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segunda-feira, 5 de abril de 2021

Dia de Finados

 

Dia de Finados ?

Alberto Nogueira Gama (Passos Lírio)

Reformador (FEB) Novembro 1993

             O Cristianismo é, por excelência, a Doutrina do Espírito, fundada em fatos que demonstram, à evidência, a sua presença e atuação, em qualquer circunstância, sempre que necessário.

            Seus ensinamentos primam pela tese comprobatória da realidade da existência da alma e de sua dificuldade de entrar em relação conosco, em estado de vigília ou durante o sono, como que a mostrar-nos à saciedade que há entre os dois planos, material e espiritual, corpóreo e incorpóreo, estreito entrosamento.

            Maria de Nazaré recebe a visita do Anjo Gabriel, que lhe anuncia a maternidade de agraciada do Senhor.

            José, em se propondo deixar a esposa secretamente, é avisado em sonho de que não faça tal, porque o que nela fora gerado era do Espírito Santo.

            Isabel, visitada pela gestante eleita, recebe o impacto de poderoso influxo magnético, que faz que a criança - ela também estava para ser mãe -, lhe estremeça no ventre.

            Os magos visualizam no Oriente uma estrela que os guia em dois estafantes anos de viagem e os conduz, não à gruta mas à casa onde se achavam José e Maria e, de regresso, são “por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes”.

            Em sonho ainda, “eis que aparece um anjo do Senhor a José”, induzindo-o à fuga para o Egito a fim de salvar o menino da sanha sanguinária de Herodes, ordenando-lhe que retornasse à “terra de Israel” e aconselhando-o a que se retirasse “para as regiões da Galileia”.

            Uma entidade angelical, na calada da noite, aparece aos pastores dando-lhes a boa nova do Nascimento do Salvador.

            “Movido pelo Espírito”, Simeão foi ao templo, onde tomou nos braços o Filho de Deus, bendizendo ao Pai pela bênção de tê-Lo visto antes de partir e profetizando acerca do Seu messianato.

            Ana, a profetiza, mediunizada, “chegando naquela hora, dava graças a Deus, e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”.

            Antes do nascimento de Jesus, houve o de João, caracterizado também por manifestações espirituais ostensivas.

            Quando Zacarias oficiava no templo, “na ordem do seu turno”, surge-lhe um Emissário Celestial que lhe prediz o nascimento do Precursor.

            No Jordão, ao se processar o batismo de Jesus, uma voz reboa pelo ar, dizendo: - “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo.”

            Este mesmo fenômeno de Pneumatofonia, isto é, de voz direta, repete-se quando da transfiguração do Mestre no Monte Tabor, presentes os Espíritos de Moisés e Elias, profetas da antiga dispensação.

            Na parábola do rico e Lázaro, infunde-nos Ele a convicção na realidade da comunicação dos Espíritos com os homens, fazendo que Abraão ponderasse ao rico, que queria falar a cinco irmãos seus, ser inútil aparecer-lhes porque eles não lhe dariam crédito e não porque fosse impossível fazer-se lhes visível para adverti-los.

            Liberta endemoinhados, cujos Espíritos impuros e obsessores confessam conhecê-Lo e reconhecer-Lhe a autoridade de Filho do Altíssimo.

            - “Porque buscais entre os mortos ao que vive?” Foi a pergunta que “dois varões com vestes resplandescentes” fizeram às mulheres que levavam aromas e bálsamos para depositar no túmulo de Jesus, cuja pedra encontraram removida, sem o corpo no seu interior.

            - “O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! Assim se expressavam os dois discípulos que, a caminho de Emaus, tiveram a companhia do Mestre, com quem confabularam durante toda a viagem e a quem pediram, ao término da jornada: - “Fica conosco, porque é tarde e o dia já declina.”

            E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém onde acharam reunidos os onze e outros com eles. Então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho, e como fora por eles reconhecido no partir do pão.”

            - “Paz seja convosco” - “Porque estais perturbados? e por que sobem dúvidas aos vossos corações?” Foram palavras de Jesus, na Sua primeira aparição aos Discípulos, no Cenáculo de Jerusalém.

            - “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” Outras palavras de Jesus, em Sua segunda aparição aos Discípulos, dirigidas especialmente a Tomé, que, por não estar presente na primeira, não dera crédito à versão divulgada pelos seus companheiros, de que o Senhor lhes aparecera.

            “Depois disto, tornou Jesus a manifestar-se aos Discípulos junto do mar de Tiberíades”, onde se desenrolam acontecimentos de assinalada importância que culminam com o famoso diálogo entre Ele e Simão Pedro, o Pescador de Cafarnaum.

            Finalmente, apareceu o Nazareno, ao monte, aos quinhentos da Galileia, a quem endereça, pela última vez, a Sua Palavra de Vida Eterna, após o que ocorre a Ascensão definitiva.

            Isto sem falar de aparições, no cenário de Jerusalém, a Maria Madalena, a Maria de Nazaré, em Éfeso, na casa de João Evangelista; a Pedro, por algumas vezes; a Saulo de Tarso, às portas de Damasco.

            Onde, em tudo isso, a ideia de morte? Antes não ressumbra, de todos esses sucessos, a noção de “vida abundante”, de pensamento e ação por parte daqueles que formam o mundo incorpóreo?

            O Espiritismo, que se funda estruturalmente no Cristianismo, cuja pureza primitiva restaura em toda a plenitude, desfralda também a bandeira da imortalidade da alma, de eternidade do ser no Infinito do Tempo e do Espaço.

            Não há mortos e vivos, nem do lado de lá, nem do lado de cá, embora possa haver, tanto num quando noutro plano, mortos-vivos e vivos-mortos. Ninguém vai, ninguém fica, apenas alguns chegam e outros voltam, na longa caminhada de poder subir para saber descer, ajudando os outros a fim de ajudar-se a si próprio.

            A mediunidade, disciplinada espiriticamente, nos descortinou novas dimensões de vida, revelando ao mundo a existência de outros mundos e à Humanidade a presença de outras Humanidades disseminadas no turbilhão de astros que gravitam nos arcanos do Universo.

            2 de Novembro... Como os demais, dia de todos nós, encarnados e desencarnados, que buscamos na Terra ou na Erraticidade os valores do Espírito, a gloriosa realização de nós mesmos em Deus, libertos e purificados por todo o sempre, para empunharmos na destra a palma da vitória e cingirmos à frente a coroa de louros de almas redimidas e ressurrectas, integradas nas sublimes claridades dos cimos.


sexta-feira, 30 de junho de 2017

Vida Social


Vida Social
por Lucas Pardal (Alberto Nogueira da Gama)
Reformador (FEB)  Janeiro 1970

            P. - Podemos recrear o espírito? Ser-nos-á facultado participar de algum grêmio recreativo, literário, esportivo? Haverá inconveniente em integrarmos uma entidade de classe, desempenharmos atividades políticas, pertencermos a qualquer dos nossos partidos democráticos, devidamente legalizados?

            R. - Coisa alguma nos faz mal, desde que não seja má alguma coisa que tenhamos em vista fazer. Nada nos prejudica, quando não pensamos em causar prejuízos a outrem, ou compactuar com os maus, agindo por eles e como eles.
            Declaradamente, necessitamos de recreação para espairecer o espírito.
            Um bom filme tem seu lugar. (Ainda os há assim, embora em pequeno número, de nós depende saber e poder encontrá-los.) Uma boa peça teatral vale a pena ser vista. (Hoje em dia, as representações cênicas geralmente deixam muito a desejar; acham-se muito entremeadas de pornografias e, por vezes, de obscenidades mesmo, com toda a complacência da censura que as tolera e aprova.
            Mas, procurando-se bem, sempre se encontra alguma que preste e se recomende à nossa escolha. 
            Uma festa de aniversário, de casamento, de formatura, de bodas de prata ou de ouro, em regozijo à promoção de algum amigo, em comemoração a um acontecimento justo e digno, também tem sua razão de ser e merece a nossa solidariedade.
            Outros atos sociais, públicos ou privados, notadamente de cunho associativo, decorrentes de nossa posição na vida, em que prestigiamos vultos e empreendimentos, comportam nossa participação direta e ativa, a bem de alguém ou de alguma coisa que nos merece acatamento.
            Passeios e excursões a lugares pitorescos, banhos de mar, exercícios ao ar livre, são outras tantas coisas que nos proporcionam grande bem-estar ao corpo e à alma.
            Todavia, devemos observar todo o escrúpulo e a máxima precaução no sentido de que os divertimentos dessa ordem, ordinariamente benéficos, não degenerem em desvirtuamentos contrários aos fins por nós pretendidos alcançar, passando a influir perniciosamente em nosso âmago e sobre o nosso ânimo.
            O Cristianismo não é doutrina de almas tristes e penadas.
            “- Não tenhais medo, pois venho trazer-vos uma notícia, que, para vós, como para todo o povo, será motivo de alegria - é que hoje, na cidade de David, vos nasceu um Salvador que é o Cristo, o Senhor."
            Assim anunciava, o anjo, aos pastores o nascimento do Senhor.
            Depois, já com doze anos, Jesus, por iniciativa própria, comparece à Sinagoga para entreter palestra com os doutores da lei.
            Como conviva, vamos encontrá-Lo, no início do Seu messianato, nas Bodas de Caná, transformando a água em vinho.
            Em Betânia, vamos surpreendê-Lo em casa de Simão, o fariseu, dignando-se aceitar a manifestação de afeto e de desprendimento que Lhe é tributada por Maria de Magdala.
            Está presente ao banquete oferecido por Levi, em regozijo à sua adesão à Boa Nova.
            Em Naim, vê-mo-Lo na residência de Simão, o leproso, onde vai ter Maria para homenageá-Lo com o seu vaso de alabastro, que derrama sobre os seus cabelos, ungindo-Lhe depois os pés.
            Em Jericó, pousa na vivenda de Zaqueu, onde Lhe é tributada carinhosa e sincera demonstração de apreço.
            Em Jerusalém, cavalgando um jumento, recolhe, no silêncio do Seu recato e na majestade de Sua singeleza, a calorosa recepção da multidão alegre e confiante.
            À Sinagoga, o imponente templo dos judeus, comparece e age, ora falando das coisas do Reino de Deus, ora dialogando com os escribas e fariseus, ora promovendo curas admiráveis.
            Em Cafarnaum, recebe visitas, a elas dispensando toda a Sua carinhosa atenção.
            Em suas atividades, não se recusa a acolher a presença de patrícios romanos, de áulicos imperiais, aos quais ouve e fala, entretendo-se em confabulações edificantes.
            Não desdenha de privar com os publicanos, que se aprazam em tê-Lo como conviva ou visitante, sempre que há oportunidade.
            São as magistrais lições do Mestre, para que estejamos com todos, mostrando-lhes Deus em nossas vidas, demonstrando-lhes nossas vidas em Deus.
            Desfrutemos das justas e nobres alegrias da existência humana, sem prevenções nem receios infundados.

*

            O instinto gregário dita a necessidade de aproximação. A identidade de gostos e pendores, a afinidade de tendências e predileções elevadas atraem as almas, enlaçam-nas, congregam-nas em torno de motivos comuns. O espírito de companheirismo e os sadios impulsos de amizade determinam uniões e reuniões de uns com outros, para fins nobres e construtivos.
            Não temos o direito de querer que todos sejam espíritas como nós, mas temos o dever de nos mostrar espíritas para com todos.
            Por outro lado, não nos cabe formar um mundo à parte, uma comunidade à margem da vida, segregando-nos do convívio social, de consequências tão salutares e necessárias ao desenvolvimento de nossas faculdades espirituais.
            Será mais acertado fazermos parte de grêmios recreativos, culturais, artísticos e desportivos, que pretendermos instituí-los nos Centros Espíritas, desviando estes de sua precípua finalidade, que é a do estudo e divulgação do Espiritismo.
            Será mais compreensível e aceitável estarmos filiados a uma entidade de classe, relacionada com a natureza de nossa profissão ou atividade, que pensarmos em dividir e subdividir o meio espírita em departamentos estanques, num trabalho ingrato e inglório de fracionamento dispersivo, sem pontos comuns de junção e conjunção que nos entrelacem num sentido único de entrosamento.
            Será mais aconselhável pertencermos a partidos políticos de genuína inspiração nacionalista, de insuspeita idoneidade ideológica, que desejarmos formar ligas eleitorais nos recintos de nossas Casas de estudo e trabalho, ou fazer deles bases de eleitorado.
            Se não estivermos dentro da Vida para agir, influindo para melhor na ordem dos acontecimentos, influenciando os outros para o Bem, sob as inspirações do próprio Bem de que estejamos influenciados, em que outra situação achamos que podemos estar e onde, com maior proveito, próprio e alheio, entendemos poder atuar?

            Caracterizemos nossa condição de espiritista por sinceras expansões de afeto, por benéficas exteriorizações de bom-humor, por envolventes e cativantes manifestações de delicadeza, por francas e espontâneas demonstrações de cordialidade e ânimo jovial, de afabilidade e doçura. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Dos Espíritas.


“Não temos o direito de querer que todos sejam espíritas
 como nós, mas temos o dever de nos mostrar espíritas
para com todos.”
Alberto Nogueira da Gama

in Reformador (FEB) Janeiro 1970

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Preparo para a vida

           A luta pela vida começa cedo. Mal a criança principia a andar e falar e já se lhe dá um encaminhamento, que pode ir desde o Jardim da Infância até os estudos mais altamente graduados, na escala dos conhecimentos superiores.

            Constitui mesmo um espetáculo à parte, embora diariamente repetido, a ida dos colegiais às escolas. Dá gosto vê-los, tomando de assalto, por assim dizer, a condução ou postados nas dependências dos educandários, quais bandos de aves que pousassem em revoada em um só local. Palradores e bulhentos, sorridentes e brincalhões, lá se vão eles, os estudantes, de portes e tipos diferentes, sobraçando pastas e porta-cadernos, merendeiras e bolsas. Voltam alegres como foram, movimentando o centro e os bairros da cidade, nos turnos da manhã, da tarde e da noite.

            É o preparo para a vida. Há pais que deixam de vestir-se bem, de alimentar-se melhor só para terem o prazer de ver seus filhos graduarem-se nos estudos. Raiam, por vezes, pelo sacrifício as epopeias de luz que são descritas pelo heroísmo paternal, levados a extremos de dedicação inimaginável.

            Selecionam-se cursos, destacam-se nomes e endereços de colégios e professores, recortam-se anúncios de explicadores especializados, consultam-se fontes autorizadas quanto a programas e horários de ensino de maior confiança e eficiência, tudo para facilitar a criança e o adolescente nos domínios do aprendizado. Rios de dinheiro são gastos com a instrução dos filhos.

            Amanhã, eles estarão bem situados na vida. Serão autênticos representantes da Cultura. Exercerão as mais variadas funções nos múltiplos setores das atividades humanas. Falarão línguas. Escreverão com raro brilhantismo. Discursarão com facilidade e felicidade. Conceberão coisas impressionantes. Farão planejamentos maravilhosos. Formularão programas ousados. Terão seus nomes em evidência na imprensa. Ocuparão com frequência os microfones. Ver-se-ão procurados e preferidos pelos lançadores de cartazes, como “homem do dia” ou “figura do momento”.

            O público terá conhecimento de suas andanças, de suas entrevistas, de suas palavras, de suas decisões. São os homens de hoje aquelas crianças de ontem. Estudaram. Aprenderam e subiram. Guindaram-se a altas posições. Galgaram postos representativos. Fizeram-se porta-vozes de suas classes. Tornaram-se autoridades na ordem de assuntos que dominam. Temos, enfim, as grandes capacidades: técnicos, especialistas, doutores e publicistas, cultores das Armas, Ciências, Letras e Artes.

            Consistirá, porém, apenas nisto o preparo para a vida? E o objetivo de ser bom? e o ideal de tornar-se melhor? e a obtenção do grande tesouro da Educação?

            Onde a formação do caráter, a purificação do íntimo, a dignificação do sentimento, a iluminação do entendimento, o acrisolamento da consciência, o aperfeiçoamento da mente, a sublimação de tudo quanto é do Espírito?

            Geralmente os pais não pensam nisto. Bem poucos são os que olham este segundo lado da questão, enquanto quase todos por pouco não ficam alucinados de preocupações pelos resultados da outra parte.

            É que eles apenas situam as coisas no terreno das temporalidades. A seu ver, tudo se reduz a uma questão de dinheiro no bolso. Tendo este, o mais virá como consequência inevitável.

            No entanto, assim não é, nunca foi e jamais poderá ser. Já devemos ter o necessário amadurecimento para compreender que os destinos do Homem e do Mundo são intimamente entrelaçados nos meandros da Cultura e da Educação.

            Preparemos, pois, nossos filhos não só para viver bem, mas, sobretudo, para bem viver. Tanto quanto a Inteligência, o Coração também precisa de alimentos e elementos para sustentar-se e sustentar outros dentro da Vida.

            A Terra só será realmente um planeta feliz quando seus filhos, além de intelectualizados, forem verdadeiramente bons.

Preparo para a Vida
Alberto Nogueira da Gama

Reformador (FEB) Setembro 1970

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Conceito às Avessas

               Isto que vamos escrever, retificando, certamente, você nunca disse nem jamais dirá,
mas admitimos já tenha ouvido alguém dizer. Como se trata de coisas que, de modo truncado, se entendem com o Espiritismo, talvez valha a pena entendermos o Espiritismo com relação a elas, em sentido trocado e contrário, mas certo, assim mesmo às avessas.

            Veremos, então, que, por vezes, os extremos se tocam.

*

            - “Meu santo é forte.”

            - Certo, concordo. Um Espírito bondoso é sempre forte. Graças a ele, Você se vê livre de perigos ou se sai bem de situações difíceis. Todos os “santos”, caro amigo, são “fortes”, porque se trata precisamente de Espíritos Guias e Protetores, que nos assistem e amparam, nos orientam e defendem. Realmente, seu santo é forte.

*

            - “Nossos santos não combinam.”  “Meu santo não vai com o dele, de jeito nenhum.”

            - Errado, não concordo. Os “santos” sempre se combinam. Você é que não combina com o seu, porque não quer combinar com o próximo, com Beltrano ou Sicrano que o magoou. Experimente perdoar para ver se a combinação não é completa, entre Vocês dois e os seus respectivos santos. Eles não podem é empurrar um para o outro, mas nunca deixarão de se alegrar com as pazes que se fizerem reciprocamente, com toda a sinceridade.

*

            - “Eu tenho o corpo fechado”. “Meu corpo é fechado: nada me pega.”

            - Acredito que Você possa de fato ter o corpo fechado, não pelas tatuagens que ele apresenta ou pelos pontos que cantou ou pelos despachos que fez ou pelo patuá que carrega ao pescoço com a “oração” que aprendeu e se acha bem dobradinha dentro dele. Se o Amigo tiver a mente pura e o coração limpo, isto é, se estiverem os dois sem maldade, seu perispírito, note bem: perispírito (seu invólucro fluídico) e não corpo (sua armação de carne) será inacessível às influências más, o mal não repercutirá em suas fibras, ninguém o prejudicará, porque Você próprio não se prejudica. Pensando, sentindo e fazendo o melhor, receberemos também o melhor. Seu Corpo perispiritual é fechado, sim, mas só assim desta maneira - por sintonizar numa faixa vibratória elevada, torna-se ele inacessível às impurezas do meio ambiente, ao qual ajuda a purificar com as suas influências benéficas.

*

            - “Seu Espiritismo é de mesa; o meu é de terreiro.”

            - Eu não tenho um espiritismo meu, antes desejo ter o Espiritismo em mim ou comigo. A Doutrina Espírita não é propriedade de ninguém, embora todos possam possuí-la na intimidade de suas almas.

            Feita esta ressalva, devo dizer que não sei em que sentido o amigo se expressa, mas entendo que o Espiritismo pode ser de mesa. Este é o principal móvel de uma casa, onde habitualmente os familiares fazem as suas refeições, ou seja, se alimentam. Ora, os ensinamentos desta maravilhosa Doutrina são verdadeiros alimentos para as nossas almas. Daí, em todos os Centros bem organizados haver mesas com obras da Codificação Kardequiana para estudos, que são lidas e comentadas normalmente duas vezes por semana. Quero dizer: é posta a mesa para alimentação de todos os presentes. Mas entendo também que o Espiritismo pode ser não só de mesa, como igualmente de terreiro, de planície, de colinas e montanhas, de campos e vales, de terra, mar e ar, porque ele está em tudo e em toda a parte, como nós podemos estar com ele a qualquer hora do dia e da noite onde quer que nos encontremos.

*

            - “Eu sei que o amigo não gosta destas coisas, porque pertence à linha branca.”

            - Na realidade, eu pertenço, aliás, nós pertencemos - eu, Você e todo mundo - à linha dos encarnados e dos desencarnados. Se ela, por vezes, apresenta cor, nem sempre será uma só para todos os casos. Vê-la-emos parda, cinzenta, amarela, vermelha, preta e azul, de acordo com a natureza dos sentimentos de que estivermos animados uns para com os outros, quer no mundo corpóreo, quer no incorpóreo. A nosso ver, não há linhas de cores no Espiritismo e sim cores de linhas nos espíritas, conforme se conduzam de uma maneira ou de outra, espelhando na sua aura colorações que atraem entidades desencarnadas afins com elas. Neste sentido, podemos dizer que seguimos uma linha dentro da Doutrina Espírita (linha reta e justa), quando não perdemos a linha dentro dele, que poderá ter, então, qualquer outra cor, menos a branca e a azul que denotariam em nós a presença de paz e serenidade. Questão de interpretação, meu caro, pura questão de interpretação.

            Realmente, eu não gosto do que Você gosta, mas reconheço-lhe o direito de não gostar do que eu gosto. No entanto, não tenhamos dúvida de que chegaremos, um dia, nós ambos, à destinação áurea e gloriosa que nos aguarda nas altiplanuras da Espiritualidade, mesmo pensando e agindo hoje de maneira diferente.

*

            - “Quem é do científico ou do Kardecismo não aceita estas coisas.”

            - Eu não sou do científico nem do Kardecismo, como o amigo admite. O Espiritismo não é nem isto, nem aquilo, nem uma coisa nem outra. Ele é um todo indivisível, sem nome de personalidade humana, ainda que se trate da respeitabilíssima pessoa do seu Codificador.

            Não sou do científico, porque sou também do filosófico e do religioso, três aspectos que igual e inseparavelmente o Espiritismo encerra em si. Por isso, sou simplesmente espírita, pertenço única e exclusivamente ao Espiritismo, sem qualquer outro “ismo” senão o dele mesmo embora seja dos que admitem que o conhecimento da Doutrina pede necessariamente o estudo criterioso e metódico da Codificação Kardequiana.

            Digamos apenas: Espiritismo, espírita, espiritista, com exclusão das palavras Kardecismo e kardecista.

            De fato, o aspecto científico identifica o caráter racional e lógico do Espiritismo; o filosófico demonstra e comprova tudo; mas, só o cunho moral, religioso ou evangélico classifica e qualifica o profitente na sua real condição de adepto da Nova Revelação.

            Eu não aceito as coisas que Você pensa, diz e faz, porque as situo em outro ângulo de convicções, mas não me permito constrangê-lo a aceitar as minhas. Continue lá, que eu continuo cá. Aqui ou aí, trabalhamos: alimentando a esperança de que, separados, hoje, por injunção das circunstâncias, estaremos Juntos, amanhã, por determinismo divino.

Conceito às Avessas
Alberto Nogueira da Gama

Reformador (FEB) Junho 1970

sábado, 1 de junho de 2013

Cartilha Materna



Cartilha Materna
Alberto Nogueira da Gama
Reformador (FEB) Maio 1964

            Na constelação do Lar, fulge, como estrela de primeira grandeza, a presença da mulher-mãe.
            A luz do seu olhar, despertamos para a Vida.
            Ao calor do seu hálito, aprendemos a balbuciar as primeiras palavras.
            Dos seus lábios, ouvimos cariciosas expressões de Amor.
            De suas mãos, recebemos a amenidade de ternos afagos.
            De sua voz, recolhemos doces modulações de uma alma em festa.
            Ao contato dos seus desvelos, ensaiamos os primeiros passos.
            Seu espírito de candura e fervor nos incute a ideia de Deus e o hábito da oração.
            Influenciados por seus ensinos e exemplos, formamos o nosso caráter e adquirimos uma mentalidade própria.
            Independente dessas coisas, eu registo a mais a existência, comigo, de uma cartilha materna, que é para mim joia de peregrina beleza.
            Vejam só como os seus ensinamentos, lapidados e fulgurantes, são de sublimada inspiração!

Não troques o amor velho pelo novo.

Não deixes o certo pelo duvidoso.

Quem não se dá ao respeito,
não pode ser respeitado.

Uma ovelha má põe um rebanho a perder.

Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele.

Quem não deve, não teme.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer.

Cada um dá o que tem.

Quem tudo quer saber, mexerico quer fazer.

O saber não ocupa lugar.

Não é por um burro dar coices
que se lhe vai cortar a perna.

. Nunca devemos dizer que deste pão
não comerei e desta água não beberei.

Quem quer faz, quem não quer manda.

A educação cabe em todo lugar.

O desengano das vistas é furar os olhos.

Não cuspa no prato em que comeu.

Não deixes para amanhã
o que podes fazer hoje.

Quem canta, seus males espanta.

Quem chora, seus males adora.

Quem a boca de meu filho beija,
a minha adoça.

Quem ama a Beltrão, ama a seu cão.

Pelos santos se beijam as pedras.

Tomar conta e dar conta do recado.

Fazer o bem sem olhar a quem.

Junta-te aos bons e serás um deles,
junta-te aos maus e serás pior do que eles.

Antes sozinho que mal acompanhado.

Quem quer amar, rigores não impedem.

Quem tem vergonha não envergonha.

Quem não pode com o tempo,
não inventa moda.

Quem boa romaria faz,
em sua casa está em paz.

As boas e as más ficam com quem as faz.

Alma ocupada não é tentada.

Quem boa cama fizer, nela se deitará.

Quem diz a verdade não merece castigo.
Quem dá o pão, dá a educação.

Deus ajuda a quem trabalha.

Livra-te dos males
que eu te livrarei dos ares.

Ajuda-te e o Céu te ajudará.

O bom julgador por si julga os outros.

Gato ruivo do que usa disso cuida.

Quem bem fizer, para si é.

O pouco, com Deus, é muito.

Deus ajuda a quem cedo madruga.

Quem tudo quer, tudo perde.

Quem muito fala, muito erra.

Em boca fechada não entra mosca.

Muito riso é sinal de pouco siso.

Quando a cabeça não tem juízo,
o corpo é quem paga.

Deixar a razão morrer
para o corpo poder viver.

Quem não aprende em casa,
aprende na rua.

Primeiro a obrigação,
depois a devoção.

Quem espera em Deus, sempre alcança.

            Mãe, pressinto que estás para partir. Teu corpo vai-se definhando aos poucos. Mas o teu Espírito, amoroso e dedicado, fiel e leal, bom e justo, está sempre lúcido, ativo e vigilante, querendo saber, de cada um de nós, se vamos bem de saúde, se estamos bons como se os doentes fôssemos nós e não tu, a quem vemos de viagem marca da para a Eternidade.

            Para mim, tu não morrerás, mãe amada de minha vida, mãe querida dos dias meus! Além de crer-te imortal, creia-te imortalizada em mim mesmo, pensando, falando e agindo na intimidade do meu ser, como oráculo iluminado ou anjo luminoso, cuja imagem estará comigo em toda parte e por todo o sempre.

            Quero ardentemente a tua santa companhia, hei de desejar-te fervorosamente a divina presença, onde quer que eu esteja ou me encontre, para que possa, um dia, vir a ser ainda o homem que tu, em tua grandeza d’alma, sonhaste fazer de mim, e mereça, assim, a gloriosa láurea de continuar teu filho fazendo jus à inefável bênção do Pai Celestial por me ter contemplado com a melhor e mais completa das mães. 

sábado, 11 de maio de 2013

4/4 Causa de Ismael



Causa de Ismael
Alberto Nogueira Gama

4



            Conforme se acha registado à página 259 da coleção do Reformador de 1936, a primeira União de Juventude Espírita que se fundou, no mundo, surgiu em 22 de Maio de 1932, na sede do Centro "Maria de Nazaré" , no distrito de Sant'Ana, na Capital paulista, por um grupo de centros adesos à Federação Espírita Brasileira.

            Reformador de 1936, às páginas 259, 260, 319 e 335, publicou, não só o magnífico programa da "União da Juventude Espírita do Distrito de Sant'Ana", como também, integralmente, os Estatutos dela.

            "Quatro anos depois da realização desse sonho, fundou-se no Rio, em 6 de Setembro de 1936, no Centro "Amaral Ornelas", também adeso à Federação, a União da Juventude Espírita "Amaral Ornelas" (Reformador de 1936, pág. 356), e, logo depois, em 18 de Outubro de 1936, fundava-se a União da Juventude Espírita de Nova Iguaçu, também germinada dentro de um centro adeso à Federação Espírita Brasileira -, o "Fé, Esperança e Caridade" (Reformador de 1936, pág. 445).

            "Antes da fundação dessas duas últimas, já existiam a Associação dos Moços Espíritas, com sede em Santos, em S. Paulo, a Juventude Ateneu Espírita de Madrid, fundada em Abril de 1936, e a Juventude Espírita de Porto Rico, fundada em 8 de Maio desse mesmo ano.

            "Como vemos, a mais antiga associação espírita de jovens, no Brasil e no mundo, parece-nos ser a União da Juventude Espírita do Distrito de Sant' Ana, cuja existência ininterrupta de 1932 até hoje, dedicada sempre aos estudos evangélicos, é bem uma demonstração do quanto vale um programa idealizado por inspiração do Alto, qual o que, então, foi publicado em Reformador."

            Resumindo:

            A primeira sociedade juvenil que surgiu no Mundo, com a finalidade de reunir os moços espiritistas, foi a do Centro “Maria de Nazaré", na capital de S. Paulo, em 22 de Maio de 1932. A segunda, parece-nos ter sido a "Associação dos Moços Espíritas”, em Santos, Estado de S. Paulo, em 14 de Junho de 1934.

            Através do convite daquela pioneira, em 1936, começaram a ser fundadas, no Rio de Janeiro, e, depois, pelo Brasil afora, outras Mocidades e Juventudes Espíritas, juntamente, também, com grande número de Escolas de Evangelho.

Esperanto

            Desde 1909 que a Federação Espírita Brasileira apoia e propaga o Esperanto, cabendo a José Machado Tosta as primícias- desse trabalho.

            Mas só a partir de 1937 é que a FEB iniciou um programa de publicações em Esperanto.

            O Departamento Editorial pôs-se a serviço da língua internacional, divulgando-o não só pelo Reformador, mas também através do livro didático e do livro doutrinário, que formam as delícias de milhares de esperantistas espalhados pelo Mundo,

            Tem-se constituído em valioso instrumento de propagação do Espiritismo, que, por sua vez, lhe tem dado todo o apoio, contribuindo para que ele se firme com mais presteza e em definitivo nas consciências dos indivíduos e das coletividades.

            O Espiritismo tomou conta do Esperanto para torna-lo mais difundido e o Esperanto ficou por conta do Espiritismo para fazê-lo mais conhecido.

Departamento Editorial

            Em se falando de Espiritismo, podemos dizer com todo o acerto e propriedade: antes do Departamento Editorial... depois do Departamento Editorial... porque, realmente; há essas duas fases na história do Livro Espírita no Brasil.

            Antes do Departamento Editorial, eram os Editores Garnier, Laemmert, Moreira Maximino & Cia. e um que outro mais que se incumbiam da publicação dos nossos livros, Deus sabe em troca de quantas vantagens e concessões.

            Pois bem, dentro de pouco tempo essas Editoras viram que a edição de livros espíritas só dava prejuízo e recusaram-se a aceitar a incumbência de novas edições. Tantas outras Editoras fossem procuradas, quantas outras recusas seriam conhecidas. Ninguém se animava a arcar com a responsabilidade da divulgação do Livro Espírita. Quando o faziam, o livro saía por um preço elevado e não tinha prazo de entrega. Ante circunstâncias tão madrastas e adversas, a Federação Espírita Brasileira apelou para uma gráfica do Porto, em Portugal, que acatou o pedido de publicação, desde que a interessada lhe fizesse o pagamento antecipado.

            Essa situação perdurou até que a impressão das obras pode vir a ser feita aqui no Brasil mesmo, embora o desinteresse pela sua aquisição fosse a coisa mais chocante e desalentadora que se possa imaginar.

            Fora a 1º de Outubro de 1891 que pela primeira vez, sob a presidência do Dr. Dias da Cruz e a vice-presidência do Dr. Bezerra de Menezes, a Federação lançara a ideia de se montar "uma oficina tipográfica para a impressão do "Reformador" e de obras de propaganda". Malogrado intento! A massa espírita ainda não compreendia o incomensurável valor do livro!..

            Só com o tempo a coisa foi melhorando, sem satisfazer, contudo, aos verdadeiros anseios da Casa de Ismael.

            Isto, antes do Departamento Editorial.

            Em 1937, o então presidente da FEB, Dr. Guillon Ribeiro, demonstrou a necessidade inadiável da instalação de oficinas tipográficas próprias. A ideia, a princípio combatida, foi evoluindo com o tempo e firmou-se em fins de 1938. Finalmente, a 4 de Novembro de 1939, a pequena oficina gráfica da FEB entrava a funcionar, justamente na sala hoje ocupada pelo Biblioteca.

            Com o passar dos anos, as impressoras e o serviço de encadernação já não davam conta do recado. Impunha-se um trabalho de renovação da maquinaria e melhoramento das instalações da Editora da FEB.

            Em 1946, é adquirida a propriedade da rua Figueira de MeIo, 410, onde é instalado a 8 de Setembro de 1948 o Departamento Editorial.

            De então por diante a coisa foi-se modificando aos poucos. Livros e mais livros saem uns após outros, em primeiros lançamentos ou em reedições contínuas.

            Um primoroso trabalho de revisão, uma apresentação mais condigna e sugestiva, vantajosas condições de oferta, concessões animadoras, tudo concorre para que o Livro Espírita saia do ostracismo, deixe a obscuridade e passe a ocupar um lugar ao sol, tornando-se conhecido, mostrando-se apetecível e conseguindo despertar interesse pela sua aquisição.

            A sua venda já dá para cobrir as despesas. A sua qualidade já o faz procurado com afã, quando não disputado com sofreguidão.       

            Em Maio de 1957, a Federação Espírita Brasileira noticiava em "Reformador" a compra, para as suas oficinas, de mais três máquinas, de procedência suíça, e informava já ter dado entrado, na ex-Prefeitura do Distrito Federal, das plantas para novas construções, "de forma a dobrar o espaço atualmente ocupado pelas mesmas oficinas".

            "A nova edificação, que sairá da rua Figueira de Melo e irá atingir a rua Souza Valente, será de quatro pavimentos e com estrutura de cimento armado calculada para suportar cinco vezes mais de peso que o exigido pelas leis municipais."

            Em Abril de 1960, ainda pelo seu órgão de difusão, informava à comunidade espiritista brasileira que "agora, quase terminada a construção do prédio de quatro pavimentos para a ampliação das oficinas gráficas do seu Departamento Editorial (D.E. ), a FEB iniciará uma nova de 605 metros quadrados, levantando mais dois pavimentos sobre o pavilhão construí do em 1948, o qual ficará, assim, também com quatro pavimentos".

            Em Novembro de 1961, à página 247, Reformador registava a informação de que, "no dia 9 (de Outubro), em companhia dos diretores da FEB, o presidente desta declarou inaugurados, na sede do Departamento Editorial, à rua Figueira de MeIo, os dois andares recém-construídos sobre os outros dois edificadcs em 1948, assim como o prolongamento dessa construção, em 4 andares, até à rua Souza Valente, obras essas que foram iniciadas em 18 de Abril de 1959."

            Nesse momento, outras obras se levantam nos terrenos adjacentes, que há muitos anos se acham incorporados ao patrimônio da FEB. A exiguidade de recursos monetários vem, entretanto, prejudicando o rápido andamento das novas construções, destinadas, também, à mais ampla disseminação do Livro Espirita.

            Aí está um ligeiro histórico, pontilhado de feitos verdadeiramente gloriosos, de uma das mais arrojadas empresas a que se atira a atual Diretoria da Casa de Ismael, que vem imprimindo à Venerável Instituição surtos grandiosos de invejável progresso.

            O Livro Espírita é, de fato, outro maravilhoso instrumento de trabalho de que se utiliza Ismael nos desdobramentos evolutivos de sua Causa, beneficiando o espírito encarnado em todas as fases da vida e segundo as condições variáveis de sua existência planetária.

80º Aniversário da FEB

            Todas essas realizações, e outras que não foram aqui alinhadas, devemos a Ismael e seus colaboradores em primeiro lugar, e em segundo às Diretorias humanas da FEB, à frente das quais se colocaram os presidentes abaixo:

Ewerton Quadros, de 1884 a 1888.
Dias da Cruz, de 1890 a 1894.
Júlio César Leal, parte de 1895.
Bezerra de Menezes, 1889 e de 1895 a 1900.
Leopoldo Cirne, de 1900 a 1913.
Aristides Spínola, 1914, 1916, 1917 e de 1922 a 1924.
Luís Barreto, 1925 e 1926.
Paim Pamplona, 1927 e 1928.
Manuel Quintão, 1915, 1918, 1919 e 1929.
Guillon Ribeiro, 1920, 1921 e de 1930 a 1943.
Wantuil de Freitas, de 1943 a 196 ...

            Não sabemos quem será, no futuro, o Presidente da Casa de Ismael, que, a 19 de Janeiro deste ano, completa 80 anos de existência. Não temos mesmo interesse em saber, tão satisfeito estamos com o atual, mas, seja ele quem for, venha de onde vier, terá que guardar inviolável fidelidade à Causa do Anjo do Senhor, porque, segundo a palavra de N. S. Jesus Cristo e de acordo com os desígnios do Pai Celestial, ela representa uma das maiores garantias de salvaguarda do Cristianismo Redivivo na face do Mundo, para a necessária consecução dos gloriosos destinos da Humanidade redimida e renovada.