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quinta-feira, 26 de março de 2020

Carta aos jovens



Carta aos Jovens  
por Fontes da Luz
Reformador (FEB) Novembro 1947

            Irmãos de minh'alma:

            Viva o Espírito do Cristo em nossos corações e nos dos nossos companheiros.

            Somos jovens, porque os milênios não nos decrepitam, mas renovam; e porque nossos espíritos imortais apenas começaram sua vida eterna.

            A vida eterna é patrimônio do Eterno Pai, que no-la deu. Tomemo-la com reconhecimento e entremos na sua posse.

            A posse da vida eterna é a paz e a alegria do coração, mas o pecado é a morte da alma. O pecado é a transgressão da Lei; e a Lei é boa, porque Amor.

            Amemos, e teremos paz, e a paz nos dará alegria e a alegria da paz interior nos encherá de felicidade a vida do espírito.  

            A alegria é luz interior que vem de dentro; o riso que vem de fora é engodo do mundo; e o mundo mente.

            Precatai-vos pois da mentira do mundo, porque a mentira ilude e a ilusão leva ao erro, e o erro perde.

            Pregais o bem, e o bem seduz as almas, e as almas vos aplaudem. Cuidai, porém, que os aplausos que sobem da Terra vos não fechem os ouvidos do espírito à voz que desce do céu.

            Porque a voz que sobe da Terra fala do que se vê na Terra, e na Terra só se vê o exterior; mas o Alto penetra o interior dos sentimentos.             

            O interior é o real; o aparente é fictício, e o fictício é o engano.

            O engano traz a decepção e a decepção trás a amargura, e a amargura tira a paz e a alegria do coração.            

            Sede pois, em essência, como o mundo vos vê e vos celebra, para que não suceda que sejais aos olhos do Senhor como os sepulcros caiados ou os falsos profetas.

            Tende cuidado que a sede de parecerdes bons vos não leve a agirdes bem aos olhos humanos; mas procurai que a virtude dos vossos corações determine vossas boas obras.

            Porque é pelo fruto que se conhece a árvore; mas não pela beleza exterior do fruto, e sim pela sua sanidade interior.

            A dor dos homens vos convida à caridade. Eu, porém, não desejo que sejais simplesmente caridosos, mas, sim, cheios de amor.

            Porque onde existe amor não pode haver a caridade que se exterioriza na prática mecânica de um gesto comum.

            Essa caridade custa e dói; o amor lene (é brando), suaviza e redime.

            Jesus não foi nunca caridoso, no sentido restrito da palavra, porque sempre amou; e jamais falou em caridade. Porque a caridade entre os homens se faz de cima para baixo, mas o amor se manifesta nivelando planos.

            Tendes a seiva do entusiasmo e o sol da mocidade. Purificai a seiva e dosai o Sol, para que não se dê que a seiva se desperdice e o Sol vos queime.

            Sede esclarecidos na fé, equilibrados na esperança e incondicionais no amor.

            Porque a fé cega leva ao fanatismo, a esperança desequilibrada conduz a fantasmagoria, mas o amor condicionado traz as malquerenças e as disputas.

            Não busqueis fundar a vossa obra nas palavras que proferis, mas no trabalho que fazeis. Porque a vida da palavra é o ato; porque o pensamento é semente e a palavra é árvore, mas só a obra é fruto.

            Não meçais, pois, vosso trabalho pelas medidas das conveniências humanas ou do esforço menor, ou das convenções da sociedade. Mas aquilatai-o pela sua intensidade, essência e frutificação.

            Não vos inquieteis, todavia, com as colheitas do vosso esforço, mas com o plantio das vossas mãos; porque, em verdade, ninguém colhe no dia que planta. E, às vezes, o que planta uma árvore não lhe colhe os frutos; mas das que virão por ela, no frutificar das sementes que ela der.

            Sede mansos e humildes, compreensivos e tolerantes. Porque de pugnadores o mundo já está cheio, e nem por isso é bom: mas é da mansidão que ele precisa. Sois os renovadores do mundo. A renovação do mundo é a instituição ao Amor de Jesus. Enchei-vos, pois, do Amor de Jesus, para poderdes espalhá-lo pelo mundo. Porque ninguém dá o que não tem, nem pode fazer a outrem semelhante àquilo que não é.

            Meu abraço vos dou e meu afeto. Jesus, Nosso Senhor, vos abençoe.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

No silêncio da saudade



No Silêncio da Saudade
Fontes de Luz
por Hernani T. Sant'Anna
Reformador (FEB) Novembro 1976

O Céu não é insensível aos apelos aflitos dos corações que choram e sangram, na Terra, na saudade de seus amados, transferidos de plano pelo fenômeno da morte física.

Entretanto, na comunicação entre os dois mundos, precisam ser vencidas certas dificuldades de natureza emocional, psíquica e instrumental.

Muitas vezes o silêncio da saudade, na ausência aparente, é imposição de disciplina necessária e de amor legítimo, muito mais bondosa e justa do que poderá supor quem não possua maior conhecimento de causa.

Haja, pois, em cada um de nós, suficiente entendimento e humildade de coração, para agradecermos a Jesus as bênçãos misericordiosas que nos concede, até mesmo quando nos nega aquilo que imaginamos desavisadamente seja o melhor para nós.

Guardemos nosso coração em paz e estejamos certos de que é dentro de nossa própria alma que temos de ver e ouvir os que verdadeiramente amamos, cuja imagem e cuja voz' devem vibrar no imo de nós mesmos.

Todos precisamos adquirir, no bojo do tempo, a ciência da renúncia e do silêncio, para o acrisolamento do verdadeiro amor, aprendendo com a Natureza a construir permanentemente e sem alardes a grandeza da vida.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Semeadura e Colheita


Semeadura e Colheita
Fontes de Luz
Reformador (FEB) Maio 1949

"Entesourastes para os últimos dias." – Tiago, 5:3

Na carta que escreveu aos gálatas, disse Paulo “que cada um levará a sua carga” (6:5) e que “aquilo que semear o homem, isso também segará” (6:8). O grande apóstolo não disse novidades, pois nada mais fez que reafirmar o preceito de Jesus: - “a cada um segundo as suas obras.”  

Confirmando e esclarecendo esses juízos, o Espiritismo trouxe à luz a lei de causa e efeito que rege a vida humana, demonstrando, a sobejo, que ninguém pode lançar à conta de injustiça os males de que padece, como se não pode, igualmente, atribuir a felicidade de alguém a uma ininteligível parcialidade da Divina Justiça.

Todavia, cristãos e espiritistas, sabedores de todas essas coisas, parecem não atinar com a realidade dos fatos, permanecendo num lastimável desequilíbrio d'alma, imersos no oceano turvo dos reclamos e das queixas contra a sorte.

Queixam-se - do mal que semearam; 
Irritam-se - com os insucessos a que deram causa;
Lastimam - as oportunidades que desbarataram;
Exigem - salários aos quais não fizeram jus;
Reclamam - facilidades não adquiridas;
Requerem - direitos não conquistados;
Suplicam - bênçãos que relegaram;
Choram - situações que construíram;
Inocentam-se - de crimes cometidos;
Inconformam-se - com a própria condição.

Contudo, esse modo de ser, de negativos resultados, nada edifica; antes, impossibilita ou dificulta qualquer reconstrução.

A inconformação e a revolta, a queixa e o desalento, são inimigos terríveis de qualquer coração desejoso de retificar caminhos para o ressurgimento interior.

Antes de tudo, deve o discípulo do Cristo identificar a sua situação, pondo-se à luta pela melhoria sempre maior da própria alma, exercitando-se no amor, na renúncia e no trabalho.

Se no presente a situação do seu espírito não é boa, pode faze-la melhor, de futuro, com o esforço perseverante da boa vontade construtiva; mas, pode faze-la pior ainda, pelo descaso da indiferença ou pelos prejuízos da rebeldia.


Se uma vida mal vivida traz por resultado uma aluvião de dores e remorsos, uma existência bem aproveitada possibilita uma colheita generosa de bênçãos e de paz. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Justiça Indefectível



Justiça Indefectível


            Um dos argumentos mais comuns de que lançam mão os defensores da impunidade consciencial, expressa-se na afirmação de que inúmeras pessoas existem, de vida pecaminosa e próspera, que, firmando-se na consagração do mal, jamais se sentiram espicaçadas pelo guante do remorso, findando os seus dias terrenos na robusta certeza de que souberam aproveitar com inteligência todos os recursos que a chance lhes pôs ao alcance na experiência humana.

            Assertiva aparentemente bem fundada, não resiste, todavia, ao mais leve exame, desde que feito com serenidade de espírito e isenção de ânimo.

            De fato, basta recordar-se o antigo provérbio popular - as aparências enganam - para que a fictícia solidez daquela afirmativa se desestruture e desmorone.

            É que ninguém pode, pela simples apresentação exterior e convencional das figuras tomadas para exemplo, aquilatar da intimidade dos seus sentimentos ocultos ou do estado real da sua consciência.

            Quem nos diz dos trágicos temores e dos pressentimentos sombrios que assaltam, muita vez, almas de generais, enfestoados nos uniformes garbosos, nas horas decisivas das batalhas?

            Entretanto, quem os vê, impávidos, imponentes, olhar firme, atitude de comando, não guarda a menor dúvida a respeito da sua bravura serena e confiante...

            O homem sempre foi de habilidosa genialidade no campo das convenções. Sabe, com os mil artifícios da sua inteligência, a serviço do próprio egoísmo, orgulhoso e exigente, mudar o aspecto dos fatos e das coisas, construindo fantasiosos cenários, nos quais esconde sempre a dor e a miséria que se demoram guardadas no imo do coração...

            O caso é que, assim como a beleza ou a preciosidade de uma gaiola não operam o milagre de fazer feliz o pássaro cativo, que anseia pela liberdade do imenso azul, também as aparências de felicidade, os aparatos da honra, as lantejoulas da glória falsa, não conseguem restituir ao espírito culpado a bênção da paz interior, arrebatada pelo furacão voraz dos atos criminosos.

            Fundamente se engana aquele que busca ver nos brilhos aparatosos das exibições exteriores o reflexo sublimado das resplendências divinas da alma edificada.

            Verdade é que, não obstante esse fato, verifica-se, por parte desses muito obstinadamente inconversos, um apego extraordinário às suas gloríolas de latão, que, não poucas vezes, alardeiam, no estandarteamento do seu orgulho.

            Isso, porém, longe de indicar tranquilidade de espírito, atesta sôfrego desespero da alma, que se apega, insofridamente, a tudo quanto possa distrair-lhe o senso interior, à maneira de um doente que sobrecarrega de ópio o organismo enfermiço, a fim de amortecer, os lanceamentos da dor que o dilacera. 

            O homem não pode fugir à lei divina nem iludir a voz da consciência, porque a lei e a consciência o seguirão a cada passo, aonde ele for. O que ele pode fazer é iludir aqueles que, desprevenidos da verdade, se deixam impressionar pelas Armaduras fulgurosas, que ocultam, quase sempre, franzinos esqueletos, Chocalhantes e mofinos.

            As reuniões mediúnicas de caridade oferecem todos os dias o espetáculo tristonho e extravagante do estertorar de inumeráveis ilusões desse jaez, que se rasgam, dolorosamente, aos dedos da realidade.

            Então, despertados do tremendo e sombrio pesadelo que viveram, os pobres lamentam os esforços inúteis e o tempo gasto na faina ingrata de fugir à verdade, caindo nos braços hercúleos da Justiça.


Fontes de Luz
Reformador (FEB) Fevereiro 1948


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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Carta aos Jovens



Carta
aos Jovens


            Irmãos de minh'alma:

            Viva o Espírito do Cristo em nossos corações e nos dos nossos companheiros .

            Somos jovens, porque os milênios não nos decrepitam, mas renovam; e porque nossos espíritos imortais apenas começaram sua vida eterna.

            A vida eterna é patrimônio do Eterno Pai, que no la deu. Tomemo-la com reconhecimento e entremos na sua posse.

            A posse da vida eterna é a paz e a alegria do coração, mas o pecado é a morte da alma.

            O pecado é a transgressão da Lei; e a Lei é boa, porque Amor.

            Amemos, e teremos, paz, e a paz nos dará alegria, e a alegria da paz interior nos encherá de felicidade a vida do espírito.

            A alegria é luz interior que vem de dentro; o riso que vem de fora é engodo do mundo; e o mundo mente.

            Precatai-vos pois da mentira do mundo, porque a mentira ilude e a ilusão leva ao erro, e o erro perde.

            Pregais o bem, e o bem seduz as almas, e as almas vos aplaudem. Cuidai, porém, que os aplausos que sobem da Terra vos não fechem os ouvidos do espírito à voz que desce do céu.

            Porque a voz que sobe da Terra, fala do que se vê na Terra, e na Terra só se vê o exterior; mas o Alto penetra o interior dos sentimentos.

            O interior é o real; o aparente é fictício, e o fictício é o engano.

            O engano traz a decepção e a decepção traz a amargura, e a amargura tira a paz e a alegria do coração.

            Sede pois, em essência, como o mundo vos vê e vos celebra, para que não suceda que sejais aos olhos do Senhor como os sepulcros caiados ou os falsos profetas.

            Tende cuidado que a sede de parecerdes bons vos não leve a agirdes bem aos olhos humanos; mas procurai que a virtude dos vossos corações determine vossas boas obras.

            Porque é pelo fruto que se conhece a árvore; mas não pela beleza exterior do fruto, e sim pela sua sanidade interior.

            A dor dos homens vos convida à caridade. Eu, porém, não desejo que sejais simplesmente caridosos, mas, sim, cheios de amor.

            Porque onde existe amor não pode haver a caridade que se exterioriza na prática mecânica de um gesto comum.

            Essa caridade custa e dói; o amor Iene, suaviza e redime.

            Jesus não foi nunca caridoso, no sentido restrito da palavra, porque sempre amou; e jamais falou em caridade. Porque a caridade entre os homens se faz de cima para baixo, mas o amor se manifesta nivelando planos.

            Tendes a seiva do entusiasmo e o sol da mocidade. Purificai a seiva e dosai o Sol, para que não se dê que a seiva se desperdice e, o Sol vos queime.

            Sede esclarecidos na fé, equilibrados na esperança e incondicionais no amor.

            Porque a fé cega leva ao fanatismo, a esperança desequilibrada conduz à fantasmagoria, mas o amor condicionado traz as malquerenças e as disputas.

            Não busqueis fundar a vossa obra nas palavras que proferis, mas no trabalho que fazeis. Porque a vida da palavra é o ato; porque o pensamento é semente e a palavra é árvore, mas só a obra é fruto.

            Não meçais, pois, vosso trabalho pelas medidas das conveniências humanas ou do esforço menor, ou das convenções da sociedade. Mas aquilatai-o pela sua intensidade, essência e frutificação.

            Não vos inquieteis, todavia, com as colheitas do vosso esforço, mas com o plantio das vossas mãos; porque, em verdade, ninguém colhe no dia que planta. E, às vezes, o que planta uma árvore não lhe colhe os frutos; mas das que virão por ela, no frutificar das sementes que ela der.

            Sede mansos e humildes, compreensivos e tolerantes. Porque de pugnadores o mundo já está cheio, e nem por isso, é bom: mas é da mansidão que ele precisa.

            Sois os renovadores do mundo. A renovação do mundo é a instituição do Amor de Jesus. Enchei-vos, pois, do Amor de Jesus, para poderdes espalhá-lo pelo mundo. Porque ninguém dá o que não tem: nem pode fazer a outrem semelhante aquilo que não é.

            Meu abraço vos dou e meu afeto.

            Jesus, Nosso Senhor, vos abençoe.

por      Fontes da Luz
Reformador (FEB) Novembro 1947

domingo, 23 de outubro de 2011

Em Busca do Mestre


Em Busca 
do Mestre
            (João, 18:4)
               
                Se estamos procurando o Senhor, convém examinarmos atentamente como e por que o fazemos.

            As narrativas evangélicas nos informam sobre uma turba, armada de espadas e paus, que procurou o Mestre, na calada da noite, para prendê-Io e levá-lo à morte.

            A História possui numerosos registros de pessoas e grupos que, aparentando buscar a Jesus, nada mais fizeram do que deturpar-lhe os ensinamentos sublimes, em proveito de suas vaidades e cobiças, utilizando o nome augusto do Pastor Divino para acobertar ou justificar todas as espécies de ignomínias e sordidez.

            Se, porém, buscamos o Mestre, guardando, no coração puro, o propósito sincero de amar e servir, estejamos convictos de que o próprio Cristo virá ao nosso encontro, como foi ao encontro daqueles Espíritos humildes e leais que Ele transformou em Apóstolos abnegados.

Fontes de Luz

por Hernani T. Sant'Anna,
in Reformador Dezembro 1977