Intriga
Antônio
Castanheira de Moura
Reformador
(FEB) Fevereiro 1952
"0 fogo e a espada são fracos
engenhos de destruição comparados com o intriguista." Stella.
A intriga revela a deformação moral
dos indivíduos; é a arma dos covardes. Deturpa. malevolamente as intenções mais
puras, inutiliza vontades, destrói reputações, e contribui poderosamente para o
atraso evolutivo dos indivíduos e das sociedades.
A intriga, a par da calúnia, tem
originado o aniquilamento da dignidade e a desonra dos homens.
O intriguista vive cautelosamente na
sombra, onde forja as inimizades e as desavenças através das quais procura
desagregar e destruir a fraternidade e os princípios cristãos, pregados e
exemplificados pelo mártir do Gólgota.
O intriguista macula as relações
entre os agregados humanos que, inadvertidamente, se deixem guiar por tais
mentores.
O intriguista é egoísta e, como tal,
não compreende que seja possível a existência de homens realmente
desinteressados nos seus atos; lança mão da insinuação perversa, deixando,
deste modo, a porta aberta à vil calúnia.
O vírus da intriga é poderosamente
demolidor, pois chega a corroer a parte mais sã do homem, que é a sua espiritualidade.
Para enfrentar tal epidemia,
pondo-nos portanto ao abrigo da sua virulência carece o homem de chamar em sua
defesa o bom senso, a energia e a coragem moral, a fim de fazer face à onda
avassaladora, dominando-a com o sentido superior da Verdade, da Razão e da Justiça, distinguindo-se, assim, do
homem inferiorizado pela própria deformação mental.
O intriguista será vencido na sua
caverna, quando deixe de encontrar ambiente favorável à sua ação. Para tanto,
necessário é que as multidões saibam prevenir-se com o seu bom senso contra a
invasão do morbo, para o que bastará neutralizá-la com a sua indiferença e com
a sua inteligente observação dos fatos e das causas.
E, assim, o intriguista verá
malogrados os seus malévolos objetivos.
(Ext. da "Revista de Metapsicologia, Novembro
de 1951.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário