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domingo, 29 de setembro de 2013

'Celeste Reconforto'



Celeste
 Reconforto
Redação
Reformador (FEB) Junho 1978

            Todos sabemos que é nos postos avançados de serviço que mais intensos se tornam os combates que o Bem e o Mal travam no mundo. Aqui, na Federação Espírita Brasileira, nenhum trabalhador, desde os primórdios da Instituição, até os dias atuais, foi jamais poupado de duras provações e difíceis testemunhos. Entretanto, é forçoso reconhecer que, de todas as formas de aflição que angustiaram e angustiam os operários de Ismael, a mais dolorosa sempre foi e continua sendo a incompreensão de valorosos confrades, de irmãos de ideal, de estimados companheiros de lutas redentoras.

            Quantos sofrimentos, nesse sentido, experimentou o próprio Bezerra de Menezes, na presidência da FEB! O testemunho de Allan Kardec, a esse respeito, é, por sua vez, impressionante: "Andei em luta com o ódio de inimigos encarniçados, com a injúria, a calúnia, a inveja e o ciúme - escreveu ele, ainda encarnado -; libelos infames se publicaram contra mim; as minhas melhores instruções foram falseadas; traíram-me aqueles em quem eu mais confiança depositava, pagaram-me com a ingratidão aqueles a quem prestei serviços.  A Sociedade de Paris se constituiu foco de contínuas intrigas urdidas contra mim por aqueles mesmos que se declaravam a meu favor e que, de boa fisionomia na minha presença, pelas costas me golpeavam. ( ... ) Nunca mais me foi dado saber o que é o repouso; mais de uma vez sucumbi ao excesso de trabalho, tive abalada a saúde e comprometida a existência." ("Obras Póstumas", FEB, 16ª ed., pp. 283/4.)

            De nossa parte, cumpre reconheçamos quão difícil é "sacudir o pó das sandálias" e superar, no silêncio da prece e do trabalho, aleivosias imerecidas e gratuitas incriminações.

            Por isso que, de tempos em tempos, os próprios Mentores da Espiritualidade, condoídos das chagas que as nossas almas ostentam, ofertam-nos, espontaneamente, verdadeiras cachoeiras de sacrossantos estímulos, através de mensagens extremamente confortadoras, para reanimar-nos o bom ânimo. Foi o que aconteceu no dia 20 de outubro de 1977, quando, em reunião do Grupo Ismael, os três médiuns em serviço receberam, simultaneamente, através da psicografia, páginas que não somente se afinam pelo mesmo diapasão de sentimentos, mas que representaram, para as nossas almas, uma chuva de bênçãos renovadoras.

            Certos de que inúmeros outros servidores de Jesus se beneficiarão igualmente com aqueles ditados sublimes, decidimos reproduzi-los aqui, esclarecendo, desde  logo, que não nos julgamos deles merecedores, e sim, apenas, com eles beneficiados.

            Uma das mensagens nos veio do grande Bittencourt Sampaio e foi recebida pelo médium Giffoni:

            "Meus amigos, a advertência que invariavelmente ouvis, para que vigieis e oreis, não são simples palavras de retórica para facilitar a compreensão das lutas e vicissitudes a que a vida vos condiciona e que são instrumentos do vosso aperfeiçoamento moral.

            Não, elas não são simples literatura dos vossos mentores espirituais; são, sim, uma advertência mais do que necessária, um imperativo da hora presente.

            Nossos irmãos encarnados e desencarnados que ainda necessitam da dor, como instrumento para renunciarem à condição humana, que os escraviza sem que disso se apercebam, cercam todos aqueles que levantam a bandeira do Evangelho como o caminho da redenção.

            Viveis as mesmas tentações que impuseram a Jesus, a fim de que Ele renunciasse à pregação que fazia, anunciando o Reino de Deus, e o levariam ao Gólgota, na tentativa de impedir a divulgação da Verdade.

            Sereis, a cada dia que passar, mais assediados pelos que não querem ver a Luz; e, para levar avante vossas tarefas, tereis que manter permanente comunhão com os enviados do Céu, mas esta comunhão só se obtém através da oração e da vigilância.

            Sereis, meus irmãos, tentados por todas as formas, mas tende confiança.

            Jesus é o nosso Pastor: Ele fala aos nossos corações, se lhe abrirmos as portas. Ele dará, se ainda isto lhe exigirem, a vida, para salvar-nos. Ele sofrerá junto com quantos estão no mundo lutando por fazer com que o seu Reino seja permanente nos nossos corações."



            Outra página, psicografada naquela noite, é uma formosa prece do Espírito Letícia:

            "Divino Jesus, Senhor Augusto e Soberano Mestre!

            Aqui estamos, em lágrimas de ternura e gratidão, ao lado de teus e nossos filhos! Eles enfrentam, Senhor, no grande oceano da vida terrena, os primeiros sopros fortes do vendaval que avança sobre a Tua Barca, e sentem no coração o frio da vigília que precede a manhã das batalhas decisivas.

            Percebem claramente, ó Mestre, que chega, veloz e silenciosa, a hora do testemunho, e sabem que não há como afrontar a realidade maior senão de alma aberta e confiada em Ti.

            Dá, porém, Augusto Condutor de nossas vidas, que eles percebam, mais clara e permanentemente que nem só cardos e pedras atapetam o chão áspero da senda a que a Tua Bondade os conduziu.

            Que eles recolham, no escrínio íntimo, as flores perfumosas e sinceras que o nosso afeto lhes oferece todos os dias e todas as noites.

            Que vejam, Mestre Amado, as nossas mães carinhosas a afagar lhes as frontes cansadas e a encorajá-los à batalha redentora!

            Ó Pastor Sublime, dá que eles se apercebam de que o nosso coração acompanha cada um dos seus passos, nossos braços secundam os seus braços, nossos olhos choram as mesmas gotas de pranto e contemplam, no longínquo Céu, as mesmas estrelas!

            São nossos irmãos muito amados - e mais - são nossos filhos, a quem acalentamos durante muitos séculos, no desdobrar-se incessante dos tempos, e a quem nem sempre soubemos encaminhar e defender.

            Agora, Glorioso Governador de nossas almas, somos compelidos a acompanha-los no silêncio do anonimato e na constância do amor, deixando-os, porém, livres e aparentemente sós, à frente dos vagalhões que vem vindo ao seu encontro.

            Confiamos neles, mas sobretudo confiamos em Ti, que a todos nos amparas e nos guias, para que, ó Redentor Excelso, o nosso sublime amanhã alvoreça maravilhoso, sobre nós, no firmamento sagrado que cobre esta Pátria bendita, em que replantaste, para o Novo Milênio, a Árvore Divina da Tua Boa Nova!"



            A terceira mensagem, de sublimal conteúdo, foi recebida pela médium Maria Cecília Paiva e veio do amorável Bezerra de Menezes:

            "POR MEU AMOR, ASSIM FARÁS!

            Hoje certamente já não existem os circos, onde os cristãos, martirizados, testemunhavam a fé e o amor.

            Não mais existem as fogueiras da "santa" Inquisição, que consumiam as vítimas indefesas, arrebanhadas no apostolado da mediunidade ou da fé exaltada em espírito e verdade.

            Desapareceram as cruzes, os cravos, as coroas de espinhos...

            Entretanto, o ódio acirrado das trevas prossegue sua faina destruidora, atingindo povos e nações, mas é no reduto daqueles que se consagram à bênção do estudo renovador, à sustentação da luz, no planeta, à intensificação do Bem e à propagação da Verdade, que esse ódio atinge a sua escalada maior, culminando muitas vezes no arrastamento, às sombras, das almas invigilantes.

            Todavia, por amor ao Mestre Divino, farás a tua parte.

            Perdoarás quanto for preciso.

            Olvidarás o nome dos portadores da sombra, esquecendo a calúnia.

            Orarás por teus inimigos.

            Vigiarás, de luz acesa, a tua noite e o teu dia, não por medo destruidor, mas para que não dês guarida a nenhum rastro vil da miséria oculta, ou do veneno tenebroso.

            Por amor do Senhor, participarás, confiante, de seu banquete celestial.

            Convidarás os coxos e os estropiados.

            Escreverás mensagens de fé.

            Erguerás, com júbilo dalma, o estandarte do Anjo Imaculado e, hasteando-o bem alto, proclamarás a tua fé.

            Não te deixes abater, mas confia.

            Sê forte e sereno n’Aquele que é a tua força e o teu vigor.

            Alimenta a chama sagrada do Amor no núcleo cristão e estende os olhos para a Terra da Promissão.

            Um dia, verás cintilar, no céu azul, mais intensamente, a formosa Estrela da Paz.

            Ouvirás o murmúrio das vozes, em preces de gratidão, e entoarás, com a alma festiva, o cântico dos anjos: Paz a todos os homens!..

            Por amor ao Senhor Divino, caminharás. E com Ele vencerás! 

            Deus seja louvado, hoje e sempre.”

            Bem sabemos que essas joias do Céu não nos foram entregues por merecimento especial, mas não podemos deixar de admitir, com o Divino Mestre, (Mateus, 10:10) que "digno é o trabalhador do seu alimento".


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

'O Homem Espíritual'



O Homem Espiritual

O homem, da vida espiritual, somente conhece débeis lucilações[1]. Embora tenha sua origem nas vibrações sutis da energia, ES experiências corpóreas impregnam-no tão fortemente das sensações materiais, que ele nasce, morre e renasce numa esfera de entorpecimento em que, à custa de dor e sob dificuldades aflitivas, somente se liberta ao longo das reencarnações.
As religiões, que têm a precípua finalidade de colocá-lo diante da sua e da divina consciência, sofrendo a influência dos seus pastores equivocados, ministram os ensinamentos humanizados, mais perturbando as aspirações libertadoras do der. Mantendo e espírito em nebulosa de equívocos e de inseguranças, da vida física fazendo o seu apoio e sustentação, pensa no espírito como sendo numa remota, impossível realidade, cuja compreensão lhe parece totalmente vã, graças aos fundamentos materiais em que alicerça as convicções.
Seria de crer-se que, provindo da esfera imortal para o mergulho no corpo físico, ficassem as claridades luminescentes da razão, isto é, as lembranças.    
Os renascimentos se fazem num automatismo lamentável, em que a morte, fora do corpo, e vida, no corpo, são termos de um mesmo redemoinho em que o ser se agita fora ou dentro da matéria com a mesma insegurança, sem mais amplas possibilidades de traçar o rumo para uma viagem consciente.
Quanto é complexo para o homem desprender-se dos bens materiais, vitimado pelo instinto de conservação da vida, que o impele a uma previdência absurda e ególatra, também se lhe torna difícil separar-se dos despojos materiais quando advém a morte, ou bloquear os centros das sensações, embebido pelas reminiscências corporais da jornada de que se deve desprender e não morrer. O desprendimento do corpo de maneira alguma se dá quando a máquina orgânica deixa de funcionar.
Morte não significa mudança real, em quem não se predispõe a realizar a viagem conscientizado de para onde vai, por que vai e o que deve levar consigo.
A lagarta que dorme ignora a borboleta que voará. Na histólise[2] do corpo, enquanto se alteram e se destroem as células orgânicas, o espírito que se acostumou a sobrenadar, não obstante as circunstâncias atávicas das amarras físicas, nenhuma dificuldade encontra para liberar-se dos condicionamentos materiais. No entanto, quem não tenha as experiências espirituais, os momentos de enlevo, não realizando os tentames com que se despoja das injunções carnais, mui dificilmente consegue liberar-se quando lhe advém a morte do corpo.
Tarefa ingente e imensa a de conscientizar as criaturas humanas quanto à fatalidade da vida espírita.
Os homens que vivem como se o suceder dos dias não lhes gastasse as células, envelhecendo-lhes a roupagem corporal, aproximam-se do fatalismo biológico pelo sucesso carnal em anestesia da razão.
Os homens vivem no corpo como se outra realidade jamais os surpreendesse.    
Os homens vivem na luta e sofreguidão das paixões humanas, em dar-se conta que dormir é indispensável para sonhar, e que sonhar é impositivo de libertar-se para sempre... Mergulhados na hipnose demorada dos centros da alma, quando sacudidos pelo terremoto da desencarnação, aturdem-se e deblateram, gritam e blasfemam, impões necessidades que são fictícias e exigem de Deus, pelo antropomorfismo[3] religioso a que se entregam, lhes atenda as vontades caprichosas, com que esperam mudar o destino inditoso que eles mesmos elaboraram e do qual se evadiram.
A improrrogável sucessão do tempo inapreciável e a tarefas das horas conseguem desgastar o granito, corroer os metais e modificar       a face teimosa do espírito humano, debelando nele a força constritora que mantém as paixões negativas, insculpindo a paixão do bem numa necessidade para ser feliz, ao mesmo tempo, investindo todas as forças pelo alcançar. No entanto, longe encontra-se o dia da realidade do espírito para o homem de bem na Terra.
Feliz o esforço de quem já vislumbra a tênue claridade do espírito na bênção do lar!
Minorar a situação generalizada da criatura do planeta, preparando-a para desencarnar com discernimento, é mister inadiável, a fim de não continuar a hibernação do corpo, no mundo espiritual, donde retornará sem haver-se percebido da grande transição transformadora e modeladora que lhe fará sofrer contingência mais precária de uma matéria limitada e obscura.
Quando cada homem esclarecido na verdade do espírito não concordar com o mundo materialista que o cerca, demonstrando pela conduta que, além da vida sensorial, há o mundo da energia pura e que, fora dos liames corporais, o mundo parafísico é uma realidade inequívoca, preparando as mentes, alertando-as, abrindo-as ao discernimento para melhor sentir e compreender, fácil será a renovação do Planeta.
Necessário, a seu turno, que esse homem medite diariamente quanto à sua vivência espírita, despojando-se, a pouco e pouco, dos enganos e equívocos, das prisões sem paredes, dos objetos e das paixões, de forma que se use, mas não se abuse, que conviva, mas não dependa, que experimente mas não se escravize às condições da aprendizagem corporal, onde se encontra transitoriamente realizando a marcha evolutiva, para que, em soando-lhe a hora da libertação, se lhe afrouxem os vínculos do cárcere corporal e possa ir mais rapidamente adquirindo a consciência da vida nova, que o deslumbra, fazendo a ponte de união com as experiências antes do berço, enriquecido pelos valores adquiridos durante a viagem do corpo que lhe assoma como bênção de luz, glória da vida, tesouro indestrutível, que lhe cumpre preservar, no rumo da sua libertação imortal.
 Letícia


por Hernani T. Sant’Anna
in Em Busca da Verdade(1ª Ed ‘Auta de Souza’ – 1996)



[1] Do Blog: brilhar, cintilar, luzir com pouco brilho.
[2] Do Blog: Dissolução de tecidos orgânicos.
[3] Do Blog: Cuja forma aparente evoca a de um ser humano.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

'Educar e Proteger'


Educar e Proteger
            
            Não argumentes com o que julgas serem as injustiças do mundo, porque tais injustiças, apenas aparentes, podem ser somente fantasiosas ou precárias, e por isso não influem tanto quanto parecem, e tornam seus autores responsáveis por todas as suas consequências.

            Ponderas-me, contudo, que tudo isso é muito belo, porém quase impraticável neste mundo. Tens razão.

            Para quase todas as pessoas, a vivência integral desse ideário ainda é deveras impossível. Nossa taxa de animalidade permanece muito alta, e as próprias condições de nossa vida planetária ainda não comportam semelhante realidade. Como se diz, a Natureza não dá saltos, nem se pode escamotear impunemente a verdade. Sublimação não se improvisa e qualquer progresso só lentamente se conquista, pouco a pouco, passo a passo, dia a dia, sempre ao preço de custoso esforço.

            É justo reconhecer que já avançamos bastante em nossos hábitos pessoais e sociais, embora continuemos na essência sempre os mesmos. Apesar dos vernizes de nossa cultura mais requintada, prosseguimos vivendo, uns com os outros, como animais ferozes, disputando espaços, precedências, regalias, vantagens e direitos, utilizando todos os recursos da sagacidade e da violência para satisfazer necessidades e caprichos.

            Nesse estado de guerra generalizada conflitam-se pessoas e países, tribos e nações, famílias e empresas, raças e religiões, invocando costumeiramente os princípios mais nobres e mais santos para mascarar e justificar as atrocidades, injustiças e ignomínias que perpetram nas selvas, nos campos, nas cidades, nos templos e nos lares.

            As diferenças são, porém, consideráveis e notórias entre os grupamentos e as pessoas, revelando os mais diversos graus de evolução que caracterizam indivíduos e coletividades. Nesse caldeirão de desigualdades, onde todos necessariamente são forçados a conviver, as dificuldades de afirmação dos melhores são inevitáveis e vultosas.

            Mas é esse o plano superior da evolução, que obriga os mais fortes a conduzir os mais fracos, os mais sábios a ensinar aos menos experientes, e os melhores a aprimorar os mais rudes.
            Situamo-nos, na verdade, numa posição intermediária na corrente da vida, entre os que estão acima e os que estão abaixo de nós, entre os irmãos maiores que nos educam e protegem, e os irmãos menores que o Pai, na sua sabedoria e no seu amor, nos impele a educar e proteger.
           
 Letícia
por Hernani T. Sant’Anna
inEm Busca da Verdade” (1ª Ed ‘Auta de Souza’ – 1996)



terça-feira, 20 de setembro de 2011

'Pensamentos e Palavras'


Pensamentos 
e Palavras

            Pensamento é força vibratória carregada de imagens e de sons, desejos e emoções, perguntas e respostas, capaz de afinizar-se ou de chocar-se com outros pensamentos, de outras mentes nas faixas vibratórias que percorra.

            Quanto maior for a sua intensidade, a sua potência, tão mais longe irá no espaço e no tempo, emitindo e captando mensagens e sensações, nas trocas que alimentam e definem as tuas posições na comunidade espiritual dos viventes.

            Convives mentalmente com aqueles que se afinam com as tuas vibrações, e é com eles que te encontrarás, quando teus olhos materiais definitivamente se fecharem.

            Faze bons amigos nas esferas do invisível e viverás rodeado de companheiros que te estimam.

            Como nunca deixas de pensar, nunca estás desacompanhado, nunca estás só.

            Quantas vezes te surpreendes com pensamentos inusitados que não parecem ser teus! E quantas emoções insuspeitadas experimentas no silêncio das tuas meditações despreocupadas!

            Quantas palavras pronunciadas, às vezes, como se não fossem tuas!

            Ah, as palavras!

            Cuidado com elas, porque condensam todos os recursos mentais do pensamento, revestidos de energia física, eletromagnética, que lhes aumenta de muito a potencialidade. Impregnam magneticamente os ambientes em que são pronunciadas, transmitem a quem são beneficamente dirigidas vigorosos estímulos curativos ou calmantes, ou agem devastadoramente, como petardos fulminantes, contra aqueles contra quem são agressivamente arremessados. Elas são o verbo criador, substancialmente fecundante, sementes vivas que nunca deixam de produzir frutos duradouros, de amor ou de ódio, de inquietação ou de paz. Quando escritas, tornam-se ainda mais poderosas, porque adquirem permanência, e no silêncio aparente das letras mortas vão influenciando indefinidamente os que as lêem, para o bem ou para o mal.

            Tão ou mais fortes que as palavras só os exemplos, os atos ou os fatos. 

            Às vezes, porém, o impacto verbal é de tal modo poderoso que chega a sobrepor-se aos próprios fatos, na impressão das pessoas atingidas.

            Cuida da tua paz, da paz do teu espírito, que na verdade é a única que depende inteiramente de ti, porque não podes evitar adversidades e problemas que fujam ao teu controle, nem a insânia dos outros, as perseguições e as malquerenças gratuitas, as injustiças inesperadas, as antipatias e as provocações que não mereças. Mas a paz do teu coração, essa podes sempre cultivar e defender, com a serena aceitação dos fatos inevitáveis, sem revoltas e sem ódios.
Letícia
por Hernani T. Sant’Anna
in “Em Busca da Verdade” (1ª Ed ‘Auta de Souza’ – 1996)


sábado, 17 de setembro de 2011

Sonhos


Sonhos
          Percebo-te, meu filho, a ansiedade, a inquietação. Consultas o calendário, conferes o relógio, anotas os dias, os anos, e contemplas o céu.
         Desde os anos mais tenros sonhas e esperas. Que radiosos castelos de esperanças ergueste nas florações da juventude! Com que frenesi te moveste no trabalho e no cultivo dos ideais, ao calor da madureza realizadora e vigorosa! E como ainda agora, nas luzes esmaecidas do crepúsculo que te acaricia, ergues ao firmamento uma muda interrogação, suplicando, sem palavras, uma resposta da vida!
         Aquieta, meu filho, o coração; repousa a mente no regaço divino e espera, sem datas e termos.
         A prudência da celeste sabedoria não se apressa. O rio do tempo corre sem preocupação e sem tardança para o mar da eternidade.
         Inexistem fronteiras para a evolução ou prazos para a felicidade.
         Tranquiliza-te e caminha.
         De repente, quando menos esperares, a suprema ventura te envolverá e acordarás nos seus braços sublimes, resplendentes de luz.

Letícia

por  Hernani T. Sant’Anna

in “Em busca da Verdade” (1ª Ed. Auta de Souza – 1996)



sexta-feira, 15 de julho de 2011

'Consolo'




Consolo 

Letícia
Psicografia de Hernani T. Sant’ Anna, no Grupo Ismael.
Reformador (FEB), pág. 148 -  Maio 1992.


Você errou. 
E o peso do fracasso abriu-lhe o abismo.
Arrependimento e pavor, vergonha e solidão.
Acusações implacáveis, receios infinitos.
A ironia é cruel. O sarcasmo fere e humilha.
Fugiu-lhe a confiança. 
Apagou-se-lhe nalma a luz da fé. 
Em seu coração agora é noite.
Nada, porém, resiste ao tempo. 
A noite também passa. 
E nada pode impedir que novo dia amanheça.
Não existem erros irreparáveis, pecados sem remissão, males sem remédio. Até a morte, que tudo parece destruir, transforma apenas.
Quem, senão Deus, jamais errou? 
Só ele pode julgar. E ele perdoa...
Mesmo agora, brilham na noite de sua alma o doce luar do meu carinho e as estrelas das minhas esperanças.
Na vida, ninguém está realmente só.
Nem será você uma exceção, meu filho!