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sábado, 22 de fevereiro de 2020

Intriga



Intriga
Antônio Castanheira de Moura
Reformador (FEB) Fevereiro 1952

            "0 fogo e a espada são fracos engenhos de destruição comparados com o intriguista."   Stella.

            A intriga revela a deformação moral dos indivíduos; é a arma dos covardes. Deturpa. malevolamente as intenções mais puras, inutiliza vontades, destrói reputações, e contribui poderosamente para o atraso evolutivo dos indivíduos e das sociedades.     

            A intriga, a par da calúnia, tem originado o aniquilamento da dignidade e a desonra dos homens.

            O intriguista vive cautelosamente na sombra, onde forja as inimizades e as desavenças através das quais procura desagregar e destruir a fraternidade e os princípios cristãos, pregados e exemplificados pelo mártir do Gólgota.

            O intriguista macula as relações entre os agregados humanos que, inadvertidamente, se deixem guiar por tais mentores.

            O intriguista é egoísta e, como tal, não compreende que seja possível a existência de homens realmente desinteressados nos seus atos; lança mão da insinuação perversa, deixando, deste modo, a porta aberta à vil calúnia.

            O vírus da intriga é poderosamente demolidor, pois chega a corroer a parte mais sã do homem, que é a sua espiritualidade.

            Para enfrentar tal epidemia, pondo-nos portanto ao abrigo da sua virulência carece o homem de chamar em sua defesa o bom senso, a energia e a coragem moral, a fim de fazer face à onda avassaladora, dominando-a com o sentido superior da Verdade, da Razão e da Justiça, distinguindo-se, assim, do homem inferiorizado pela própria deformação mental.

            O intriguista será vencido na sua caverna, quando deixe de encontrar ambiente favorável à sua ação. Para tanto, necessário é que as multidões saibam prevenir-se com o seu bom senso contra a invasão do morbo, para o que bastará neutralizá-la com a sua indiferença e com a sua inteligente observação dos fatos e das causas.  

            E, assim, o intriguista verá malogrados os seus malévolos objetivos.

            (Ext. da "Revista de Metapsicologia, Novembro de 1951.)