu o reconstruirei em três dias”, dissera Jesus, respondendo aos Judeus, que lhe pediam um milagre, um sinal, com que provasse o seu poder (João 2,19). Falando nesses termos do seu corpo, que era o templo a que se referia, aludia o divino Mestre ao que viria a chamar-se a sua “ressurreição.” 

            Confrontem-se com essas palavras suas os fatos que ocorreram no cimo do Calvário, de modo tão frisante, para que impressionassem os homens daquela e de todas as épocas e não deixassem dúvida sobre a sua realidade; - confrontem-se as mesmas palavras com estas outras por Ele proferidas, em referência não só ao sacrifício do Gólgota, mas também ao desaparecimento do seu corpo de dentro do sepulcro, estando selada a pedra que o fechava, ao seu reaparecimento depois desse sacrifício, às suas desaparições durante o desempenho da sua missão pública, sempre que se ocultava aos olhares humanos: “Deixo a vida para a retomar; ninguém ma tira; sou Eu que a deixo por mim mesmo; tenho o poder de a deixar e tenho o poder de a retomar; é este um mandamento que recebi de meu Pai (João 10,17-18); confrontem-se as citadas com estas outras: “Vós sois aqui de baixo, Eu, porém, sou do Alto; vós sois deste mundo, mas Eu não sou deste mundo (João 8,23); desci do céu, não para fazer a minha vontade   mas a  daquele   que  me   enviou (João 6,38); ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho que está no céu (João 3,13)”; -confrontem-se todas essas proposições e ver-se-á que elas assinalam de modo evidente e tornam inquestionável a origem extra humana de Jesus; fazem certo, indiscutível que, sendo sempre Espírito, debaixo daquele envoltório fluídico, tangível, Ele lia por si mesmo o pensamento dos homens e lhes penetrava as intenções.

            Ora, sendo Ele sempre Espírito livre das constrições da matéria corporal humana, é claro que sua morte, que os homens consideraram real, Foi meramente aparente e que o que se chamou a sua Ressurreição não foi mais que um reaparecimento que Ele levou a efeito, retomando o corpo de que estivera antes revestido, de natureza perispirítica, com a aparência do corpo humano ”. 
        
         Para Mt (27,57-61),  encontramos em “A Gênese”, de Allan Kardec, no seu Cap. XV,   a orientação:

            “O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma subtração clandestina.

            Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais que uma aparição tangível.; numa palavra: uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas aparentes. Assim foi que, dizem, seu corpo, voltado ao estado fluídico, pode desaparecer do sepulcro e com esse mesmo corpo é que ele se teria mostrado depois de sua morte.

            É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluidos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres. Trata-se, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se os fatos a confirmam ou contradizem.

            A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida. Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias da sua vida, revela os caracteres inequívocos da corporeidade.  São acidentais os fenômenos de ordem psíquica que nele se produzem e nada têm de anômalos, pois que se explicam pelas propriedades do perispírito e se dão, em graus diferentes, noutros indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. É tão marcada a diferença entre os dois estados, que não podem ser assimilados.

            O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente das dos fluidos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Ao penetrar no corpo material, um instrumento cortante lhe divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, cessa-lhes o funcionamento e sobrevem a morte, isto é, a do corpo. Não existindo nos corpos fluídicos essa coesão, a vida aí já não repousa no jogo de órgãos especiais e não se podem produzir desordens análogas àquelas. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão. Tal a razão por que não podem morrer os corpos dessa espécie e por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres, não podem ser mortos.

            Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi  sepultado como o são de ordinário os corpos e todos o puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz; donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo.

            Por virtude das suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Quem sofre não é o corpo, é o Espírito recebendo o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo sem Espírito, absolutamente nula é a sensação. Pela mesma razão, o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos, visto que estes resultam da alteração da matéria, donde também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente.

            Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais.

            Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplos de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice das amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior. Numa palavra: ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Tais as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem.

            Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.”

       Nota do Compilador: Como vemos, as opiniões registradas pelos dois autores, já desencarnados, são para alguns contraditórias. Na realidade, entendemos como progressivas que, aliás, é a posição expressa por Bezerra e tantos outros orientadores espirituais.  
   
                           

domingo, 2 de agosto de 2020

"Sim, sim; Não não".


“Sim, sim; Não, não.”
Antônio Luiz Sayão
por Olímpio Giffoni
(em sessão do Grupo Ismael, na FEB, em 4-11-71)

Reformador (FEB) Agosto 1972

            Em serviço na leira do bem, onde marcamos nossos passos ao compasso do bordão do bom pastor, seguimos com calma e tranquilidade o caminho, certos de estarmos sendo vigiados e protegidos por divina presença.

            Enquanto obedientes à Voz do pastor, não nos atingirão os lobos ocultos na estrada. Somente os invigilantes que se prendem às fantasias e se descuidam, retardando os passos, é que são envolvidos pelas forças inferiores. Ao serviço de Jesus, teremos sempre que defrontar aqueles que ainda tendem a servir como Judas e sacrificam os próprios ideais. Isto é esperado, pois também esta foi lição exemplificada por Jesus. Mas, afrontando as mais pesadas injúrias e incompreensões, teremos de ser positivos, sustentando com humildade, bem alto, a bandeira que nos cabe carregar. Ao serviço de Jesus, não se pode agradar a dois senhores. Agindo, no entanto, sem violência, mas, ao contrário, com humildade e amor, temos de nos decidir com o “sim, sim; não, não” do Evangelho.

            A verdade virá em toda a sua luminosidade, ofuscando os que não querem entendê-la. Porém, é preciso paciência, tolerância, aguardar que o tempo faça o que nem sempre nos é possível fazer hoje.

            A lição da cruz permanece viva para nós, mas muitos ainda não a entenderam em seu verdadeiro significado. Assim como ela renasce cada dia, para os homens, como um convite à renúncia do mundo, o nosso esforço e de quantos passaram por esta Casa servindo ao Senhor na sustentação do seu Evangelho em verdade e vida, ficará para que outras gerações encontrem o roteiro de luz indispensável. Guardai paciência e humildade. Eles retomarão, um dia, em busca daquilo que hoje mantemos com amor, certos de que esta é a vontade de nosso bom Anjo Ismael.

sábado, 13 de junho de 2020

A posição do Espírita



A posição do Espírita
por Antônio Luiz Sayão
Mensagem recebida no Grupo Ismael (FEB) 12-12-1976
Reformador (FEB) Maio 1976

            Desça sobre nós o amparo da Virgem Santíssima.
            Serenemos nossos corações diante das rudezas que o mundo nos reserva, sem que nos afeiçoemos à serenidade enganosa do remediado está o que não tem remédio, uma vez que já entendemos que sempre haverá, dos Céus, o acréscimo de misericórdia, porque Deus prevê os acréscimos de nossa intolerância.

            Consideremos a posição do Espírita de rara importância diante das renovações sociais que, aos poucos, se impõem às estruturas esgotadas de nossa sociedade em decadência. Não decaem os homens, pois o Espírito não retrograda: decaem os conceitos da maioria, em ligação com a influência agressiva dos que ainda não se elevaram. Os que já se libertaram não retornarão ao poço das culpas.

            Consideremos a medição do grau das tensões mundiais, através do termômetro do Cristianismo: este é. em suma, c dever primordial do Espírita; avaliar para oferecer solução, exemplificando. É a temperatura do corpo que acusa o medicamento a ser ministrado. Remédio correto para a moléstia clara. Vale isso para o corpo humano, limitado; só em caráter extremamente relativo poder-se-á aplicá-lo às moléstias sociais: os males do mundo, se costumam resumir-se numa só origem - orgulho -, exigem tal complexidade de considerações, para que sejam sanados, que não poderemos considerar nada relativamente: precisaremos ser absolutos em nosso relativismo, uma vez que não podemos ser essencialmente absolutos. Não haverá planos incomunicáveis para a cura lenta da ferida social. Necessitaremos aliar a atuação junto ao indivíduo à ação constante e incansável nos alicerces da sociedade: há que se agir do indivíduo para o grupo, assim como, concomitantemente, do grupo para o indivíduo. E será este o meio único de encontrarmos o ponto de intersecção entre as necessidades do homem e as imperiosidades da sociedade, de que aquele vem a ser uma parcela.
           
            Há de ser o Espiritismo - e só ele - o Grande Apóstolo dos tempos novos, o único capaz de manter a serenidade perante os desafios do quotidiano; há de ser ele o só bálsamo a que a sociedade será permeável, não em razão de ser o Espiritismo a panaceia que creem muitos, mas, sim, a organização divina que age sobre o íntimo de cada criatura, levando-a à reformulação de antigos preconceitos; o único fio de pensamento capacitado a manter-se lúcido ante as loucuras dos tempos modernos, que de novos só têm a reação que, finalmente, se faz vista, mas que procede de velhas aberrações da humanidade.

            Caberá ao Espírita não permitir que o Espiritismo se transforme em mais uma seita, em mais um punhado de dogmas e preconceitos. Caberá ao Espírita zelar pela manutenção da base doutrinária, que é a sua pureza, Que, no entanto, a vigilância dê o alarma, quando, para neutralizar um exagero, estivermos penetrando em outro; e que jamais se entenda por pureza doutrinária quer a estagnação quer a fantasia, ambas primacialrnente contrárias aos princípios codificados por Kardec, e que outros não vêm a ser senão os que foram estabelecidos não pelos homens, mas em razão dos homens, e sempre em consonância com planos que nos escapam de muito à compreensão, e que nos cabe, aos poucos, segundo as necessidades das épocas, filtrar, em ideias personalíssimas, e cumprir, com a perfeição possível, porque também neles o selo divino se estampou por presciência, a favor dos homens.

            Cumpramos, pois, com nossas tarefas, certificados de que o Senhor não indagará de nós a que pensamento nos filiamos, senão a que obras de amor nos demos, com todas as forças de nosso Espírito.  


quinta-feira, 11 de junho de 2020

O sepultamento



O Sepultamento
A palavra de Mateus

27,57 À tardinha, um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus,
27,58 Foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos cedeu-o.
27,59 José tomou o corpo, envolveu-O num lençol branco 
27,60 E O depositou num sepulcro novo que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois, rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora.
27,61   Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo.                                                                                                       

            Para Mt (27,57-61), -Sepultamento - encontramos em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão, a orientação sobre essa passagem:

            “José de Arimatéia e Nicodemos tiraram da cruz o corpo de Jesus, embalsamaram-no com uma preparação de óleos e mirra e o depositaram num sepulcro que ainda a ninguém servira, aberto na rocha, num horto pertencente ao primeiro.
            “Destruí este templo e eu o reconstruirei em três dias”, dissera Jesus, respondendo aos Judeus, que lhe pediam um milagre, um sinal, com que provasse o seu poder (João 2,19). Falando nesses termos do seu corpo, que era o templo a que se referia, aludia o divino Mestre ao que viria a chamar-se a sua “ressurreição.” 
            Confrontem-se com essas palavras suas os fatos que ocorreram no cimo do Calvário, de modo tão frisante, para que impressionassem os homens daquela e de todas as épocas e não deixassem dúvida sobre a sua realidade; - confrontem-se as mesmas palavras com estas outras por Ele proferidas, em referência não só ao sacrifício do Gólgota, mas também ao desaparecimento do seu corpo de dentro do sepulcro, estando selada a pedra que o fechava, ao seu reaparecimento depois desse sacrifício, às suas desaparições durante o desempenho da sua missão pública, sempre que se ocultava aos olhares humanos: “Deixo a vida para a retomar; ninguém ma tira; sou Eu que a deixo por mim mesmo; tenho o poder de a deixar e tenho o poder de a retomar; é este um mandamento que recebi de meu Pai (João 10,17-18); confrontem-se as citadas com estas outras: “Vós sois aqui de baixo, Eu, porém, sou do Alto; vós sois deste mundo, mas Eu não sou deste mundo (João 8,23); desci do céu, não para fazer a minha vontade mas a  daquele que me enviou (João 6,38); ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho que está no céu (João 3,13)”; -confrontem-se todas essas proposições e ver-se-á que elas assinalam de modo evidente e tornam inquestionável a origem extra humana de Jesus; fazem certo, indiscutível que, sendo sempre Espírito, debaixo daquele envoltório fluídico, tangível, Ele lia por si mesmo o pensamento dos homens e lhes penetrava as intenções.
            Ora, sendo Ele sempre Espírito livre das constrições da matéria corporal humana, é claro que sua morte, que os homens consideraram real, foi meramente aparente e que o que se chamou a sua Ressurreição não foi mais que um reaparecimento que Ele levou a efeito, retomando o corpo de que estivera antes revestido, de natureza perispirítica, com a aparência do corpo humano ”. 
           
            Para Mt (27,57-61), encontramos em “A Gênese”, de Allan Kardec, no seu Cap. XV, a orientação:

            “O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma subtração clandestina.
            Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais que uma aparição tangível; numa palavra: uma espécie de agênere. Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas aparentes. Assim foi que, dizem, seu corpo, voltado ao estado fluídico, pode desaparecer do sepulcro e com esse mesmo corpo é que ele se teria mostrado depois de sua morte.
            É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluidos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres. Trata-se, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se os fatos a confirmam ou contradizem.
            A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida. Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias da sua vida, revela os caracteres inequívocos da corporeidade. São acidentais os fenômenos de ordem psíquica que nele se produzem e nada têm de anômalos, pois que se explicam pelas propriedades do perispírito e se dão, em graus diferentes, noutros indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. É tão marcada a diferença entre os dois estados, que não podem ser assimilados.
            O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente das dos fluidos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Ao penetrar no corpo material, um instrumento cortante lhe divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, cessa-lhes o funcionamento e sobrevêm a morte, isto é, a do corpo. Não existindo nos corpos fluídicos essa coesão, a vida aí já não repousa no jogo de órgãos especiais e não se podem produzir desordens análogas àquelas. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão. Tal a razão por que não podem morrer os corpos dessa espécie e por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres, não podem ser mortos.
            Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos o puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz; donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo.
            Por virtude das suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Quem sofre não é o corpo, é o Espírito recebendo o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo sem Espírito, absolutamente nula é a sensação. Pela mesma razão, o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos, visto que estes resultam da alteração da matéria, donde também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente.
            Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais.
            Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplos de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice das amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior. Numa palavra: ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade. Tais as consequências lógicas desse sistema, consequências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem.
            Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.”

segunda-feira, 1 de junho de 2020

A Vinda do Reino de Deus


Vinda do Reino de Deus  Ei-lo aqui! ou...Ei-lo ali!          
17,20 Interrogado pelos fariseus quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: “ -Não vem o Reino de Deus com visível aparência”;  
17,21 nem se dirá: -Ei-lo aqui! -Ei-lo ali! Pois o Reino de Deus já está no meio de vós!” 
17,22  Mais tarde Ele  explicou aos discípulos: “-Época virá em que desejareis ver um só dia do Filho e não o vereis; 
17,23  Então vos dirão: Ei-lo aqui! Ei-lo ali! Não deveis sair nem os seguir, 
17,24  pois, como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até à outra, assim brilhará o Filho no seu dia; 
17,25 É necessário, porém, que primeiro Ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração; 
17,26 como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá, do mesmo modo, nos dias do Filho.” 17,27  Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos.

                Do livro “Segue-me!”, de Emmanuel por Chico Xavier, extraímos o trecho a seguir, para Lc (17,20) Não vem o Reino de Deus com visível aparência:

            “A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência. Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.

            A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico. A Ciência ganha a higiene. O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.

            A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas, num só instante, na mesma faixa de pensamento. A escola abrilhanta o cérebro. A técnica orienta a indústria. Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança. O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.

            Entretanto, estaremos diante de civilização impecável? À frente desses empórios resplandecentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, nas bases da Codificação do Espiritismo.

            Perguntando eles “por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa”. através da Questão nº 793, constante de “O Livro dos Espíritos”, deles recebeu a seguinte resposta:

            “Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram  e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.” 

            Espíritas! Irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; para edificá-lo não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz em nossas mãos. Reflitamos nisso.”

            Ainda para Lc (17,20)- leiamos em “Bênção de Paz”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Dominarás a gramática, adquirindo fino lavor verbalista na ciência da expressão, mas enquanto não articulares a própria linguagem na luz da sinceridade e da compreensão, a tua palavra, conquanto primorosa, não renovará a ninguém.

            Indicarás a trilha exata da beneficência através de preciosos conselhos, mas enquanto não te dispuseres a percorrer a estrada do desprendimento, no auxílio aos semelhantes, embora ajudes indiretamente a quem te ouça, andarás órfão de teus próprios avisos.

            Pregarás tolerância, movimentando conceitos sublimes, mas enquanto não deres de ti mesmo em abnegação e humildade, na desculpa que ofertas, não farás claridade no coração a fim de acertar com o próprio caminho.

            Levantarás magnificentes construções terrestres, mas enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alicerçado no dever nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína tranqüilidade.

            Honrarás os teus familiares e amigos como seres extremamente queridos, mas quando não compreenderes que as esperanças e as necessidades deles são iguais às do próximo, com o mesmo direito à bênção de Deus, não conquistarás em favor de ti a cidadania do Universo.

            Desfrutarás admiração e apreço, com espetáculo de prestígio e renome, mas enquanto essas realizações não te repercutirem na vida íntima, em forma de alegria oculta pelas obrigações irrepreensivelmente atendidas, ainda mesmo à custa de supostos fracassos e prejuízos, no campo das experiências materiais, nenhuma demonstração de estima pública te adiantará no reino do espírito, onde, em verdade, se te vincula a vida real.

            Melhoraremos o mundo em derredor de nós, aperfeiçoando a nós mesmos. Capacita-te de que, depois das tarefas executadas no plano físico, possuirás tão somente a extensão e a quantidade de céu que houveres edificado dentro de si.”

          De “Caminho, Verdade e Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier, coletamos o trecho que se segue, para Lc (17,23) -Ei-Lo aqui! ou Ei-Lo Alí!:
       
            “As exortações do Mestre  aos discípulos são muito precisas para provocarem qualquer incerteza ou indecisão.

            Quando tantas expressões sectárias requisitam o Cristo para os seus desmandos intelectuais, é justo que os aprendizes novos, na luz do Consolador, meditem a elevada significação deste versículo de Lucas.

            Na propaganda genuinamente cristã não basta dizer onde está o Senhor. Indispensável é mostrá-lo na própria exemplificação. Muitos percorrem templos e altares, procurando Jesus. Mudar de crença religiosa pode ser modificação de caminho, mas pode ser também continuidade de perturbação. Torna-se necessário encontrar o Cristo no santuário interior.

            Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas feições exteriores. É reformá-la para o bem no âmbito particular.

            Os que afirmam apenas na forma verbal que o Mestre se encontra aqui ou ali, arcam com profundas responsabilidades. A preocupação de proselitismo é sempre perigosa para os que se seduzem com as belezas sonoras da palavra sem exemplos edificantes.

            O discípulo sincero sabe que dizer é fácil, mas que é difícil revelar os propósitos do Senhor na existência própria. É imprescindível fazer o bem, antes de ensiná-lo a outrem, porque Jesus recomendou ninguém seguisse os pregoeiros que somente dissessem onde se poderia encontrar o Filho de Deus.”   

Vinda do Reino de Deus           
                 
 17,28 Também, do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot, os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam;    
17,29  No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminaram todos eles;
17,30 Assim será no dia em que o Filho  se manifestar. 
17,31  Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa, não desça para os tirar; da mesma forma, quem estiver no campo, não torne atrás; 
17,32  Lembrai-vos da mulher de Lot;   
17,33  Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas, todo o que a perder,   encontrá-la-á;
17,34  Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama: Um será tomado e o outro será deixado; 
17,35  Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada; 17,36  Dois homens estarão no campo: Um será tomado e o outro será deixado. 
17,37 Perguntaram-lhe os discípulos: -Onde será isto, Senhor? Respondeu-lhes: “ -Onde quer que esteja o corpo, ali se reunirão as águias.”

         Para  Lc (17,33) -O  que procurar salvar sua vida perdê-la-á... - leiamos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”(Ed. FEB): 

            “Compreendamos bem, em espírito e verdade, o pensamento de Jesus, dizendo, de um duplo ponto de vista, o que consta neste versículo. Aquele que só vive para o presente, preocupado unicamente em conservar a vida material, virá, mais cedo ou mais tarde, a perdê-la, pois que morrerá. Mas, como, ao perdê-la, não tenha cuidado do seu progresso espiritual, que é o em que consiste a salvação da alma, terá de recomeçar, achando assim de novo a vida que perdera e pela qual se lhe reabre a estrada que o conduzirá  a meta. Aquele que trata de salvar a vida espiritual perderá a vida material, mas achará do outro lado do túmulo a que não tem fim, a que ambicionava.”

            Para Lc (17,34-35) -Um será tomado e outro será deixado...- ainda desta fonte:

            “Como nem todos se acharão no mesmo grau de adiantamento, na época da purificação do planeta, forçoso será que haja uma escolha dos que possam continuar a reencarnar na Terra, uma vez concluída a separação do joio e do trigo.”

            Para  Lc (17,36-37) -Onde estiver o corpo aí se reunirão as águias... - leiamos, uma vez mais, da mesma fonte:

            “À sua resposta deu Jesus uma forma evasiva, pela mesma razão que muitas vezes falava servindo-se de figuras emblemáticas, isto é, porque os discípulos o não compreenderiam, se respondesse de modo preciso. Hoje, pela nova revelação, sabemos que as palavras do Mestre querem dizer: Por toda parte onde haja na Terra humanidade, haverá progresso e mudança e onde quer que a depuração se tenha completado, aí se reunirão os Espíritos purificados, os guias, os águias.”