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domingo, 14 de junho de 2020

Energia e Evolução



Energia e Evolução
Áureo por Hernani T. Sant’Anna
Reformador (FEB) Maio 1976

            A desagregação atômica por meio de explosão nuclear é apenas uma das formas de conversão da matéria em energia. A Natureza utiliza permanentemente muitos outros processos para essa transformação, sendo a radiação um dos mais estudados pelo homem terreno.

            A ciência oficial de nossos dias já conhece algo sobre as propriedades da matéria e da energia quando elas são conversíveis entre si, o que importa dizer: da mesma natureza essencial. Existem, porém, aspectos elementares da estrutura da energia que permanecem desconhecidos da ciência terrestre. Esta lhe identifica variadas formas de manifestação, mas ainda ignora por completo suas formas não conversíveis em matéria, embora já comece a desvendar os segredos da antimatéria.

            Inclui-se dentre os mais comuns e constantes tipos de energia não adensável a energia mental propriamente dita, da qual o pensamento é a mais elevada expressão. No entanto, ela é capaz de agir sobre as diversas formas de energia reconversível, de impressioná-las e transformá-las, através de radiações de potência ainda não humanamente detectável, mas de alto e efetivo poder, traduzível em fenômenos eletromagnéticos inapreciáveis.

            Essa é basicamente a energia que organiza o tecido perispiritual e, de resto, todos os campos vibratórios que envolvem o espírito humano e nos quais este se movimenta nas dimensões extrafísicas.

            É também ela o fulcro de que se origina a energização das ideias, corporificando-as em formas-pensamentos suscetíveis como já sabem os pesquisadores do psiquismo, de serem temporárias, mas poderosamente vivificadas, dirigidas e até mesmo materializadas, através de processos de densificação bem mais comumente utilizados do que vulgarmente se presume.

            E, contudo, bem mais importante assinalarmos o lato de que essa energia mental retraia sempre, como imagens vivas, as emoções e os sentimentos do Espírito humano, encarnado ou desencarnado, condensando e expressando automaticamente, e com rigorosa exatidão, toda e qualquer emoção ou sentimento de qualquer ente espiritual, sob as mais nítidas e diferenciadas características de forma, cor, som, densidade, peso especifico, velocidade, frequência vibratória e capacidade de permanência.

            Isto significa que as emoções e os sentimentos humanos impregnam e magnetizam o campo energético das vibrações do pensamento por via de um processo de super energização, no qual uma espécie de energia mais quintessenciada e poderosa ativa, colora e qualifica outra espécie de energia, sem com ela fundir-se ou confundir-se, e sem que haja entre elas a possibilidade de mútua conversão.

            Jean-Jacques Rousseau percebeu isso intuitivamente embora de modo evidentemente imperfeito, quando afirmou a precedência do sentimento sobre a razão. Foi, entretanto, o Divino Mestre quem revelou tal verdade de forma inconfundível ao alicerçar todo o seu ensino e exemplificação no sentimento do Amor - resumo, como explicou, de “toda a Lei e de todos os Profetas”.

            Os estudos de Darwin sobre a evolução das espécies abriram caminho a grandes avanços do conhecimento humano no campo da hierarquia das complexidades, que acompanham os processos de aprimoramento dos organismos. Sabe-se hoje que essa crescente complexidade é consequência de funções novas, nascidas de novas necessidades e geradoras dos novos poderes. É também assim na ordem da evolução anímica, onde o Espírito, ao desenvolver a sua própria mente, amplia e diversifica sua estrutura, seu espaço e seu tempo individuais, crescendo para Deus, no seio do Universo Infinito.

            Quanto mais o ser espiritual se sublima, mais recursos desenvolve, em formas cada vez mais altas e nobres de energia sutil, tanto mais poderosas e excelsas, quanto menos densas e mais diferenciadas das formas materializáveis de energia.

            Eis por que o Espiritismo Evangélico sobrepõe o esforço de santificação, isto é, de sublimação moral dos sentimentos humanos, a todo e qualquer processo de evolução meramente intelectiva e que o aprimoramento da inteligência, sob todas as formas, sendo embora imperativo inderrogável da Eterna Lei, é mais fácil de ser realizado e de modo menos suscetível a erros e quedas quando produzido sob o ascendente do sentimento enobrecido, que é a força diretriz de todas as energias e potencialidades do Espírito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ide à Aldeia



“Ide à Aldeia”

           
            Relata Mateus, no capítulo 21 de suas anotações, que o Divino Mestre disse, certa vez, a dois de seus discípulos: “Ide à aldeia que está à vossa frente e logo encontrareis uma jumenta amarrada e, com ela, um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-nos. E se alguém vos disser alguma coisa, dizei: “O Senhor precisa deles.”

            Atentai, irmãos meus, para o elevado sentido de todos esses símbolos e encontrareis a precisa inspiração para resolver muitos de vossos problemas mais prementes, pois a sabedoria dos ensinos messiânicos não se empana com o passar do tempo, e seu valor é sempre multiplicado pelas circunstâncias que se renovam.

            A verdade é que sempre temos, diante de nós, alguma aldeia. Ao trabalhador dedicado e fiel cumpre mover-se em direção a ela. A seguir, deve procurar a jumenta. Encontrando-a, compete-lhe desamarrá-la e trazê-la, junto com o jumentinho. E finalmente é de seu dever dar, a quem de direito, com humildade e firmeza, as explicações necessárias.

            Sempre haverá a necessidade da caminhada, a exigência da procura, o trabalho da desamarração, as dificuldades da jornada de volta e as inevitáveis satisfações a serem dadas a donos de animálias.

            Entretanto, também não faltarão jamais a inspiração e a ajuda da Providência Divina aos obreiros fiéis ao serviço divino.
                                                                                                    
Áureo
por Hernani T. Sant’Anna
inCorreio entre Dois Mundos(1ª Ed FEB 1990)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Destruição


Destruição
       Amigos:
            À medida que o milênio caminha para o seu fim e a violência cresce e avassala o mundo, torna-se cada vez mais necessário que os estudiosos do Espiritismo renovem, no trato íntimo com as lições da Codificação da Doutrina, a sua fé, repassada de esperanças.
            As considerações de “O Livro dos Espíritos” sobre a “Lei de Destruição” merecem especial destaque nesta hora em que se intensificam e se espraiam as ameaças de guerra, porque é forçoso reconhecermos que os pilares de egoísmo e de ambição em que se assenta a nossa hodierna civilização estão apodrecendo em seus próprios fundamentos e não conseguirão manter-se por mais tempo.
            O arcabouço de mentiras e cupidez que os homens erigiram, na ilusão de vantagens e desfrutes, ao preço de agressões e maldades, não poderá continuar indefinidamente a desestimular o florescimento da fraternidade e a crestar as manifestações do amor cristão.
            Esse colossal edifício de iniquidades se destruirá, tragado pelas próprias forças que sempre o sustentaram.
            É mister que seja assim, não para as funestas desgraças de um temido fim do mundo, mas para que se instale neste planeta o luminoso Reino de Deus.
            A Lei de Destruição não é senão o impositivo de transformação sublimadora, porque a morte é, na realidade, o processo renovador da vida.
            É claro que a perda de qualquer bem a que nos apegamos, por falso ou prejudicial que seja, perece-nos calamitosa, arrancando-nos costumeiramente suspiros de pesar e lágrimas doloridas.
             Quanto mais distanciados, os Espíritos, das noções da realidade maior, no plano dos conhecimentos espirituais superiores, tanto mais se agarram às expressões pesadas da materialidade e aos imediatismos egoístas, candidatando-se naturalmente ao desapego forçado das expressões interiores, pela força coercitiva da evolução.
             Incapazes de atender aos apelos amorosos de Jesus e às sugestões do seu Evangelho de Paz, terão os homens de aceitar o poder transformador das energias por eles mesmos concentradas, em terríveis, mas necessárias explosões libertadoras.
             Convém que os operários do Senhor se portem serena e construtivamente na seara, para os misteres da misericórdia e as operações do serviço.
             Tarefeiros das últimas horas, não são, os atuais companheiros de trabalho evangélico, os grandes construtores do porvir, mas são, por necessidade própria, os encarregados de arrotear a terra a ser semeada, na limpeza indispensável do chão do orbe, para que possa ele receber a plantação sublimal das sementes esplendorosas de Amor e da Verdade.
 Áureo

in “Amar e Servir”
por Hernani T. Sant’Anna   
( 2ª Ed  FEB – 1995)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Infecção e Purgação



“Infecção e Purgação

            Acionados os mecanismos do gravador comum, a fita magnética vai sendo sensibilizada pelas vibrações sonoras que nela se registram. Quando termina a gravação, se se quer ouvir o que nela foi gravado, deve-se reenrolar a fita em sentido contrário.

            Mutatis mutandis, ocorre também com os registros da memória. Nela se vão gravando automaticamente todos os acontecimentos da vida, até que o choque biológico da desencarnação desata os mecanismos de revisão e arquivamento de todas as experiências gravadas ao longo da etapa existencial encerrada.

            Acontece que nem sempre todas as experiências então revistas podem ser simplesmente arquivadas na memória profunda da mente, por não haverem sido por esta absorvidas. São os casos pendentes, ainda não encerrados, que traduzem, na maioria das vezes, realidades que a consciência não consegue aceitar.

            Essa rejeição consciencial gera conflito mental interno, ou indigestão psíquica, provocando no espírito o reconhecimento do erro e o consequente remorso, ou, o que é pior, a orgulhosa ou cega ratificação do erro, causadora da revolta e empedernimento.

            De qualquer modo, a rejeição consciencial tem como inelutável consequência a não assimilação das concentrações energéticas correspondentes às formas pensamentos que duplicam os fatos, mantendo-os “vivos” e atuantes na aura do espírito, à maneira de tumores autônomos, simples ou em rede, a afetarem o corpo espiritual e o lesarem.

            No caso do remorso, o tumor se transforma em abcesso energético, a exigir imediata drenagem; no caso do empedernimento, o tumor cria carnição e se estratifica, realimentado pela continuidade dos pensamentos-força da mente, arrastando o espírito a longas incursões nos despenhadeiros da revolta, onde não raro se transforma transitoriamente em demônio, a serviço mais ou menos prolongado das Trevas.

            As operações de drenagem psíquica são dolorosas e variam de tempo e intensidade, caso por caso, mas resultam sempre na recuperação relativa do espírito para futuras retificações de conduta, sem prejuízo da continuidade, a breve trecho, de sua marcha evolutiva ascensional.

            Quando a revolta se cristaliza no monoideísmo, onde as ideias fixas funcionam como escoadouros de energia, em excessivo dispêndio de forças vitais, pode o espírito chegar facilmente à perda do psicossoma, ovoidizando-se, caso em que se reveste tão só da túnica energética mental, à maneira de semente em regime de hibernação.

            Chegue ou não a esse extremo, o espírito responderá, naturalmente, perante si mesmo, pelos fulcros de lesões mento-psicofísicas que gera, para seu próprio prejuízo, imediato e futuro.

            No que tange à drenagem a que nos referimos, importa consideremos que o pus energético a ser expelido decorre das transformações psicofísico-químicas das energias degeneradas que foram segregadas pela mente e incorporadas à economia vital do ser, representando forças ideo-emotivas de teor e peso específicos.

            Necessário entendamos que as formas-pensamentos nem sempre são concentrações energéticas facilmente desagregáveis. Conforme a natureza ideo-emotiva de sua estrutura e a intensidade e constância dos pensamentos de que se nutrem, podem tornar-se verdadeiros carcinomas, monstruosos “seres” automatizados e atuantes, certamente transitórios, mas capazes, em certos casos, de subsistir até por milênios inteiros de tempo terrestre, antes de desfazer-se.

            A expiação, de que fala a Doutrina Espírita, não é senão a purgação purificadora do mal que infectou o espírito. Este, através dela, restaura a própria saúde e se liberta das impurezas que o afligem e lhe retardam a felicidade.

            Notemos, porém, que os mecanismos expiatórios não obedecem a uma fórmula única. Se a dor dissolve o mal, o amor consegue transformá-lo.

            Lembremo-nos de que tudo o que existe é suscetível de servir ao bem, sob o comando soberano da mente espiritual. O mal, seja qual for a sua natureza, é sempre apenas uma degenerência do bem[1], porque a essência de toda a Criação repousa na Suprema Perfeição do Amoroso Criador dos Universos. “


Áureo
por Hernani T. Sant’Anna
inUniverso e Vida(2ª Ed FEB 1987)


[1]  Irmão Thiesen,

Paz Convosco.

         Realmente, o bem absoluto jamais degenera. Entretanto, o bem absoluto é exclusividade divina. A lição de Jesus é clara: “Só Deus é bom.” Na relatividade dos valores universais tudo está sempre evoluindo, o que importa dizer: tudo está em permanente transformação, longe daquela definitividade ideal do absoluto.
          Gerar é formar; degenerar é deformar. O mal, a rigor, é sempre isso, isto é, uma enfermação, uma degenerência, um aviltamente do bem, sempre de natureza transitória. Ele surge da livre ação filiada à ignorância ou á viciação, e correspondente a uma amarga experiência no aprendizado ou no aprimoramento do espirito imortal.
         É necessário termos em conta que Deus só cria o bem. E como é Deus o Pai de toda a Criação, tudo é sempre essencialmente bom. O bem é a substância intrínseca de tudo quanto existe. O mal é a deformação transitória, que sempre é reparada por quem lhe dá causa, rigorosamente de acordo com a lei de justiça, imanente na Criação Divina.
         Apesar disso, sempre que uma ideia exige mais tempo para ser compreendida ou aceita pelos companheiros de nossa equipe, entendo do meu dever evitar insistir em sua enunciação, para não suscitar dificuldades evitáveis ou constrangimentos sem proveito.
          Ademais, nenhum de nós é infalível e, no meu caso particular, reconheço-me de muitas poucas luzes e sujeito a frequentes enganos.   peço-lhe, desse modo, retirar do texto nº 7, da série que assino, as expressões que foram objeto de reparo.
         Agradecendo pela cooperação e pela tolerância com que tenho sido honrado, peço ao Senhor Jesus que nos abençoe, agora e sempre.

                                               Áureo

         Estranhando expressões usadas pelo Espírito Autor – degenerência do bem -, fizemos-lhe observação que nos valeu a resposta acima, em 6-8-1978. À sugestão de retirar do último parágrafo aquelas expressões, preferimos, à guisa de novo ensinamento, reproduzir aqui as palavras esclarecedoras de Áureo, que o próprio leitor avaliará.

                                               A Direção de “Reformador

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aprovação Final


Aprovação Final  

Irmãos amados,

            Todos aqueles a quem a generosidade do Senhor investiu em funções da alta responsabilidade na seara espírita-cristã devem precatar-se, na vigilância indormida, contra as sutis tentações da excessiva autoconfiança, furtando-se aos perigos inesperados do desiquilíbrio na exação dos seus nobres deveres.

            O chamamento ao labor procede sempre do Senhor da Vinha, mas a condição de escolhidos depende substancialmente do desempenho dos operários na execução das tarefas a seu cargo.

            A coroa da vitória só é merecida pelo lutador após o derradeiro instante do seu combate, na fidelidade integral.

            Lembremo-nos do grande Simão Pedro, a quem o Divino Mestre incumbiu da honrosa missão de apascentar as suas ovelhas e de confirmar na fé os seus irmãos. Desatento à advertência do Messias contra as suas fragilidades espirituais, surpreendeu-se a negá-lo por três vezes, no instante difícil do testemunho, para depois chorar amargamente.

            Nem por isso o Cristo retirou-lhe a sua augusta confiança, que o valoroso apóstolo fez por merecer heroicamente, até o extremo sacrifício pessoal.

            Também a nós o Mestre Divino compreende sempre, e nos desculpa as falhas naturais, renovando-nos constantemente as oportunidades de trabalho, para que não nos percamos nem desertemos do aprisco.

            Se, portanto, nos sentimos abençoados pelo ensejo de servir à Causa Santa, cuidemos de agir incessantemente, na inteira medida das nossas possibilidades, guardando, porém, no coração, como escudos defensivos, a humildade e a fé, para que, no nosso último dia, ao termo de nossas lides, sejamos aprovados como servidores fiéis.

 ‘Áureo’ por  Hernani T SantAnna
in “Amar e Servir” (2ª Ed. FEB 1995)