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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Decálogo para Estudos Evangélicos

 Decálogo para Estudos Evangélicos

Por André Luiz / Chico Xavier

Fonte: Livro: ‘Lindos Casos’ de Ramiro Gama

 


         

         “Na noite de 21 de Março de 1952, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, discutia-se sobre a melhor maneira de orientar a pregação espírita cristã, quando André Luiz externou-se a respeito do assunto, com a seguinte página, em psicografia de Chico Xavier:

 1. Peça inspiração divina e escolha o tema evangélico destinado aos estudos e comentários da noite.

2. Não fuja ao espírito do texto lido.

3. Fale com naturalidade. 

4. Não critique, a fim de que a sua palavra possa construir para o bem. 

5. Não pronuncie palavras reprováveis ou inoportunas, suscetíveis de criar imagens mentais de tristeza, ironia, revolta ou desconfiança. 

6. Não faça leitura, em voz alta, além de cinco minutos, para não cansar os ouvintes.

7. Converse ajudando aos companheiros, usando caridade e compreensão.

8. Não faça comparações, a fim de que se verbo não venha ferir alguém.

9. Guarde tolerância e ponderação.

10. Não detenhas indefinidamente a palavra; outros companheiros precisam falar na sementeira do bem."

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Fred Fígner




Frederico Fígner
por Ramiro Gama
in Seareiros da Primeira Hora (ed. ECO)

            "Frederico Figner, o intemerato batalhador da causa espírita, desencarnou no Rio de Janeiro, a 19 de janeiro de 1947, com 81 anos de idade. Israelita de origem, nasceu Figner a 2 de dezembro de 1866, em Milevsko, perto de Tabor, na Tcheco-Eslováquia, outrora Boêmia.

            Aos 13 anos, deixou a casa paterna para aprender um ofício, na cidade de Bechim. Aos 16 anos, partiu de sua terra natal, dirigindo-se para Bremerschafen, onde embarcou com destino à América do Norte. Depois de permanecer algum tempo nos Estados Unidos, México e América Central, Fígner rumou para a América do Sul, fixando-se definitivamente no Brasil, onde constituiu família, contraindo matrimônio com a senhora Esther de Freitas Reys.

            Desse consórcio nasceram seis filhos, três dos quais desencarnaram antes dele. Figner teve casa comercial no Rio com filial em São Paulo, e no terreno material foi um grande batalhador pelo progresso, empregando sua incansável atividade em vários ramos do comércio e da indústria, dando o que de si melhor possuía, conquistando, pela sua operosidade e cavalheirismo, grande número de amigos e admiradores.

            Israelita que era, no lar paterno Fígner recebeu orientação religiosa oposta à cristã. Todavia, na realidade, Fígner não professava nenhuma religião. Foi aqui, no Brasil, que ouviu o toque de clarim que o despertou para as verdades eternas, graças à influência do seu amigo Pedro Sayão, o qual lhe falava sempre de coisas do espiritismo.

            O momento decisivo de sua adesão à Doutrina dos Espíritos ocorreu por ocasião de uma cura produzida através do espiritismo, na esposa de um dos seus empregados: Vários outros fatos alicerçaram mais ainda a sua fé e o levaram a estudar o Espiritismo, por maneira que, já em 1903 prestava, como espírita, sua colaboração na Federação Espírita Brasileira.

            Novos rumos abriram-se, então, a esse dedicado servidor do Cristo, que passou a trabalhar com acendrado amor à causa da caridade, praticando largamente atos de assistência e beneficência social. Por ocasião da gripe espanhola, em 1918, Fígner manteve 14 doentes no seu próprio lar, e ele mesmo, sentindo os reflexos da epidemia, passava dias inteiros na Federação atendendo e socorrendo pessoas que ali chegavam em busca de medicamentos e recursos.

            Fígner foi um colaborador assíduo da Casa de Ismael, onde despachava de 150 a 200 receitas por dia e distribuía passes. No terreno da propaganda doutrinária, desenvolveu extraordinária atividade. Colaborou assiduamente no "Correio da Manhã", onde mantinha uma coluna espírita.

            Custeou a publicação de muitos livros; viajou para a Inglaterra, onde visitou o "Circle of Crew” em que o médium Willy Hope obtinha as célebres fotografias de extras; visitou, também Sir Artur Conan Doyle e vários outros vultos destacados do Espiritismo inglês. 

            Trouxe ao Brasil o famoso médium Valentino, realizando sessões em grupos de amigos. Em Belém, capital do Pará, frequentou as notáveis reuniões de D. Ana Prado, conhecida médium de materializações, obtendo ali a materialização do espírito de sua filha Raquel, que com ele conversou horas inteiras, confortando, principalmente, D. Esther, sua mãe, que vivia acabrunhada com a sua partida para a vida espiritual.

            Fígner foi vice-presidente da Federação e depois membro do Conselho Fiscal até a sua desencarnação. Exerceu o cargo de tesoureiro da "Comissão pró Livro Espírita". Presidiu vários grupos na sede da Federação e no seu lar.

            Possuía sólidos conhecimentos da Doutrina e defendia com ardor as obras de Kardec e Roustaing. Era um perfeito poliglota; falava com segurança línguas eslavas, germânicas e latinas. Enfim, Frederico Fígner foi um espírita que, pela sua dedicação à doutrina e às obras de caridade e amor, revelou-se um autêntico missionário, que soube empregar bem os talentos que o Pai lhe confiara.

            Da REVISTA ESPÍRITA DO BRASIL do mês de fevereiro de 1947, extraímos os conceitos abaixo, que, sobremodo, compõem a biografia acima do saudoso e querido Fígner:

            "Há dez anos mais ou menos, lançou a ideia de se fundar uma sociedade para unificar os métodos de trabalhos nas sessões: o "Elo" das sociedades espíritas do Distrito Federal.

            As sessões preparatórias foram presididas por Fígner, na sede da Federação. Formou-se o "Elo", cujo primeiro presidente foi o Dr. Lins de Vasconcelos, mas a entidade teve vida efêmera, não chegando a pôr em prática o seu belo programa.

            Dois dos companheiros que constituíram a diretoria do "Elo" já desencarnaram: João Pinto de Souza e Lamounier Foreis. Outro companheiro que também fez parte do "Elo" foi o Dr. J. C. Moreira Guimarães. Outro campo de atividade doutrinária em que Fígner se destacou foi a imprensa, notadamente pelas colunas do "Correio da Manhã", cuja crônica espírita prestou muito serviço à doutrina. Sustentou polêmicas com médicos e sacerdotes, tomou atitudes corajosas em defesa do Espiritismo, apesar de não ter vocação tribunícia. Não era orador; doutrinador, sim, e dos mais pacientes e amáveis. Eis, em traços muito simples e abreviados, quem foi Figner o valoroso espírita que há pouco deixou o mundo terreno".

            P. S. - Fígner travou notável polêmica com o padre Dubois, de Belém do Pará, polêmica essa que Fígner enfeixou num livro intitulado "Frutos da pastoral", largamente distribuído pela Federação Espírita Brasileira.

O bom rico

            O Jornalista Emiliano Mendonça contou-nos:

            Trabalhava nos Serviços de Pesca, como Representante dos Pescadores sindicalizados, em Vitória, no Espírito Santo. Era também o Presidente do Centro Espírita local.

            Em 1930, com a ditadura Vargas, teve de licenciar-se e veio para o Rio, trazendo dos SERVIÇOS um vale, para ser pago aqui, na Matriz, de dois meses de seus vencimentos.

            Tomou um Hotel e dias depois, compareceu à Repartição indicada para receber seu vale.

            Informara-lhe que somente daí a um mês poderia recebê-lo. Coisas comuns na época...

            Ficou apreensivo e dizendo de si para consigo: e como poderei saldar minha dívida no Hotel e fazer outras despesas, tanto mais que estou com alguns níqueis no bolso...

            E assim dialogando consigo mesmo, vagou pelas ruas do Rio, à procura de uma saída.

            Não conhecia ninguém. Era um estranho numa cidade que visitava pela primeira vez.

            Andou, parou aqui e ali, já se mostrava desanimado, quando se viu diante da CASA EDISON, de propriedade de Frederico Fígner.

            E refletiu: Fígner era Espírita e certamente lhe resolveria a situação.

            Entrou. Fez-se anunciar e, logo em seguida, viu-se diante do conhecido e estimado Seareiro, que, sereno, refletindo simpatia e boa vontade, fê-lo sentar, e, indagando, amável e bondosamente, da razão de sua visita.

            Entre acanhado e surpreso, Emiliano contou-lhe sua situação, mostrou-lhe o vale e lhe pedia se não era possível comprá-lo ou, pelo menos, ficar com ele e emprestar-lhe, por conta, algum dinheiro.

            Fígner tomou-lhe o vale, leu-lhe a quantia e, depois, devolveu-o ao Emiliano. Tirou da gaveta o dinheiro que o vale representava e o entregou ao querido companheiro.

            - Mas, Sr. Fígner, exclamou o Emiliano, o Sr. entrega-me o dinheiro e fica sem nenhum documento?

            - Não faz mal. Você resolverá sua vida. E, quando receber seus dois meses de vencimentos, vem aqui e conversaremos.

            Tempos depois, Emiliano recebeu o dinheiro da sua Repartição e compareceu à presença de Fígner para lhe pagar.

            - Não, disse-lhe o BOM RICO-ESPÍRITA, não me deve nada. Ajudei-o apenas. Tenho aqui na gaveta um fundo de reserva para estas situações. Aceite minha ajuda e eu lha dou com boa vontade, de irmão para irmão.

            Emiliano abraçou-o, sensibilizado. Partiu. Nunca mais o viu. Mas guardou-lhe o gesto, que lhe refletia o título de verdadeiro SEAREIRO DA PRIMEIRA HORA. BOM RICO E ESPÍRITA, que sabia ajudar na hora exata e sem humilhar ninguém.

            Que Jesus ilumine cada vez mais o seu espírito, são os votos que formulamos, ao recordarmos a sua passagem por este mundo de provas redentoras.

O livro "Voltei" resolve uma aposta

            A prezada irmã Celeste Mata, depois de uma conferência num determinado Centro da Guanabara, contou ao Jornalista Emiliano Mendonça o seguinte sobre o nosso querido Fígner:

            Apostara ele com um seu íntimo amigo como o primeiro que desencarnasse viria dar ao que ficou uma prova da sua imortalidade.

            Fígner desencarnou primeiro e o amigo ficou esperando pela resposta da aposta feita.

            Dois anos se passaram.

            Uma noite, sonha com o Irmão Fígner que lhe aponta um livro com o nome VOLTEI.

            Acorda e vai à Livraria da Federação procurar esse livro e o encontra. Lê mas nada compreende, pois é de autoria do Irmão Jacó.

            Dias depois, indaga de um amigo espírita para que o esclarecesse e o amigo, inteirado da aposta e do sonho, lhe explica:

            - Está tudo certo. O livro VOLTEI é de autoria do Irmão Fígner, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier. Fígner desejou apenas se esconder num pseudônimo. Respondeu a aposta, pois veio lhe mostrar que está mais vivo do que nunca e tanto que voltou, mostrando aos que ficaram o que lhe sucedeu no Mundo Maior e como que apelando para todos nós, que ainda vivemos no casulo da carne densa, para persistirmos servindo e servindo, dando algo de nós, pois somente a caridade assim nos salvará, dando-nos mérito para gozarmos da Paz do Dever cumprido no mundo da verdade.


sábado, 15 de junho de 2019

O Corpo de Jesus


O Corpo de Jesus
Ramiro Gama
Reformador (FEB) Fevereiro 1971

            Há certos assuntos a que chamamos chaves, subestimados entretanto por alguns confrades, que neles veem assuntos-problemas 
e que não devem ser dilucidados.

            E que, geralmente, leem e absorvem esses assuntos, no dizer do venerando Doutor Bezerra de Menezes, com espírito de sistema, isto é, 
de olhos fechados às verdades neles expostas e opulentadas.

            Referimo-nos ao corpo de Jesus, 
que aceitamos como sendo fluídico, 
logo assim penetramos o Espiritismo; 
e isto espontaneamente, 
sem haver lido, até aí, nada a respeito.

            Acontece que fomos eleito Presidente do Grupo Espírita Fé e 
Esperança, de Três Rios, no Estado do Rio, no ano de 1932, 
quando residíamos naquela cidade fluminense.

            E começamos a conviver, intimamente, 
com os companheiros de Diretoria do Grupo, 
muitos dos quais nos procuraram experimentar os conhecimentos
 com relação ao Espiritismo e saber se estávamos mesmo à altura do cargo.

            Um deles, o 1.° Secretário, José Magno da Silva, 
professor de Matemática, 
era o mais versado nos assuntos da Terceira Revelação. 
De uma feita, assistimos à palestra sua sobre a 
Virgindade de Maria Santíssima e 
achamos que dissertou com acerto e mestria sobre o delicado tema.

            E foi ele, justamente, o escalado para nos arguir.

            Logo de início, perguntou-nos:

            - Que acha o confrade do Corpo Fluídico do Cristo?

            Ficamos alguns instantes surpreso, 
pois não esperávamos tal pergunta. 
E, talvez, por intuição ou inspiração caridosa do Alto, 
respondemos assim.:

            Somos a favor. 
Sem que tenhamos lido ainda algo a respeito, 
acreditamos no corpo fluido de Jesus. 
Achamos que Ele não tivera um corpo igual ao nosso. 
Foi, em verdade, pura e claramente, um agênere.

            E concluímos:

            - Entretanto, lendo os Evangelhos, 
recordamos uma afirmativa de Jesus, 
que tudo nos fala de seu corpo: 
"dos nascidos de mulher, João Batista é o maior". 
Para nós isso é o bastante. 
Não precisamos de nenhuma outra documentação 
para vitoriar o asserto do Divino Mestre.

            O querido confrade, hoje na Espiritualidade, 
deu-se por satisfeito: Também para ele isso bastava.

            Recebemos, depois, de Manoel Quintão
seu precioso "O Cristo de Deus", 
em que ele esgota o assunto, 
com citações autorizadas, 
calcadas todas na lógica e na razão,
 transcrevendo e apreciando várias passagens evangélicas 
e vitoriando, assim, o magno problema. 
Depois fomos obsequiados com
 "Jesus nem Deus, nem Homem", 
de Guillon Ribeiro, que também focou e 
ressaltou a verdade toda inteira do corpo de Jesus, 
sempre com aquela superioridade de espírito e
 inspiração costumeira de seus valiosos Guias, 
dando-nos exemplos vários com relação à incorporeidade 
do Amigo Celeste e à luz da terceira explosão 
da bondade de Deus, 
que é o Espiritismo.

            Lemos ainda "Elos Doutrinários", 
de Ismael Gomes Braga
"A Vida de Jesus", de Antônio Lima
os livros eruditos de Leopoldo Cirne, Sayão 
e outros queridos seareiros, 
habituados todos a ler e compreender o 
Espiritismo Consolador sem o espírito de sistema e
 com olhos de ver, 
coração de pensar e inteligência de amar. 
Portadores que eram e são 
do AMOR que SABE e do SABER que AMA.

            E começamos, desde daí, a ver em Jesus um Ser à parte, 
um Espírito imaculado, tão grande e tão lindo, 
que jamais seremos capaz, nesta vida, 
de Lhe traduzir o valor, 
a culminância espiritual, tão longe nos consideramos 
d’Ele e tão endividados, ainda, diante dEle...

            E, por não considerarmos de pouca valia o seu corpo, 
mas chave para traduzir,
embora palidamente, a Sua gênese, 
é que O vemos com respeito e coração ajoelhado.
Quando, durante o Culto no Lar feito por nós há 42 anos, 
abrimos Seu Livro, o Livro
da nossa redenção, 
"O Evangelho segundo o Espiritismo", 
buscamos n’Ele e com Ele o clima da Luz Acima, 
da defesa espiritual, 
da legítima vitória,
 no exemplo da humildade, 
a prol da nossa tarefa de trabalhadores da última hora!

.....................................


Do Blog: 5 livros e um só tema.

Cabe lê-los para formar sua opinião a respeito.
Por qual vamos começar?


'Jesus - Nem Deus nem Homem' (FEB) - Guillon Ribeiro
'Elos Doutrinários' (FEB) - Ismael Gomes Braga
'O Cristo de Deus' (FEB) - por Manoel Quintão
'Elucidações Evangélicas' - (FEB) - Antônio Luiz Sayão
'Vida de Jesus' (FEB) - Antônio Lima



                           




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O sacrifício mais agradável a Deus



            Lembro-me da assertiva feliz de um grande pensador, que escreveu: procurai até a raiz a razão das vossas desditas, dos vossos fracassos, das vossas enfermidades e a encontrareis no mal que fizestes a alguém, criando, assim, um adversário.

            E acrescentaremos: e tanto mais se agravará nossa situação se não nos dermos pressa de perdoar esse adversário, procurar fazer com ele as pazes, enquanto estamos em caminho com ele na mesma prova remissiva...

            Porque, depois, o mal será maior, por descobrir ele nossos pontos fracos, vulneráveis...

* * *

            Antes de ser espírita, sentíamos tonteiras, nossos sonhos eram sempre dolorosos, com perseguições constantes de inimigos invisíveis, às vezes, até, em forma de animais, provando-nos sua agressividade e más intenções.

            Aí é que sentimos, em cheio, como somos endividados diante do Grande Amor, que sempre perdoou e perdoa nossos erros, nossas faltas, possibilitando-nos felizes reabilitações, nem sempre entendidas...

            Tornando-nos espírita, logo de início recebemos conselho providencial de uma Entidade amiga, que, à moda de um Pai amantíssimo, nos guia e nos inspira para o Bem.
           
            Disse-nos, então:

            - Meu filho, é preciso cultuar o Evangelho em seu lar, pelo menos uma vez por semana, em hora certa. Formará, com o tempo, duas assembleias, uma de encarnados, com seus familiares, e outra de desencarnados, com seus amigos e adversários do passado. Somente, assim, poderá catequizá-los, mercê da misericórdia de Jesus, através das lições medicamentosas, curadoras, salvadoras de seu Livro Divino!

            Colocamos em prática o evangélico conselho e até hoje, decorridos 42 anos desse culto, somente temos recebido graças e mais graças, sentindo mesmo que muitos de nossos inconquistáveis adversários, contagiados pela palavra de luz e amor do Amigo Celeste, vêm deixando de nos perseguir e, muitos deles, se tornaram nossos amigos e protetores...

            Que nosso humilde artigo, feito com sincera intenção de divulgar algo útil à felicidade de nossos prezados irmãos de romagem redentora, possa concorrer para divulgar a necessidade de perdoar, realizando o sacrifício mais agradável a Deus, que é o perdão com o esquecimento dos agravos e das mágoas.

            Foi realizando o perdão, fechando com chave de ouro sua tarefa redentora, que Jesus se despediu do mundo que o crucificou, que o não entendeu e que lhe pagou com o mal todo o bem recebido!

            O mundo, que aí está, precisa de perdão, precisa de que exemplifiquemos Jesus nessa explosão de sua misericórdia e seu imenso amor por nós!

O sacrifício mais agradável a Deus
Ramiro Gama

Brasil-Espírita/ Reformador (FEB) Julho 1971

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Evangelho e Educação

Evangelho
e Educação

Ramiro Gama

Reformador (FEB) Maio 1972

            Diz o padre Antônio Vieira com inspiração e sabedoria: "Na ciência há erro e ignorância. O que importa é saber salvar, o que importa é acertar a ser bom, isto é o que nos veio ensinar o Filho de Deus." - Este o verdadeiro ensino, cuja base está no Evangelho, repositório de todas as lições do Divino Mestre, que somente ensinou a disciplina do Amor, a ciência do Bem, desejando que, antes de ser sábio seja o homem bom e humilde, simples e crente.

            Precisamos desse ensino, senão nas escolas, pelo menos nos lares durante a cultuação efetiva do "Evangelho segundo o Espiritismo", em dias e horas certos, mesmo uma vez por semana.

            Atualmente, com pequenas exceções, conhece-se apenas um ensino, que procura desenvolver a mente, que age de fora para dentro, artificial, enganoso, fazendo do educando um autômato um títere mumificado... O outro, o verdadeiro, que está por realizar-se, dará libertação, cultivo aos sentimentos, luz à alma e agirá de dentro para fora, despertando no filho de Deus os poderes dormidos do Espírito. Este educa e instrui e finalmente, salva, porque concita a criatura a ter bom coração, a ser espiritualmente melhor, a ter caráter, vontade própria, visão alargada, sabendo quem é, para que veio aqui, o que lhe cumpre realizar nos caminhos estreitos que sobem, à conquista da vida que não morre, em busca da Verdade que liberta e que Nosso Senhor Jesus-Cristo representa, nas lições que nos deu, por misericórdia de Deus.

            Observamos, como humilde professor da roça que fomos por mais de trinta anos, que rapazes inteligentes concluem sua aprendizagem, adquirindo diplomas ginasiais e dos cursos científicos, sabendo, bastantemente, línguas, história, física, química, as matemáticas, a conceituação perfeita das ciências abstratas, especializadas, combinadas e aplicadas, sendo portadores de noções exatas da filosofia, sociologia, biologia, psicologia, etc., mas que tem vazios os corações ...

            Adquirem luz no cérebro e não na alma.

            Intelectualizam-se mas ficam órfãos do sentimento e das noções graves e certas dos deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes.

            Instruem-se, mas não se educam. Não estão salvos, como predicou o Padre Antônio Vieira.

            Seus Espíritos não foram despertados para a realidade que Jesus representa. As vezes, até ignoram que ele é a Luz do Mundo, a Palavra da Vida, o nosso Salvador.

            Não estão preparados para seus verdadeiros Destinos. Sabem muito e ignoram tudo, o principal, a razão de ser de seus triunfos, da sua libertação da sua salvação.  

            Os espíritas, por isto mesmo são duplamente responsáveis por esse estado de coisas, porque todos sabemos que a missão principal do Espiritismo é EDUCAR PARA SALVAR. Enquanto esta verdade não chegar à mente e ao coração de todos nós, a luz não estará no velador. E o Paracleto, na palavra sábia de Vinícius, ver-se-á embaraçado na tarefa de reivindicar os direitos do Divino Salvador, restaurando o Cristianismo de Jesus, desse Jesus que foi Mestre, teve discípulos e proclamou a liberdade do homem mediante a educação racional do Espírito.

            EDUCAR PARA SALVAR tendo o "Evangelho segundo o Espiritismo" por bússola, eis a nossa grande necessidade, nosso rumo a seguir, nosso valioso programa a realizar no momento, agora, que e a HORA É.

            É por isso que, segundo a palavra evangelizada do Espírito Emmanuel, no seu utilíssimo capítulo "Cultura", constante do seu livro "O Consolador" recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, "a melhor escola de preparação das almas é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.

            "Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas, somente o lar pode edificar o homem, despertando nele o cristão.

            Inauguremos nós, os espíritas, em nossos lares, o livro de Jesus, o livro da
nossa redenção.     


quarta-feira, 11 de março de 2015

Ainda o corpo de Jesus

Ainda o Corpo de Jesus
Ramiro Gama
Reformador (FEB) Novembro 1971


            Não faz muito tempo publicamos, aqui, um artigo sobre o corpo de Jesus.

            Manifestamos nossa opinião humilde, sincera e sensata.

            Não procuramos mostrar erudição com relação ao magno assunto, mas, sem espírito de sistema, no dizer do querido Médico dos Pobres, focamo-lo olhando Jesus como sempre o olhamos, isto é, emocionadamente, sentindo lhe o corpo e o Espírito diferentemente de todos nós, criaturas ainda carregadas de dívidas e de vícios.

            Como o Padre Marschal, temos diante de nós, em nossa secretária, uma imagem de Jesus que, pobremente, o deve retratar; mas, mesmo assim, diante dela sentimo-nos num estado de sursum corda, principalmente quando o buscamos para uma prestação de contas e para lhe pedir o socorro da sua misericórdia para nossas imensas faltas.

            Sentimos, então, que o Amigo Celeste nos comove, ouvindo-nos.

            E jamais pensamos que tivesse ele um corpo igual ao nosso, isto antes mesmo de nos tornarmos espírita e de havermos lido as argumentações felizes e bem rebuscadas dos livros de Manuel Quintão, Guillon Ribeiro, Antônio Lima, Ismael Gomes Braga e de Leopoldo Cirne.

            Depois que nos tornamos espírita, apenas bastou, para consolidar nossa opinião, o dizer do Divino Amigo sobre João Batista: Dos nascidos de mulher, João é o maior.

            Não precisamos de nenhuma outra documentação.

            As poucas palavras que Jesus pronunciou e constantes de seu Evangelho de Amor e Luz nos bastaram e nos penetraram o Espírito, fazendo-nos vê-lo como sempre o vimos: com um corpo fluídico e o Espírito tão puro, tão grande, tão lindo, tão diferente de todos nós, que nossa canhestra pena se sente incapaz de lhe traduzir a grandeza imácula, a personalidade indescritível!

            Depois da publicação daquele nosso artigo, recebemos muitas cartas de vários confrades, uns aplaudindo-nos e outros, em pequena minoria, criticando-nos e demonstrando-nos até o calor de quem está contrariado com a nossa maneira de ver, sentir e traduzir o assunto.

            Alguns irmãos chegam até a dizer-nos que esta matéria é perigosa e que sua apreciação, mesmo em clima de elevação e sem apaixonamento, desune os espíritas, fazendo-os desfraternizados ou inimizados ...

            E ficamos, deveras, num misto de surpresa e de tristeza, para agora lhes perguntar, humilde e sinceramente: em que mundo e época estamos que divergir quer dizer desunir? opinar sobre a Doutrina, contrariando pontos de vistas de terceiros, seja crime de lesa-união?! ...

            A própria Natureza, diz um evangelizado escritor, nos dá, diariamente, uma lição da diversidade na unidade. Dessemelhança de cores e aspectos no mundo vegetal, principalmente, jamais concorreu para desarmonizá-lo; antes, como nos demonstra, é uma vitória da unidade na diversidade, e com a mesma destinação de servir, isto é, de amar e nem sempre ser amado...

            O Espiritismo codificado por Allan Kardec e valorizado em sua conceituação por outros enviados de Deus, à frente J.-B. Roustaing, para que, de vez, penetre e trabalhe o Espírito dos que o buscam, precisa ser estudado e praticado, sem espírito de sistema.

            Quem assim o fizer, olhando o Mestre como o Modelo das Virtudes e o Grande Vitorioso do amor que sabe, alcançará o espírito da letra das verdades cristãs e também sentir-se-á inundado daquela luz que penetrou Saulo, tirando-lhe as escamas do orgulho para que ele visse e sentisse Jesus, e o seu objetivo, descendo das Alturas para as trevas da Terra, sofrendo e amando para nos trazer a salvação.

            Por isso mesmo, em nossas palestras e em nossos pequenos livros, sempre e sempre, nos damos pressa de ressaltar lhe os ensinos, as parábolas, as lições do seu Grande Livro, o Evangelho, concluindo que: não é verdadeiramente espírita quem não procurar domar suas paixões e lutar por ser melhor hoje mais do que ontem e, amanhã, mais do que hoje.


            Porque, a nosso ver e com a nossa experiência de 40 anos de Espiritismo, cultuando, no lar, o Livro da nossa redenção, compreendemos que, ele, o Espiritismo, não é apenas uma Religião, mas a própria RELIGIÃO, visto que é o único que, através de sua exegese, religa a criatura ao seu Criador e consegue, espontaneamente, ou pelo benefício da dor, tornar-nos menos orgulhosos e mais moralizados, mais caridosos, verdadeiros filhos de Deus! 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O Corpo de Jesus


O Corpo de Jesus
Ramiro Gama
Reformador (FEB) Fevereiro 1971

            Há certos assuntos a que chamamos chaves, subestimados entretanto por alguns confrades, que neles veem assuntos-problemas e que não devem ser dilucidados.

            E que, geralmente, leem e absorvem esses assuntos, no dizer do venerando Doutor Bezerra de Menezes, com espírito de sistema, isto é, de olhos fechados às verdades neles expostas e opulentadas.

            Referimo-nos ao corpo de Jesus, que aceitamos como sendo fluídico, logo assim penetramos o Espiritismo; e isto espontaneamente, sem haver lido, até aí, nada a
respeito.

            Acontece que fomos eleito Presidente do Grupo Espírita Fé e Esperança, de Três Rios, no Estado do Rio, no ano de 1932, quando residíamos naquela cidade fluminense.

            E começamos a conviver, intimamente, com os companheiros de Diretoria do Grupo, muitos dos quais nos procuraram experimentar os conhecimentos com relação ao Espiritismo e saber se estávamos mesmo à altura do cargo.

            Um deles, o 1.° Secretário, José Magno da Silva, professor de Matemática, era o mais versado nos assuntos da Terceira Revelação. De uma feita, assistimos à palestra sua sobre a Virgindade de Maria Santíssima e achamos que dissertou com acerto e mestria sobre o delicado tema.

            E foi ele, justamente, o escalado para nos arguir.

            Logo de início, perguntou-nos:

            - Que acha o confrade do Corpo Fluídico do Cristo?

            Ficamos alguns instantes surpreso, pois não esperávamos tal pergunta. E, talvez, por intuição ou inspiração caridosa do Alto, respondemos assim.:

            Somos a favor. Sem que tenhamos lido ainda algo a respeito, acreditamos no corpo fluido de Jesus. Achamos que Ele não tivera um corpo igual ao nosso. Foi, em verdade, pura e claramente, um agênere.

            E concluímos:

            - Entretanto, lendo os Evangelhos, recordamos uma afirmativa de Jesus, que
tudo nos fala de seu corpo: "dos nascidos de mulher, João Batista é o maior". Para
nós isso é o bastante. Não precisamos de nenhuma outra documentação para vitoriar o asserto do Divino Mestre.

            O querido confrade, hoje na Espiritualidade, deu-se por satisfeito: Também para ele isso bastava.

            Recebemos, depois, de Manoel Quintão, seu precioso "O Cristo de Deus", em que ele esgota o assunto, com citações autorizadas, calcadas todas na lógica e na razão, transcrevendo e apreciando várias passagens evangélicas e vitoriando, assim, o magno problema. Depois fomos obsequiados com "Jesus nem Deus, nem Homem", de Guillon Ribeiro, que também focou e ressaltou a verdade toda inteira do corpo de Jesus, sempre com aquela superioridade de espírito e inspiração costumeira de seus valiosos Guias, dando-nos exemplos vários com relação à incorporeidade do Amigo Celeste e à luz da terceira explosão da bondade de Deus, que é o Espiritismo.

            Lemos ainda "Elos Doutrinários", de Ismael Gomes Braga, "A Vida de Jesus",
de Antônio Lima, os livros eruditos de Leopoldo Cirne, Sayão e outros queridos seareiros, habituados todos a ler e compreender o Espiritismo Consolador sem o espírito de sistema e com olhos de ver, coração de pensar e inteligência de amar. Portadores que eram e são do AMOR que SABE e do SABER que AMA.

            E começamos, desde daí, a ver em Jesus um Ser à parte, um Espírito imaculado, tão grande e tão lindo, que jamais seremos capaz, nesta vida, de Lhe traduzir o valor, a culminância espiritual, tão longe nos consideramos dEle e tão endividados, ainda, diante dEle...

            E, por não considerarmos de pouca valia o seu corpo, mas chave para traduzir,
embora palidamente, a Sua gênese, é que O vemos com respeito e coração ajoelhado. Quando, durante o Culto no Lar feito por nós há 42 anos, abrimos Seu Livro, o Livro da nossa redenção, "O Evangelho segundo o Espiritismo", buscamos nEle e com Ele o clima da Luz Acima, da defesa espiritual, da legítima vitória, no exemplo da humildade, a prol da nossa tarefa de trabalhadores da última hora!



                           

Do Blog: 5 são as recomendações de leitura em um só texto.

Vamos começar por qual dos livros?

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tudo o que ligardes na Terra...


Tudo o que
ligardes na Terra...                  

18,15 Se teu irmão houver faltado a ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente. Se  te  ouvir,  terás  ganho  um  irmão.
18,16 Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva para decisão de duas ou três testemunhas.
18,17 Se recusas ouvi-los, dizei-o à igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano.
18,18 Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra  será também  desligado  no céu.

          Para Mt (18,18), -Tudo o que ligardes na Terra será ligado também no céu..encontramos a palavra de Emmanuel por Chico Xavier em  “Lindos Casos”, de Ramiro Gama:

            “Na noite do Ano Bom de 1950, vários irmãos de Belo Horizonte, reunidos em Pedro Leopoldo, em companhia do Chico, comentavam a importância das riquezas para a extensão do bem:
            Aqui, desejava-se o salário farto...
            Acolá, falava-se em dinheiro da loteria...

            Chegada a hora da prece, Emmanuel, pelo lápis do médium, endereça aos presentes a seguinte mensagem:

O Tesouro da Fraternidade

            Não desprezes as pequeninas parcelas de carinho para que atinjas a tesouro da fraternidade.

            Uma palavra confortadora.
            O gesto de compreensão e ternura.
            A frase de incentivo.
            O presente de um livro.
            A lembrança de uma flor.
            Cinco minutos da palestra reconfortante.
            O sorriso do estímulo.
            A gota do remédio.
            A informação prestada alegremente.
            O pão repartido.
            A visita espontânea.
            Uma carta de entendimento e amizade.
            O abraço do irmão.
            O singelo serviço em viagem.
            Um ligeiro sinal de cooperação.

            Não é com o ouro fácil que descobrirás os mananciais ignorados e profundos da alma.

            Não é com a  autoridade do mundo que conquistarás a renovação real de um amigo.
            Não é com a inteligência poderosa que colherás as flores ocultas da confiança.

            Mas, sempre que o teu coração se inclinar para um mendigo ou para um príncipe, envolvido na luz sublime da boa vontade, ajudando e servindo em nome do Bem, olvidando a ti mesmo para que os outros se elevem e se rejubilem, guarda a certeza de que tocaste o coração do próximo com as santas irradiações das tuas pérolas de bondade e caminharás no mundo, sob a invencível couraça da simpatia, para encontrar o divino tesouro da fraternidade em plenos céus.