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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A encarnação fluídica do Cristo

 

“A encarnação fluídica do Cristo”

Trecho do livro:

“A queda original segundo o Espiritismo”

por J-Guillet

(Pesquisa e coordenação de Jorge Damas Martins - Ed. CRBBM – RJ)

CRBBM – Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes – RJ - Brasil

                 Págs. 68 (parte) - 69 - 70 – 71 (parte).

          “Resta-nos para falar, como corolário da queda, a encarnação fluídica do Cristo, dito de outro modo, do “mistério da Encarnação”.

            É nos Evangelhos de J. B. Roustaing, tão ricos, aliás, em documentos espíritas, que se acham as explicações mais completas sobre esta teoria que, sempre, tem apaixonado as inteligências, e que, ultimamente ainda, tem provocado, muito inutilmente, um tão grande número de objeções.

            Com efeito, de duas uma: ou o Cristo teve um nascimento comum, ou teve um nascimento “misterioso”. A primeira hipótese deve ser absolutamente descartada por todo aquele que crê no Evangelho, visto que o Evangelho é claro a este respeito. Em todo caso, e ainda que se diga isso, é impossível considerar Jesus como um ser normal de nosso planeta; tudo em sua vida, em seus atos, prova o contrário; sua entrada e saída do mundo, tudo nele tem um caráter de tal modo estranho, que se é forçado a reconhecer nele uma existência extra-humana.

            Quanto ao seu nascimento “miraculoso”, é uma outra questão. O Cristo não pode ter nascido materialmente, carnalmente, sem intervenção humana; também essa maneira de ver tem ela por consequência inevitável a negação da “maternidade” de Maria, no sentido usual da palavra.

            Essa opinião é confirmada pelo próprio São Paulo que vê em Jesus “o soberano sacrificador, sem pai, nem mãe, sem genealogia! (He. 6:20 e 7:1), e para quem Deus formou um corpo (He. 10:5), não um corpo comum, porque há corpos celestes e corpos terrestres (I Cor. 15:40). Porém, ela é formulada no Evangelho, por essas palavras de Jesus a sua “mãe”: “Mulher, o que há de comum entre vós e eu? (Jo. 2:4), e por esta outra em que, falando de João Batista, Jesus disse: “Não há maior do que ele entre os que são nascidos de mulher” (Mt. 11:11 e Lc. 7:28).

            O próprio Cristo afirma, assim, seu “nascimento” extraterrestre, dando a entender que ele não é nascido de mulher.

            Aos racionalistas que contestam a autoridade ou a veracidade do Evangelho, nós lhe diremos isto: Jesus, do qual não se pode negar a existência na Terra, só é conhecido historicamente pelo Evangelho; ora se negais o Evangelho, negais também a existência de Jesus.

            Devemos então tomar o Cristo tal como nos é apresentado, porque a negação do Evangelho sobre este ponto arrasta a possível negação de todo o Livro; e uma vez por esse caminho, o que resta dos profetas e da tradição hebraica?

Jesus é então um personagem histórico real, visto que sua doutrina foi a base de uma das maiores religiões que tenham existido na Terra, sua ação está manifesta no estabelecimento que Ele prometera e anunciara.

            Segue-se que seja necessário prender-se à letra na leitura da Santa Escritura? Não. Diz-se que a Vulgata, redigida por São Jerônimo, só contém, por assim dizer, o resumo do ensinamento evangélico. Apesar disso, para a obra de são Jerônimo, todo espírita cristão não pode se recusar a admitir a intervenção medianímica tanto quanto e talvez melhor do que para “O Livro dos Espíritos, e que, por consequência, os Evangelhos que ele redigiu são a reprodução quase fiel do pensamento de Jesus e dos eventos que acompanharam seu “nascimento”, sua “vida” e sua “morte”.

            O espiritismo tem sua base na palavra de Jesus, e “O Livro dos Espíritos” afirma que sua missão consiste em explicar esta palavra e em tornar a verdade inteligível para todos (627). Ora, onde encontrar a verdade se essa não está no Evangelho? 




segunda-feira, 3 de maio de 2021

O Cristo Agênere

 


‘O Cristo Agênere – Considerações morais’

Fonte: ‘A queda original segundo o Espiritismo’

por J.-E. Guillet

Pesquisa e coordenação: Jorge Damas Martins

Copyright:  Casa de Recuperação e benefícios Bezerra de Menezes RJ RJ

                 Transcrevemos abaixo trecho das páginas 73 e 74 da obra referida acima na certeza da posterior autorização da CRBBM quanto à flexibilização de seus direitos exclusivos de reprodução.


             Eis agora as objeções e considerações morais.

                “Se o Cristo, diz-se, só teve um corpo fluídico, ele não provou nem a dor nem o sofrimento. Se ele não sofreu, a cena do jardim das Oliveiras, sua paixão e sua agonia são apenas um vão simulacro e uma comédia indigna que lhe tira todo o mérito que ele pode ter aos nossos olhos.”

                Os sofrimentos e a dores são de duas espécies: físicas e morais. Quanto mais o ser se eleva, á medida que seu ideal cresce, ele faz pouco caso das privações, menos ainda dos gozos materiais, e oferece sua vida, de boa vontade, para o triunfo de uma ideia. É como se tem visto os heróis e os mártires, por meio dos mais cruéis suplícios, morrerem com sorriso nos lábios. Vede Joanna D’Arc, Savoranola e todos os grandes perseguidos, e dizei se neles o sofrimento moral não ultrapassou a dor física?

                Mas sem procurar exemplos tão altos, qual é aquele dentre nós que, vendo sofrer alguém dos seus, não provaria as mesmas torturas que o ser amado? Crê-se que a mãe que visse massacrar seu filho sob seus olhos não sofreria mais do que ele?

                Está demonstrado que a dor física entorpece pouco a pouco o ser que a sente; é o que faz que um ferido, por exemplo, quase sempre perca os sentidos se o sofrimento é muito violento. Por outro lado, o estado psicológico no qual ele então se encontra neutraliza às vezes completamente a dor: como atestam as religiosas de Loudun, que nada sentiam dos atrozes tratamentos que elas se auto infligiam.

            Pois bem, pensar-se-á que, na paixão do Cristo, seja preciso ter-se em conta apenas a dor física? Será que os golpes da flagelação, do coroamento de espinhos, da crucificação não se repercutiam moralmente sobre a sua alma? Que diferença haveria então entre o mártir divino e os dois ladrões que participavam o seu suplício? e qual era o mais doloroso para ele ou o de estar crucificado, ou o de estar posto na classe dos criminosos?

                E é assim que a questão se apresenta por seu lado verdadeiramente grandioso. Se se imagina este Espírito puro, um Messias da mais elevada ordem, deixar os esplendores celestes para vir fazer o que? Repor sobre o caminho reto uma humanidade decaída; ser exposto a se ver insultado, vilipendiado como ninguém o foi jamais; ser condenado, ele, a Luz do mundo, a vir parlamentar com um Caifás, um Herodes, um Pilatos; ser obrigado a se valer constantemente de seu Pai celeste para aceitar sua missão, apesar dos benefícios que semeava sob seus passos; ser flagelado, achincalhado, maculado, por uma multidão vil amotinada contra ele; ser enfim abandonado, traído, renegado pelos seus, por aqueles mesmos que se aprouvera de encher do seu amor; e isso depois de uma vida dolorosa, fluidicamente falando; porque não é necessário se dissimulá-lo; ser atacado materialmente durante longos anos em um corpo perispirítico deve ser para um Espírito desta elevação uma prisão horrível e um suplício sem igual.

                E quem nos prova, de fato, que uma encarnação fluídica em um mundo material não seja um grande sofrimento e um devotamento admirável da parte de um Espírito puro!

P.S.: Este livro pode ser obtido via internet acessando o site da CRBBM: www.crbmm.org


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A obra de Roustaing



A obra de Roustaing

A Redação
Reformador (FEB) Junho 1916

            O ilustre escritor, nosso confrade, J.Q. Guillet, em uma de suas obras – “L’Amour et le marriage selon le Spiritisme”, referindo-se ao livro de Roustaing, emite os seguintes conceitos:

            “ No Espiritismo, temos como garantia da palavra do Cristo os Quatro Evangelhos de J. B. Roustaing, o mais belo, mais completo, e irrefutável comentário revelado que existe.
            Constitui, por si só, uma enciclopédia espírita essa obra incomparável.
            Manifestaram algumas pessoas certa estranheza por ter sido a redação dos ‘Quatro Evangelhos’ confiada a Roustaing e não a Allan Kardec.
            Encontramos a resposta nas palavras de João (III, 8) - O espírito sopra onde quer.  Não tenhamos a pretensão de pedir contas à Providência dos meios de que se serve para dirigir o Espiritismo. S. Pedro era apóstolo e estava investido de plena autoridade mas, depois da morte de Jesus, surgiu S. Paulo de modo inesperado e verdadeiramente extraordinário, parecendo não lhe competir a missão, que lhe foi confiada.”