Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador Albino Teixeira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Albino Teixeira. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Conto convosco...

 


Página mediúnica (Grupo Ismael)

Bittencourt Sampaio por Albino Teixeira

Reformador (FEB) Maio 1919

            Conto convosco...

            Meus companheiros, paz em nome de Jesus.

            Como eu, fostes chamados pelo Senhor e colhidos nas vielas escuras, coxos e estropiados e, Evangelhos nas mãos, trazidos à mesa farta do seu banquete de Amor e Caridade.

            Cumpre assim, terem guarida em vossos corações os sentimentos fraternos de concórdia, para, repercutidos no espaço, vibrarem sonoros e uníssonos com os dos mensageiros de Jesus, prepostos ao progresso da humanidade, à sua ascensão na escala infinita das esferas.

            Responsabilidade grande a vossa, pois uma vez chamada é porque o Divino Mestre em vós confia para colaborardes firmemente na sua obra, fazendo jus à sua misericórdia.

            Eu espero, portanto, que, resolutos e firmes em vossa fé, crentes nas graças divinas, sejais um braço forte com que aqui possamos contar para romper as linhas tenebrosas que se antepõem ao andamento do progresso e da verdade.

            Conto convosco para abrir brecha através as trevas do erro e da ignorância, indo alcançar a luz bendita que irradia do seio de Jesus, essa luz que é o único caminho, verdade e vida, e que nos conduzirá sem desvios ao foco supremo – o seio amoroso do Pai Celestial!

            Crentes da nova doutrina regeneradora da humanidade, impávidos conservai os vossos espíritos, mas serenos e calmos também, para que levemos a bom termo a tarefa que me impus.

            Estudai na santa paz do Senhor e que Jesus vos abençoe.

 


sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Raio de Luz

 

Raio de Luz

de Albino Teixeira (1903-1984)

por Heitor Luz Filho

em “Reflexões Espirituais” (Edição do C E. Casa do Rosário de N. Senhora, RJ, RJ)

 É difícil ao espírito encarnado compreender o panorama da vida espiritual, como ao cego de nascença é impossível idealizar a forma das coisas e as vibrações da luz.

Embora a vida na matéria se interpenetre no plano espiritual, o fenômeno da comunicação entre os espíritos, de ambos os planos, não é, ainda, de todo conhecido, podendo dizer-se, apenas, que há um teledinamismo a acionar a mecânica da interligação vibratória.

Necessário, porém, é compreender que os mundos não são estanques e que tudo converge para o mesmo fim, dentro do princípio da unidade originária de todas as coisas.

Não há, assim, por que estranhar possamos estabelecer diálogos entre irmãos encarnados e desencarnados, já que todos passamos pelas mesmas experiências e pelos mesmos estágios, dezenas, centenas, senão milhares de vezes. E, o que fazemos agora, portanto, nessas páginas humildes que o médium, com o desejo de servir, vai grafando, nada mais representa que a religação de correntes de pensamentos, que dimanam dos centros perispirituais sob o comando direto do Espírito.

Não há, portanto, fantasias nem ficções, nem interesse, de qualquer forma, em traduzir mensagens que não sejam o reflexo de ideias na representação de fatos, casos e imagens do mundo espiritual. E, quando, movidos pelo amor fraternal, trazemos a nossa palavra aos que, ainda, permanecem no envoltório carnal, no cumprimento de missões ou na quitações de débitos, o que nos impulsiona é devassar a treva pela luz, erradicar o erro pela Verdade e retificar os desvãos dos caminhos incertos com o roteiro do Evangelho. O que desejamos é trazer a todos que já olvidaram as experiências de vidas pretéritas pelo revestimento da matéria, a realidade da vida espiritual nos seus vários aspectos e nos panoramas diversos, para mostrar, a todos, que a cada um será dado conforme a suas obras. E que, todavia, o Cristo, como Senhor da humanidade terrestre, está sempre, de braços abertos para agasalhar todos os pecadores impenitentes propiciando-lhes a oportunidade, pelo remorso, pelo arrependimento e pela elucidação evangélica, de retornarem em paz aos planos da Luz Eterna.

 ***

Não há mistérios, meus irmãos, no diálogo espiritual, que se repete desde os tempos primevos, quando, ainda, o Cristo não descera aos planos terrenos para nos dar Boa-Nova.

O que necessita é de simples compreensão das leis vibratórias de sintonia, assim como do mecanismo da mediunidade, por intermédio do qual espíritos afins, agindo sobre elementos perispirituais, transmitem, mediante correntes de pensamento, imagens e ideias a espíritos em planos mais grosseiros sob a capa da matéria, cujo estado vibratório, nem sempre, permite uma perfeita fidelidade receptiva. Daí por que há necessidade de preparo espiritual e moral, sem o que a interligação se produzirá com falhas e defeitos tantas vezes prejudiciais à confiabilidade da comunicação.

A mensagem mediúnica é, sempre, um beneplácito do Pai. É raio de luz em meio às trevas do mundo em que se submerge o filho pródigo, que não soube fazer bom uso do livre arbítrio e preferiu perder-se nas emoções e nos desejos e subjugar-se pelas paixões e sentimentos imperfeitos.

Assim, pois, meus irmãos, a nossa palavra haverá de ressoar, sempre, como o eco divino que se propaga, de plano em plano em plano, na imensidão do Cosmo, até atingir, por vales e montanhas, os escabrosos fundões em que remanescem, entre gritos, dores e lamentos os irmãos remissos que se desesperam entre os pruridos das chagas morais do Espírito.

É essa descida do Alto – esse raio de luz que penetra as trevas densas dos abismos fluídicos, esse chamado de Paz e Amor em atenção aos clamores de socorro – que consubstancia o Amor Divino trazido, até os planos inferiores, pela maravilha da mediunidade.

Cumpre-nos, portanto, ao ensejo de vir até onde se encontram os nossos irmãos em dolorosas experiências, trazer, nesse diálogo entre os dois mundos, a palavra de esperança, de fé, de paz e de amor, porque um dia estaremos todos juntos, não mais em planos diversos, para elevar o nosso pensamento a Deus em agradecimento às dores e aos sofrimentos que, produzindo sulcos profundos em nosso Espírito, todavia nos inundam de luz a esparzir de nosso interior com os resplendores do Sol.

No dia, meus irmãos, em que chegar a Era de Regeneração; quando a luz houver espancado, para sempre, as sombras; quando o ódio houver desaparecido dos corações e quando a humildade for o apanágio de todos os espíritos, não haverá mais céu nem terra, porque todos estaremos, como um só rebanho, na Mansão Infinita de um só Senhor!


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Rota Espírita

 


Rota Espírita

Albino Teixeira por Chico Xavier

Reformador (FEB) Fevereiro 1966

 

Erguer-se de manhã e bendizer a vida.

Espalhar ao redor a presença do bem.

Escutar calmamente as notícias da hora.

Dar a palavra amiga. Ajudar conversando.

Dispor o coração a servir sem perguntas.

Fazer mais que o dever na tarefa em que esteja.

Suportar sem revolta as provações em curso.

Apagar a discórdia e liquidar problemas.

Estudar e entender. Discernir e elevar.

Render culto à Verdade entre bênçãos em tudo.

Ser fiel ao trabalho e esquecer as ofensas.

Amar fraternalmente a todas as criaturas.

Acender cada noite as estrelas da paz,

No abrigo da consciência em preces de alegria.

- Eis a rota ideal na jornada constante

Do espírita-cristão, à luz de cada dia.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Consideração espírita

 

Consideração Espírita

Albino Teixeira por Chico Xavier    Reformador (FEB) Abril 1962

             Dos outros recebemos a calúnia mas igualmente dos outros recolhemos o louvor que, em muitas ocasiões, ao exaltar-nos imerecidamente, nos fortalece para sermos afinal o que devemos ser e como devemos ser.

            Dos outros apanhamos o prejuízo, mas dos outros obtemos a dádiva.

            De outros vem o fel; no entanto, de outros surge o bálsamo.

            Dos outros procede a ingratidão que tanta vez nos deprime; contudo, igualmente

dos outros nasce a generosidade que nos levanta o coração para o Alto.

            Dos outros chegam até nós pensamentos obsessivos; entretanto, dos outros colhemos benditas inspirações que nos induzem à elevação e ao progresso.

            Dos outros se origina a crítica que desencoraja, mas dos outros provém o estímulo à execução de nossa tarefa, alentando-nos as forças a fim de que possamos cumprir os deveres que a vida nos atribui.

            O campo de nossas relações uns com os outros, no fundo, assemelha-se a gleba de plantio. Em meio a terreno valioso, surpreendemos escalracho, pântano, pedregulho... Se nos comportamos, porém, com atenção, administrando entendimento e amparo ao trato de solo que se nos confiou, em tempo estreito conseguiremos a regeneração da terra e a riqueza da produção. Aproveitemos o símile, no intercâmbio fraternal, porque, se dos outros recebemos os impactos da provação e da sombra, da dificuldade e da amargura, é também através dos outros que Deus nos socorre e abençoa, invariavelmente e cada vez mais.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Fenômenos Mediúnicos

 

Fenômenos Mediúnicos

Albino Teixeira por Chico Xavier   Reformador (FEB) Abril 1962  

 

            Os fenômenos mediúnicos a se evidenciarem, inevitáveis, nas estradas do homem, guardam expressiva similitude com a presença das águas, nos caminhos da Terra.

            Águas existem, por toda a parte.

            Possuímo-las cristalinas em fontes recamadas de areia, pesadas de barro nos rios que desgastam o solo, tisnadas na sarjeta em que rolam depois da chuva, lodacentas no charco,

furtadas de represas, concentradas em lagoas infectas, amargas em poços largados no esquecimento, semi envenenadas nos esgotos de lama...

            Todas elas, contudo, podem ser decantadas, medicadas, purificadas e renovadas para servir.

            Assim também os fenômenos mediúnicos.

            Venham de onde vierem; assinalam-se por determinado valor.

            Entretanto, é preciso não esquecer que devem ser examinados, raciocinados, interpretados e compreendidos para mostrarem proveito justo.

            Para eles e junto deles, todos nós temos a Doutrina Espírita por filtro de tratamento.

            À vista disso, não desprezeis fato algum, mas, igualmente em tempo algum não vos canseis de estudar.


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Fenômenos mediúnicos

 


Fenômenos mediúnicos

Albino Teixeira por Chico Xavier  

Reformador (FEB) Abril 1962.

             Os fenômenos mediúnicos a se evidenciarem, inevitáveis, nas estradas do homem, guardam expressiva similitude com a presença das águas, nos caminhos da Terra.

            Águas existem, por toda a parte.

            Possuímo-las cristalinas em fontes recamadas de areia, pesadas de barro nos rios que desgastam o solo, tisnadas na sarjeta em que rolam depois da chuva, lodacentas no charco, furtadas de represas concentradas em lagoas infectas, amargas em poços largados no esquecimento, semi-envenenadas nos esgotos de lama...

            Todas elas, contudo, podem ser decantadas, medicadas, purificadas e renovadas para servir.

            Assim também os fenômenos mediúnicos.

            Venham de onde vierem, assinalam-se por determinado valor.

            Entretanto, é preciso não esquecer que devem ser examinados, raciocinados, interpretados e compreendidos pata mostrarem proveito justo.

            Para eles e junto deles, todos nós temos a Doutrina Espírita por filtro de tratamento.

            À vista disso, não desprezeis fato algum, mas, igualmente, em tempo algum não vos canseis de estudar.


terça-feira, 30 de junho de 2020

Comunicações de Pedro, apóstolo



Três comunicações de 
Pedro, o Apóstolo
por Albino Teixeira
Reformador (FEB) Junho 1920

            Do que foram na sua simplicidade, como festividades de carácter puramente espiritual, as comemorações da ceia pascoal e do sacrifício do Calvário, levadas a afeito este ano na Federação, já informamos aos nossos leitores pelo Reformador de 16 de Abril, à semelhança do que todos os anos ocorre, acentuamo-lo então, elas se revestiram do cunho de reuniões verdadeiramente cristãs, em que milhares de crentes, procurando apreender em espírito e verdade os ensinamentos contidos naqueles dois atos culminantes da missão terrena do divino Mestre, para deles colherem o alimento espiritual de que se sentem famintos, receberam, num banho de luz vivíssima, como bênçãos do céu, alento e força, a fim de prosseguirem na obra de sua regeneração, testemunhando a grandeza das misericórdias que baixam sobre todos os que com boa vontade se consagram a essa obra.
*
            Restava-nos somente divulgar um fato especial que assinalou aquelas comemorações: o do recebimento de três comunicações do apóstolo Pedro, dadas por diferentes médiuns duas pela forma psicográfica, nas sessões públicas de quinta e sexta-feira santas, e uma por incorporação, em sessão do grupo Ismael, no segundo daqueles dias.
                Do conjunto dos ensinos, das exortações e promessas que todas elas contêm, destacaremos apenas, chamando para ele a atenção os que as leiam, um ponto: aquele em que o grande apóstolo declina a razão determinante de haver negado o Cristo, no Pretório. Não foi o medo, a fraqueza oriunda do temor de se comprometer que o levaram a isso, mas o amor, o amor humano, o amor qual o sentimos na terra, mesclado de egoísmo, que quase sempre lhe toma o lugar quando vemos em risco a vida de um ser amado.
                Quanto ao mais, os que as lerem dominado por sentimentos cristãos saberão de certo encontrar, por entre a singeleza de forma que apresentam, as ricas pérolas que encerram, ofertadas generosamente a todos os que, despidos de preconceitos de qualquer ordem, se disponham a buscar aquele que é único, porque só ele é “o caminho a verdade, a vida.”
           
            A primeira das três comunicações, tomada psicograficamente pelo médium Albino Teixeira, é a seguinte:
           
            “Aos continuadores do apostolado do Cristo as minhas saudações de paz,
            Meus filhinhos, o Divino Mestre, desde que surgiu no estábulo de Belém, começou a dar o exemplo de humildade mais frisante, para que os homens compreendessem que a humildade exalta a criatura e o orgulho a rebaixa. Nasceu entre animais como que para patentear ao mundo de então que esses talvez o compreendessem melhor do que o homem. Podendo nascer num palácio, como Senhor, que era, do mundo, surgiu num alpendre, abrigo de animais, tendo aparentemente por pai terreno um carpinteiro Que sublime exemplo de humildade!
            Na ceia pascoal culminou essa humildade quando ele ofertou a seus apóstolos o pão e o vinho, que simbolizavam o seu corpo e o seu sangre, isto é, a sua doutrina e o seu amor às ovelhinhas que lhe foram confiadas; e ainda quando lavou os pés a seus discípulos.
            Eu fora, quando pescava peixes no mar da Galileia, por ele chamado para ser pescador de homens e sem vacilação o acompanhei. Em boa hora o fiz, pois que recebi as emanações puríssimas de seu espírito, que leniram as agruras de minha alma de pescador. Suas palavras me redimiram, tornando-me pregador de sua doutrina de amor e de perdão.
            Ao vê-lo abaixar-se, cingido com uma toalha, para me lavar os pés, recusei.  
            - Como, Senhor, pois tu, o Mestre, me as de lavar os pés? Jamais o consentirei.
            Ah! Meus filhos, se vísseis o olhar meigo e ao mesmo tempo imperativo e me lançou, dizendo: - Se não me deixas lavar-te os pés, não és digno de mim... - Pois bem, Senhor, lave-me os pés, lava-me também a cabeça, respondi.
            A ceia pascoal, meus filhos, vos mostra a grandeza da humildade de Jesus.
            Quem quiser ser o maior terá que ser o servo de seus irmãos. Depois lavar-vos os pés uns aos outros, isto é, socorrer-vos reciprocamente, auxiliar-vos em todas as circunstâncias da vida, como irmãos, filhos do mesmo Pai.
            Se aqui estiverdes reunidos com verdadeiro sentimento de fraternidade, com pensamento de amor, com o desejo sincero de ser uteis aos vossos semelhantes, estareis recebendo o pão e o vinho que Jesus nos oferecem, estareis comungando a hóstia santa de seu amor. E como é esse o desejo que impera em vossos espíritos, eu vos concito a perseverardes no propósito da propagação da doutrina por ele ensinada, fazendo-a não somente por palavras mas especialmente pelo exemplo.
            Assim, os nossos pensamentos, confundidos com os vossos, repercutirão pelo infinito, em vibrações de luz, integrados no concerto universal que formam os dos puros espíritos, entoando hosanas ao seu amoroso Criador. Comunguemos mais uma vez nesta ceia, exemplo da mais grandiosa humildade, e que Jesus, o nosso Salvador, nos assista, permitindo que mais algumas criaturas, ovelhas do seu redil, se tornem, como nós, pescadoras de almas. Paz e Deus vos abençoe.”

Pedro, o Apóstolo

            A segunda, também psicografada, foi recebida pelo médium Manoel Quintão, nos seguintes termos:

            “Meus companheiros, como há dois mil anos, em transes angustiosos, rememorando as cenas do Calvário, o meu espírito brada ao mundo – Paz.
            Hoje, mercê do Mestre e Senhor, eu me propus vir a vós, como o Pescador da Galileia, para penitenciar-me de o haver negado três vezes. O seu perdão sublime logo me atingiu, é certo, porque o Justo sacrificado bem sabia que eu só o negara por amor. Naquela hora, o vidente apostólico emudeceu para falar o homem no seu egoísmo, o homem que em tudo via o sacrifício menor do seu Mestre querido. Eu supus que com a minha palavra comprometeria porventura ainda mais a causa do Justo, porque o pescador ignorava o que o apóstolo deveria saber um pouco e vos repete, isto é, que o Cordeiro de Deus, o Filho do Homem, não vinha restabelecer um reino na Terra, nem reinar para a Terra sobre uma geração, porque vinha restabelecer na Terra o reino do céu através de sucessivas gerações.
            Pois bem, meus queridos, essas gerações aí estão. Vós mesmos as representais legitimamente, porque sois daqueles que fizestes então, alvissareiramente odientos, a escalada do Calvário, para perpetua-la dolorosamente, caindo aqui erguendo-vos além, até chegardes à compreensão das coisas santas, despidos do orgulho que gera o ódio e ainda hoje sacrifica mil calvários, simbolicamente, os portadores de todas as verdades. Para que assim não continue a ser, é que se realizam as promessas do Divino Mestre e aqui vos encontrais.
            Mas, vede bem: a minha negação foi também um símbolo para vós outros, como um brado de alerta, a fim de que, não somente três, mas três mil vezes não negueis a Verdade, que é Jesus.   
            Com essas graças crescem para vós as responsabilidades que se aferem na balança da Vida Eterna.
            Tripulantes da minha barca, importa, porque o tempo vai desfeito em borrascas temerosas, que vos mantenhais firmes em vossos postos, a fim de não serdes arremessados ao oceano cavado das próprias paixões. O sinal que vos dou é o da cruz: - O sinal que vos dou é o da cruz: - ao sopé uma mulher lacrimosa que não tem um brado, nem um gesto de maldição. É a estátua da Dor e é também a efígie do amor desse Filho que vos há de salvar.
            A Ela rogo de joelhos para vós, como roguei para mim naquele momento de angústia, a benção que conforta, ilumina e sara todas as feridas do espírito.
            E ela, Mártir Dolorosa, sorrindo, me diz: - Pedro, vai abençoar os meus filhinhos em nome do Filho Amado, para que a compreensão daquele perdão seja o sinal definitivo do recolhimento deles no meu seio.
            Benção de Maria, bênção da paz e de amor, do céu, portanto, vos trago. O remido da fé

                                             Pedro

            A terceira dada por incorporação, é esta:

            “E dentro em breve vereis o Filho do homem em toda a sua glória.” Assim, meus amiguinhos, me falou o Amado Mestre, a mim, pobre pescador, homem que nada possuía. Sim, que nada possuía, pois que nem bastante fé levava consigo para compreender e penetrar essas palavras.
            Acompanhei-o no Horto das Oliveiras, fui para Jerusalém e daí à casa de Pilatos. Oh! Pedro, Pedro, que não sabes perdoar a ti mesmo a falta que cometeste, quando Ele te havia dito: - Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes! E Assim foi, Senhor!
            Pedro, que tudo te devia, que tudo te deve, te negou. Negou-te, mas não por fraqueza, oh! Não! Negou-te por amor, pelo amor da terra, pelo amor do homem. Dalí, desfeito em pranto, o acompanhei no Calvário!
            Mas, meus filhos, como me senti só!
            Como eu e os meus companheiros choramos a ausência do Mestre e quão grande foi o nosso espanto, quando aquela alma sublime e excelsa surgia diante de Madalena e disse: Não chores, porque eu aqui estou. Não chores, porque eu aqui estou. Vai dizer-lhes que me viste que sou eu mesmo.  
            Ah! Voltou-nos a calma e sentimos em cheio toda a grandeza da humildade do Senhor! Senti-me grande e forte da minha riqueza, prometi mim mesmo que, se preciso fosse, também iria até o Calvário. Não, meus filhinhos, porque eu entendesse ofertar desse modo alguma coisa ao meu Jesus, não; mas porque achava que, dando-lhe tudo, nada lhe daria em comparação com o tesouro que dele recebem.
            Ele, pois, voltou e nos encheu do gozo, preparando-nos para seguirmos as suas pegadas, em resgate do nosso passado, porque tínhamos um passado a resgatar, e para que pudéssemos, sempre por seu intermédio, sempre por seu amor, tornar-nos dignos do Pai Celeste.  
            Corri terras: era preciso que fosse assim. Faltava-me, meus caros filhinhos: um braço direito. Encontrei-o, encontrando o meu Paulo. Longe um do outro havíamos nascido e tão diferentemente: ele, rico, forte, instruído nas letras e eu, humilde pescador, nada possuindo a não ser boa vontade. Que poderia fazer? O Manso Cordeiro, porém, tudo tinha preparado! Como previra tudo!
            Aquele Paulo, que aceitava a esmola de Jesus, que falava em nome do Cristo, aquele mesmo Paulo vem no meu encontro e, humilde e arrependido, diz: “Pedro, ensina-me tu quem é o Cristo; quero ouvir da tua boca todas as suas ordens, Eu já o sinto em mim, mas é necessário que tu me relates a sua vida. Serei teu escravo”. E assim, unidos, amando-nos e muito, sem nunca, nos termos visto antes, seguimos a nossa rota e, palmilhando espinhos por nós meemos semeados, chegados ao fim da nossa jornada.
            Ah! E como tu, Senhor, foste e és sempre grande e misericordioso; quão grande foi a tua recompensa para os humildes servos; quantas graças e quantas misericórdias!! E fizeste que as tuas palavras atravessassem os séculos e viessem, por tradição, por estudos, até os ouvidos daqueles que há dois mil anos gritavam: Crucifica-o, crucifica-o, colocando Ihes nas mãos o livro da Vida, assentando-os à mesa do teu banquete e dizendo-lhes: - Aqui estais bebendo o meu sangue, comendo da minha carne - porque os queres ver redimidos e que, como eu e os meus companheiros, recuperem pelo seu esforço o tesouro perdido.  
            Do alto do trono da tua misericórdia, com n teu saber imenso, vigias este rebanho pequenino e, como pastor cauteloso, consentiste que o teu servo lhe viesse trazer a palavra de amor, tu que consolas, que enriqueces a todos aqueles que sabem acolher-se ao teu seio. Obrigado, Jesus, obrigado, bom e divino Mestre, por mim e por eles.
            E vós, pequeninos discípulos da era nova, vós a quem tanto foi dado numa época em que só há choro e ranger de dentes, apegai-vos à tábua de salvação que vos é oferecida e, haja o que houver, dai testemunho da sabedoria de Deus em toda a sua glória.
            Paz, amor e caridade fiquem em vossas almas e, nos momentos mais aflitivas, lembrai-vos sempre do humilde Pedro e Pedro acudirá ao vosso chamado.
            Adeus. Paz.”

terça-feira, 24 de julho de 2018

Compreensão para os Adversários



Compreensão para os adversários
Albino Teixeira por Manoel Joaquim Pereira Jr
Reformador (FEB) Maio 1974

Relembrando o querido Mestre Allan Kardec, que há precisamente 105 anos se desprendeu do seio da Terra para os cimos divinos da luz, onde o aguardava Jesus,  avaliamos melhor, hoje, o seu aprendizado de labor incessante, levando ao mundo
Luzes imortais.

Sua luta, seu sacrifício e suas aflições foram grandes e muitas vezes deixaram-no enfermo e angustiado, sentindo que muito faltava, muito tinha que fazer ainda em benefício da obra com que se comprometera perante o Senhor.

Ao concluir os seus últimos trabalhos, a fim de serem dados a lume, cai fulminado na idade de 64 anos.

Missionário do Bem e da Verdade, a quem muito devemos, cumpre-nos imitá-lo, procurando compreender todos os que discordam da sua obra santificante que Ismael se empenha, com tanto carinho, em levar aos corações, não só da Pátria do Cruzeiro, mas do mundo inteiro.

Na verdade, a luta é grande. As incompreensões se acumulam: Mas, não vacilemos, não nos entristeçamos. O Senhor do Mundo está presente e saberá conduzir todos os que -procuram ser fiéis no divino trabalho de renovação e elevação das criaturas. Só a pureza da Doutrina nos dará a verdadeira força de vencer e iluminar aqueles que ainda não encontraram Jesus, em espírito e verdade.

Muita fé, oração e vigilância, e chegaremos a termo feliz.


domingo, 10 de dezembro de 2017

Fenômenos Mediúnicos


Fenômenos Mediúnicos
Albino Teixeira por Chico Xavier
Reformador (FEB) Abril 1962

Os fenômenos mediúnicos a se evidenciarem, inevitáveis, nas estradas do homem, guardam expressiva similitude com a presença das águas, nos caminhos da Terra.

Águas existem, por toda a parte.

Possuímo-las cristalinas em fontes recamadas de areia, pesadas de barro nos rios que desgastam o solo, tisnadas na sarjeta em que rolam depois da chuva, lodacentas no charco, furtadas de represas, concentradas em lagoas infectas, amargas em poço largados no esquecimento, semi envenenadas nos esgotos de lama.

Todas elas, contudo, podem ser decantadas, medicadas, purificadas e renovadas para servir.

Assim também os fenômenos mediúnicos.

Venham de onde vierem, assinalam-se por determinado valor.

Entretanto, é preciso não esquecer que devem ser examinados, raciocinados, interpretados e compreendidos para mostrarem proveito justo.

Para eles e junto deles, todos nós temos a Doutrina Espírita por filtro de tratamento.

À vista disso, não desprezeis fato algum mas, igualmente em tempo algum, não vos canseis de estudar.


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A Palavra de Bittencourt Sampaio -2


Conto convosco...
Bittencourt Sampaio
por Albino Teixeira
Reformador (FEB) 16.04.1919

 
            "Meus companheiros, paz em nome de Jesus.
            Como eu, fostes chamados pelo Senhor e colhidos nas vielas escuras, coxos e estropiados e, Evangelhos nas mãos, trazidos à mesa farta do seu banquete de amor e caridade.
            Cumpre, assim, terem guarida em vossos corações os sentimentos fraternos da concórdia, para, repercutidos no espaço, vibrarem sonoros e uníssonos com os mensageiros de Jesus, prepostos ao progresso da humanidade, à sua ascensão na escala infinita das esferas.
            Responsabilidade grande a vossa, pois uma vez chamados é porque o Divino Mestre em vós confia para colaborardes firmemente na sua obra, fazendo juz à Sua misericórdia.
            Eu espero, portanto, que, resolutos e firmes em vossa fé, crentes nas graças divinas, sejais um braço forte com que aqui possamos contar para romper as linhas tenebrosas que se antepõem ao andamento do progresso e da verdade.
            Conto convosco para abrir brecha através das trevas do erro e da ignorância, indo alcançar a luz bendita, que irradia do seio de Jesus, essa luz que é o único caminho, verdade e vida, e que nos conduzirá sem desvios ao foco supremo - o seio amoroso do Pai Celestial.
            Crentes da nova doutrina regeneradora da humanidade, impávidos conservai os vossos espíritos, mas serenos e calmos também, para que levemos a bom termo a tarefa que me impus.
            Estuda na santa paz do Senhor e que Jesus vos abençoe."



terça-feira, 20 de outubro de 2015

Nota em Desobsessão



O ingrato é doente da memória.
O indiferente é enfermo da atenção.
O orgulhoso é doente da ideia.
O fraco é enfermo da vontade.
O caluniador é doente da língua.
O delinquente é enfermo da emoção.
O sovina é doente da sensibilidade.
O malicioso é doente da visão.
O imprudente é enfermo do impulso.
O desequilibrado é doente da razão.

*

            Convençamo-nos de que há enfermidades específicas na alma, como existem doenças determinadas no corpo.

            Consequentemente, é preciso lembrar que assinar recibos de ofensas será o mesmo que tratar um doente, adquirindo-lhe, impensadamente, a enfermidade.

            Perante quaisquer agravos, desse modo, saibamos vacinar-nos contra o mal, usando a luz da compreensão e o amparo da bênção.

Nota em desobsessão
Albino Teixeira
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Março 1970

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pensai Nisso


Pensai Nisso

Albino Teixeira

por Chico Xavier
Reformador (FEB) Novembro 1961


            O homem na Terra pode realizar as mais altas façanhas da inteligência:

            medir as estrelas;
            estudar os mundos distantes,
            vencer a gravitação e arrojar-se no Espaço;
            atravessar os domínios aéreos;
            governar o oceano;
            controlar as forças da Natureza;
            transmitir a palavra e a imagem, de ponta a ponta da Terra;
            analisar a essência da luz;
            escalar os Himalaias;
            cultivar as areias de Gobi;
            aquecer a Sibéria;
            arrebatar os tesouros do subsolo;
            construir arranha-céus;
            interferir na genética;
            anular a dor física;
            frustrar as epidemias;
            debelar a infecção,
            enxertar órgãos e tecidos de um corpo na estrutura de outro corpo;
            prolongar a existência humana;
            alterar a vida dos animais e das plantas,
            promover todas as experiências científicas;
            plasmar sonhos de arte;
            expressar em letra os mais complexos pensamentos...

            Todos esses prodígios, o homem na Terra pode fazer; contudo, é da Lei do Universo que ninguém escape da cirurgia da morte.

            Irmãos, refletindo em vossos problemas, pensai também nisso.



terça-feira, 26 de março de 2013

Obsessão e Cura



Obsessão e Cura
Albino Teixeira
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Dezembro 1969


A reencarnação solicita cerca de nove meses no claustro materno, e, a fim de que venha a estabelecer domínio sobre o corpo, não se requer do Espírito nada menos de sete anos sucessivos de esforço e de ensaio, para que se lhe consolide a segurança na experiência física.

*

Um certificado de competência nas profissões liberais custa habitualmente quase quatro lustros de estudos incessantes.
*

Uma árvore frutífera deve aguardar a passagem de muitas estações, até que consiga fornecer os frutos da própria espécie.

*

O carvalho ou a peroba, para oferecerem material de construção, necessitam de muitas décadas de trabalho silencioso, na organização da própria estrutura.

*

O carvão, para converter-se em diamante, requisita séculos de apoio no laboratório da Natureza.

*

Se em qualquer progresso ou desenvolvimento de aquisições do mundo nada se obtém sem paciência, amor, educação e serviço, como quereis, meus irmãos da Terra, que a obsessão, que é frequentemente desequilíbrio crônico da alma, venha a desaparecer, sem paciência, amor, educação e serviço, de um dia para outro?



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Obsessão e Cura


Obsessão e cura

            A reencarnação solicita cerca de nove meses no claustro materno, e, a fim e que venha a estabelecer domínio sobre o corpo, não se requer do Espírito nada menos de sete anos sucessivos de esforço e de ensaio, para que se lhe consolide a segurança na experiência física.

*

            Um certificado de competência nas profissões liberais custa habitualmente quase quatro lustros de estudos incessantes.

*

            Uma árvore frutífera deve aguardar a passagem de muitas estações, até que consiga fornecer os frutos da própria espécie.

*

            O carvalho ou a peroba, para oferecerem material de construção, necessitam de muitas décadas de trabalho silencioso, na organização da própria estrutura.

*

            O carvão, para converter-se em diamante, requisita séculos de apoio no laboratório da Natureza.

*

            Se em qualquer progresso ou desenvolvimento de aquisições do mundo nada se obtém sem paciência, amor, educação e serviço, como quereis, meus irmãos da Terra, que a obsessão, que é frequentemente desequilíbrio crônico da alma, venha a desaparecer, sem paciência, amor, educação e serviço, de um dia para outro?


Albino  Teixeira
por Chico Xavier

in Reformador (FEB) Dez 1969