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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Do Espiritismo

 

Do Espiritismo

Bezerra de Menezes  (Espírito) 

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 17º fasc. págs. 11

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti / Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960 

Asilo Espírita João Evangelista


Deus, nosso Senhor, seja louvado, e o seu Bendito Filho – Jesus.

            Amigos e irmãos, a continuação das experiências demonstradas em vossas sessões de Espiritismo prático, deve alicerçar em vosso entendimento a ideia primordial de que a vida não tem solução de continuidade.

            O homem fecha os olhos na Terra, para abrir os da alma no Espaço. Tal tenha sido a sua vida no decurso da existência terrena, tais serão as consequências no Espaço, ao despertar consciente da sua alma.

            Convém, pois, continuar a bradar aos ouvidos da humanidade o cuidado enorme que deve ter na prática dos atos, no exercício da palavra e das ações.

                                          Assina: Max (Bezerra de Menezes)

 

 


domingo, 15 de agosto de 2021

A Caridade Cristã

 

A Caridade Cristã

Bezerra de Menezes  (Espírito)  

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 14º fasc.., págs. 149

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti / Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

 Asilo Espírita João Evangelista

 

            Meus prezados amigos, meus irmãos, abençoados sejais todas as vezes que os vossos pensamentos, os vossos gestos, a vossa vida tiver por tema a Caridade Cristã.

            Nunca é demais explicar-vos, meus queridos amigos, o valor extensivo da caridade. Só a compreende bem aquele que realmente sente amor a Jesus e sabe que, sendo filho de Deus, não pode deixar de cumprir os preceitos que Seu Pai lhe dita. O maior de todos esses preceitos, aquele que tem por base a própria Doutrina do Cristo, é a Caridade. Sem ela, não pode haver bem em parte alguma do Universo. – Porque onde há Caridade, existe perdão; onde há Caridade, vive o amor de Deus! Mantende-vos, pois, meus amigos, nessa linha de conduta, procurando, primeiramente, consultar o vosso coração para ver se ele não se encontra vazio desse sentimento profundo que Deus nele procura implantar; procurando consultar o vosso sentir, buscando saber se de fato alguma coisa de superior move a vossa vontade; porque, se vós não tendes um sentimento profundo da verdade que deve inspirar o gesto, é certo que o beneficiado lucrará com a esmola, porque a parte material não será perdida, mas para vós, que sois necessitados da felicidade eterna, o benefício não será tão franco.

            Assim, eu louvo sempre o vosso gesto, todas as vezes que vos vejo compartilhar da alegria que enche os vossos irmãos espíritas, quando tiram do que é seu para aliviarem  sorte dos que têm menos; mas alegro-me muito mais, quando, perscrutando os vossos corações, eu vejo que o gesto foi simplesmente a tradução fiel do sentimento que ali estava.

            Bendito sejais! Que Deus vos abençoe e vos faça progredir sempre.

                                     Assina: Max (Bezerra de Menezes)


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A Barca do Senhor

 

A barca do Senhor

Bezerra de Menezes (Espírito)  

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 6º fasc., págs. 74

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti / Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

Asilo Espírita João Evangelista

             De uma vez para sempre, sede passageiros da barca do Senhor!  Não temais! Jesus é o timoneiro, Jesus é quem guia essa barca, para as plagas do infinito! Não temais, quais forem as tormentas que se desencadearem diante de vós. Ele é o mestre sereno e doce; com um só olhar pode apaziguar a tempestade que se desencadear sobre as vossas cabeças!

                                     Assina: Max (Bezerra de Menezes)


sábado, 7 de agosto de 2021

O que é o Espiritismo

 

O que é o Espiritismo

de Bezerra de Menezes (Espírito)  

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 6º fasc.., págs. 18 e 19

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti / Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

Asilo Espírita João Evangelista

             Espiritismo é ciência, Espiritismo é filosofia e Espiritismo é religião. Palavras que há pouco soaram nesta sala. Espiritismo é ciência, porque Espiritismo, obra maravilhosa, revela conhecimentos tão profundos, que só ele pode atingir a tanto. Espiritismo é filosofia, porque sua moral é santa e saneia as mentes humanas aproximando-as do Criador. Espiritismo é religião, porque fé em Deus, esperança em Jesus e a crença na eternidade, são privilégios do Espiritismo.

            Espiritismo, neste Asilo (*), pode ser ciência, pode ser filosofia, mas será, essencialmente, religião. Religião, porque a alma que não se aproxima de Deus sinceramente, que não se aproxima do seu olhar, do seu amor, da sua verdade e da sua caridade, sem igual, andará nas trevas, até que conheça as claridades da luz.

                                                                        Assina: Max (Bezerra de Menezes)

 (*) Asilo Espírita João Evangelista, Rio de Janeiro, RJ.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Do Espiritismo

                                         


Do Espiritismo

Bezerra de Menezes (Espírito)  por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 5º fasc. CCLXX

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti /  Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

 Asilo Espírita João Evangelista

 

            A fase atual do espiritismo é de assombrosa atividade. Intrépido, valoroso, um certo número de espíritos, como uma rajada purificadora revolve as consciências, vasculhando-as para arredar delas os elementos impuros, implantando em seu lugar o gérmen da fé que regenera e salva... Enquanto almas impiedosas que inspiram compaixão e dó pela insensatez de suas ideias procuram avassalar consciências em que o amor de Deus deve reinar!

            Por essas intuições, tais seres afastam os espíritos encarnados do caminho da verdade que está em Jesus, sol que há de, embora a contragosto deles, iluminar o destino de toda a criação.

            Que corra, pois, de mão em mão, esse punhado de palavras do “Além”, na intenção sincera de beneficiar os humanos.

            A todos dizemos: “A vitória do Cristianismo é certa!”

            Ninguém se deve enredar na teia ardilosa dos que, adulterando a revelação divina contida nos Evangelhos, querem fazer monopólio das verdades eternas, a seu modo torcidas e interpretadas. São esses os que querem banir o Senhor da sua casa! Mas, a fé em Jesus está acesa em centenas de milhões de almas humanas e a chama purificadora do amor continuará a sua conquista de corações incessantemente! Para isso Deus enviou à Terra o Consolador Prometido: o Espiritismo!

                                                   Assina: Max (Bezerra de Menezes)

Cristianismo e Espiritismo

 


Cristianismo e Espiritismo

Bezerra de Menezes (Espírito)  

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 4º fasc. CCXX, 24 de Junho de 1924

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti /  

Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  - 

Asilo Espírita João Evangelista

 

            Paz aos homens de boa vontade.

            O Cristianismo, religião de elevação e santificação da alma, encontra no Espiritismo seu mais alto expoente.

            Em meio desse ambiente que envolve a Terra na época atual, saturado de violências sangrentas, ódios recalcados por longa incubação, explodindo fragorosamente, é ele o único refúgio às almas piedosas. São grandes os meios de que dispõe a igreja espírita para diminuir o efeito desses males sobre a humanidade. Para isso põe o Senhor em suas mãos o remédio eficaz contra a calamidade que assola o planeta, física, moral e espiritualmente. Esse remédio se encontra na luz que dimana das páginas benditas do Evangelho do Cristo.

            Para que põe a Igreja espírita a candeia sob o alqueire, em vez de a colocar sobre o velador, para que alumie toda a casa?

            Por que tranca a Igreja espírita as portas do reino de Deus, nele não penetrando nem consentindo que outros penetrem?

            Não desconhece ela a responsabilidade que sobre os seus ombros pesa... Que pensar, portanto, da sua inércia e despreocupação, perante a penúria moral que invade assustadoramente os próprios centros de caridade? Terão os depositários das verdades eternas no planeta deixado de crer e de amar?

            Meus amigos, de outros planos os vossos companheiros se entristecem da vossa desídia e estacionário progredir...

            Necessitais abandonar o círculo estreito que traçastes ao redor de vós mesmos, romper essa estreiteza que restringe o vosso pensamento, sufoca os vossos sentimentos e encurta a vossa ação positiva no campo vastíssimo a desbravar, que tendes diante dos vossos olhos. Recordai-vos de que não podeis conhecer a Deus senão pelo amor, pela caridade. De nada vale o dizer: Senhor, Senhor... (palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo) – sem testemunhar por ações positivas e inequívocas que sois discípulos do Divino Mestre.

            Ser espírita é amar ao seu Deus, acima de outro qualquer amor; é seguir os mandamentos, as leis de amor, os preceitos de caridade ditados ao nosso planeta pelo filho imaculado desse mesmo Deus, a quem dizeis adorar em espírito e verdade; ser espírita é dedicar-se de corpo e alma à causa que esse mesmo Jesus abraçou e defendeu até o sacrifício, e em benefício da qual os servos do Senhor, nos primeiros tempos da era cristã não pouparam a própria existência que então fruíam.

            É bem amargo assinalar que o vosso coração não arde naquela chama de amor que distingue o verdadeiro servo do Senhor.

            Nada tendes a objetar às minhas considerações que ora vos faço porque sabeis que elas são justas e inspiradas pelo grande amor que consagro à mesma causa que esposais. Sede, pois, coerentes convosco mesmos, com os princípios básicos do Cristianismo, provando aos que de fora vos observam, que o Espiritismo é Cristianismo! Não podeis caminhar sós, bem o sabeis.

            A que vos conduzirá Espiritismo sem Cristianismo? Desconhecendo essa verdade, recusando o ensino que do Alto vos envia o Mestre Amado, chegareis a ser como “cegos” conduzindo “cegos”...

            Conciliai, pois, a vossa maneira de proceder no exercício das posições que ocupais à frente do movimento espírita, no centro em que trabalhais, com os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo sempre em vista que o Mestre não parou, antes pelo contrário, está como sempre em plena atividade, fazendo baixar os seus mensageiros até vós, trazendo as revelações, os mandamentos que tendes por dever seguir fielmente.

            A seu tempo virá o Senhor da seara separar o joio do trigo que por ora crescem juntos. Deus vos ilumine.

            Assina: Max (Bezerra de Menezes)


sábado, 24 de julho de 2021

Não julgueis

 

Não julgueis

de Bezerra de Menezes  (Espírito)  por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 4º fasc., CCXII, 20 de Maio de 1924

Livro: “Tudo por Cristo!

Edição: Pongetti /  Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

Asilo Espírita João Evangelista

 

            Meus amigos, criaturas há impulsivas para quem no primeiro momento tudo é bom, perfeito, razoável, e sob essa impressão procuram agir; é errônea essa maneira de proceder, falso esse modo de interpretar os atos dos seus irmãos. Daí se originam contendas, perfídias, apreciações injustas, que não só vão ferir a pessoa que o produziu, mas afetam também o próprio pensador. Eis porque Nosso Senhor Jesus Cristo disse: Não julgueis para não serdes julgados.

            Sim, meus amigos, com a medida com que medirmos, com essa medida seremos nós medidos, isto é, no grau e da forma que perdoarmos, dessa forma seremos perdoados. Lembrai-vos, meus amigos, de que a vida do cristão deve ser o espelho no qual se reflitam todos os atos comprobatórios da sua sinceridade. Dizer com os lábios, pregar virtude e não exemplifica-las nos fatos de sua vida de relação é um pensar errado, é uma maneira de proceder que não se coaduna com os preceitos evangélicos.

            No entanto, tivemos na Terra o Modelo perfeito de todas as virtudes, Nosso Senhor Jesus Cristo, que tudo exemplificou com humildade! Sim, meus amigos, porque o homem muitas vezes interpreta o perdão, como ato de nobreza orgulhosa do seu caráter, ele sabe que perante o mundo lhe fica bem esse perdão; entretanto esse não é o perdão verdadeiro, não é o que foi ensinado pelo Cristo de Deus.

            É preciso que saibais perdoar com humildade, isto é, atenuando as d´vidas do ofensor, justificando sua fragilidade, atribuindo à fraqueza do seu espírito, porquanto não fosse espírito fraco e possuísse envergadura suficiente para dar execução ao ensino de amor, certamente não fenderia seus irmãos.

Assina: Max (Bezerra de Menezes)

 

 

 


Paz, Luz e Fé

 

Paz - luz - fé

de Bezerra de Menezes  (Espírito)  

por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

                  Fonte: “Do Além”, 3º fasc. CXLIX, 06 de agosto de 1923

           Livro: “Tudo por Cristo!” Edição: Pongetti 

Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960  

            Asilo Espírita João Evangelista 

 

     “Todos os homens estão sujeitos ao erro, ninguém é perfeito. 

Só Cristo Jesus jamais pecou, que foi puro desde a eternidade dos tempos.”


Sede cristãos

 

Sede Cristãos

de Bezerra de Menezes (Espírito)   por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

Fonte: “Do Além”, 3º fasc. CXXIX, 15 de abril de 1923

Livro: “Tudo por Cristo!

"Fundo de Publicações AMARO CÂMARA" – 1960  

- Asilo Espírita João Evangelista 


            "Vós me chamais mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos. Pois bem. Amados amigos e irmãos meus, Ele, o Mestre, o Senhor, tinha poder para mandar e tinha vontade para ser obedecido; no entanto, a sua vontade nunca exercia prepotência, nunca se impôs pela dureza, antes se fez sempre obedecer pelo exemplo, pela humildade e palavras. Por que não procurais, amados meus, á imitação do Nazareno, serdes piedosos, humildes e mansos, ao mesmo tempo que firmes e resolutos? Porque não achais em vós a energia precisa para diminuir os ímpetos irrefletidos do vosso caráter propenso ao orgulho e à vaidade? Por quê, meus amigos? Sabeis que a razão da vossa constante fraqueza na execução e prática do bem é o afastamento em que vos encontrais do Divino Mestre? Sede cristãos, meus amigos, e sereis bons espíritos."

                                                     Assina: Max (Bezerra de Menezes)

 


A Unificação Espiritual

 

A Unificação Espiritual

de Tomás de Aquino (Espírito)   por Aura Celeste (Adelaide Câmara)

inTudo por Cristo!

A. E. J. E. / Ed. “Fundo de Publicações – Amaro Câmara” – RJ
Pongetti – 1960
 

            A unificação espiritual (o ideal dos altos espíritos) só se dará quando, afastando toda a ideia política-religiosa, o Espiritismo tomar posse do coração e do cérebro da humanidade, implantando no primeiro o verdadeiro sentimento de caridade e amor fraterno e no outro – as leis da justiça e da moral que Jesus – o Cristo do Senhor veio ensinar aos homens!

            Convencei-vos! Não precisais de exterioridades, formalismos, que toda essa campanha político-religiosas desenvolve no seio das diversas comunidades. Precisais do Espírito do Senhor que vos dirija e isso só podereis obter, agindo com sinceridade de coração, sobre a base da mais irrepreensível justiça.

            Quando chegará esse dia auspicioso em que cada homem seja de fato um cristão? Deus, em sua alta sabedoria, o sabe!

            A salvação da humanidade está na observância dos preceitos divinos instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo.

            Não desanimeis, porém.

            A frente da falange redentora que estimula os homens no empenho de acordar lhe os sentimentos nobres, o altruísmo em prol da unificação espírita, encontra-se luminoso espírito, devotado discípulo do Divino Mestre, Tiago, a quem o Senhor tem concedido caudais de graça e sabedoria. – A ele compete inspirar todo o movimento ascendente sobre esse assunto.   

 


segunda-feira, 19 de julho de 2021

Tudo por Cristo!

 

            “Graças e Paz te sejam dadas!

           Entregas aos teus irmãos em crença, bem como aos interessados na doutrina, o 2º fascículo das comunicações do “Mundo Além”, o mundo desconhecido aos que não tem fé.

           Importa que assim o faças, em obediência às instruções de espírito Guia, que te encaminha os passos com dedicação e carinho. Serão bem acolhidos esses ditados, cheios de revelações e ensinos proveitosos, pelos humildes e simples de coração, por que tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração sincero para sentir. Não te inquietes, porém, com a apreciação injusta dos que tiverem a infelicidade de não as aceitar tal qual são: a expressão da vontade dos espíritos que as ditaram, buscando esclarecer os homens no conhecimento imprescindível das coisas transcendentais que desconhecem. Tem dó deles que, aferrados aos seus próprios pensamentos, apegados às suas próprias ideias, aos seus preconceitos arraigados, olham com pequena fé as revelações que os seus bondosos guias reconhecem ser tempo de lhes fazer conhecer.

           Desejas ter um meio ao teu alcance para tocar-lhes o entendimento de tal forma, que sejam levados docilmente a aceitar de coração aberto às verdades das manifestações que te são dadas espontaneamente. Mas... Ouve: Para amar é preciso sentir antes de tudo: Quem sente, ama; quem ama, aspira; quem aspira, alcança...

           Não são eles culpados de ainda não poderem alcançar, quando, coitados, ainda não sabem sentir...

            Distinguir uma comunicação verdadeira de uma manifestação leviana... Acaso não sabes tu distinguir entre a flor artificial e a flor da natureza, qual é de fato flor? Por mais hábil que seja o artista em fabricar as pétalas delicadas de uma rosa, as folhas graciosas que a circundam, a elegância airosa com que se pendura do hastil, jamais se lhe dará o aroma natural que a distingue das outras suas irmãs, de forma a torna-la inconfundível entre as demais flores.

           O artista fabrica a forma da flor, mas não lhe pode dar o perfume natural, sutil, que é por assim dizer a alma da flor... Da flor artificial não se evola o aroma que inebria as almas sensíveis...

           Assim distinguimos os que tem sentimento, entre mil – a comunicação que é ditada pelos espíritos bons, os santos Guias. Elas vêm saturadas do seu amor, da sua caridade, da sua verdade – e aquele cuja alma sensível vibra às emanações destes eflúvios santos, reconhece no que ouve, no que lê, a palavra inspirada nos mensageiros do Senhor. Oh! Quem sente não se pode enganar!... O pobre coitado, porém, que não pode sentir, porque a sua alma ainda não está identificada com essas vibrações suaves do Infinito, este não sabe distinguir se é ou não a Verdade que tem diante dos olhos. É como o habitante inculto de outros mundos, que não sabe distinguir entre o metal precioso e a imitação grosseira desse mesmo metal. Tudo a seu tempo, porém.

           Chegará a vez de todos, como vi, pouco a pouco, chegando a vez de cada um. Não repentinamente, com violência se efetua a evolução do homem, mas, paulatinamente, moderadamente. Importa que as verdades eternas sejam pegadas em todos os mundos, recebendo cada um deles a porção que as suas possibilidades lhes permitem receber.

           Deus, em sua misericórdia infinita, vai a todos concedendo a luz à medida que os fracos olhos a podem suportar; assim também, pouco a pouco, os vai instruindo, conforme os seus entendimentos estão na altura do conhecimento que lhes quer fornecer.

           A Terra ouvirá a voz dos mensageiros do Senhor, que lhe trará novas revelações, que dantes não lhe podiam ter sido feitas, em razão do atraso de espírito. É necessário, portanto, que os portadores dessas revelações se façam ouvir e eles encontrarão meio de o fazer.

           Felizes os que não endurecem os seus ouvidos ao clarim que os desperta para a luta contra os erros e preconceitos do sectarismo. TUDO POR CRISTO! É a divisa do Alto. Este é o  lema dos grandes mundos que divisas como um ponto de luz no azul do firmamento e em todos os mundos superiores, que não podem os vossos olhos alcançar, nem com o auxílio dos mais adiantados instrumentos de que dispõem os vossos observadores. TUDO POR CRISTO!

           Pedi-lhe, pois, incessantemente, que, tocando os corações dos vossos irmãos neste planeta, os faça começar a sentir, para que sentindo, amem, e amando vibrem ao receber as instruções que em seu favor baixam do seio do Pai, por intermédio dos seus Mensageiros. Paz à Terra!                 

           Assina: Max (Bezerra de Menezes)

Fonte: “Do Além”, 2º fasc. CV, 4 de setembro de 1922

Livro: “Tudo por Cristo!” Comunicações recebidas por Adelaide Câmara (Aura Celeste)

Edição: Pongetti /  Fundo de Publicações AMARO CÂMARA – 1960  - Asilo Espírita João Evangelista  

 


domingo, 11 de abril de 2021

Do Além

 

        Adelaide Câmara  (Aura Celeste)     Nascimento: 11.01.1874    Desencarne: 24.10.1944

"Do Além”

por M. Quintão

Reformador (FEB) Dezembro 1922

             Com singela dedicatória de Aura Celeste, pseudônimo que mal encobre o nome de ilustrada confreira (Adelaide Câmara), recebemos o 2º fascículo de comunicações auditivas por ela obtidas em várias reuniões espíritas, notadamente na Federação Espírita Brasileira, a propósito de estudos ali feitos.

            Em regra, exigente para quanto nos chega por via mediúnica, infenso mesmo, por índole e por sistema, à publicidade de mensagens das que por ali pululam tão isocromáticas na forma quão vazias de fundo, não temos agora constrangimento no aconselhar a leitura deste trabalho, tanto o reputamos escrupuloso e útil.

            Certo, os nossos confrades estudiosos não vão aí encontrar coisas novas e estupefacientes, exegeses profundas e revelações sensacionais, conceitos arrojados e conclusões temerárias.

            Nada disso: os espíritos que aí se revelam, procuram, de preferência timbrar a nota evangélica e o fazem em linguagem simples, por vezes suave, ao alcance de todas as inteligências.

            Sente-se e compreende-se, em bloco, que o seu objetivo predominante é, antes de tudo, tocar os corações para a exemplificação do amor de Deus e do próximo - supremo alvo de todas as religiões, ou, no dizer de Jesus – toda a lei e os profetas.  

            A muita gente se antolhará insulsa essa literatura do Além, desataviada de imaginosos coloridos, em que a descritiva comumente falha, para dar lugar ao conceito filosófico, emocional.

            Essa lacuna admissível do ponto de vista da crítica leiga, já fora notada a propósito da obra mediúnica de Fernando Lacerda, increpando-se ao consagrado e original estilista de “Os Maias” a astenia (perda ou diminuição das forças ou da resistência do sistema nervoso (neurastenia) ou do psiquismo (psicastenia); da sua “verve” admirável, através do filtro mediúnico.

            Tal julgamento, aparentemente justo, perde, entretanto, todo o valor desde que consideremos a origem, a natureza, o mecanismo e, sobretudo, a finalidade das comunicações espíritas.

            Quanto a origem, importa considerar que o desencarnado não tem, como nós, a impressão atual das perspectivas e sensações terrenas: ao contrário, a maior acuidade dos sentidos psíquicos lhe dará sensações inéditas, ne novas combinações fluídicas, em vibrações outras que mal pudéramos imaginar e menos compreender.

            Quanto a natureza, sendo as comunicações de ascendente moral, educativo, essencialmente idealista, é claro que não podem requintar em detalhes materiais, desses que formam a técnica humana.

            Quanto ao mecanismo, no modus operandi, esse é um ponto sutil e delicado, sobre o qual os espíritos pouco tem aduzido.

            Qualquer que seja, porém, a faculdade mediúnica (exceto a psicográfica mecânica) (1), o que parece inconteste é que o espírito comunicante não pode anular inteiramente a influência reflexa do médium.

             (1) Ver ‘No invisível’, Léon Denis, cap. XIX, comunicação autenticada pelo Padre Grimaud .

             E mesmo nos casos mais extraordinários, como os de incorporação completa, ele fica adstrito ao cabedal mediúnico, mais ou menos latente.

            São esses os casos de médiuns poliglotas, do que dão diagnósticos médicos perfeitos, dos que dão diagnósticos médicos perfeitos, dos que, em suma, revelam aptidões técnicas irrepreensíveis.

            Desta conjectura temos uma prova direta em nosso círculo de estudos - O ”Grupo Ismael”. Esse Grupo, no qual, pelo médium Frederico Junior, foram ditadas três obras primas (2) de Bittencourt Sampaio, o fino lapidário da ‘Divina Epopeia’, tem ainda prometida uma quarta obra, por ele denominada “o seu canto do cisne” e a intitular-se – Regina.

                 (2) ‘Do Calvário ao Apocalipse’, ‘Jesus perante a Cristandade’ e ‘De Jesus para as crianças’.        

            Pois bem: desencarnado o médium Frederico e substituído por outro, de uma feita, relembrando a promessa, Bittencourt teve esta frase: estou preparando o médium que, sabem, não tem a maleabilidade precisa para transmitir o meu vocabulário.

            As obras precedentes, seja dito, são obras de estilo e estesia (sensibilidade) literária, jogando com dados históricos e conhecimentos outros, que o médium estava longe de possuir no seu estado normal.

            Delas, disse o saudoso Arthur Azevedo, que eram primorosos no gênero e até indicavam que o autor requintara na morte as suas consagradas qualidades de prosador e poeta.

            Quanto aos fins das comunicações, é sabido que os espíritos elevados colimam (apreciam), de preferência, falar dos sentidos d'alma, que não aos do corpo.

            Diante da grandeza de um Universo que se amplia ao infinito, perscrutando a natureza efêmera das coisas que formam o nosso ambiente físico para só conhecerem das causas imanentes que regem o cosmos, é claro (falamos dos espíritos elevados) que os desencarnados podem e devem colocar em plano secundário “as nuances” e cabedais propriamente humanos.

            Ainda assim, casos há de manifestações típicas, em que a técnica e os prismas da Terra se evidenciam, como, por exemplo, no romance póstumo de Charles Dickens e nas apreciadas novelas de Victor Hugo pela médium patrícia Zilda Gama.

            Não seja, pois, motivo de reparo o isomorfismo (de formas iguais) do estilo destas comunicações que vimos apreciando, circunstância que deve ser levada à conta da tonalidade pessoal do médium, e que em nada afeta o valor moral da sua nobre tarefa.

            Tomadas de conjunto, essas comunicações constituem excelentes temas de meditação, e deixam n'alma do crente um suavíssimo conforto, o que só por si bastaria para recomendar a sua leitura a todos os nossos confrades.

            É o que fazemos sem favor, deixando aqui consignados os nossos agradecimentos pela gentileza da oferta.

 Do livro “Tudo por Cristo

por Adelaide Câmara (Aura Celeste)

Ed. “Fundo de Publicações Amaro Câmara RJ -1960

 

Mensagem de Bezerra de Menezes (Max) à pág. 47:

             “Meus amigos,

            Criaturas há impulsivas para quem no primeiro momento tudo é bom, perfeito, razoável, e sob essa impressão procuram agir; é errônea essa maneira de proceder, falso é esse modo de interpretar os atos de seus irmãos. Daí se originam contendas, perfídias, apreciações injustas, que não só vão ferir a pessoa que o produziu, mas afetam também o próprio pensador. Eis porque Nosso Senhor Jesus Cristo disse: “Não julgueis para não serdes julgados.”

            Sim, meus amigos, com a medida com que medirdes, com essa medida seremos nós medidos, isto é, no grau e da forma que perdoarmos, dessa mesma forma seremos perdoados. Lembrai-vos, meus amigos, de que a vida do cristão deve ser o espelho no qual se reflitam todos os atos comprobatórios da sua sinceridade. Dizer com os lábios, pregar virtudes e não exemplifica-las nos fatos de sua vida de relação é um pensar errado, é uma maneira de proceder que não se coaduna com os preceitos evangélicos.

            No entanto, tivemos na Terra o Modelo perfeito de todas as virtudes, Nosso Senhor Jesus Cristo, que tudo exemplificou com humildade! Sim, meus amigos porque o homem muitas vezes interpreta o perdão como ato de nobreza orgulhosa do seu caráter, ele sabe que perante o mundo lhe fica bem esse perdão; entretanto esse não é o perdão verdadeiro, não é o que foi ensinado pelo Cristo de Deus.

            É preciso que saibais perdoar com humildade, isto é, atenuando as dívidas do ofensor, justificando sua fragilidade, atribuindo à fraqueza do seu espírito, porquanto não fosse espírito fraco e possuísse envergadura suficiente para dar execução ao ensino de amor, certamente não ofenderia seus irmãos.”

 (“Do Além”, 4ª fasc., CCXII, 20 de Maio de 1924)