Menores em Sessões Espíritas?
Túlio
Tupinambá (Indalício Mendes)
Reformador
(FEB) Janeiro 1964
Tal é o caso das reiteradas
afirmativas de velhos e conhecidos psiquiatras ligados à Igreja, que afirmaram
e afirmam enfaticamente ser o Espiritismo uma fábrica de loucos.
Procedendo de maneira bem diversa,
revelando equilíbrio, prudência e senso de responsabilidade, uma “comissão de
psiquiatras de diversas escolas e formações religiosas, constituída pela
Associação Psiquiátrica do Rio de Janeiro, atendendo a pedido do Juizado de
Menores”, reuniu-se “duas vezes, para discutir a conveniência ou não da
participação de menores em sessões espíritas” – informou “O GLOBO”, do Rio, em
sua edição de 25 de Outubro passado.
Referindo-se ao “vídeo-tape” exibido
num programa de televisão, de uma sessão de Umbanda, em que menores são
submetidos à prática de “passes” e “transes”, a citada comissão honestamente
declarou, em documento assinado pelos seus sete componentes, que, em face dos
elementos ali apresentados, “NÃO PODE, NO RIGOR CIENTÍFICO QUE O ESTUDO DA
QUESTÃO IMPORTA, OPINAR SOBRE A CONVENIÊNCIA OU A INCONVENIÊNCIA DE TAIS PRÁTICAS
PARA O DESENVOLVIMENTO NORMAL DA PERSONALIDADE INFANTIL” (“O GLOBO, ibidem).
Foi relator da comissão o Dr. José
Caruso Madalena, que teve como companheiros os Drs. Nelson Bandeira de Melo,
Lusitano Ferreira, Adolfo Hoirisch, Ana Elisa Viana Mercadante, Mara Salvini de
Souza e Mariana Schreyer.
Não temos dúvida nenhuma de que essa
comissão chegaria à mesma conclusão se a coisa se passasse dentro do
Espiritismo propriamente dito. Os espíritas, porém, obedientes aos ensinos de
Allan Kardec, procuramos evitar a presença de crianças nas sessões, só as
admitindo em casos especialíssimos. A Umbanda, sim, é que não faz restrições à
participação de menores em suas sessões.
Tem-se feito muita confusão a
respeito e não menor exploração, talvez com o fito de ferir o Espiritismo. Mas
a Verdade resistirá a todos os esforços malsãos, a todas as artimanhas e
recursos desleais.
