Pedras
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Outubro 1952
As dificuldades de qualquer natureza
são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do
ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.
É necessário saber tratá-las com
prudência, serenidade e sabedoria.
Há diversos modos de considerar os
obstáculos, removendo-os ou aproveitando-os.
O preguiçoso recebe os calhaus da
luta e estende-se no caminho, sucumbindo ao seu peso. É o espírito desanimado,
indolente e enfermiço.
O desesperado, em se sentindo sob os
granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao viandante
inocente ou à porta de companheiros inofensivos. É o espírito indisciplinado,
renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou denegri-lo com
atitudes impensadas ou levianas.
O homem inteligente, todavia, recebe
as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração,
recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para
a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à
benemerência, em favor dele mesmo e de quantos o acompanham na marcha evolutiva.
Ninguém passará ileso nos caminhos
do mundo.
As pedras da incompreensão e da dor,
no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos.
Do entendimento e da conduta de cada
um dependerão a felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.
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