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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Súplica de Natal


Súplica de Natal
Anália Franco
por Divaldo Franco
Reformador (FEB) Dezembro 1970

            Ajoelhada junto à Manjedoura que honraste pelo teu nascimento, recordo-me das crianças que não podem expressar a própria aflição, solicitando amparo para suas múltiplas necessidades.

            Rogo, então, em favor de todos eles, limitados nas paredes estreitas das expiações punitivas!..

            Pelos pequeninos cuja boca se transformou em furna silenciosa, incapacitada de expressar as vibrações das santas melodias; por aqueles cujos ouvidos, impossibilitados de registrarem os sons, se transformaram em labirintos, onde as vozes se perdem em trevas silenciosas; por aqueles cujos olhos se apagaram, quais brasas transformadas em carvão, sem luz nem vida; por aqueles que caminham a esmo nos corredores sombrios dos desequilíbrios mentais, retidos na gaiola triste da loucura ou da imbecilidade; pelas que trazem as vísceras expostas ou carregam o corpo deformado, semelhantes a barro amolecido que mãos desesperadas trabalharam; pelas que perderam a luz da esperança na tormenta da orfandade e descem aos abismos da desarmonia moral, caminhando, vencidas, para as grades do presídio ou para as celas dos manicômios!..

            São também crianças!

            Não sabem sorrir nem conseguem amar, impossibilitadas de compreender as belezas que vestem a Terra, em nome do teu amor.

            Poucos, no mundo, se animam a fitá-las, e raros somente se encorajam a oferecer-lhes as mãos, receando-lhes as presenças desagradáveis.

            Ajuda-me, Senhor, a transformar o coração numa arca de amor, abarrotada de bênçãos, a fim de poder distender-lhes a esperança e a alegria, na santa noite de Natal, enquanto a Natureza em festa, recordando o teu nascimento, entoa a doce barcarola da felicidade. Desejo aconchegá-las ao peito, estreitando-as em meus braços, chorando de emoção, e, no doce enlevo, recordar a tua Mãe Santíssima, na santa noite do teu nascimento!..


domingo, 30 de março de 2014

Rainha Angelical


Rainha Angelical
Anália Franco
por Divaldo Franco
Reformador (FEB) Maio 1962


Mãezinha:
            para coroar-te a cabeça já adornada da luz do sacrifício, fiz-me garimpeiro de estrelas para tecer uma grinalda de brilhantes com que pudesse expressar-te meu infinito amor.

            Vendo-te encanecer, a pouco e pouco, enrugando a face antes lisa e rosada, procuro compreender as inúmeras dores que por mim sofreste, e sinto quantos tesouros de renúncia e aflição foste constrangida a guardar nos cofres sublimes do coração.

            Quantas noites de tormenta suportaste, em silêncio, heroína do amor? Nem tu mesma poderias enumerar.

            Há quem finja não conhecer tuas dores, procurando ignorar as tuas vigílias glorificadoras. Nada reclamas, porém. Sabes identificar, no filho ingrato, somente o espírito enfermo e nunca descerras os lábios para reclamar.

            Certa de que maternidade é sacrifício, apagaste a luz que alimentava teus sonhos de menina e moça para que toda a, vida se consumisse na felicidade dos rebentos com que Deus coroou tuas ansiedades....

            Quando os filhos queridos se alçam às culminâncias sociais, somente raros recordam das tuas aflições. No reduto de solidão, porém, a que te acolhes, distendes o amor em cânticos de oração, fruindo, esquecida muitas vezes, a felicidade que eles não desejam repartir contigo.

            Mas se a ventania os arrasta, não aguardas que te chamem. Vigilante, estás sempre de pé, no campo de luta para os defender...

            Rainha angelical do amor, transformada em estátua de agonia, és a alma da vida construindo a Eternidade, em nome do Supremo Pai.

            Mensageira do Céu, és a vida da alma em forma de estrela na Terra.

            Deixa-me, agora, depois de tantas lutas, coroar-te a cabeça com as fulgurantes estrelas do firmamento, perfumando tua alma com os suaves aromas das rosas raras de Jericó, que adornaram Maria, a Mãe de Jesus, rainha de todas as mães.

            Mãezinha, no Dia de todas as mães, eu te bendigo, rainha querida do meu coração.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Súplica de Natal




Súplica de Natal
Reformador (FEB) Dezembro 1970

            Jesus!

            Ajoelhada junto à Manjedoura que honraste pelo teu nascimento, recordo-me das crianças que não podem expressar a própria aflição, solicitando amparo para suas múltiplas necessidades.

            Rogo, então, em favor de todos eles, limitados nas paredes estreitas das expiações punitivas!              


            Pelos pequeninos cuja boca se transformou em furna silenciosa, incapacitada de expressar as vibrações das santas melodias;

            por aqueles cujos ouvidos, impossibilitados de registrarem os sons, se transformaram em labirintos, onde as vozes se perdem em trevas silenciosas;

           por aqueles cujos olhos se apagaram, quais brasas transformadas em carvão, sem luz nem vida;

            por aqueles que caminham a esmo nos corredores sombrios dos desequilíbrios mentais, retidos na gaiola triste da loucura ou da imbecilidade;

            pelas crianças de mãos amputadas, quais árvores vencidas sem ramos nem gravetos;

            pelas que têm as perninhas ceifadas, sem os pés que lhes garantam a sustentação e o equilíbrio;

            pelas que trazem as vísceras expostas ou carregam o corpo deformado, semelhantes a barro amolecido que mãos desesperadas trabalharam;

            pelas que perderam a luz da esperança na tormenta da orfandade e descem aos abismos da desarmonia moral, caminhando, vencidas, para as grades do presídio ou para as celas dos manicômios! ...

            São também crianças!

            Não sabem sorrir nem conseguem amar, impossibilitadas de compreender as belezas que vestem a Terra, em nome do teu amor.

            Poucos, no mundo, se animam a fitá-Ias, e raros somente se encorajam a oferecer-lhes as mãos, receando-lhes as presenças desagradáveis. Ajuda-me, Senhor, a transformar o coração numa arca de amor, abarrotada de bênçãos, a fim de poder distender-lhes a esperança e a alegria, na santa noite de Natal, enquanto a Natureza em festa, recordando o teu nascimento, entoa a doce barcarola da felicidade. Desejo aconchegá-Ias ao peito, estreitando-as em meus braços, chorando de emoção, e, no doce enlevo, recordar a tua Mãe Santíssima, na santa noite do teu nascimento! ...


Anália Franco

por Divaldo Franco
em 21-10-1961, em Salvador, BA


    

quinta-feira, 14 de abril de 2011

'Rainha Angelical'


Rainha Angelical

            Mãezinha:

            Para coroar-te a cabeça já dornada da luz do sacrifício, fiz-me garimpeiro de estrelas para tecer uma grinalda de brilhantes com que pudesse expressar-te meu infinito amor.
            Vendo-te encanecer, a pouco e pouco, enrugando a face lisa e rosada, procuro compreender as inúmeras dores que por mim sofreste, e sinto quantos tesouros de renúncia e aflição foste constrangida a guardar nos cofres sublimes do coração.
            Quantas noites de tormenta suportaste, em silêncio, heroína do amor? Nem tu mesma poderias enumerar.
            Há quem finja não conhecer tuas dores, procurando ignorar as tuas vigílias glorificadoras. Nada reclamas, porém. Sabes identificar, no filho ingrato, somente o espírito enfermo e nunca descerras os lábios para reclamar.
            Certa de que a maternidade é sacrifício, apagaste a luz que alimentava teus sonhos de menina e moça para que toda a vida se consumisse na felicidade dos rebentos com que Deus coroou tuas ansiedades...
            Quando os filhos queridos se alçam às culminâncias sociais, somente raros recordam das tuas aflições. No reduto de solidão, porém, a que te acolhes, distendes o amor em cânticos de oração, fruindo, esquecida muitas vezes, a felicidade que eles não desejam repartir contigo.
            Mas se a ventania os arrasta, não aguardas que te chamem. Vigilante, estás sempre de pé, no campo de luta para os defender...
            Rainha angelical do amor, transformada em estátua de agonia, és a alma da vida construindo a Eternidade, em nome do Supremo Pai.
            Mensageira do Céu, és a vida da alma em forma de estrela na Terra.
            Deixa-me, agora, depois de tantas lutas, coroar-te a cabeça com as fulgurantes estrelas do firmamento, perfumando tua alma com os suaves aromas das rosas raras de Jericó, que adornaram Maria, a Mãe de Jesus, rainha de todas as mães.
            Mãezinha, no Dia de todas as mães, eu te bendigo, rainha querida do meu coração.
                       

Anália Franco
por Divaldo Franco
Em 7-2-1962, em Londrina, Paraná