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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Quem guardar a Minha palavra nunca verá a morte...



Quem guardar a Minha palavra, nunca verá a morte...                                       
 8,37 “ -Bem sei que sois a raça de Abraão, mas quereis matar-Me, porque a Minha palavra não penetra em vós. 
8,38 Eu falo o que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que aprendestes de vosso pai. 
8,39 Nosso pai, replicaram  eles,  é  Abraão.  Disse-lhes  Jesus: “ -Se fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. 
8,40  Mas, agora, procurais tirar-Me a vida, a Mim que vos falei a verdade que ouvi  de  Deus!  Isto  Abraão  não  fez!   
8,41 -Vós fazeis as obras de Vosso Pai, replicaram-Lhe eles. -Nós não somos filhos do acaso; mas temos um só Pai, Deus! 
8,42  Jesus replicou: “-Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, porque Eu saí de Deus.
É Dele que Eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi Ele que me enviou 
8,43  Por que não entendeis a Minha linguagem? Por não poderdes ouvir a Minha palavra.”

         Para  Jo (8,43), -Por que não entendeis   a  minha  linguagem?  - tomemos  “Fonte Viva” (Ed. FEB) de Emmanuel por Chico Xavier:

            “A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.

            Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos. Emprestar sem exigir retribuição. Desculpar incessantemente. Amar os próprios adversários. Ajudar aos caluniadores a aos maus.

            Muita gente escuta a boa nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.

            Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores. Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse se ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.

            A preocupação da posse lhes absorve a existência. Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável. o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.

            Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária. Percebem, mas não ouvem. Informam-se, mas não entendem.

            Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos. Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis. São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.

            Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.”

Quem Guardar a Minha Palavra, nunca verá a Morte.
                        
 8,44 “ -Vós tendes como pai um espírito do mal e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso.  
8,45 mas Eu, porque vos digo a verdade, não me credes. 
8,46  Quem de vós Me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que não Me credes? 
8,47 Quem é de Deus, ouve as palavras de Deus, e, se vós não as ouvis, é porque não sois de  Deus.” 
8,48 Responderam então os judeus: -Não dizemos com razão que és samaritano e que estás possuído de um espírito mal? 
8,49 Respondeu-lhes Jesus: “ -Eu não estou possuído, mas, sim, honro a meu Pai. Vós, porém me ultrajais! 
8,50 Não busco a Minha glória. Há quem a busque e Ele fará  justiça.
8,51 Em verdade, em verdade vos digo, se alguém guardar a minha palavra não verá jamais a morte”

          Para  Jo (8,51), -Quem guardar a Minha palavra, nunca verá a morte - tomemos  “Conduta Espírita” (Ed. FEB), de André Luiz:

Conduta Espírita perante a desencarnação...

            -Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os sentidos. Maior resignação, maior prova de confiança e entendimento.

            -Dispensar aparatos, pompas e encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabiliza, abolir o uso de velas e coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o enterramento ou a cremação. Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo.

            -Emitir para os companheiros desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua condição. A caridade é dever para todo clima.

            -Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte. O companheiro recém desencarnado pede, em palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a refazer-se.

            -Desterrar de si quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários impróprios nos enterros a que comparecer. A solenidade mortuária é ato de respeito e dignidade humana.

            -Transformar o culto da saudade, comumente expresso no oferecimento de coroas e flores, em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário, fazendo o mesmo nas comemorações e homenagens a desencarnados, sejam elas pessoais ou gerais. A saudade somente constrói quando associada ao labor do bem.

            -Ajuizar detidamente as questões referentes a testamentos, resoluções e votos, antes da desencarnação, para não experimentar choques prováveis, antes inesperadas incompreensões de parentes e  companheiros. O corpo que morre não se refaz.

            -Aproveitar a oportunidade do sepultamento para orar, ou discorrer sem afetação, quando chamado a isso, sobre a imortalidade da alma e sobre o valor da existência humana. A morte exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra.”



Filhos e servos... Conhecereis a verdade...



              Filhos e Servos / Conhecereis a Verdade...             
        
 8,30  Tendo proferido estas palavras, muitos creram Nele. 
8,31  E Jesus disse aos judeus que creram Nele: “- Se permanecerem na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos, 
8,32 E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” 
8,33 Replicaram-Lhe: -Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de ninguém. Como entender o -Sereis livres? 
8,34 “ - Em verdade, em verdade vos digo, todo homem que se entrega ao erro é seu escravo. 8,35 Ora, o servo não fica para sempre na casa; mas o Filho fica para sempre. 8,36  Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres!”

       Para Jo (8,32) -Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará - leiamos “Fonte Viva” (Ed. FEB):

        “A palavra do Mestre é clara e segura.

            Não seremos libertados pelos “aspectos da verdade” ou pelas “verdades provisórias” de que sejamos detentores no círculo das afirmações apaixonadas a que nos inclinemos.

            Muitos, em política, filosofia, ciência e religião, se afeiçoam a certos ângulos da verdade e transformam  a própria vida numa trincheira de luta desesperada, a pretexto de defendê-la, quando não passam de prisioneiros do “ponto de vista”. Muitos aceitam a verdade, estendem-lhe as lições, advogam-lhe a causa e proclamam-lhe os méritos, entretanto, a verdade libertadora é aquela que conhecemos na atividade incessante do Eterno Bem.

            Penetrá-la é compreender as obrigações que nos competem. Discerni-la é renovar o próprio entendimento e converter a existência num campo de responsabilidade para com o melhor. Só existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido.

            Conhecer, portanto, a verdade é perceber o sentido da vida.  E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.

            Observa, desse modo, a tua posição diante da Luz... Quem apenas vislumbra a glória ofuscante da realidade, fala muito e age menos. Quem, todavia, lhe penetra a grandeza indefinível, age mais e fala menos.”

         Para Jo (8,35), -Filhos e Servos - tomemos “Caminho, Verdade e Vida” (Ed. FEB):

            “Na sua exemplificação, ensinou-nos  Jesus como alcançar o título de filiação a Deus.

            O trabalho ativo e incessante, o desprendimento dos interesses inferiores do mundo, a perfeita submissão aos desígnios divinos, constituíram traços fundamentais de suas ligações na Terra.

            Muitos homens, notáveis pela bondade, pelo caráter adamantino, sacerdotes dignos e crentes sinceros, poderão ser dedicados servos do Altíssimo.  Mas o Cristo induziu-nos a ser mais alguma coisa. Convidou-nos a ser filhos, esclarecendo que esses ficam “para sempre na casa”. E os servos? Esses, muita vez, experimentam modificações. Nem sempre permanecerão, ao lado do Pai.

            Mas, não é a Terra igualmente uma dependência, ainda que humilde, da casa de Deus? Aí palpita a essência da lição. O Mestre aludiu aos servos como pessoas suscetíveis de vários interesses próprios. Os filhos, todavia, possuem interesses em comum com o Pai.

            Os primeiros, servindo a Deus e a si mesmos, porque como servidores aguardam remuneração, podem sofrer ansiedades, aflições, delírios e dores ásperas.

            Os filhos, porém, estão sempre “na casa”, isto é, permanecerão em paz, superiores às circunstâncias mais duras, porquanto reconhecem, acima de tudo, que pertencem a Deus.”


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Fardo penoso



Fardo penoso
Luiz de Oliveira
Reformador (FEB) Novembro 1940
                                             
            Penoso é o fardo destinado ao exercício para desenvolvimento moral dos seres que se espiritualizam.

            Penosa é a existência do homem arrastado pelo desejo de caminhar para o seu Criador.

            Exercitar a natureza material, sem se "deixar prender por excessiva ambição às coisas da Terra", eis a difícil tarefa do espírito que, com objetivo cristão, toma a seu cargo a direção do corpo humano.

            Proveitosos ensinamentos, para o adiantamento e maior cultivo inteligente e moral, recolhe de suas viagens à Terra; mas, quão poucos o conseguem, quão poucos suportam resignadamente os encargos da vida terrena, no cumprimento da missão divina - orando, vigiando - e, humildemente, seguindo as instruções do Filho do Homem: "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos"...
           
            Dificuldades surgem de todos os lados. O que se quer tornar digno do Pai espiritual é ainda um elemento revoltoso que contraria a ordem social estabelecida no mundo.

            As criaturas humanas, sob o império do egoísmo, da presunção e das ambições desmedidas, se repelem mutuamente, olvidando, na voragem das guerras que se travam a divina sentença: "AMAI-VOS UNS AOS OUTROS". 

            Os que se esforçam pela vitória das leis cristãs não podem ser acreditados porque existem falsos profetas que ocupam os melhores lugares e, à semelhança dos "doutores da lei" que pontificavam na era pagã, ditam sentenças e recebem o apoio das multidões ...

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Jesus, enviado do Pai



Jesus Enviado do Pai                       

  8,21  Jesus disse-lhes: “ -Eu Me vou, e, procurar-Me-eis e morrereis no vosso erro. Para onde Eu vou, vós não podeis ir.” 
8,22    Perguntaram os judeus: -Será que Ele vai se matar, pois diz: “Para onde Eu vou, vós não podeis ir!” 
8,23  Ele lhes disse; “ -Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo. 
8,24  Por isso vos disse: Morrerei no vosso erro: Porque, se não crerdes o que Eu sou, morrereis no vosso erro.” 
8,25 - Quem és Tu? Perguntaram-Lhe  então.   Jesus  respondeu: “ -Exatamente o que vos declaro. 
8,26  Tenho muitas coisas que dizer e julgar a vosso respeito, mas o que Me enviou é verdadeiro e o que Dele ouvi Eu digo ao mundo.” 
8,27  Eles, porém, não compreenderam que Ele lhes falava do Pai. 
8,28  Jesus, então, lhes disse: “ -Quando tiverdes  glorificado a Mim como Filho, então sabereis quem sou e que nada faço por mim mesmo, mas que falo e faço como meu Pai me ensinou. 
8,29  Aquele que me enviou está comigo, Ele não me deixou sozinho; porque faço sempre o que é de seu agrado.”

                Tomemos “Emmanuel”, de Emmanuel, por Chico Xavier: Aos Meus Irmãos...

            Homens, meus irmãos, considerai a fração de tempo da vossa passagem pela Terra.

            Observai o exemplo das almas nobres que, em épocas diferentes, vos trouxeram a palavra do Céu na vossa ingrata linguagem; suas vidas estão cheias de sacrifícios e dedicações dolorosas.

             Não vos entregueis aos desvios que conduzem ao materialismo dissolvente.

             Olhando o vosso passado, que constitui o passado da própria Humanidade, uma cruciante amargura domina o vosso espírito: atrás de vós, a falência religiosa, ante os problemas da evolução, impele-vos à descrença e ao egoísmo; muitos se recolhem nas suas posições de mando e há uma sede generalizada de gozo material, com a perspectiva do nada, que a maioria das criaturas acredita encontrar no caminho silencioso da morte; mas eis que, substituindo as religiões que faliram, à falta de cultivadores fiéis, ouve-se    a voz do Espírito da Verdade em todas as regiões da Terra.

             Os túmulos falam e os vossos bem-amados vos dizem das experiências adquiridas e das dores que passaram.

            Há um sublime conúbio do Céu com a Terra.

            Vinde ao banquete espiritual onde a Verdade domina em toda a sua grandiosa excelsitude.

             Vinde sem desconfianças, sem receios, não como novos Tomés, mas como almas necessitadas de luz e de liberdade; não basta virdes com o espírito de criticismo, é preciso trazerdes um coração que saiba corresponder com sentimento elevado a um raciocínio superior.

            Outros mundos vos esperam na imensidade, onde os sóis realizam os fenômenos de sua eterna trajetória. Dilatai vossa esperança, porque um dia chegará em que, na Terra, devereis abandonar o exílio onde chorais como seres desterrados. Que todos vós possais, no ocaso da existência, contemplar no céu da vossa consciência, estrelas resplandecentes da paz que representará a vossa glorificação imortal.”


O Testemunho de Jesus



                                          O Testemunho de Jesus                     

 8,12  Falou-lhe, outra  vez,  Jesus: “ -Eu sou a luz do mundo; Aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” 
8,13 A isso, os fariseus Lhe disseram: -Tu dás testemunho de Ti mesmo; Teu testemunho não é digno de fé. 
8,14 Respondeu-lhes Jesus: “ -Embora Eu dê testemunho de Mim mesmo, o Meu testemunho é digno de fé, porque sei donde vim e para onde vou 
8,15 Vós julgais segundo a aparência; Eu não julgo ninguém. 
8,16 E, se julgo, o Meu julgamento é conforme a verdade, porque não estou sozinho mas, comigo, está o Pai que Me enviou. 
8,17  Ora, na vossa lei está escrito:
“O testemunho de duas pessoas é digno de fé.(Deut 19,15)” 
8,18  Eu dou testemunho de mim mesmo; e Meu Pai, que Me enviou, o dá também.” 8,19 Perguntaram-Lhe: -Onde está Teu Pai? Respondeu Jesus: “ -Não conheceis nem a Mim, nem a Meu Pai. Se Me conhecêsseis, certamente conheceríeis também a meu Pai” 8,20  Estas palavras proferiu Jesus ensinando no Templo, junto aos cofres de esmola. Mas, ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a Sua hora.


           Para  Jo (8,12) -Aquele que me segue não andará em trevas - leiamos  “Fonte Viva”, (Ed. FEB) de Emmanuel por Chico Xavier:
           
            “Há quem admire a glória do Cristo. Mas a admiração pura e simples pode transformar-se em êxtase inoperante.
            Há quem creia nas promessas do Senhor. Todavia, a crença só por si pode gerar o fanatismo e a discórdia.
             Há quem defenda a revelação de Jesus. Entretanto, a defesa considerada isoladamente pode gerar o sectarismo e a cegueira.
            Há quem confie no Divino Mestre. Contudo, a confiança estagnada pode ser uma força inerte.
            Há quem espere pelo Eterno Benfeitor. No entanto, a expectativa sem trabalho pode ser ansiedade inútil.
             Há quem louve o Salvador. Louvor exclusivo, porém, pode coagular a adoração improdutiva.
             A palavra do Enviado Celeste, entretanto, é clara e incisiva: “-Aquele que me segue não andará em trevas”.
            Se te afeiçoaste ao Evangelho não te situes por fora do serviço cristão. Procuremos o Senhor, seguindo-lhe os passos. Somente assim estaremos com o Cristo, recebendo-lhe a excelsa luz.”

            Para o mesmo versículo de  João,  Emmanuel, por Chico Xavier, retorna em “Vinha de Luz”:

            “Há crentes que se não esquivam às imposições do culto exterior.
            Reclamam a genuflexão e o público trovejante, de momento a momento.
            Preferem outros o comentário leviano, acerca das atividades gerais da fé religiosa, confiando-se a querelas inúteis ou barateando os recursos divinos.
            A multidão dos seguidores, desse tipo, costuma declarar que as atitudes externas e as discussões doentias representam para ela sacrossanto dever; contudo, tão logo surgem inesperados golpes do sofrimento ou da experiência na estrada vulgar, precipita-se em sombrio desespero, recolhendo-se em abismos sem esperança.
            Nessas horas cinzentas, os aprendizes sentem-se abandonados e oprimidos, mostrando a insuficiência interna. Muitos se fazem relaxados nas obrigações, afirmando-se desprotegidos de Jesus ou esquecidos do Céu.
            Isso ocorre, porém, porque não ouviram a revelação divina, qual se faz necessário.
            O Mestre não prometeu claridade à senda dos que apenas falam e creem. Assinou, no entanto, real compromisso de assistência contínua aos discípulos que o seguem. Nesse passo, é importante considerar que Jesus não se reporta a lâmpadas de natureza física, cujas irradiações ferem os olhos orgânicos. Assegurou a doação de luz da vida. 
            Quem efetivamente se dispõe a acompanhá-lo, não encontrará tempo a gastar com exames particularizados de nuvens negras e espessas, porque        sentirá a claridade eterna, dentro de si mesmo.  Quando fizeres, pois, o costumeiro balanço de tua fé, repara, com honestidade imparcial, se estás falando apenas do Cristo ou se procuras seguir-lhe os passos, no caminho comum.” 




sábado, 25 de janeiro de 2020

As negações de Pedro



As Negações de Pedro

26,69  Enquanto isso, Pedro estava sentado no Pátio. Aproximou-se dele uma das servas, dizendo: Também tu estavas com Jesus, o Galileu! 
26,70  Mas, ele negou publicamente, nestes termos: - Não sei o que dizes! 
26,71  Dirigia-se ele para a porta a fim de sair, quando outra criada o viu e disse aos que lá estavam: Este homem também estava com Jesus de Nazaré! 
26,72  Pedro, pela   segunda   vez,  negou  com juramento:  -Eu não conheço tal Homem! 
26,73  Pouco depois, os que ali  estavam, aproximaram-se de Pedro e disseram: Sim, tu és daqueles. Teu modo de falar te dá a conhecer.    
26,74  Pedro, então, começou a dizer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal Homem. E, neste momento, cantou o galo. 
26,75  Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera: “Antes que o galo cante, negar-Me-ás três vezes!  E, saindo, chorou amargamente. 

        Néio Lúcio,    por  Chico Xavier, em  “Jesus no Lar”, relata episódio ocorrido em casa de  Simão Pedro e que ganhou o título:

Os Instrumentos da Perfeição

            “Naquela noite, Simão Pedro trazia à conversação o espírito ralado por extremo desgosto. Agastara-se  com parentes descriteriosos e rudes. Velho tio acusara-o de dilapidador dos bens da família e um primo ameaçara esbofeteá-lo na via pública.
            Guardava, por isso, o semblante carregado e austero. Quando o Mestre leu algumas frases dos Sagrados Escritos, o pescador desabafou. Descreveu o conflito com a parentela e Jesus o ouviu em silêncio.
            Ao término do longo relatório afetivo, indagou o Senhor:
            -E que fizeste, Simão, ante as arremetidas dos familiares incompreensivos?
            -Sem dúvida, reagi como devia! - respondeu o apóstolo, veemente. - Coloquei cada um no seu lugar próprio. Anunciei, sem rebuços, as más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é mentiroso contumaz. Provei, perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e não me arrependi do que fiz.
            O Mestre refletiu por minutos longos e falou, compassivo:
            -Pedro, que faz um carpinteiro na construção de uma casa?
            -Naturalmente trabalha - redarguiu o interpelado, irritadiço.
            -Com quê? - tornou o Amigo Celeste, bem humorado.
            -Usando ferramentas.
            Após a resposta breve de Simão, o Cristo continuou:
            -As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do Reino do Céu em nós mesmos. Quando falhamos no aproveitamento deles, que constituem elementos de nossa melhoria, é quase impossível triunfar com recursos alheios, porque o Pai nos concede os problemas da vida, de acordo com a nossa capacidade de lhes dar solução
            A ave é obrigada a fazer o ninho, mas não se lhe reclama outro serviço. A ovelha dará lã ao pastor; no entanto, ninguém lhe exige o agasalho pronto. Ao homem foram concedidas tarefas, quais sejam as do amor e da humildade, na ação inteligente e constante para o bem comum, a fim de que a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra. Os parentes próximos, na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da construção do templo vivo e sublime, por intermédio do qual o Céu se manifestará em nossa alma. Enquanto o marceneiro usa suas ferramentas, por fora, cabe-nos aproveitar as nossas por dentro. Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que nos põe à prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa capacidade de socorrer.
            Aquele que bem se conduz, em nome do Pai, junto de familiares endurecidos ou indiferentes, prepara-se com rapidez para a glória do serviço à Humanidade, porque, se a paciência aprimora a vida, o tempo tudo transforma.
            Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos indagadores, acrescentou serenamente:
            -Se não auxiliarmos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos, de longe?  se não amamos o irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos ao Pai que se encontra no Céu?
            Depois dessas perguntas, pairou na modesta sala de Cafarnaum expressivo silêncio que ninguém ousou interromper.”

         Para Mt (26,69-75) -O Fracasso de Pedro-, encontramos em “Elucidações Evangélicas” de Antônio Luiz Sayão, o que se segue:

            “Pedro confiara demais nas suas próprias forças e não procurará o único ponto de apoio que o pudera sustentar: a prece.  Deixara-se levar pela confiança em si mesmo e, malgrado ao aviso de Jesus, não se pudera em guarda.
            Grande foi o seu remorso, pois que nele houve apenas fraqueza e não culpa.
            Houve apenas falta de previdência, de desconfiança de si mesmo, e não traição premeditada, fruto da covardia e do egoísmo.
            Ao deixar a casa do sumo sacerdote, ele reconheceu o seu erro e se dispôs a repará-lo. Essa a distinção que se deve fazer entre a fraqueza e a culpabilidade.
            Dificilmente pode o culpado reparar, no curso de uma existência, a falta durante ela cometida; ao passo que o fraco pode adquirir a força de que careça.
            Eis por que são quase sempre temerários os nossos juízos. Eis como e por que às vezes condenamos o que o Senhor desculpa e desculpamos o que Ele reprova.
            Quando o galo cantou, Jesus não estava perto de Pedro.
            Mas, naquele instante, o apóstolo experimentou uma impressão fluídica que, por efeito de mediunidade, lhe recordou as palavras do Mestre, fazendo-o ao mesmo tempo ver o semblante doce e calmo deste, que se limitava a dirigir-lhe um olhar triste, quando com a ingratidão era pago da afeição que lhe testemunhara.
            Houve, da parte de Jesus, ação magnética a distância e, da de Pedro, vidência.”
                
                                                                               
                                                                                                          
                    
                                                                  
                       


O contínuo vai-vem



O contínuo vaivém
Abel Gomes por Porto Carreiro Neto
Reformador (FEB) Março 1951

            Quem sabe a vida que, depois da morte,
            Há de levar o Espírito de alguém,
            Não lhe choremos, se foi mal, a sorte,
            Que tudo é sempre para o nosso bem.

            Por que oremos, para um novo norte,
            Que lhe traga a instrução que lhe convém.
            Que ele a um porto seguro em breve aporte,
            Quais são as obras desse grande Além!

            Em tudo bendigamos a Divina
            Justiça, que duma alma pequenina,
            Seu grande embaixador faz amanhã!

            No contínuo vaivém entre os dois mundos
            Sentimentos se criam, tão profundos,
            Que uma alma é de outra verdadeira irmã!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Libertemo-nos



Libertemo-nos
André Luiz por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1951

            O homem, na essência, é um espírito imortal, usando a vestimenta da carne transitória.
            A existência regular no corpo terrestre é uma série de alguns milhares de dias - átomos de tempo na Eternidade - concedidos à criatura para o aprendizado de elevação.
            A Crosta do Mundo é o campo benemérito, onde cada um de nós realiza a sementeira do próprio destino.
            A ciência é o serviço do raciocínio, erguendo a escola do conhecimento.
            A filosofia é o sistema de indagação que ajuda a pensar.
            A religião, porém, é a bússola brilhante, indicando, desde a Terra, o caminho da ascensão divina.
            Todos nós somos herdeiros da Sabedoria Infinita e do Amor Universal.
Entretanto, sem o arado do trabalho, com que possamos adquirir os valores inalienáveis da experiência, prosseguiremos colados ao seio maternal do Planeta, na condição de lesma preguiçosa.
            Não repouses, assim, à frente do dia rápido.
            Abre os ouvidos à sinfonia do bem, que se derrama em toda parte.
            Abre os olhos à contemplação da verdade que regenera e santifica.
            Abre a mente aos ideais superiores que refundem a existência.
            Abre os braços ao serviço salutar.
            Abre o verbo à exaltação da bondade e da luz.
            Abre as mãos à fraternidade, ajudando a todos.
            Abre, sobretudo, o coração ao amor que nos redime, convertendo-nos fielmente em companheiros do Amigo Sublime das Criaturas, que partiu do mundo, de braços abertos na cruz, oferecendo-se à Humanidade inteira.
            Cada inteligência tocada pela claridade religiosa, nas variadas organizações da fé viva, é uma estrela que se encarcera, nos remanescentes da ignorância e do egoísmo, no caminho terrestre...
            Liberta-te, pois, e sobe à luz prodigiosa do píncaro, a fim de iluminares a marcha daqueles mais necessitados que tu mesmo, na jornada de aperfeiçoamento e libertação.

Aproveita



Aproveita
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1951

                        “Se alguém diz: - eu amo a Deus e aborrece a seu irmão é mentiroso. Pois quem não ama o seu Irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?                         I João 4:20


            A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.
            Aproveita as lutas e dificuldades da senda para a expansão de ti próprio, dilatando o teu círculo de personalidade e ação.
            Aprendamos para esclarecer.
            Entesouremos para ajudar.
            Engrandeçamo-nos para proteger.
            Eduquemo-nos para servir.
            Com o ato de fazer e dar alguma coisa, a alma se estende sempre mais além ...
            Guardando a benção recebida para si somente, o espírito muitas vezes apenas se adorna, mas, espalhando a riqueza de que é portador, cresce constantemente.
            Na prestação de serviço aos semelhantes, incorpora-se, naturalmente, ao coro das alegrias que provoca.
            No ensinamento ao aprendiz, liga-se aos benefícios da lição.
            Na criação das boas obras, no trabalho, na virtude ou na arte, vive no progresso, na santificação ou na beleza, com que a experiência individual e coletiva se alarga e aperfeiçoa.
            Na distribuição de pensamentos sadios e elevados, converte-se em fonte viva de graça e contentamento para todos.
            No concurso espontâneo, dentro do ministério do bem, une-se à prosperidade comum.
            Dá, pois, de ti mesmo, de tuas forças e recursos, agindo sem cessar, na instituição de valores novos, auxiliando os outros, a benefício de ti próprio.
            O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a ignorância e a fraqueza.
            Aproveita a gloriosa oportunidade de expansão que a esfera física te confere e ajuda a quem passa, sem cogitar do pagamento de qualquer natureza.
            O próximo é a nossa ponte de ligação com Deus.
            Se buscas o Pai, ajuda ao teu irmão, amparando-nos reciprocamente, porque, segundo a palavra iluminada do evangelista “se alguém diz: - eu amo a Deus e aborrece ao semelhante, é mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus, a quem ainda não conhece?"