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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Seremos agêneres!

 

Seremos agêneres!

por Ismael Gomes Braga    Reformador (FEB) Março 1961

             O ilustre engenheiro Hernani Guimarães Andrade, que em 1958 nos deu um livro ímpar – “Teoria Corpuscular do Espírito”, publica outro volume com o título “Novos Rumos à Experimentação Espírita”, como ampliação do primeiro.

            Neste segundo trabalho sugere tomar-se o ectoplasma como ponto de partida para o estudo, por processos químicos, de substâncias que parecem ligar o mundo material com o espiritual.

            Supõe a existência de ectoplasma nos animais (inclusive o homem), nas plantas e nos minerais e propõe respectivamente os termos ectozooplasina, ectofitoplasma, ectomineroplasma, para expressar os três tipos dessa substância, como no livro anterior.

            As materializações de Espíritos provam exuberantemente a existência dessa substância e sua maravilhosa maleabilidade; logo, é fatal que o homem venha a conhece-la quimicamente e aprender a servir-se dela como já tem feito com tantas outras coisas e forças da Natureza. O Autor imagina que viremos a dominá-la como dominamos a eletricidade, o magnetismo, o átomo, e com ela possamos fabricar tudo de que necessitamos. Citemos suas próprias palavras:

          Não se trata de sonhos ou fantasias de uma imaginação exaltada. É um raciocinador frio e quase cético quem vos revela essas coisas que serão as realidades de amanhã. Já são realidades, hoje. Mas processam-se em escala reduzidíssimas, nos recessos de salas escuras, impregnadas de elevados e respeitáveis sentimentos místico-religiosos, onde se operam as chamadas materializações espíritas.

            “Quando, antigamente, o raio rasgava os ares e feria a copa das árvores, flamejava no topo dos mastros das caravelas, ou fundia a areia, penetrando no solo, as mentes pueris diziam que era o dardo de Júpiter, o fogo de Santelmo, ou o machadinho que caía do céu. Quantos não caçoaram de Benjamim Franklin (*) ou não lhe invectavam (insultavam) a audácia de querer captar, com o seu papagaio, um raio diretamente das nuvens?

                (*) Benjamim Franklin viveu de 1706 a 1790. Morreu há menos de 200 anos, e quantas transformações já se processaram no mundo desde então!

           Que não diriam os homens daquele tempo se lhes fosse afirmado que a mesma eletricidade que produz o fulgor do relâmpago iria, mais tarde, acionar todas as maiorias indústrias do mundo.

            ....................................................

         “E quem ousará, depois disso, as imensas possibilidades de uma futura técnica ectoplasmática?” (Páginas 64-65.)

            Aprenderemos então a técnica de materializar nosso próprio corpo, quando precisarmos dele, e de desmaterializa-lo quando não tivermos que agir sobre a matéria.  Seremos agêneres, imitando Aquele que nos foi dado por modelo!

            É um livro de vulgarização científica, em linguagem fácil, e traça diretrizes para as futuras pesquisas, no sentido de demonstrar-se a existência e a sobrevivência do Espírito por experiências indiscutíveis, de modo a tornar esse conhecimento tão insofismável como as ciências naturais, de modo que toda a Humanidade tenha que aceitar a verdade, como hoje ninguém ousaria negar a aviação, o rádio, a televisão, os “sputniks”, a bomba atômica.

            Diz a página 91:

            “Descobriremos, enfim, o mecanismo da produção dessa extraordinária substância, a qual parece ser a mais importante manifestação da matéria, cujos estados, até agora conhecidos, são: o sólido, o líquido, o gasoso e o radiante. O ectoplasma seria o quinto estado da matéria: o psicodinâmico; sem dúvida o mais notável.”

            O Autor concebe a necessidade de criarmos aparelhos para vermos e ouvirmos o mundo espiritual, como os temos criado para ver tantas outras coisas invisíveis a olho nu, no infinitamente pequeno, nos pontos remotos do céu, no interior do corpo humano, etc. Imagina um aparelho que lembra a “câmara cristalina” descrita por André Luiz no 48º Capítulo de “Nosso Lar”, mas a sua serie semelhante a um televisor, e dá-lhe o nome de “Câmara Espiritoscópica”.

            Copiemos mais algumas linhas que reclamam meditação:

            “Todavia, convém lembrar, mais uma vez, que pouco ou quase nada adiantaremos neste sentido, com os repetidos espetáculos de “materializações espíritas”, sem outra finalidade senão demonstrar aos céticos, aos indecisos, aos cheios de dúvidas, uma verdade que encontrariam sobejamente demonstrada se se dessem ao trabalho de estudar, meditar e observar o soberbo espetáculo do mundo em que vivemos. O desabrochar de uma flor, o germinar de uma semente, a incubação de um ovo, a gestação de um animal, são fenômenos muito mais eloquentes a proclamar existência do Espírito, com mais clareza e consistência do que certas exibições de ectoplasmia destinadas a eliminar incredulidades e satisfazer curiosidades pueris.” (Páginas 146-7.)

            Em todos os fenômenos da vida há visível manifestação do Espírito, mas não nos detemos em meditar sobre eles, porque são muito comuns. Numa flor que desabrocha para ser fecundada e produzir uma semente, se qual se acha o germe da futura árvore, revela-se um grandioso programa de vida. O mesmo se mostra na incubação de um ovo, na gestação de um animal. São “materializações” de moldes espirituais preexistentes. O sábio Paul Neergaard, em seu maravilhoso livro “La Vivo de la Plantoj” (A Vida das Plantas), nos ensina com desenhos e belas palavras como cresce um simples pé de trigo; assemelha-se à construção de uma torre, na qual tudo está planificado e previamente delimitado; os tijolos são inteligentes e colocam-se nas posições que lhes cumpre ocupar, sacrificando uma parte de seu volume no extremo das fronteiras, para não ultrapassá-las; o elevador de materiais é a água movida sabiamente de baixo para cima; esses tijolos inteligentes são moléculas vivas. Tudo se comporta executando um plano e enchendo uma forma preexistente, mas invisível.

            No entanto, a ressurreição de um morto, aparecendo cheio de vida, radiante de luz, afetuoso e gentil, como certas materializações a que temos assistido, é um espetáculo emocionante que nos abala os sentimentos e convence a razão.

            Finalmente o nosso amigo encerra o seu livro com um hino de fé e entusiasmo:

            As faculdades da alma serão estudadas e desenvolvidas no mais alto grau. Os homens utilizar-se-ão das propriedades do Espírito para a melhoria das suas condições em geral. A Ciência, assim ampliada, conseguirá modificar até a estrutura fisiológica do corpo humano, tornando-o ainda mais belo, forte e perfeito; isento de doenças e deformidades. A genética espetacularmente desenvolvida proporcionará melhores cérebros nos futuros encarnados. E outra raça nova de verdadeiros super-homens surgirá em uma Terra paradisíaca, onde a lei do amor, condensada no Evangelho do Cristo, será o código que orientará as relações entre seus habitantes.

            “Nós seremos deuses...”

            São igualmente nossas essas belas esperanças do Autor, apenas não se pode prever quando se darão tantas transformações. Lutemos por elas!

 


domingo, 14 de junho de 2020

Energia e Evolução



Energia e Evolução
Áureo por Hernani T. Sant’Anna
Reformador (FEB) Maio 1976

            A desagregação atômica por meio de explosão nuclear é apenas uma das formas de conversão da matéria em energia. A Natureza utiliza permanentemente muitos outros processos para essa transformação, sendo a radiação um dos mais estudados pelo homem terreno.

            A ciência oficial de nossos dias já conhece algo sobre as propriedades da matéria e da energia quando elas são conversíveis entre si, o que importa dizer: da mesma natureza essencial. Existem, porém, aspectos elementares da estrutura da energia que permanecem desconhecidos da ciência terrestre. Esta lhe identifica variadas formas de manifestação, mas ainda ignora por completo suas formas não conversíveis em matéria, embora já comece a desvendar os segredos da antimatéria.

            Inclui-se dentre os mais comuns e constantes tipos de energia não adensável a energia mental propriamente dita, da qual o pensamento é a mais elevada expressão. No entanto, ela é capaz de agir sobre as diversas formas de energia reconversível, de impressioná-las e transformá-las, através de radiações de potência ainda não humanamente detectável, mas de alto e efetivo poder, traduzível em fenômenos eletromagnéticos inapreciáveis.

            Essa é basicamente a energia que organiza o tecido perispiritual e, de resto, todos os campos vibratórios que envolvem o espírito humano e nos quais este se movimenta nas dimensões extrafísicas.

            É também ela o fulcro de que se origina a energização das ideias, corporificando-as em formas-pensamentos suscetíveis como já sabem os pesquisadores do psiquismo, de serem temporárias, mas poderosamente vivificadas, dirigidas e até mesmo materializadas, através de processos de densificação bem mais comumente utilizados do que vulgarmente se presume.

            E, contudo, bem mais importante assinalarmos o lato de que essa energia mental retraia sempre, como imagens vivas, as emoções e os sentimentos do Espírito humano, encarnado ou desencarnado, condensando e expressando automaticamente, e com rigorosa exatidão, toda e qualquer emoção ou sentimento de qualquer ente espiritual, sob as mais nítidas e diferenciadas características de forma, cor, som, densidade, peso especifico, velocidade, frequência vibratória e capacidade de permanência.

            Isto significa que as emoções e os sentimentos humanos impregnam e magnetizam o campo energético das vibrações do pensamento por via de um processo de super energização, no qual uma espécie de energia mais quintessenciada e poderosa ativa, colora e qualifica outra espécie de energia, sem com ela fundir-se ou confundir-se, e sem que haja entre elas a possibilidade de mútua conversão.

            Jean-Jacques Rousseau percebeu isso intuitivamente embora de modo evidentemente imperfeito, quando afirmou a precedência do sentimento sobre a razão. Foi, entretanto, o Divino Mestre quem revelou tal verdade de forma inconfundível ao alicerçar todo o seu ensino e exemplificação no sentimento do Amor - resumo, como explicou, de “toda a Lei e de todos os Profetas”.

            Os estudos de Darwin sobre a evolução das espécies abriram caminho a grandes avanços do conhecimento humano no campo da hierarquia das complexidades, que acompanham os processos de aprimoramento dos organismos. Sabe-se hoje que essa crescente complexidade é consequência de funções novas, nascidas de novas necessidades e geradoras dos novos poderes. É também assim na ordem da evolução anímica, onde o Espírito, ao desenvolver a sua própria mente, amplia e diversifica sua estrutura, seu espaço e seu tempo individuais, crescendo para Deus, no seio do Universo Infinito.

            Quanto mais o ser espiritual se sublima, mais recursos desenvolve, em formas cada vez mais altas e nobres de energia sutil, tanto mais poderosas e excelsas, quanto menos densas e mais diferenciadas das formas materializáveis de energia.

            Eis por que o Espiritismo Evangélico sobrepõe o esforço de santificação, isto é, de sublimação moral dos sentimentos humanos, a todo e qualquer processo de evolução meramente intelectiva e que o aprimoramento da inteligência, sob todas as formas, sendo embora imperativo inderrogável da Eterna Lei, é mais fácil de ser realizado e de modo menos suscetível a erros e quedas quando produzido sob o ascendente do sentimento enobrecido, que é a força diretriz de todas as energias e potencialidades do Espírito.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

As novas "descobertas" dos negadores do Espírito


As novas “descobertas” dos negadores do Espírito
Vinélius Di Marco (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Agosto 1974

            O  Espiritismo tem mantido admirável posição de serenidade diante dos velhos adversários, que repetem sempre as mesmas frivolidades, à guisa de combate, com a
coragem renitente de um D. Quixote irritado com os moinhos de vento, despreocupados na sua faina benigna de realizar a metamorfose do trigo em alvinitente farinha.

            Os parapsicólogos conseguiram ficar na moda, reproduzindo o sucesso inicial da Metapsíquica, que “não encontrava uma saída ou uma fórmula para desbancar o Espírito, e havendo muitos metapsiquistas de feição espírita, o nome ficou desacreditado. Criou-se então outro nome; deram jeito à Ciência, por maneira a crer-se que tudo isto que se tem como proveniente de mortos não passa de projeções do inconsciente”. Isto foi escrito pelo sempre lembrado confrade Carlos Imbassahy.

            Os novos metapsiquistas, que se denominam parapsicólogos, também não querem saber do Espírito, porque inventaram que a mente e o inconsciente realizam espetáculos mais agradáveis ao gosto moderno.

            Não faz muito tempo, apareceu nas livrarias o volumoso livro de bolso “Psychic
Discoveries Behind the Iron Curtain”, de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, e editado
pela “Bantam Books”. O capítulo 16, que começa na página 20ª, é dedicado à “Kirlian”,
câmara inventada pelo soviético Semyon Davidovich Kirlian, destinada a fotografar a
aura humana. O jornal carioca “O Globo”, de 9 de maio último, e o programa “Fantástico”, de 7 de julho, da TV Globo, trataram do assunto, informando que seria realizado, no Rio e em Niterói, um curso de fenomenologia paranormal. Quer dizer que a notável descoberta do inteligente soviético já chegou a estas paragens. Mas ele não sabe se deve considerar-se “inventor” ou “descobridor”. Talvez essa cruciante dúvida ainda perdure... Semyon Davidovich é um homem prático, mas também um interessante romântico, pois disse, com a maior seriedade, que o seu “invento” ou “descoberta” é “uma janela para o desconhecido”. Apenas não revelou o segredo: a janela já foi aberta, ou permanece fechada? A doutrina marxista é contra o sobrenatural. O Espiritismo também. Na Rússia, não diremos o povo, em si, mas os dirigentes não querem saber de nada que possa ter caráter religioso. Por isso, aceitaram a Parapsicologia, porque nela, segundo os ortodoxos, pelo menos, não há Deus, não há Jesus, não há alma. Em compensação, tudo isso é substituído pelo poder mágico da mente. Para eles, a mente não mente, é expressão da verdade parapsicológica. Mesmo assim, ainda há, na própria Rússia, os que não vão muito com a Parapsicologia.

            Na questão da aura humana, “descoberta” ou “inventada” por Semyon Davidovich Kirlian, os resultados foram por eles reputados surpreendentes. Fotografar a aura humana? Como teria sido isso possível? Devem ser essas as perguntas dos mais infensos aos mistérios do “sobrenatural”. E ainda há quem duvide que semelhante “descoberta” ou “invenção” tenha sido mesmo realidade. Nós não podemos duvidar porque a nossa certeza é antiga e consolidada.

            Em 1927, o ilustre Raoul Montandon, estudioso suíço que se dedicou apaixonadamente aos problemas psíquicos, publicou volumoso livro, editado pela Librairie Félix Alcan, com o seguinte título: “Les Radiations Humaines - Introduction a Ia démonstration expérimentale de l'existence des corps subtils de l'homme, avec 46 figures dans le texte et 26 planches”. Obra verdadeiramente notável, pelos estudos do conspícuo autor, aprofunda-se nas experiências realizadas sob absoluto controle científico, antecipando-se quase meio século das conquistas soviéticas, até mesmo nas fotografias da aura humana, fotografias comuns, sem mistério algum, como, por exemplo, as das mãos de M. Majewski, médium curador, da Sra. Issaeff, do Dr. Bertholet e de outros.

            A bem dizer, não há nada de tão espantoso na “descoberta” ou “invenção” de Semyon Davidovich. Ele se refere a “campos-psi”, influenciado talvez pela expressão “campos de força”, usada por certos físicos. O nosso ilustrado confrade Hernani Guimarães Andrade também já construiu um aparelho para ver e fotografar o espectro ectoplásmico dos Espíritos, o TEEM (Tensionador Espacial Electromagnético), com resultados satisfatórios.

            E seus estudos continuam. Trata-se de pessoa idônea, avessa a ruídos em torno do seu nome, que tem condições para dar ótimas contribuições à ciência pelas pesquisas que vem fazendo. Apenas uma restrição temos a, lhe opor, com todo o respeito que ele merece: é o uso sistemático da terminologia parapsicológica. Não obstante, é confortadora a opinião que desassombradamente sustenta de que considera a “linha científica do Espiritismo” como “a maior contribuição deste século, obtida por via mediúnica, para a solução do problema da natureza do homem, hoje tão focalizado pela Parapsicologia”. Como complemento dessa afirmação, acrescenta: “Fica aqui consignada, a título de registro e endossada por mim, a seguinte previsão: as obras de André Luiz, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, serão, futuramente, objeto de estudo sério e efetivo nas maiores universidades do mundo, e consideradas como a mais perfeita informação acerca da natureza do homem e da sua vida após a morte do corpo físico” “A Matéria Psi”, editora “O Clarim”, Matão).

            Pois bem. Esse respeitável confrade, tão devotado à ciência, não encontrou ainda quem, animado do mesmo elevado propósito de desenvolver estudos tão importantes, pretendesse dar-lhe apoio e colaboração. Suas ligações com parapsicólogos, por isso mesmo, talvez, tendem a estreitar-se cada vez mais e um deles, da Belk Research Foundation, informado da construção inicial do TEEM, aconselhou-o a estagiar em uma empresa subsidiária da NASA, nos Estados Unidos. Ele, porém, graças a Deus preferiu ficar no Brasil.

            O que o Espiritismo já conseguiu relativamente a provas científicas da realidade espiritual e mediúnica está muito além da situação que a Parapsicologia desfruta.

            Concordamos plenamente com Hernani Guimarães Andrade, quando assegura que os parapsicólogos estão precisando muito da série ‘Nosso Lar’. E o mundo todo carece urgentemente das obras de Emmanuel”. Embora não milite, conforme disse, “nas respeitáveis fileiras do Espiritismo religioso”, acha ele que os parapsicólogos necessitam das obras de André Luiz e Emmanuel, cujo conteúdo religioso é inegável. Apanhamos, a esmo, “No Mundo Maior”, de André Luiz, e abrimos o capítulo V: ‘O poder do Amor’, que é, realmente, um hino ao amor, que é todo amor, substancialmente amor. Nele encontramos, entre muitas outras, frases como esta: “O conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre”; “O fundamento da obra divina é de amor incomensurável”; “Praza a Deus, André, possamos também aprender a amar, adquirindo o poder de transformar os corações; “O coração está cheio de poder renovador”.

            No prefácio, Emmanuel, sempre amoroso e terno, pondera: “A missão de André Luiz é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e do Amor”.

            Soviéticos ou não, nenhum parapsícólogo avançará sem reconhecer a existência e o poder do Espírito, isto é, da Alma, porque a mente nada mais é do que um atributo, se 
assim podemos dizer, do Espírito ou Alma.

            Sem Espírito não haverá mente. O resto é ilusão e confusão. Não se pode pretender que um materialista ceda ante os fatos irretorquíveis das manifestações dos Espíritos. Não. Ele engendrará mil argumentos, mil artifícios, mil sofismas, empregará termos exóticos e complicados, recorrerá a raciocínios enigmáticos, alongar-se-á em argumentos que a nada conduzirão e concluirá, orgulhoso, que o seu ponto de vista está certo, desprezando ‘ab-initio’ a mais lúcida e irrespondível argumentação do contrário. Quando os antagonistas do Espiritismo não invocam o surrado chavão da fraude, escudam-se no pretexto da mistificação, da sugestão, etc. Os russos começaram negando fortemente a possibilidade da telepatia. Hoje, resmungando, já a admitem. Piano, piano si va lontano...

            As grandes novidades parapsicológicas não nos surpreendem. O tempo se encarregará de provocar mudanças. O Espiritismo não tem pressa, porque os Espíritos estão a par das tribulações dos que o negam. Louise Rhine, esposa do famoso J. B. Rhine, que prefaciou seu livro “Canais Ocultos do Espírito”, depois de narrar certo fato, teve estas palavras significativas, que grifamos: “Todavia, por outro lado, não é possível dizer que o morto não tomou parte nessas experiências. Talvez por algum meio obscuro provocou o sonho. Afinal de contas, seria de presumir desejasse tornar conhecido a quem teve o sonho o teor respectivo” (página 238). Relutante, embora, e isto é natural, tropeçando no ‘psi’, ela alude a experiências parapsicológicas em laboratório, considerando: “Essas aptidões ou qualidades, em si mesmas, são de ordem espiritual, se com este termo exprimirmos o extra físico. Talvez seja a primeira prova evidente produzida pela idade científica.”

            Que se poderá inferir do que foi dito neste artigo, senão que a Parapsicologia, se quiser sobreviver, terá de ir cedendo, paulatinamente, a mão à palmatória, reconhecendo, como deixa entrever Louise Rhine, que o Espiritismo permanecerá incólume às teorias que pretenderem substituir os ensinamentos dos Espíritos?