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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Palavras e construção

 

Palavras e construção

Emmanuel por Chico Xavier

Reformador (FEB) Janeiro 1965

             Comumente nos referimos à penúria, qual se estivéssemos à frente de um monstro, instalado em definitivo, junto de nós, esquecido de que o trabalho é infalível extintor de miséria...

            Mencionamos conflitos como quem tateia chagas irreversíveis, sem ponderar que o amor opera a extirpação de todo quisto de ódio...

            Comentamos privações, dando a ideia de que se erigem à condição de flagelos permanentes, distanciados do otimismo que funciona por dissolvente da sombra.

            Reportamo-nos a enfermidades com tamanho luxo de minudências, como se fossem males eternos, injuriando os princípios de saúde, capazes de restituir-nos a euforia...

            Destacamos s parte menos feliz do semelhante, com tanto empenho, que fornecemos a impressão de rentear com seres irremissivelmente condenados às trevas, ausentando-nos do bem, à luz do qual todo nos redimiremos um dia...

            Conversemos, segundo a fraternidade e o bom ânimo que o Cristo nos ensinou a cultivar.

            Imperfeições, desastres, doenças, desequilíbrios e infortúnios assemelham-se a meros borrões em nosso caderno de experiência educativa, no aprendizado da existência transitória. Afim de senhorearmos os nossos títulos de herdeiros de Deus na vida eterna.  Claro que apagaremos tais desdouros com a lixívia do nosso próprio sofrimento, mas não adianta ampliá-los através da exaltação emotiva ou do comentário inconveniente.

            Embaixo, a Terra parece uma estância obscura, mas o Sol brilha acima...

            Recordemos a exortação de Paulo:

            - “A palavra do Cristo habite em vós ricamente.”


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