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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Aparição na Galileia

 

Aparição na Galileia

          28,16   Os doze discípulos foram para a Galileia, para a montanha que Jesus lhes tinha destinado. 28,17  Quando O viram, adoraram-No. Entretanto, alguns hesitaram ainda, 28,18  Mas, Jesus, aproximando-Se, lhes disse: “Toda autoridade  me foi dada no Céu e na Terra. 28,19 Portanto, ide e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e dos  Santos Espíritos. 28,20  Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

          Para  Mt (28,19) -Ide e ensinai... - tomemos “Fonte Viva”(FEB), de Emmanuel por Chico Xavier:

             Estudando a recomendação do Senhor aos discípulos - ide e ensinai -, é justo não olvidar que Jesus veio e ensinou.

            Veio da Altura Celestial e ensinou o caminho de elevação aos que jaziam atolados na sombra terrestre. Poderia o Cristo haver mandado a lição por emissários fiéis... poderia ter falado brilhantemente, esclarecendo como fazer...

            Preferiu, contudo, para ensinar com segurança e proveito, vir aos homens e viver com eles, para mostrar-lhes como viver no rumo da perfeição.

            Para isso, antes de tudo, fez-se humilde e simples na Manjedoura, honrou o trabalho e o estudo no lar e, em plena atividade pública, foi o irmão providencial de todos, amparando a cada um, conforme as suas necessidades.

            Com indiscutível acerto,  Jesus é chamado o Divino Mestre.

            Não porque possuísse uma cátedra de ouro...

            Não porque fosse o dono da melhor biblioteca do mundo...

            Não porque simplesmente exaltasse a palavra correta e irrepreensível...

            Não porque subisse ao trono da superioridade cultural, ditando obrigações para os ouvintes...

            Mas sim porque alçou o próprio coração ao amor fraterno e, ensinando, converteu-se em benfeitor de quantos lhe recolhiam os sublimes ensinamentos.

            Falou-nos do Eterno Pai e revelou-nos, com o seu sacrifício, a justa maneira de buscá-lo.

            Se te propões, desse modo, cooperar com o Evangelho, recorda que não basta falar, aconselhar e informar. “Ide e ensinai”, na palavra do Cristo, quer dizer: “Ide e exemplificai para que os outros aprendam como é preciso fazer.”   

 

            Agora, a palavra do Dr. Bezerra de Menezes -Estarei contigo até a consumação dos Séculos, conforme lemos em “Veleiro de Luz”, psicografia de Mª Cecília Paiva:

             “Cumprindo sua promessa divina de que estaria com seus discípulos até a consumação dos séculos,  Jesus trouxe aos homens o coração ardente e vem fazendo a chamada para a tarefa cristã de seu apostolado.

            Em verdade, se sentes a fé grandiosa e sublime na vida imortal, se tens certeza que a vida terrestre é apenas um episódio passageiro, se vislumbras grandiosos panoramas além céu e sentes a necessidade de luz e progresso é porque Jesus se aproximou de teu coração e estua ao teu lado o Amor imensurável do Mestre.

            Se tua esperança na vida eterna é certa, se manténs a chama esmeraldina sempre acesa face aos sofrimentos, é porque Jesus está contigo, amando-te e doando-te a bênção da esperança.

            Se teu coração deseja minorar a amargura alheia, os olhos choram com os que sofrem e os lábios exprimem palavras de conforto e ânimo para os infelizes, se doas o que tens aos necessitados e ergues para a vida maior outras vidas que de ti se aproximam, indiferentes e desanimadas, é porque Jesus está ao seu lado, compelindo-te ao bem maior.

            Se guardas as palavras de vida eterna com ardor e fé e sentimentos a favor do irmão, é que Jesus habita contigo desde agora.

            Meu irmão, feliz irmão, que transitas neste mundo em busca de luz, conferiu-te o Mestre do Amor o dom sublime de Sua eterna presença, pela tua dedicação constante aos semelhantes.

            Ergue bem alto a tua lâmpada para que teus pés não  tropecem nas pedras do caminho, para que não tombes ao sabor dos obstáculos que surgirem.

            Ergue-a bem alto, esparzindo a luz da caridade por toda parte.

            Ao redor de ti formarão filas de necessitados do caminho; ao teu coração, hão de chegar os sedentos da vida; ao teu amor, virão os famintos do mundo.

            Levanta, pois, bem alto a lâmpada sublime, porque Jesus chegou e está contigo.

            Vence a batalha e apresenta triunfante a taça da vitória para a conquista de maiores troféus.

            Amigo meu, sigamos com Jesus. Ele está presente!”

 

         Para Mt (28,16-20), encontramos em “Ave Cristo”(FEB), de Emmanuel, recebido pela mediunidade de Chico Xavier, alguns trechos que nos orientam sobre o Cristianismo primitivo:

           

            “Dificilmente, à distância de séculos, poderá alguém perceber, com exatidão, a sublimidade do Cristianismo primitivo.

            Experimentados pela dor, amavam-se os irmãos na fé,  segundo os padrões do Senhor.

            Em toda a parte, a organização evangélica orava para servir e dar, em vez de orar para ser servida e receber. Os cristãos eram conhecidos pela capacidade de sacrifício pessoal, a bem de todos, pela boa vontade, pela humildade sincera, pela cooperação fraternal e pela diligência que empregavam no aperfeiçoamento de si mesmos.

            Amavam-se reciprocamente, estendendo os raios de sua abnegação afetiva por todos os núcleos da luta humana,  jamais traindo a vocação de ajudar sem recompensa, ainda mesmo diante dos mais renitentes algozes. Ao invés de fomentarem discórdia e revolta, entre os companheiros jungidos à canga da escravidão, honravam no trabalho digno a melhor maneira de amparar-lhes a libertação.

            Sabiam apagar os pruridos do egoísmo para abrigarem, sob o próprio teto, os remanescentes das perseguições. Inflamados de fé na imortalidade da alma, não receavam a morte. Os companheiros martirizados partiam como soldados de Jesus, cujas famílias, na retaguarda, lhes cabia proteger e educar.

            Assim é que a comunidade de Lião guardava sob a sua custódia de amor centenas de velhos, enfermos, mutilados, mulheres, jovens e crianças.

            A igreja de São João era, pois, acima de tudo, uma escola de fé e solidariedade, irradiando-se em variados serviços assistenciais.

            O culto reunia os adeptos para a prece em comum e para a extensão das práticas apostólicas, mas os lares de fraternidade multiplicavam-se, como impositivo da obra espiritual em construção.

            Muitas organizações domésticas tomavam a si a guarda de órfãos e o cuidado para com os doentes; todavia, ainda assim, o número de necessitados era, invariavelmente, muito grande.

            A cidade fora sempre um ponto de convergência para os estrangeiros. Perseguidos de vários lugares batiam às portas da igreja, implorando socorro e asilo.

            A autoridade da fé, expressa nos irmãos mais velhos e mais experientes, designava diáconos para diversos setores de ação.

            Os serviços de amparo e educação à infância, de conforto aos velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de cura dos loucos, distribuíam-se em departamentos especiais, expandindo-se, assim, em moldes mais completos, a primitiva organização apostólica de Jerusalém, na qual as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos, leprosos e obsessores.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Allan Kardec - Biografia



Allan Kardec - Biografia    

                   Apresentamos, a seguir, extratos da biografia de Allan Kardec, como apresentada na introdução do livro “O Principiante Espírita,” do mesmo autor.  A biografia foi terminada em São Paulo, em dezembro de 1955 e escrita  por  Júlio Abreu Filho.

            “À  3 de Outubro de 1804, às 19 horas, a casa do magistrado Jean-Baptiste-Antoine Rivail, na cidade de Lyon, rue Sala 76, ouvia os primeiros vagidos de uma criança destinada a influir poderosamente nos destinos da humanidade...

            O registro civil, feito no dia seguinte, indicava o nascimento supra de Denizard-Hippolyte-Léon Rivail, sendo seus pais o magistrado acima mencionado e sua esposa  Jeanne Duhamel...

            Até hoje são escassos os dados biográficos daquele que mais conhecido se tornou sob o pseudônimo de Allan Kardec...

            Antes, porém, de entrar no estudo do seu ambiente, vejamos a razão de ser do pseudônimo Allan Kardec, que vira apagar o nome de Hippolyte-Léon-Denizard Rivail.

            Um dos princípios fundamentais do Espiritismo, na Codificação Kardeciana, é a reencarnação, isto é, o das vidas sucessivas e interdependentes. No início de seu trabalho filosófico, um Espírito revelou ao Codificador que o conhecia de remotas existências, uma das quais passada no mesmo solo da França, onde a sua individualidade tinha revestido a personalidade de um druida, chamado Allan Kardec. Sabe-se a posição social desses sacerdotes, sorteados entre a juventude da nobreza; mas, também, é sabido que os druidas proibiam a construção de templos e a representação figurada dos Deuses ou Espíritos...

            ...é de notar-se a coincidência entre certos princípios do Druidismo e a obstinação de Allan Kardec em subtrair o Espiritismo à tendência das massas menos cultas em transformá-lo numa religião...

            Kardec era um altruísta na mais alta acepção do vocábulo, porque não esperava adquirir muito para dar as sobras: tinha um sentido prático da solidariedade humana - dessa solidariedade feita de companheirismo, de camaradagem fraterna, de simpatia pelo alheio esforço, de boa disposição para ajudar os outros com a própria experiência, de bom ânimo para ensinar - principalmente de graça ...

            Por outras palavras: foi um espírito altamente cônscio de sua função social. E a realizou magnificamente, sem estardalhaço, sereno e compenetrado...

            Entre os anos de 1824 e 1849 publicou o Sr. Rivail, entre outras, as seguintes obras:

            -Curso Prático e Teórico de Aritmética;-Gramática Clássica da Língua Francesa; -Catecismo Gramatical da Língua Francesa; -Programa dos Cursos Ordinários de Química. Física, Astronomia e Fisiologia; -Instruções sobre as dificuldades ortográficas. 

            Na sua folha de serviços à mocidade de seu tempo está a regência das seguintes matérias, em cursos parcialmente gratuitos - repetimo-lo - onde de par com os seus conhecimentos enciclopédicos, patenteia-se o esforço em bem servir os seus semelhantes: matemática, física, química, astronomia, retórica, anatomia comparada, fisiologia e língua francesa. Falava corretamente inglês, alemão, holandês, espanhol e italiano e era grande conhecedor do grego e do latim.

            Cabe aqui destacar, em poucas linhas, um aspecto da cultura do Sr. Allan Kardec - os seus estudos sobre magnetismo e hipnotismo, matérias que lhe foram de valioso auxílio nos estudos iniciais do Espiritismo ...

            À época,  a França, cognominada a filha primogênita da Igreja, assistia ao naufrágio da fé, resultante do choque entre a Ciência e a Religião. Dona de um mais largo e profundo conhecimento das leis da natureza, a humanidade estava preparada para passar da fé imposta à fé raciocinada, isto é, da crença para a certeza. A ciência oficial desdenhava tudo quanto pudesse, direta ou indiretamente, conduzir a um postulado da religião; em contrapartida a religião, fechada numa filosofia apriorística, verberava toda tentativa intelectual que pudesse atuar como um sopro sobre o castelo de cartas do dogmatismo...

            O único homem que teve a visão da importância moral; e sociológica da fenomenologia espírita foi o Dr. Rivail.  Por isso mesmo deveria ele apagar-se no mundo oficial da instrução pública, onde se fizera respeitado e querido, para se dar a uma nova obra - a da construção de toda uma filosofia derivada - que importa ? - dos golpes que os chamados mortos vibravam sobre mesas, paredes e móveis. Ia desaparecer o cientista Rivail para surgir o filósofo Allan Kardec.

            Era aquele renascimento espiritual de que falava Jesus Cristo a Nicodemos, Jo(14,26),“a quem o Pai enviará em meu nome”  e que “ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”

            Se nos adentrarmos no texto e em outras passagens correlatas, veremos que se trata de um ser despersonalizado, O Consolador, o qual figura nas versões evangélicas que nos chegaram com o Espírito Santo. Cabe, entretanto, notar que não se trata de uma individualização, nem da suposta terceira pessoa da trindade católica: estamos em frente a uma expressão genérica, onde o vocábulo santo é apenas um adjetivo qualificativo muito respeitoso e, por isso mesmo, historicamente respeitável, posto que sem a necessária força para, com o dogma, sobrepor-se à razão.

            O escolhido foi Allan Kardec e não o Dr. Rivail, para significar uma individualidade eterna e não uma personalidade transitória e, ainda, para a ligar a uma etapa em que os valores espirituais eram mais expressivos do que as formas exteriores do culto.

            Foi em 1854 que o Sr. Allan Kardec tomou conhecimento das mesas girantes e falantes, através de uma conversa com o Sr. Fortier, seu colega na Sociedade dos Magnetistas. Ao ser informado de que, magnetizada, as mesas podiam mover-se e davam respostas às nossas perguntas, a resposta do Sr. Kardec  foi de absoluta descrença, desde que a mesa não possuía nervos nem cérebro, nem podia tornar-se sonâmbula.

            Pouco depois, um outro magnetista, o Sr. Carlotti, lhe fez minuciosos relatos de experiência a que assistira. Em conseqüência do que pode ele dispor-se a assistir às primeiras sessões práticas, em maio de 1855, em casa da Sra. Roger, em presença do já citado Fortier e da Sra. Plainemaison. Deste último cavalheiro ouviu relatos num tom diferente, frio e grave, cheio de argumentos que se acomodavam aos princípios científicos.

            Surgiu daí a possibilidade de assistir a reuniões regulares, em casa da Sra. Plainemaison, à rua Grange-Batelière, 18, ainda no mês de maio já referido.

            Repetiam-se as sessões, numa das quais conheceu ele a família Baudin, residente à rua Rochechouart. Convidado para as sessões hebdomadárias da família Baudin - é o Sr. Allan Kardec quem o diz - “ aí fiz os primeiros estudos sérios em Espiritismo, mais por observação do que por efeito de revelações”. E prossegue: “A essa nova ciência apliquei, como tinha feito até então, o método experimental; jamais formulei teorias preconcebidas”. E logo mais adiante:

            “Nesses fenômenos entrevi a chave do tão obscuro e controvertido problema do passado e do futuro e a solução que, durante toda a vida, tinha buscado. Numa palavra, era uma revolução completa nas idéias e nas crenças, sendo, pois, necessário proceder com circunspecção, e não com leviandade, ser positivista em vez de idealista, para não ser arrastado por ilusões.”
            Eis a evidenciação do homem de ciência.

            O Sr. Allan Kardec vira nessas manifestações uma prova da existência da alma e de sua sobrevivência ao transe da morte. Mas, também, percebera que cada Espírito possuía um grau de conhecimento e de moralidade, pelo que esse mundo invisível, que nos envolve, oferecia uma gradação infinita.

            O Sr. Allan Kardec contou com a cooperação de amigos para levar adiante a sua obra. Entre esses amigos cabe uma referência particular ao Sr. Carlotti, já citado; ao editor Didier, médium e ao seu filho, também médium; ao lexicógrafo Antoine-Lêandre Sardou e seu filho, o médico, escritor e dramaturgo Victorien Sardou, também médium, que prestou relevantes serviços à doutrina, no papel de interprete dos Espíritos que ofereciam minuciosas descrições e belíssimos desenhos...; o Sr. René  Taillandier, membro da Academia de Ciências e outros...

            A primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS data de 18 de Abril de 1857.

            A 1º de Janeiro de 1858 lança a REVUE SPIRITE, pequena revista de 32 páginas, em média, destinada não só a propaganda mas - e principalmente - à provocação da opinião pública e ao estudo da fenomenologia espírita e à discussão das hipóteses provisórias, até que, bem verificados os fatos, se lhes pudesse dar uma explicação científica e uma posição no quadro geral da filosofia espírita.

            Em julho de 1858 foi lançado um pequeno volume com a doutrina condensada, sob o título
O QUE É O ESPIRITISMO?

            Em janeiro de 1861, a casa Didier & Cie lança o segundo livro básico - O LIVRO DOS MÉDIUNS.

            Em 1862, lançou duas pequenas brochuras de propaganda doutrinária, posteriormente abolidas, à vista da larga aceitação da Revista Espírita. Eram elas O ESPIRITISMO NA SUA EXPRESSÃO MAIS SIMPLES e REFUTAÇÃO ÀS CRÍTICAS AO ESPIRITISMO.

            Com um volume encerrando a filosofia da Doutrina Espírita e outro a técnica para a utilização dessa nova ciência, em breve a trilogia se completava pelo estudo da parte moral. Esse terceiro livro fundamental teve a sua primeira edição em Abril de 1864, sob o nome Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Refundindo em nova edição, que lhe deu caráter definitivo, o nome primitivo foi substituído pelo atual - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.

            Em começo de Agosto de 1865 as livrarias exibiam O CÉU E O INFERNO ou A  JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO.

            Em 6 de Janeiro de 1868 aparece A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO  O ESPIRITISMO.

            O Sr. Allan Kardec tinha vindo já maduro para os trabalhos da Doutrina dos Espíritos. Contava cinqüenta e um anos e era portador de lesão grave no coração.

            Desencarna, por ruptura de um aneurisma da aorta, na véspera de sua instalação em novo endereço, em 31 de Março de 1869, aos 65 anos de idade.

            Foi sepultado no cemitério do Père Lachaise. Não deixou descendência.

            Casara-se, em Paris, a 6 de fevereiro de 1832, aos 28 anos de idade, com a Professora Amélie Gabrielle Boudet, nascida a 23 de novembro de 1795, portanto, nove anos mais velha do que ele...

            Mme. Boudet desencarnou em 21 de Janeiro de 1883, aos 89 anos de idade.”




            Em “Veleiro de Luz” de Bezerra de Menezes por Mª Cecília Paiva, lemos mensagem de D. Pedro II (espírito) sobre o desencarne de Allan Kardec:

“A Morte do Codificador”

            “Corria o ano de 1869.

            Exatamente no dia 31 de março, o céu de França recobriu-se de luzes.

            Dos arcanos do infinito foram tiradas as mais sublimes notas, os mais  leves harpejos e com eles adornada a residência do Codificador.

            Ao som da música celeste e das flores luminosas que atapetavam todo o caminho, desprendeu-se do casulo terrestre o Codificador do Espiritismo.

            Para os homens, uma simples morte, para o Cristo de Deus, o regresso de um missionário vitorioso e por isso mesmo homenageado com as honras da glória justa e merecida.

            O túmulo de Kardec, significaria para a Humanidade muito mais que o simples pedaço de terra do Père Lachaise. Era a base sólida da Verdade que surgia triunfante para o Mundo.

            Rasgara-se mais uma vez os véus dos templos e, sob a égide do Cristo de Deus a seiva viva do Evangelho passava a circular vitoriosa por todo o planeta, levando aos corações as flores do céu.

            A morte do Codificador não era simplesmente o tombar de um corpo humano na terra fria e úmida, mas o renascimento glorioso do Cristianismo puro.

            Irmãos, amigos que recebestes de braços abertos a Revelação do Senhor, olhai o céu constelado de luzes, o vosso Brasil, abençoado pelo cruzeiro magnífico e esplêndido, verificai a paz que vibra  em todos os recantos de vossa Terra; silenciai diante da Majestade Divina que se vos demonstra com tanta força, bendizei a vida jubilosa de cristãos voltados para o supremo ideal e colocai estrelas de amor em vossos caminhos e espargir as luminosidades do Espiritismo por todos os homens.

            Arregimentai-vos sob a luz esplendente do estandarte de Ismael e erguendo-vos com o Cristo, edificai um Mundo de harmonia e felicidades.

            Levantai a Humanidade ao som da música divina do Evangelho, usai as armas da caridade, do amor e da paz.

            Que os céus esplêndidos e belos, que o esplendor de vossa Terra vos diga da promessa cumprida do Senhor, nutrindo-vos do mel abençoado do cristianismo redivivo.

            Que a lembrança do Codificador seja para vós estímulo, luz e paz.”
              





          

sábado, 20 de junho de 2020

Carência de assunto



Carência de assunto
Bezerra de Menezes por Mª Cecília Paiva
Reformador (FEB) Dezembro 1975

            Há quem destile em sutis venenos a palavra oculta, portadora de mensagens destruidoras da vitalidade, carreando doenças e infelicidades.
            Há quem se delicie em torneios eloquentes, conduzindo para a maledicência, e com atroz sabedoria, o assunto em pauta, visando a deformação dos fatos, sorrindo à socapa dos feitos dos venenos empregados.
            Para quantos se dedicam a essa espécie de divertimento, não temos outra sugestão, senão uma prece ao Poderoso Doador da Palavra, para que se compadeça do infeliz.
            O coração nobre desvela-se por sintonizar-se com a palavra sábia, entregando-se, em horas oportunas, ao grande mister de elevar o padrão vibratório das conversações.
            Para o espirita-cristão, a palavra, fruto de seus pensamentos, deve ser utilizada com sabedoria, não em retóricas difíceis, mas, sim, delineando, como o Mestre, contos simples, tertúlias elevadas, construindo, com o verbo o mundo vibrátil do amor.
            Ergue-se a catedral do Infinito, sob a palavra divina do “Faça-se a luz”; levanta-se o homem para a Terra através da frase singela - '”Veio à luz”, e, embora a luz envolva o mundo com tamanha grandiosidade, cumpre-nos irradiá-la através de nossos sentimentos apurados, de nossos pensamentos saturados de amor, e empregá-la na difusão do bem, porquanto discípulos somos do Mestre da Luz, responsáveis por uma Doutrina que será o altar do mundo, o sangue renovador das nações.  
            Estendamo-nos com vigilância no emprego do verbo sagrado em nossas conversações.
            Falta de assunto leva a mente enfermiça ao torneio da maledicência.
            Alma erguida ao lampadário do infinito é sempre devotada ao dever santo da disseminação da Boa Nova.
            Cumpre, pois, nos detenhamos na meditação dos assuntos que serão levados à pauta das conversações diárias.
            Evitemos, como perigoso veneno, a palestra doentia; empreguemo-nos no bem e sirvamos com a palavra o Divino Seareiro, conscientes de nossa imensa responsabilidade diante de nossa própria consciência.
            Caminhemos para a luz, meditemos sobre o Mestre, o Verbo que veio ao mundo para purificá-lo com sua palavra Divina e sigamos para nosso destino glorioso.
            Que o Senhor nos abençoe.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Orai e Vigiai



Orai e Vigiai

26,36  Retirou-se Jesus com eles para um  lugar  chamado  Getsêmani  e disse-lhes:
“Assentai-vos aqui enquanto Eu vou ali orar.” 
26,37  E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu (Tiago e João), começou  a  entristecer-se e  angustiar-se. 
26,38  Disse-lhes, então : “-Minha alma está numa angústia profunda, que pode até me matar. Fiquem  aqui  em  vigília comigo.”
26,39  E, indo um pouco à frente, prostrou-se com o rosto em terra e rezou: “ -Meu Pai, se for possível, afastai de mim este cálice! Mas, não aconteça como Eu quero, mas sim como Vós quereis!” 
26,40 E voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste velar comigo? 
26,41 Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação, porque o espírito está disposto para o bem, mas a natureza é fraca!                                                                                         
26,42  Retirou-se, de novo, e, pela segunda vez, rezou: “ -Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, seja como Vós quereis! 
26,43  Em seguida, voltou e encontrou-os dormindo, pois eles tinham os olhos pesados de sono. 
26,44  Deixando-os, retirou-se e rezou pela terceira vez,, repetindo as mesmas palavras. 26,45  Depois, voltou para junto dos discípulos e lhes disse: “ -Agora podem continuar a dormir e a descansar, Está chegando a hora e o filho do homem vai ser entregue às  mãos dos pecadores.
26,46  Levantem-se! Vamos!  Está perto aquele que vai me entregar!”    
                                                                
        Para Mt (26,41) - Orai e Vigiai, encontramos em “Caminho, Verdade e Vida” de Emmanuel por Chico Xavier, o que se segue:

            “Jesus  veio à Terra acordar os homens para a vida maior.

            É interessante lembrar, todavia, que, em sentindo a necessidade de alguém para acompanhá-lo no supremo testemunho, não convidou seguidores tímidos ou beneficiados da véspera e, sim, os discípulos conscientes das próprias obrigações.

             Entretanto, esses mesmos dormiram, intensificando a solidão do Divino Enviado.

            É indispensável rememoremos o texto evangélico para considerar que o Mestre continua em esforço incessante e prossegue convocando cooperadores devotados à colaboração necessária. Claro que não confia tarefas de importância fundamental a Espíritos inexperientes ou ignorantes; mas, é imperioso reconhecer o reduzido número daqueles que não adormecem no mundo, enquanto Jesus aguarda resultados da incumbência que lhes foi cometida.

            Olvidando o mandato de que são portadores, inquietam-se pela execução dos próprios desejos, a observarem em grande conta os dias rápidos que o corpo físico lhes oferece. Esquecem-se de que a vida é a eternidade e que a existência terrestre não passa simbolicamente de “uma hora.” Em vista disso, ao despertarem na realidade espiritual, os obreiros distraídos choram sob o látego da consciência e anseiam pelo reencontro da paz do Salvador, mas ecoam-lhes ao ouvido as palavras endereçadas a Pedro: Então, nem por uma hora pudeste velar comigo?

            E, em verdade, se ainda não podemos permanecer com o Cristo, ao menos uma hora, como pretendermos a divina união para a eternidade?”

            Ainda para (Mt 26,41) -Orai e Vigiai - tomemos nota das recomendações de André Luiz por Waldo Vieira, em...

Conduta Espírita perante a oração...

            -Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias, facilitando-se, dessa forma, a ligação com os Benfeitores da Vida Maior. A prece entrelaça os Espíritos.

            -Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das “preces prontas”, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé. Há diferença fundamental entre orar e declamar.

            -Abster-se de repetir em voz alta as preces que são proferidas por amigos outros nas reuniões doutrinárias. A oração, acima de tudo, é sentimento.

            -Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo ao proferir essa ou aquela prece, adotando concisão e espontaneidade em todas elas, para que não se façam veículo de intenções especiosas. Fervor d’alma, luz na prece.

            -Durante os colóquios da fé, recordar todos aqueles a quem tenhamos melindrado ou ferido, ainda mesmo inconscientemente, rogando-lhes, em silêncio e a distância, o necessário perdão de nossas faltas. Os resultados da oração, quanto os resultados do amor, são ilimitados.

           -Cancelar as solicitações incessantes de benefícios para si mesmo, centralizando o pensamento na intercessão em favor dos menos felizes. Quem ora em favor dos outros, ajuda a si próprio. Controlar a modulação da voz nas preces públicas, para fugir à teatralidade e à convenção. O sentimento é tudo.”

            Para  Mt  (26,41) -Vigiai e orai...- tomemos a orientação de Emmanuel por Chico Xavier, em “Fonte Viva”:

            “As mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade, assim como o lodo mais intenso, capaz de tisnar o lago, procede do seu próprio seio. 

            Renascemos na Terra com as forças desequilibradas do nosso pretérito para as tarefas do reajuste.  

              Nas raízes de nossas tendências, encontramos as mais vivas sugestões de inferioridade. 

            Nas íntimas relações com os nossos parentes, somos surpreendidos pelos mais fortes motivos de discórdia e luta.

             Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência , a fé e a humildade.

             Em contato com os afetos mais próximos, temos copioso material de aprendizado para fixar em nossa vida os valores da boa vontade e do perdão, da fraternidade pura e do bem incessante.

            Não te proponhas, desse modo, atravessar o mundo, sem tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes.

            Caminhar do berço ao túmulo, sob as marteladas da tentação, é natural. Afrontar obstáculos, sofrer provações, tolerar antipatias gratuitas e atravessar tormentas de lágrimas são vicissitudes lógicas da experiência humana.

            Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os narcóticos da queda. ”

            Coroando as contribuições sobre o tema - Oremos  e  Vigiemos-  fomos buscar, em
 “Veleiro de Luz” a palavra do Dr. Bezerra de Menezes, por Mª Cecília Paiva:

            “No mar revolto da vida, quando as populações buscam para seu regozijo, entretenimentos vários, quando a nau humana quase soçobra, sem um porto de salvação, sem bússola, sem fé, quando homens e mulheres esquecem os sagrados deveres da vida e no tombadilho da distração perdem a jóia preciosa do tempo, e as crianças crescem como aves desgarradas dos ninhos, prontas a naufragarem, quando a metralhadora é o divertimento favorito, enfim quando a Humanidade terrestre sente o abraço de Caim e busca o festim de Baltazar, olvidando a hora angustiosa que por certo se aproximará, é preciso e forçoso que os obreiros do Cristo perseverem firmes, trabalhando incessantemente, sem desânimo.

            Obreiros, sob quaisquer títulos, sejam como médium, radiotelegrafistas do grande além, sejam assistentes técnicos ou profissionais variados, é necessário que a harmonia do conjunto auxilie a grande massa humana a suportar o choque do resgate.

            Irmãos que recebeis as mensagens de amor, oração, vigilância, caridade, paz e progresso, que vos sintonizais com os amigos de mais alto, que sentis a esperança acalentando os corações, que sabeis o momento como oportunidade preciosa para a vossa redenção, que vos comprometestes como soldados briosos a substituir aqueles que já seguiram mais avante, tomai sentido cada instante, usai o silêncio e a fé como bússola, a caridade como apoio e enfrentai a grande batalha que se trava no nosso planeta entre as forças positivas e negativas, o bem e o mal, a dor e a alegria, a luz e a treva.

            Não ignorais que Cristo é vosso comandante, vosso arrimo, a Luz Auroral de vosso futuro.

            A luta é grande, a tempestade varre os domínios terrestres, a flor do bem murcha nos corações fracos e mal dispostos.

            Todavia, a Estrela fulgurante da manhã, não tardará a iluminar os caminhos terrestres, as ondas bravias cederão lugar ao remanso, a paz voltará, porque Cristo é a Suprema Esperança do vosso planeta.

            No silêncio de nossos corações, comunicando-nos com as Forças do Bem em busca de orientação mais alta, busquemos o Cristo de Deus, confiados no porvir e na glória que espera todos aqueles que sabem sobrepujar suas fraquezas e vencer com denodo os seus erros, vindos como manchas seculares de um passado longínquo.

            Avante, irmãos. A hora sexta se aproxima. Jesus nos espera. Oremos e vigiemos.”   

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

No Centenário da Codificação


No Centenário da Codificação 
Bezerra de Menezes
por Maria Cecília
                                                                                Reformador (FEB)    Maio  de  1957

            Cumprindo a missão de defender a Casa de Ismael neste instante em que o Centenário da Codificação alvoroça todo o campo cristão e não cristão da 'Pátria do Evangelho' e d' Além mar, intensificávamos a vigilância, a guarda do Templo Augusto do Mensageiro do Senhor.

            Assim é que não só no seu interior resplande a luz costumeira das vibrações sadias; há principalmente em tomo da augusta Mansão cordões luminosos de isolamento, a fim de que as vibrações inferiores, neste momento aumentadas, não causem malefícios à obra grandiosa do Senhor no 'Coração do Mundo'.

            No santuário de Ismael foi aumentada a doce luz de seu recinto, como lâmpada permanente ao pé do sacrário, para que as deliberações sagradas da Grande Causa Espírita não sofrem solução de continuidade.

            Mesmo nos Departamento Infantil e de Juventude a vigilância é permanente entre os semblantes amigos que ali permanecem a postos em nome do Cristo Vivo. Eis porque, neste momento em que o Cordeiro de Deus envia novas mensagens à Terra de Seu sacrifício para que os corações dos homens despertem para a paz e a esperança de um novo dia, sentimos a necessidade de também nos núcleos espíritas dos encarnados, acender a luz da vigilância a fim que nossa Doutrina de Consolação seja realmente e para sempre o Cristianismo redivivo no seu pedestal de glória Imortal!

            Avancemos assim para diante, procurando em Jesus o nosso apoio, lembrando-nos tão somente de que, para crescermos em Verdade, só nos resta seguir caminho indicado pelo Mestre há 2000 anos, o 'amai-vos uns aos outros'.

            Assim sendo, intensifiquemos nós também a nossa ajuda na programação eficiente do 1º Centenário da Codificação, ajudando com nossas preces, com nosso exemplo, com nossa atitude de bons discípulos, o caminho de nossa própria redenção.

            Auxiliemos a Causa Espírita e, em particular, a Casa de Ismael na sua tarefa grandiloquente de mantenedora dos princípios sadios e elevados do Codificador, para que por nossa vez possamos abrigar uma consciência livre e pura no cumprimento exato de nossas obrigações.

            O terreno espírita cresce dia a dia; à seara do Mestre chegam sempre novos candidatos à luz dos Cimos da Doutrina dos Espíritos; é preciso portanto que os veteranos de nossa Causa santa tomam, decididos, o arado de sua tarefa com Jesus, prosseguindo em silêncio jubiloso como cristãos cônscios do grandioso problema a se solucionar para o resplendor do 3° Milênio.

            Trabalhemos com o Cristo em nossos corações e que possamos mais uma vez, em nossos preparativos íntimos e de sã alegria, erguer bem alto o lábaro sagrado da Casa de Ismael, confraternizando-nos com os povos do Mundo e principalmente conosco mesmo, pela adoção dos princípios altanados da grandiosa Causa de Allan Kardec e de Nosso Mestre e Senhor!

            Ergamos neste momento o nosso hino de júbilo ao Criador, preparando-nos para o trabalho de restaurar na Terra, em definitivo, a Lei sacrossanta do Amor.

            Que a Luz de Ismael seja nos vossos corações e sua bandeira luminosa de Amor e Verdade permaneça como divisa em vossos espíritos.


                                                                                                         Bezerra