Nos
grandes momentos
Emmanuel por Chico
Xavier
Reformador
(FEB) Setembro 1942
“E todos os seus
conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia,
estavam de longe, vendo estas coisas". - (Lucas, 23:49)
A solidão de Jesus no Calvário é uma
lição viva aos discípulos do Evangelho, em todos os tempos.
Quase sempre os aprendizes procuram
impor ao próximo o seu modo de sentir. Às vezes, quando menos avisados, raiam
pela imprudência, ansiosos da renovação imediata de amigos, conhecidos,
familiares. Suas atividades se convertem num conjunto de inquietações indevidas.
Andam esquecidos de que cada um será compelido ao testemunho nos grandes
momentos. E, quando chegado o ensejo, devem contar, acima de tudo, com Deus e
consigo próprios.
Jesus, no apostolado da luz e do
bem, junto ao espírito popular, formara compacta legião de amigos. Todos os beneficiários
de sua obra o seguiam em admiração constante. VoIteavam-lhe em torno dos passos
não só os admiradores, os aprendizes, os curiosos, mas também os doentes da véspera,
reintegrados no tesouro da saúde, à força da sua dedicação divina. No grande momento,
porém, quando as sombras do martírio lhe amortalhavam o coração, todos os
participantes de suas caminhadas se recolheram à distancia da cruz,
contemplando-o de longe. Não se ouviu a voz de nenhum beneficiado, ao pé do Calvário.
Ninguém lhe recordou, no extremo instante, as obras generosas, perante os
algozes que o apupavam, e o ensinamento ficou para que cada aprendiz, no
decurso do tempo, não esqueça a necessidade do próprio valor.
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