O fim da pobreza
por Cristiano Agarido (Ismael Gomes Braga)
Reformador
(FEB) Fevereiro 1943
Criam-se
novos veículos, novos meios de circulação dos bens por toda a superfície do
planeta. Estabelecem-se assim a solidariedade econômica de todas as regiões
pela permuta rápida e fácil de todos os bens materiais.
“No que lhe concerne, ele alude ao
seu aparecimento na terra, aos tempos e à duração desse aparecimento, para o
desempenho da sua missão terrena, acorde aquela duração com as necessidades
dessa missão. Alude também à duração da sua vida, humana ao ver dos homens.
“Os que tomam sempre as suas
palavras do ponto de vista das necessidades humanas, sem se lembrarem de que,
antes de tudo, ele considerava as necessidades espirituais, falsearam estas:
Pobres, tê-los-eis sempre convosco, atribuindo-lhe o pensamento, a afirmação,
tão absurda e falsa, quão fatalmente retrógrada, de que a pobreza material há
de ser sempre, eternamente, apanágio da Terra, da humanidade terrena.
“Falando dos pobres da terra,
Jesus não aludia especialmente àqueles que carecem de bens materiais, mas de
todos quantos se encontram num estado de inferioridade qualquer, que necessita
do auxílio, do concurso, do amparo dos homens de boa vontade. Suas palavras se
referem às condições dos Espíritos, que uns são inferiores a outros em inteligência.
Ele, pois, se referia não só aos que são materialmente pobres, mas também aos
que o são moralmente e sobretudo aos pobres de inteligência.
“No vosso planeta ainda inferior e em
via de progresso, bem como em todos os outros igualmente inferiores, sendo a pobreza,
tanto a material quanto a moral, uma consequência das provações, sempre haverá
pobres de uma e outra categorias, até que esteja concluída a separação do joio e
do trigo, isto é, que a depuração da Terra e da humanidade esteja completamente
terminada pela separação dos bons e dos maus.
“Lembrai-vos, porém, do que já
diversas vezes temos dito: que da elevação de um planeta não decorre o
nivelamento das faculdades.
“Entre vós sempre haverá pobres,
ainda quando do vosso mundo hajam desaparecido tanto a pobreza material, como a
pobreza moral. Qualquer que seja o grau de depuração do planeta terreno, aí
haverá sempre, num ponto ou noutro, Espíritos depurados, bons, mas menos adiantados
do que outros. Esses são os intelectualmente pobres, aos quais os ricos em
inteligência, em saber, darão com abundância o que possuem. Já temos dito e não
devereis esquecer que, do ponto de vista intelectual, há sempre, entre os Espíritos,
hierarquia, no tocante à ciência universal, mesmo quando todos tenham atingido
a perfeição moral.
“A pobreza material deixará de
existir na Terra quando dentre vós desaparecerem todas as enfermidades morais.
que tendes de expiar renascendo continuamente. Despojei-vos, portanto, dos
vossos vícios, quer advenham da carne, quer do Espírito, que deve dominar a matéria,
pois que, do contrário os felizes de hoje talvez sejam os pobres de amanhã.
“O desaparecimento, a cessação
completa da pobreza material, de maneira que cada um viva folgadamente do seu
labor, será um sonho enquanto a vossa depuração moral não houver suavizado as
vossas futuras expiações. As associações, as instituições de beneficência que
mantendes são boas, porque provam em vós o desejo de fazer o bem, de socorrer
vossos irmãos. Mas, sem desprezardes os socorros materiais, esforçai-vos por
socorrer o moral dos homens. Podereis então dizer que a miséria material
cessará no planeta terreno, quando dele for expulsa a miséria moral.
“A esse tempo, prestando-se os homens
mútuo e esclarecido auxílio, todos em comum trabalharão na obra comum. Quão
longe, porém está essa era bendita em que haveis de entrar!
“Preparai-vos, não obstante, para
ela e fazei com esse objetivo todos os esforços, organizando, com os corações
cheios de humildade e desinteresse, de justiça, de amor e de caridade, sociedades
para o trabalho de ordem material de ordem moral e de ordem intelectual. Que os
“ricos” deem abundantemente aos “pobres” trazendo cada um a tais associações o
tributo das faculdades de que possam dispor, a fim de que se espalhem e
desenvolvam a educação e a instrução moral e intelectual, explicando aos homens
e fazendo-lhes compreender: o amor a Deus acima de tudo e o do próximo como a
si mesmos, as maneiras e os meios de praticarem esse duplo amor, de praticarem,
observando a liberdade na ordem e a ordem na liberdade, o máximo de
mutualidade, de solidariedade, de fraternidade, fonte e regra de todos os
direitos e deveres, máximo que se formula nestes termos: um por todos e todos
por um, em todas as associações, de qualquer natureza que sejam - comerciais, industriais,
agrícolas, morais e intelectuais, compreendidas no rol destas últimas as literárias,
as religiosas e as cientificas, em todas as esferas da atividade humana:
individual, comum ou social.” (1)
Será chegado o fim da pobreza. O mundo estará rico, porém, não feliz. A felicidade tem que ser conquistada mais lentamente. O enriquecimento do mundo será somente um passo a mais na conquista da felicidade.
O primeiro vício a combater é o egoísmo, que destrói todo e equilíbrio social.
ResponderExcluir