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terça-feira, 11 de agosto de 2020

O juiz iníquo - Parábola



O Juiz Iníquo - Parábola           
                  
18,1 Propôs-lhe, Jesus, uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre e nunca desfalecer.
18,2  Havia, em certa cidade, um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma; 
18,3  Na mesma cidade, vivia também uma viúva, que vinha com freqüência à sua presença para dizer-lhe: -Faz-me justiça contra meu adversário! 
18,4  Ele, porém, por muito tempo, não o quis. Por fim, refletiu consigo: Eu não temo a   Deus nem respeito os homens; 
18,5 Todavia, porque esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça senão, ela não cessará de me molestar;  
18,6  Prosseguiu o Senhor: “ -Ouvis o que diz este juiz injusto?
18,7  Por acaso, não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por Ele dia e noite? Porventura, tardará em socorrê-los? 
18,8 Digo-vos que, em breve, Lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho, acaso achará fé sobre a terra?”
  
         De “Fonte Viva”, de Emmanuel por Chico Xavier, 
extraímos o trecho abaixo, para Lc (18,1) -Orar sempre e nunca desfalecer:

            “Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

            Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

            A lição dada é caminho para novas lições. Através do enigma resolvido, outros enigmas aparecem. Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

            Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

            Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

             Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

            Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual. Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

            Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte? Onde os romanos vaidosos e dominadores? Onde os verdugos da Boa Nova nascente? Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor? Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado? Onde as trevas da Idade Média?  Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

            Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

            Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando e nunca desfalecer.”

segunda-feira, 1 de junho de 2020

A Vinda do Reino de Deus


Vinda do Reino de Deus  Ei-lo aqui! ou...Ei-lo ali!          
17,20 Interrogado pelos fariseus quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: “ -Não vem o Reino de Deus com visível aparência”;  
17,21 nem se dirá: -Ei-lo aqui! -Ei-lo ali! Pois o Reino de Deus já está no meio de vós!” 
17,22  Mais tarde Ele  explicou aos discípulos: “-Época virá em que desejareis ver um só dia do Filho e não o vereis; 
17,23  Então vos dirão: Ei-lo aqui! Ei-lo ali! Não deveis sair nem os seguir, 
17,24  pois, como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até à outra, assim brilhará o Filho no seu dia; 
17,25 É necessário, porém, que primeiro Ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração; 
17,26 como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá, do mesmo modo, nos dias do Filho.” 17,27  Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos.

                Do livro “Segue-me!”, de Emmanuel por Chico Xavier, extraímos o trecho a seguir, para Lc (17,20) Não vem o Reino de Deus com visível aparência:

            “A Terra de hoje reúne povos de vanguarda na esfera da inteligência. Cidades enormes são usadas, à feição de ninhos gigantescos de cimento e aço, por agrupamentos de milhões de pessoas.

            A energia elétrica assegura a circulação da força necessária à manutenção do trabalho e do conforto doméstico. A Ciência ganha a higiene. O automóvel ganha tempo e encurta distâncias.

            A imprensa e a radiotelevisão interligam milhares de criaturas, num só instante, na mesma faixa de pensamento. A escola abrilhanta o cérebro. A técnica orienta a indústria. Os institutos sociais patrocinam os assuntos de previdência e segurança. O comércio, sabiamente dirigido, atende ao consumo com precisão.

            Entretanto, estaremos diante de civilização impecável? À frente desses empórios resplandecentes de cultura e progresso material, recordemos a palavra dos instrutores de Allan Kardec, nas bases da Codificação do Espiritismo.

            Perguntando eles “por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa”. através da Questão nº 793, constante de “O Livro dos Espíritos”, deles recebeu a seguinte resposta:

            “Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram  e quando viverdes, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.” 

            Espíritas! Irmãos! Rememoremos a advertência do Cristo quando nos afirma que o reino de Deus não vem até nós com aparências exteriores; para edificá-lo não nos esqueçamos de que a Doutrina Espírita é luz em nossas mãos. Reflitamos nisso.”

            Ainda para Lc (17,20)- leiamos em “Bênção de Paz”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Dominarás a gramática, adquirindo fino lavor verbalista na ciência da expressão, mas enquanto não articulares a própria linguagem na luz da sinceridade e da compreensão, a tua palavra, conquanto primorosa, não renovará a ninguém.

            Indicarás a trilha exata da beneficência através de preciosos conselhos, mas enquanto não te dispuseres a percorrer a estrada do desprendimento, no auxílio aos semelhantes, embora ajudes indiretamente a quem te ouça, andarás órfão de teus próprios avisos.

            Pregarás tolerância, movimentando conceitos sublimes, mas enquanto não deres de ti mesmo em abnegação e humildade, na desculpa que ofertas, não farás claridade no coração a fim de acertar com o próprio caminho.

            Levantarás magnificentes construções terrestres, mas enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alicerçado no dever nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína tranqüilidade.

            Honrarás os teus familiares e amigos como seres extremamente queridos, mas quando não compreenderes que as esperanças e as necessidades deles são iguais às do próximo, com o mesmo direito à bênção de Deus, não conquistarás em favor de ti a cidadania do Universo.

            Desfrutarás admiração e apreço, com espetáculo de prestígio e renome, mas enquanto essas realizações não te repercutirem na vida íntima, em forma de alegria oculta pelas obrigações irrepreensivelmente atendidas, ainda mesmo à custa de supostos fracassos e prejuízos, no campo das experiências materiais, nenhuma demonstração de estima pública te adiantará no reino do espírito, onde, em verdade, se te vincula a vida real.

            Melhoraremos o mundo em derredor de nós, aperfeiçoando a nós mesmos. Capacita-te de que, depois das tarefas executadas no plano físico, possuirás tão somente a extensão e a quantidade de céu que houveres edificado dentro de si.”

          De “Caminho, Verdade e Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier, coletamos o trecho que se segue, para Lc (17,23) -Ei-Lo aqui! ou Ei-Lo Alí!:
       
            “As exortações do Mestre  aos discípulos são muito precisas para provocarem qualquer incerteza ou indecisão.

            Quando tantas expressões sectárias requisitam o Cristo para os seus desmandos intelectuais, é justo que os aprendizes novos, na luz do Consolador, meditem a elevada significação deste versículo de Lucas.

            Na propaganda genuinamente cristã não basta dizer onde está o Senhor. Indispensável é mostrá-lo na própria exemplificação. Muitos percorrem templos e altares, procurando Jesus. Mudar de crença religiosa pode ser modificação de caminho, mas pode ser também continuidade de perturbação. Torna-se necessário encontrar o Cristo no santuário interior.

            Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas feições exteriores. É reformá-la para o bem no âmbito particular.

            Os que afirmam apenas na forma verbal que o Mestre se encontra aqui ou ali, arcam com profundas responsabilidades. A preocupação de proselitismo é sempre perigosa para os que se seduzem com as belezas sonoras da palavra sem exemplos edificantes.

            O discípulo sincero sabe que dizer é fácil, mas que é difícil revelar os propósitos do Senhor na existência própria. É imprescindível fazer o bem, antes de ensiná-lo a outrem, porque Jesus recomendou ninguém seguisse os pregoeiros que somente dissessem onde se poderia encontrar o Filho de Deus.”   

Vinda do Reino de Deus           
                 
 17,28 Também, do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot, os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam;    
17,29  No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminaram todos eles;
17,30 Assim será no dia em que o Filho  se manifestar. 
17,31  Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa, não desça para os tirar; da mesma forma, quem estiver no campo, não torne atrás; 
17,32  Lembrai-vos da mulher de Lot;   
17,33  Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas, todo o que a perder,   encontrá-la-á;
17,34  Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama: Um será tomado e o outro será deixado; 
17,35  Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada; 17,36  Dois homens estarão no campo: Um será tomado e o outro será deixado. 
17,37 Perguntaram-lhe os discípulos: -Onde será isto, Senhor? Respondeu-lhes: “ -Onde quer que esteja o corpo, ali se reunirão as águias.”

         Para  Lc (17,33) -O  que procurar salvar sua vida perdê-la-á... - leiamos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”(Ed. FEB): 

            “Compreendamos bem, em espírito e verdade, o pensamento de Jesus, dizendo, de um duplo ponto de vista, o que consta neste versículo. Aquele que só vive para o presente, preocupado unicamente em conservar a vida material, virá, mais cedo ou mais tarde, a perdê-la, pois que morrerá. Mas, como, ao perdê-la, não tenha cuidado do seu progresso espiritual, que é o em que consiste a salvação da alma, terá de recomeçar, achando assim de novo a vida que perdera e pela qual se lhe reabre a estrada que o conduzirá  a meta. Aquele que trata de salvar a vida espiritual perderá a vida material, mas achará do outro lado do túmulo a que não tem fim, a que ambicionava.”

            Para Lc (17,34-35) -Um será tomado e outro será deixado...- ainda desta fonte:

            “Como nem todos se acharão no mesmo grau de adiantamento, na época da purificação do planeta, forçoso será que haja uma escolha dos que possam continuar a reencarnar na Terra, uma vez concluída a separação do joio e do trigo.”

            Para  Lc (17,36-37) -Onde estiver o corpo aí se reunirão as águias... - leiamos, uma vez mais, da mesma fonte:

            “À sua resposta deu Jesus uma forma evasiva, pela mesma razão que muitas vezes falava servindo-se de figuras emblemáticas, isto é, porque os discípulos o não compreenderiam, se respondesse de modo preciso. Hoje, pela nova revelação, sabemos que as palavras do Mestre querem dizer: Por toda parte onde haja na Terra humanidade, haverá progresso e mudança e onde quer que a depuração se tenha completado, aí se reunirão os Espíritos purificados, os guias, os águias.” 

                           
                                   
                                  


domingo, 31 de maio de 2020

Tua fé te salvou!


O Leproso Agradecido  /  Tua Fé te Salvou!          
                  
         17,11 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia. 17,12 Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando: 17,13 -Jesus! -Mestre! -Tem compaixão de nós! 17,14 Jesus viu-os e disse-lhes: “ -Ide, mostrai-vos ao sacerdote!”
17,15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz. 17,16 Prostrou-se aos pés de Jesus e Lhe agradecia. Era um samaritano. 17,17 Jesus lhe disse:
“ -Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove? 17,18 Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?” 17,19 E acrescentou:
“ -Levanta-te e vai, tua fé te salvou!”


         De  “A Gênese”, de Allan Kardec, no seu Cap. XV,  extraímos o trecho que se segue, para
Lc (17,11-19) -O Leproso Agradecido / Tua fé te salvou!:
       
            “Os samaritanos eram cismáticos, mais ou menos como os protestantes com relação aos católicos, e os judeus os tinham em desprezo, como heréticos.

            Curando indistintamente os judeus e os samaritanos, dava  Jesus, ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de tolerância; e fazendo ressaltar que só o samaritano voltara a glorificar a Deus, mostrava que havia nele maior soma de verdadeira fé e de reconhecimento, do que nos que se diziam ortodoxos.

             Acrescentando: “-Tua fé te salvou”, fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a forma exterior da adoração.

             Entretanto, também os outros tinham sido curados.

             Fora mister que tal se verificasse, para que ele pudesse dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão.

            Quem sabe, porém, o  que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida?

            Dizendo ao samaritano: “-Tua fé te salvou” dá  Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros.”
           
           

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Servos inúteis



Servos Inúteis            
                  
17,7 Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá; -Vem depressa sentar-te à mesa! 
17,8  E não dirá, ao contrário: -Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo. Depois, comerás e beberás tu! 
17,9  E, se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação? 
17,10 Depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: -Somos servos inúteis: Fizemos o que devíamos fazer!

          Para Lc (17,10) -Servos Inúteis-,  “Segue-me!”, de Emmanuel por Chico Xavier, nos fornece a orientação: 
           
            “Guarda tua alma no júbilo de servir.

            Não reclames honrarias, por mais alto te pareça o triunfo em tuas mãos.

            Se a terra se julgasse dona da árvore que frutifica na sua crosta, intentando negar-lhe arrimo, não faria mais que o vegetal lhe dispensa, e se a árvore se presumisse proprietária da terra que a suporta, fugindo-lhe às bases, nada mais conseguiria que a eliminação de si mesma.

            Atenta, porém, à seiva e ao equilíbrio que a Sabedoria divina lhe assegura entra em abençoada cooperação e produz a bênção da colheita.

            Todos os bens da vida fluem da Bondade de Nosso Pai.

            Nas tuas horas de êxito medita nas forças conjugadas que te sustentam.

            Pensa nos que te beneficiam e te instruem, nos que te amparam e te garantem.

            Orgulhar-se das boas obras é ensombrar a própria visão, invocando homenagens indébitas que, de direito, pertencem a Deus.

            À maneira do instrumento leal e dócil deixa que o Sumo Bem te use a vida.

            O violino, ainda mesmo o de mais rara fabricação, não vale por si.

            Engrandece-se, porém, na fidelidade com que se rende às mãos do artista que o integra na exaltação da Harmonia Eterna.”

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O Escândalo, o Perdão e a Fé



O Escândalo, o Perdão e a Fé                  
                  
17,1 Jesus disse também a seus discípulos: “- É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem eles vem! 
17,2 Melhor seria que se lhe atasse, em volta do pescoço, uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos. 
17,3 Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe!
17,4 Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te dizendo: Estou arrependido... perdoar-lhe-ás.” 
17,5 Os apóstolos disseram ao Senhor:  -Aumenta-nos a fé!   
17,6  Disse o Senhor: “- Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda direis a esta amoreira: Arranca-te e transporta-te ao  mar,  e  ela vos obedecerá!”

          Para Lc (17,5-6) -Aumenta-nos a fé! -leiamos Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações Evangélicas”(Ed. FEB): 

            “Que é a fé? Que é a prece? Que é o jejum?  Em que consistem este a aquelas?

            Disse Jesus: Se puderes crer, todas as coisas são possíveis àquele que crê.

            Cumpre notar que, dizendo isso, o Mestre falou figuradamente, como, aliás, de ordinário, sucedia. Mas, dentro da figura de que usou, está a verdade. Efetivamente, que prodígios não pode a fé operar?  Que é o que não consegue essa alavanca prodigiosa, essa força motriz incoercível, esse calor fecundante, que dá à alma a essência pura da crença, sem sombras, na existência de Deus, no seu amor e na sua misericórdia infinitos, que a faz librar-se às regiões luminosas do espaço e subir até ao seu Criador, sem mesmo perceber como e por que sobe.

             A fé consiste na confiança absoluta, sem a mais ligeira dúvida, sem definir-se e quase incompreensível para nós outros, pobres pecadores de todos os instantes, cheios de imperfeições e fraquezas.

            Dizemo-la incompreensível para nós outros, porque, propensos a considerá-la apanágio somente de Espíritos elevados, por verificarmos que, nas ocasiões em que mais necessária nos é, ela nos falece a nós que a todos instantes recebemos provas da bondade e misericórdia extremas de Nosso Senhor Jesus Cristo; que estudamos e aceitamos, com lágrimas de reconhecimento, as lições por Ele dadas e exemplificadas até ao cimo do Gólgota, vemos, no entanto, que, noutros irmãos, menos aparelhados de outras virtudes, ela é forte, esclarecida e sábia, como deve ser em todo cristão, segundo ensinam os Evangelhos.

            A verdade, porém, é que: àquele que crê, todas as coisas são possíveis, por isso que em torno dele se grupam os Espíritos do Senhor, para assisti-lo.

             À fé se alia sempre à esperança e ambas se desdobram em caridade.

             Não tendo ainda os nossos corações bastante abertos para agasalharmos essas virtudes, esforcemo-nos, pelo estudo, pela meditação dos ensinos e exemplos do nosso Salvador e dos seus apóstolos, por fortalecê-los em nossos espíritos, aprendendo a pedir somente o que possa ser de justiça aos olhos de Deus.” 


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O rico e Lásaro


- O Rico e Lázaro -            Parábola                  
         
16,19 Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho, e que todos os dias se banqueteava e se regalava. 
16,20  Havia, também, um mendigo de nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado próximo à porta do rico.  
16,21  Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico pois até os cães iam lamber-lhe as chagas. 
16,22 Ora, aconteceu de morrer o mendigo e ser levado para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. 
16,23 e, estando o rico no umbral, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão com Lázaro em seu colo. 
16,24 Gritou então; -Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado neste local. 
16,25 Abraão, replicou: -Filho, lembra-te que já recebeste teus bens em vida  enquanto Lázaro sofria. Por isso, ele agora é consolado e tu estás sofrendo. 
16,26 Além de tudo, há, entre nós e vós, um grande abismo, de maneira que os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá. 
16,27 O rico disse: -Rogo-te, então, Pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. 
16,28 É para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos.
16,29 Disse-lhe Abraão: -Eles tem Moisés e os profetas: Ouçam-nos! 
16,30 o rico replicou: -Não, pai Abraão, se for a eles um dos mortos, arrepender-se-ão! 16,31 Abraão respondeu-lhe: -Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos!

         Para Lc (16,29) -Eles tem Moisés e os profetas; Leiamos,  “Pão Nosso” (Ed. FEB), de Emmanuel por Chico Xavier, nos fornece a orientação: 

            “A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum. Inúmeras pessoas que aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos  interesses essenciais.

            Há precisamente um século, estabeleceu-se intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados tão só porque nunca receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na experiência humana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda alegando tais motivos.

            Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo Evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes mortos, em consecutivos anos de observação. Isso, contudo, não passa de contra-senso.

            Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos frágeis das ligações terrestres? O impulso animal tem limites. Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal.

            O mundo está cheio de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.”

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O administrador infiel \ Nenhum servo pode servir a dois senhores



O Administrador Infiel - Parábola  /
        Nenhum Servo Pode Servir a dois Senhores                  

16,10 “ -Aquele que é fiel nas coisas pequenas, será também fiel nas coisas grandes. E, quem é injusto nas coisas pequenas, ser-lo-á também nas grandes;       
16,11 Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas ilusórias, quem vos confiará as verdadeiras? 
16,12 E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 
16,13 Nenhum servo pode servir a dois senhores: Ou há que odiar a um e amar o       outro ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” 16,14 Ora, ouviam tudo isso os fariseus, que eram avarentos e zombavam dele. 
16,15 Jesus disse-lhes: “ -Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas, Deus  vos conhece os corações, pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus.” 
16,16 A lei e os profetas duraram até João. Desde então é anunciado o Reino de Deus e cada um faz esforços para aí entrar 
16,17 mais facilmente, porém, é mais fácil passar o céu e a terra, do que se perder uma só letra da lei. 
16,18  Todo o que abandonar sua mulher e casar com outra, comete adultério; e quem casar com a mulher rejeitada comete adultério também.”  

         Para Lc (16,13) -Nenhum Servo Pode Servir a Dois Senhores -,  “Caminho, Verdade e  Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier, nos fornece a orientação: 

            “Se os cristãos de todos os tempos encontraram dolorosas situações de perplexidade nas estradas do mundo é que, depois dos apóstolos e dos mártires, a maioria tem cooperado na divulgação de falsos sentimentos, com respeito ao Senhor a que devem servir.

            Como o Reino do Cristo ainda não é da Terra, não se pode satisfazer a Jesus e ao mundo, a um só tempo. O vício e o dever não se aliam na marcha diária. Que dizer de um homem que pretenda dirigir dois centros de atividade antagônica, em simultâneo esforço?

            Cristo é a linha central de nossas cogitações.

            Ele é o Senhor único, depois de Deus, para os filhos da Terra, com direitos inalienáveis, porquanto é a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios de seu amor.

            Somos servos d’Ele. Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes, com humildade. E, para isso, é necessário não fugir do mundo, nem das responsabilidades que nos cercam, mas, sim, transformar a parte de serviço confiada ao nosso esforço, nos círculos de luta, em cédula de trabalho do Cristo.

            A tarefa primordial do discípulo é, portanto, compreender o caráter transitório da existência carnal, consagrar-se ao Mestre como centro da vida e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefícios.”

            Ainda para Lc (16,13) -Nenhum Servo Pode Servir a Dois Senhores  - cabe, agora, aprender com a palavra de André Luiz por Waldo Vieira, em “Conduta Espírita”:

“Conduta Espírita nos Embates políticos...

            -Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor. Só o Espírito possui eternidade.

            -Distanciar-se do partidarismo extremado. Paixão em campo, sombra em torno.

            -Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade. O despistamento favorece a dominação do mal.

            -Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei. O discernimento é caminho para o acerto.

            -Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar votos ou solidariedade a partidos e candidatos. O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.

            -Não comerciar com o voto dos companheiros de ideal, sobre quem a palavra ou cooperação possam exercer alguma influência. A fé nunca será produto para mercado humano.

            -Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos. Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.

            Impedir palestra e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial. A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.”

            Para  Lc (16,18)  -Casamento e divórcio - leiamos um pequeno trecho de autoria de Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”(Ed. FEB):

            “Relativamente ao divórcio, o objetivo imediato do ensino de Jesus foi impedir se multiplicasse o número de mulheres repudiadas sob os mais fúteis pretextos, como era de costume entre os judeus, mediante a carta de divórcio que Moisés permitira.

             Nem foi com objetivo diverso que, doutra feita, apoiando-se na letra da Gênese, se referiu figuradamente, à criação inicial de um homem e de uma mulher, para origem da Humanidade, a fim de concluir recomendando não se separasse o que Deus unira.

             De fato, o homem não deve equiparar-se ao bruto, tendo a mulher apenas como meio de satisfazer aos seus apetites materiais, ao instinto da procriação. Cumpre-lhe, ao contrário, considerá-la    o que ela realmente é - um Espírito criado como o dele, a este em tudo semelhante e posto na Terra, pela encarnação, para também expiar e resgatar faltas, depurar-se, progredir, suportando, do mesmo modo que ele, os trabalhos e, como ele, gozando das alegrias que lhe proporcione a vida humana.”