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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Recepção de um Justo


  Recepção de um justo
Reformador (FEB) 15.4.1906

            A epígrafe é nossa. Adaptamo-la por exprimir o fato que se passou no Grupo Ismael (1), logo após a desencarnação do querido companheiro Domingos Filgueiras (2).
           
            Trata-se, com efeito, da recepção que teve no espaço esse humilde e desinteressado servidor do Cristo, verificando-se assim os nossos vaticínios acerca das festas, de que tudo, de resto, fazia prever que seria ele alvo em seu regresso à pátria universal.

            Dando publicidade ao que se passou nessa comovedora sessão, temos em vista proporcionar aos nossos confrades um novo motivo de edificação, que o será ao mesmo tempo de estímulo para quantos pelejamos nestas incruentas pugnas do Espiritismo e que assim podemos ter a antecipada certeza de que o nosso pequenino esforço é contemplado e abençoado pelo céu, e de que é sempre imenso, compensador das amarguras a que não raro nos expomos, o galardão reservado aos que sabem perseverar até o fim.

            Para entendimento dos leitores, uma explicação se faz necessária. O médium, Frederico Jr., com quem se dá a seguinte a particularidade: Uma vez mergulhado no transe sonambúlico, ora e o seu próprio espírito, desprendido, que fala, descrevendo a cena que se desenrola nas regiões espirituais, ora são outros espíritos que se manifestam sucessivamente, entabulando-se, por vezes verdadeiros diálogos. '

            Foi neste estado que, aberta a sessão (29 de março) e feita a prece, começou ele:
           
            Meu Deus! Vejo um dos quadros mais belos que tenho visto na minha existência de médium. Preside o trabalho o Guia Ismael; a seu lado Paulo. O espaço em que flutua meu espírito é semelhante a um campo de flores odorosas; sobre ele... como calcular o número, se a minha vista não alcança a multidão toda? espíritos alados, numa mescla de virgens e de anjos. Ajuda-me, Bittencourt, a ver tudo ... - Vejo guias e guiados; almas que partiram antes dele esperavam-no, não para o banquete das lágrimas, porque a lágrima é um fruto da terra, mas para recebê-lo em hinos.

            Bittencourt - É o que tu estás vendo?

            Frederico - E os companheiros?

            Bittencourt - Espere um pouco.

            Frederico (Após uma pausa) - A multidão abre-se e lá no infinito - se meus olhos da alma alcançam o infinito... - vejo à frente Dias da Cruz e ele. Acompanham-no Romualdo, Bezerra, Sayão, Geminiano Lacerda, Silva, Netto, Santos, Isabel Sampaio, Gama... Mas onde iria eu?

            Ainda Frederico - Filgueiras, sim. Soubeste compreender bem a missão a que baixaste. Tu dizes 'não sou digno'. É nisso mesmo que consiste a tua grandeza. Estende como eu os olhos de teu espírito, que não foram velados pela morte, neste mesmo recinto onde tantas lágrimas enxugaste. Por isso, ontem dizia o nosso  Bittencourt: "Felizes daqueles que partem cobertos de bênçãos e saudades! Dias da Cruz, espírito eleito do Senhor, a ti também uma palma essa vitória.  Incansável como ele te mostraste sempre em favor dos enfermos, daqueles que o procuravam.

            Sim, Celina... "-Eu também vim - diz ela - por minha Mãe. Anjo do céu, pensamento, luz, sentimento, tudo de Maria... como és bom!" Comprimes ainda em teu angélico seio o cofrezinho dos vossos votos (3)."

            - Compreendo a alusão que fazes ao amor celeste. Aquele soube cumprir com o seu voto. Assim o saibamos nós, míseros cativos ainda da Terra!

            Celina - Sim, aqui mesmo onde soubeste plantar as flores mais odorantes da caridade, aqui mesmo, onde a dor foi sempre apaziguada com o carinho do teu espírito devotado ao bem, aqui onde o infortúnio achou sempre guarida, nesta tenda onde todo faminto encontrou o pão, todo sequioso uma gota d'água, aqui mesmo vieram receber-te os mais altos espíritos, abençoados pelo Senhor e a mais humilde das servas de Maria.     Sim, soubeste compreender tua missão na Terra, atravessando o teu cruciato de dores. Quando a contingência da matéria levava-te quase à cegueira (4), como que a lâmpada sagrada de teu espírito feria a pupila de teus olhos, e tua alma se irradiava, dando os seus derradeiros lampejos aqueles que precisavam do teu conforto, das inspirações que recebias, para abater o sofrimento. Não chores... É em nome de Maria que eu venho também saudar-te. Ela não pode estar estranha à apoteose que te prepararam neste dia da tua passagem. Anjos do céu, espíritas benditos, cantai hosanas! A terra fica o que a terra pertence. O espírito de luz se evola, retempera-se e vai por um pouco descansar das suas fadigas, para começar de novo. 'Repouse em paz' - diz a minha mãe - cobra novas forças e volta, mais forte ainda, a fazer da Doutrina de Meu Filho uma verdade no mundo que deixaste."

            Descansa por instantes, abençoado espírito, no aroma dessas flores da Caridade, do Amor, que tu mesmo plantaste, embalsama todo o teu ser espiritual, e quando o Pai Celestial de novo te chamar a nova jornada, que saibas, como desta vez, rasgando os pés, escondendo lágrimas, chegar até ao fim, abençoado e cheio de saudades.

            Frederico - Palavras de Bittencourt, ontem, e que este anjinho repete...

            Filgueiras (comovido até as lágrimas) - Eu não tenho o que dizer. Não fiz nada, não fiz nada...

            Bittencourt - Recebam as comunicações dos seus guias, rendam graças ao Senhor e encerrem o trabalho...

            (1) Grupo Ismael: Familiarmente conhecido por Grupo Sayão por ter sido por anos presidido por Antônio L. Sayão.         
            (2) Domingos Filgueiras era carioca, nascido em 1846, casado desde os 19 anos, pai de 4 filhos, abnegado médium receitista intermediário do espírito do Dr. Dias da Cruz e dedicado espírita. Por sua fé muitos se converteram, a saber: Manuel Quintão, Frederico Fígner, Abigail LIma. (por Zeus Wantuil, Grandes Espíritas do Brasil, Ed, FEB)
            (3) Alusão ao seguinte fato: Toda vez que um novo membro era admitido ao Grupo Ismael, o meigo e puro espírito Celina apresentava-se E recolhia em cofrezinho simbólico o voto pelo qual o iniciado se comprometia virtualmente a servir a causa de Jesus.

            (4) Filgueiras tinha descolamento da retina. Nos seus últimos anos ficara quase que totalmente cego.' (por Z. Wantuil, op. cit.)

Celina fala aos médiuns


Celina fala aos médiuns

Data: 15.7.1880, dia da inauguração do Grupo dos Humildes.
Médium: Frederico Jr. Reformador (FEB) 1.12.1916
           
            Eu sou Celina.

            O meu nome indica a minha origem: Mensageira de Deus. Venho dizer-vos que é aqui onde piso que se deve estabelecer a sede da verdadeira crença no Espiritismo.

            Trago-vos a pedra que deve servir de base ao vosso edifício. Lance-a na terra e comece a vossa obra.

            Ocupai-vos, primeiramente, só da educação dos médiuns.

            Escolhei-os, vede que nele encontrem todas as qualidades precisas para bons instrumentos. Não é somente a faculdade de poder transmitir vozes alheias o que deveis nelas buscar, não.

            Deveis primeiramente procurar conhecer se eles se acham dispostos a se compenetrarem da santa e verdadeira tarefa que lhes é confiada. Vede, é mister que os vossos médiuns não só estudem a Doutrina; mas é preciso que eles se julguem como partes necessárias ao edifício levantado por ordem superior.

            É mister que eles se desliguem dos defeitos a que a matéria os possa impelir, e que se refugiem completamente no seu espírito e se resignem a pertencer mais a Deus do que ao mundo.

            Da moralidade dos médiuns dependerá a recepção dos puros espíritos. É mister que se dispam do egoísmo, da inveja, do ódio, do ciúme, da vaidade, das lascívia, do sensualismo, todos esses defeitos que arrastam a humanidade ao abismo, à perdição.

            Educai-os em todo sentido, moral e intelectualmente, sem o que jamais podereis conseguir o fim desejado.

            É mister que eles se compenetrem que nos olhos de Deus nada pode ser oculto e que aquele que aceitar a missão que lhe foi imposta e não envidar todos os esforços para tornar-se um verdadeiro instrumento, tem por duas vezes ofendido o seu Criador.

            Quando se sentirem vacilar, despontando em seu seio qualquer um desses defeitos, levantem os olhos ao céu e chamem Ismael. Ele vos enviará Celina, trazendo-vos parte da pureza do Mártir do Gólgota.

            Seja Jesus o vosso exemplo, em todo o sentido.

            Lembrai-vos que Ele não precisava sofrer, porque não havia delinquido e por amor da humanidade despiu-se de tudo, para unicamente cumprir a sua missão.

            Vede vós, que já nesta, já em outras existências, tendes incorrido em grande erros, se deveis ou não buscar purificar-vos.

            Da pureza dos médiuns dependerá a transmissão da verdadeira luz que Deus, por seu intermédio, transmitirá a seus filhos, para seu ensino e ensino dos seus semelhantes.

            Vede bem, já vos disse e repito; a tarefa é árdua; mas se pudésseis, como eu, ver a glória imensa para aquele que compreender e se dedicar espontaneamente em prol do gênero humano, não hesitareis um só momento em tudo deixar para seguir as pisadas do Cristo.

            Quem mais do que Ele sofreu? Ninguém. Vós que tendes consciência, que incorres constantemente em seu desagrado, aproveita o santelmo que Ele vos oferece: a tábua de salvação que vos é outorgada, por sua bondade infinita!

            Adeus, meus irmãos, vou às regiões donde fui mandada e aqui vos deixo o estandarte de vossa nova escola, e sobre vossos corações eu lanço a fé, o amor e a caridade que Cristo nos envia. Celina  

            ... Registre-se ainda que, aos 15 de Julho de 1880, quando da 1ª reunião do Grupo Ismael, foi ele (Frederico Jr.) quem serviu de instrumento à doce Celina. Esta, menina angelical e irradiante, apareceu descalça, com um pé no espaço e outro apontando o Rio de Janeiro, num globo terrestre, e dizendo que ali, naquele local, floresceria a árvore do Evangelho. A Casa de Ismael nascia, portanto. Celina tinha nas mãos um belo estandarte, conclamando a humanidade à fé, à esperança e à caridade...


Reformador (FEB) 16 de Maio de 1920

            Manifesta-se  Celinaa, espírito angélico, que a todos os videntes se apresenta sob o aspecto de meiga e encantadora criança. Vamos ao texto:

            "Paz, irmãozinhos meus. Na ampulheta do tempo se escoam os últimos grãos de areia marcando o fim de um ciclo que se encerra, ciclo em que a humanidade tresvairou num dédalo de crimes e de erros, e o início de um novo mundo regenerado, habitado por espíritos que, trabalhados pela dor, depurados pelo sofrimento, virão enfim gozar o prêmio de seus esforços, tomando parte no concerto universal dos que cantam hosanas ao Senhor.

            A nossa Mãe Santíssima me envia a vós para saudar-vos em Seu nome e dizer-vos:

            "Meu filhinhos, imenso é o amor que vos consagro.

            Sofro convosco e convosco me alegro. Meu espírito vibra de intenso júbilo quando vos vejo nortear a vossa conduta pelos preceitos de moral que vos ensinou aquele que na terra foi meu filho; e meu coração se confrange quando noto que procurais o caminho do mal, por onde ireis à perdição

            Meu pensamento não se desvia um só momento de vós, imprecando ao Pai que vos dê forças para que carregueis a vossa cruz sem murmurar, a fim de que não percais o vosso tempo, que é precioso, visto não saberdes quando chegará a vossa hora. Rogo a Deus que vos torne capazes de dizer, nos momentos mais angustiosos de vossa existência terrena, por mais acerbo que seja o sofrimento; cumpra-se nos escravos a vontade do Senhor.

            De escravos que sois da matéria transformai-vos em senhores. Para isso dispondes de poderosa alavanca - a vontade - que, posta em ação, remove montanhas.

            Se os meus conselhos penetrarem os vossos corações, meus filhinhos, tereis finalmente tragado a morte na vitória, atingindo a meta suprema, o objetivo principal da vossa peregrinação, que é a perfeição sideral.

            Permita o Pai que o consigais e aceitai o ósculo amoroso d 'Aquela a quem, nos momentos de aflição, vos dirigis, dando-lhe o doce e meigo nome de Mãe"

            Cumprida a missão que me incumbiu a Virgem, ofereço-vos a minha fronte de criança e vos rogo que nela também depositeis um ósculo, certos de que um dia saberei retribuir-vos carinhosamente.

            A paz do Senhor seja convosco.   Celina  

Ainda    Celina...
(Página recebida na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, RJ, na reunião
do Grupo Ismael da noite de 6-8-1981, pelo médium Olímpio Giffoni)

            Meus irmãos,

            A fonte deixa correr a linfa pura, que brota de entre as rochas, despreocupada com o emprego que dela farão dali em diante. 'Por certo se regozijaria se pudesse manifestar emoções com a carícia dos pássaros que lhe beijam o regaço, para de gota em gota mitigar a sede; ou com as lágrimas, vertidas pelo viajor exausto, que dela se vale para refrescar o rosto escaldado pela inclemência do Sol e saciar a sede que lhe resseca as entranhas.

            Sois colocados para a sublime missão de, como a fonte, deixar correr de entre vós a linfa cristalina que desce do Céu para dessedentar os que têm sede de Sabedoria Divina. Abri os vossos corações, dai curso ao que do Céu recebeis e não vos importeis com o mau uso que dela farão; contentai-vos, amados meus, com o bem que dela fizerem os que receberem com alegria a Mensagem de Vida Eterna.

            Como a fonte, amados do meu Senhor, regozijai-vos com o aproveitamento dos que derem prosseguimento com fidelidade ao que lhes transmitistes. Tanto quanto vos seja possível, limpai o caminho para que ela possa alcançar o mais longe possível sem se contaminar.

            Os obreiros da Vinha do Senhor, que vos antecederam, da mesma forma como hoje, tiveram de defrontar-se com os detratores que procuraram impedir o curso normal das mensagens do Meigo Nazareno, mas apesar destes as mensagens prosseguem a sua jornada vitoriosa, levando no seu bojo inclusive os que tentaram impedir-lhe a
marcha.

            Prossegui, amados do meu Senhor, levantando bem alto o estandarte do Anjo Ismael, que proclama o lema DEUS, CRISTO E CARIDADE.

            Vossa irmã em Jesus Senhor Nosso,   Celina


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Celina fala aos Médiuns

Celina fala aos médiuns

Data: 15.7.1880, dia da inauguração do Grupo dos Humildes.
Médium: Frederico Jr. Reformador (FEB) 1.12.1916
           
            Eu sou Celina.

            O meu nome indica a minha origem: Mensageira de Deus. Venho dizer-vos que é aqui onde piso que se deve estabelecer a sede da verdadeira crença no Espiritismo.

            Trago-vos a pedra que deve servir de base ao vosso edifício. Lance-a na terra e comece a vossa obra.

            Ocupai-vos, primeiramente, só da educação dos médiuns.

            Escolhei-os, vede que nele encontrem todas as qualidades precisas para bons instrumentos. Não é somente a faculdade de poder transmitir vozes alheias o que deveis nelas buscar, não.

            Deveis primeiramente procurar conhecer se eles se acham dispostos a se compenetrarem da santa e verdadeira tarefa que lhes é confiada. Vede, é mister que os vossos médiuns não só estudem a Doutrina; mas é preciso que eles se julguem como partes necessárias ao edifÍcio levantado por ordem superior.

            É mister que eles se desliguem dos defeitos a que a matéria os possa impelir, e que se refugiem completamente no seu espírito e se resignem a pertencer mais a Deus do que ao mundo.

            Da moralidade dos médiuns dependerá a recepção dos puros espíritos. É mister que se dispam do egoísmo, da inveja, do ódio, do ciúme, da vaidade, das lascívia, do sensualismo, todos esses defeitos que arrastam a humanidade ao abismo, à perdição.

            Educai-os em todo sentido, moral e intelectualmente, sem o que jamais podereis conseguir o fim desejado.

            É mister que eles se compenetrem que nos olhos de Deus nada pode ser oculto e que aquele que aceitar a missão que lhe foi imposta e não envidar todos os esforços para tornar-se um verdadeiro instrumento, tem por duas vezes ofendido o seu Criador.

            Quando se sentirem vacilar, despontando em seu seio qualquer um desses defeitos, levantem os olhos ao céu e chamem Ismael. Ele vos enviará Celina, trazendo-vos parte da pureza do Mártir do Gólgota.

            Seja Jesus o vosso exemplo, em todo o sentido.

            Lembrai-vos que Ele não precisava sofrer, porque não havia delinquido e por amor da humanidade despiu-se de tudo, para unicamente cumprir a sua missão.

            Vede vós, que já nesta, já em outras existências, tendes incorrido em grande erros, se deveis ou não buscar purificar-vos.

            Da pureza dos médiuns dependerá a transmissão da verdadeira luz que Deus, por seu intermédio, transmitirá a seus filhos, para seu ensino e ensino dos seus semelhantes.

            Vede bem, já vos disse e repito; a tarefa é árdua; mas se pudésseis, como eu, ver a glória imensa para aquele que compreender e se dedicar espontaneamente em prol do gênero humano, não hesitareis um só momento em tudo deixar para seguir as pisadas do Cristo.

            Quem mais do que Ele sofreu? Ninguém. Vós que tendes consciência, que incorres constantemente em seu desagrado, aproveita o santelmo que Ele vos oferece: a tábua de salvação que vos é outorgada, por sua bondade infinita!

            Adeus, meus irmãos, vou às regiões donde fui mandada e aqui vos deixo o estandarte de vossa nova escola, e sobre vossos corações eu lanço a fé, o amor e a caridade que Cristo nos envia. Celina  

            ... Registre-se ainda que, aos 15 de Julho de 1880, quando da 1ª reunião do Grupo Ismael, foi ele (Frederico Jr.) quem serviu de instrumento à doce Celina. Esta, menina angelical e irradiante, apareceu descalça, com um pé no espaço e outro apontando o Rio de Janeiro, num globo terrestre, e dizendo que ali, naquele local, floresceria a árvore do Evangelho. A Casa de Ismael nascia, portanto. Celina tinha nas mãos um belo estandarte, conclamando a humanidade à fé, à esperança e à caridade...

 Em Reformador (FEB) 16 Maio de 1920

            Manifesta-se Celina, espírito angélico, que a todos os videntes se apresenta sob o aspecto de meiga e encantadora criança. Vamos ao texto:

            "Paz, irmãozinhos meus. Na ampulheta do tempo se escoam os últimos grãos de areia marcando o fim de um ciclo que se encerra, ciclo em que a humanidade tresvairou num dédalo de crimes e de erros, e o início de um novo mundo regenerado, habitado por espíritos que, trabalhados pela dor, depurados pelo sofrimento, virão enfim gozar o prêmio de seus esforços, tomando parte no concerto universal dos que cantam hosanas ao Senhor.

            A nossa Mãe Santíssima me envia a vós para saudar-vos em Seu nome e dizer-vos:

            "Meu filhinhos, imenso é o amor que vos consagro.

            Sofro convosco e convosco me alegro. Meu espírito vibra de intenso júbilo quando vos vejo nortear a vossa conduta pelos preceitos de moral que vos ensinou aquele que na terra foi meu filho; e meu coração se confrange quando noto que procurais o caminho do mal, por onde ireis à perdição

            Meu pensamento não se desvia um só momento de vós, imprecando ao Pai que vos dê forças para que carregueis a vossa cruz sem murmurar, a fim de que não percais o vosso tempo, que é precioso, visto não saberdes quando chegará a vossa hora. Rogo a Deus que vos torne capazes de dizer, nos momentos mais angustiosos de vossa existência terrena, por mais acerbo que seja o sofrimento; cumpra-se nos escravos a vontade do Senhor.

            De escravos que sois da matéria transformai-vos em senhores. Para isso dispondes de poderosa alavanca - a vontade - que, posta em ação, remove montanhas.

            Se os meus conselhos penetrarem os vossos corações, meus filhinhos, tereis finalmente tragado a morte na vitória, atingindo a meta suprema, o objetivo principal da vossa peregrinação, que é a perfeição sideral.

            Permita o Pai que o consigais e aceitai o ósculo amoroso d 'Aquela a quem, nos momentos de aflição, vos dirigis, dando-lhe o doce e meigo nome de Mãe"

            Cumprida a missão que me incumbiu a Virgem, ofereço-vos a minha fronte de criança e vos rogo que nela também depositeis um ósculo, certos de que um dia saberei retribuir-vos carinhosamente.

            A paz do Senhor seja convosco.           Celina


Ainda Celina...

(Página recebida na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, RJ, na reunião
do Grupo Ismael da noite de 6-8-1981, pelo médium Olímpio Giffoni)

            Meus irmãos,

            A fonte deixa correr a linfa pura, que brota de entre as rochas, despreocupada com o emprego que dela farão dali em diante. 'Por certo se regozijaria se pudesse manifestar emoções com a carícia dos pássaros que lhe beijam o regaço, para de gota em gota mitigar a sede; ou com as lágrimas, vertidas pelo viajor exausto, que dela se vale para refrescar o rosto escaldado pela inclemência do Sol e saciar a sede que lhe resseca as entranhas.

            Sois colocados para a sublime missão de, como a fonte, deixar correr de entre vós a linfa cristalina que desce do Céu para dessedentar os que têm sede de Sabedoria Divina. Abri os vossos corações, dai curso ao que do Céu recebeis e não vos importeis com o mau uso que dela farão; contentai-vos, amados meus, com o bem que dela fizerem os que receberem com alegria a Mensagem de Vida Eterna.

            Como a fonte, amados do meu Senhor, regozijai-vos com o aproveitamento dos que derem prosseguimento com fidelidade ao que lhes transmitistes. Tanto quanto vos seja possível, limpai o caminho para que ela possa alcançar o mais longe possível sem se contaminar.

            Os obreiros da Vinha do Senhor, que vos antecederam, da mesma forma como hoje, tiveram de defrontar-se com os detratores que procuraram impedir o curso normal das mensagens do Meigo Nazareno, mas apesar destes as mensagens prosseguem a sua jornada vitoriosa, levando no seu bojo inclusive os que tentaram impedir-lhe a marcha.

            Prossegui, amados do meu Senhor, levantando bem alto o estandarte do Anjo Ismael, que proclama o lema DEUS, CRISTO E CARIDADE.

            Vossa irmã em Jesus Senhor Nosso,   Celina


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Prossegui...


Prossegui...

            Meus irmãos.

            A fonte deixa correr a linfa pura, que brota de entre as rochas, despreocupada com o emprego que dela farão dali em diante. Por certo se regozijaria se pudesse manifestar emoções com a carícia dos pássaros que lhe beijam o regaço, para de gota em gota mitigar a sede; ou com as lágrimas vertidas pelo viajor exausto, que dela se vale para refrescar o rosto escaldado pela inclemência do Sol e saciar a sede que lhe resseca as entranhas.

            Sois convocados para a sublime missão de, como a fonte, deixar correr de entre vós a linfa cristalina que desce do Céu para dessedentar os que têm sede de Sabedoria Divina.

            Abri os vossos corações, dai curso ao que do Céu recebeis e não vos importeis com o mau uso que dela farão; contentai-vos, amados meus, com o bem que dela fizerem os que receberem com alegria a Mensagem de Vida Eterna.

            Como a fonte, amados do meu Senhor, regozijai-vos com o aproveitamento dos que derem prosseguimento com fidelidade ao que lhes transmitistes. Tanto quanto vos seja possível,limpai o caminho para que ela possa alcançar o mais longe possível sem se contaminar.

            Os obreiros da Vinha do Senhor, que vos antecederam, da mesma forma como hoje, tiveram de defrontar-se com os detratores que procuraram impedir o curso normal das mensagens do Meigo Nazareno, mas apesar destes as mensagens prosseguem a sua jornada vitoriosa, levando no seu bojo inclusive os que tentaram impedir-lhe a marcha.

            Prossegui, amados do meu Senhor, levantando bem alto o estandarte do Anjo Ismael, que proclama o lema DEUS, CRISTO E CARIDADE.

            Vossa irmã em Jesus Senhor Nosso,

                                                                  Celina
 (Página recebida na FEB, no Rio de Janeiro-RJ,
 na reunião do Grupo Ismael da noite de 6-8-1981, 
pelo médium Olímpio Giffoni.)


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ditado de Ismael


Ditado
de Ismael

Reformador (FEB) 16 Setembro 1913

            Comemorando, como nos anos anteriores, com a sua longa tradição de 36 anos, a Ceia do Senhor, este grupo realizou, na 5ª feira santa, uma sessão notável pelo recolhimento de sua assistência e pela impressão que a todos causou.

            Isto prova que a misericórdia do Alto está sempre presente a acudir a pobre humanidade terrena, apenas exigindo de cada qual o critério imprescindível à sua ostensiva manifestação mediúnica.

            O Reformador, fiel ao seu programa de divulgar os sãos ensinamentos de nossa doutrina, tão confortadora e edificante quando serenamente praticada, não podia furtar-se ao agradável dever de vulgarizar a comunicação de Ismael obtida nessa memorável reunião.

            Chamamos a atenção dos nossos confrades para a profundeza dos conceitos que ela encerra, com a característica de simplicidade - apanágio dos espíritos elevados.

            Ei-la:

            Médium Frederico Jr.: O médium, sonambulizado, diz:

            É  impossível descrever com minúcias o que vejo. Afigura-se aos meus olhos um céu aberto, no qual destaco as figuras proeminentes daqueles tempos consagrados à redenção da humanidade, escrava de erros e de crimes. Todos os apóstolos, todos os nossos guias, banhados de luz estranha na Terra, tem os seus olhos voltados para essa estrela luminosa, símbolo do Espírito de Verdade, falado por N. S. Jesus Cristo nos derradeiros momentos da despedida. Todos os nossos companheiros, apóstolos, como se diz na Terra, aí estão: Leio em todos eles laivos de alegria e tristeza. Quem sabe se a tristeza, representando o passado e os sorrisos, o presente?

            Bom guia, vós que sois a bondade, se merecemos, apesar de tudo, a meiguice de tuas palavras, - fala - transportando-nos àqueles tempos, em espírito, para compreendermos, em espírito e verdade, Àquele a quem devemos a redenção de nossas almas!

            -Paz!

             Só para os néscios, só para os despercebidos como as virgens loucas, a vida de Jesus - da manjedoura ao cimo do Calvário, podia ser uma surpresa. Todos os profetas já haviam anunciado que das bandas do Jordão da Galileia, devia aparecer o aborrecido dos homens, o amigo de Deus. Todos os profetas, nas próprias liras tangendo hinos à vinda de Jesus, exaltavam esse momento em que o Criador, por seu representante na terra, o Cristo, faria a comunhão com as suas criaturas.

            Só o despercebido, como as virgens loucas, não quiseram compreender por seus interesses e ambições, que da origem de David viria este grande espírito, para palmilhar uma estrada de lágrimas expandindo sorrisos. E tanto da memória lhes fugiram os ensinamentos de seus antepassados, que não puderam ter ouvidos para ouvir e olhos de ver o grande predestinado.

            Meus filhinhos, eu não sei quando é maior Jesus: - Se no reino de sua glória, se aos pés de seus apóstolos. Eu não sei quando é maior a sua força: Se fazendo tombar no Horto das Oliveiras os seus inimigos, se encobrindo-se na linguagem bíblica dos Evangelistas, em trevas - e entregando-se passivamente às mãos de seus algozes. Ah! Parece que Jesus tem a sua maior glória quando curvado ao chão, lavava os pés dos pobres pescadores, pescadores de almas. Eu creio que é maior ainda essa glória, não distinguindo da plêiade de seus amigos o próprio Judas, em cujo foro íntimo lia, como em livro aberto, todos os instintos de cobiça, todos os predicados da inveja. Deus, no Seu representante, curvado aos pés de suas criaturas! Que melhor exemplo podia dar de amor, de fraternidade e igualdade perante os homens, como Ele desejava? Só Pedro, assombrado com o ato de seu Mestre, recusa-se entregar as suas plantas para essa cerimônia do amor. Significativamente, para quem tem ouvidos de ouvir, disse o Senhor: “Se tal não consentires, não terás parte no meu ministério.” 

            Lava-me a cabeça, o corpo todo, contanto que eu não fique privado do convívio de tua alma, porque sei que de teus lábios só saem palavras de salvação, e eu quero ser salvo. Por Ti darei meu sangue, vida, tudo. Dava Pedro, perante os seus condiscípulos o testemunho do Senhor. Mas Pedro, como todos os homens, confiava demais em si próprio. Jesus, vendo o espírito de conservação da carne, que buscava esse interesse mundano, que é apanágio de todas as criaturas, afirmou que ele o havia de negar 3 vezes, antes que cantasse o galo esperto, 2 às 3 horas da madrugada. Quando Ele, já então no Pretório, como um réprobo, um celerado, ouvia as afrontas do representante de César e de seus sequazes, ouvia a instância com que Pilatos  queria arrancar, por mais de uma vez, a confirmação do que Ele dizia ao povo - Eu sou o filho de Deus; - Pedro  no pátio, assistia, por entre as grades do palácio do grande governador, emudecer-se a voz do Mestre para confirmar aquilo que se encontra em Jó, Cap. 33,14: “O Senhor só fala uma vez, não pode nem quer repetir palavras.”

            Meus filhos, recordando esse passado de angústias, só a nós compete tomar o exemplo daquele que nos convida para a sua mesa farta, como pobres coxos, cegos e estropiados, nunca perdendo de vista esse ensinamento em que podemos compreender que sem humildade não pode haver amor, sem amor não pode haver caridade. Irmanar os vossos espíritos nos mesmos, eis a doutrina do lava-pés. É preciso tocar a fronte no solo para subir ao céu, se céu é aquilo que já podemos compreender, - o infinito espaço em que se libra o espírito liberto de culpas e coberto de glórias.

            Humildade, pois: o mundo ainda vos pertence, - cuidado com o mundo; nele chocam-se todas as paixões, - tende por base de vossa defesa em primeiro lugar a humildade. Eu nada conheço de melhor para desarmar os pretensiosos, não conheço trilha melhor para chegar a essa meta, tão sonhada, de amor ao próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas. 

            Amai-vos, pois: deixe que fervilhe a intriga, deixe que esse espírito oculto para vós outros, endeuse-se os vossos talentos e virtudes; transformai-vos, se podeis, nos cachorrinhos em busca das migalhas do banquete. Esse será o vosso papel de espíritas; será o maior testemunho de terdes compreendido, em espírito e verdade, o dia de hoje, o lava-pés – Ismael

            O médium continua sonambúlico:

            Sim, Celina: diz meiga criança, tu és a plenipotenciária do amor da virgem, lírio sacrossanto dos jardins celestes, que sobre vós sempre derramas, quando vos vês indecisos, os aromas de sua meiguice.

            Continua o médium:

            Minha mãe, diz ela, por minha mãe a todos honro. De lá onde chegam, a todos os instantes, os vossos pensamentos, eu lanço um olhar a todos e falo com meu filho.

            Tiveste na estrada amargurada do teu cativeiro terrestre e espontâneo um Cireneu. Vê naqueles que estudam e praticam a tua Doutrina, novos Cireneus, levando o teu nome através dos séculos e falando, do púlpito do Gólgota, a toda a humanidade, escrava do erro e do pecado.

            Meus amiguinhos, diz ela ainda com aqueles termos próprios das crianças: - eu sou criança e não me assusto. Há espíritos maus? Não sei se os há; mas também os há bons, porque Deus é justo, não é? Se vos dá o peso, há de vos dar também a força para levantá-lo; e essa força tanto maior será, quanto os vossos espíritos se transformarem num só músculo, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos.