Cristianismo e Espiritismo
Bezerra de Menezes (Espírito)
por Aura Celeste (Adelaide Câmara)
Fonte: “Do Além”, 4º fasc. CCXX, 24 de Junho de 1924
Livro: “Tudo por Cristo!”
Edição: Pongetti /
Fundo de Publicações AMARO CÂMARA - 1960 -
Asilo Espírita João Evangelista
Paz aos homens de boa vontade.
O Cristianismo, religião de elevação
e santificação da alma, encontra no Espiritismo seu mais alto expoente.
Em meio desse ambiente que
envolve a Terra na época atual, saturado de violências sangrentas, ódios recalcados
por longa incubação, explodindo fragorosamente, é ele o único refúgio às almas
piedosas. São grandes os meios de que dispõe a igreja espírita para diminuir o
efeito desses males sobre a humanidade. Para isso põe o Senhor em suas mãos o
remédio eficaz contra a calamidade que assola o planeta, física, moral e
espiritualmente. Esse remédio se encontra na luz que dimana das páginas
benditas do Evangelho do Cristo.
Para que põe a Igreja espírita a candeia sob o alqueire, em vez de a
colocar sobre o velador, para que alumie toda a casa?
Por que tranca a Igreja espírita as
portas do reino de Deus, nele não penetrando nem consentindo que outros
penetrem?
Não desconhece ela a
responsabilidade que sobre os seus ombros pesa... Que pensar, portanto, da sua
inércia e despreocupação, perante a penúria moral que invade assustadoramente
os próprios centros de caridade? Terão os depositários das verdades eternas no
planeta deixado de crer e de amar?
Meus amigos, de outros planos
os vossos companheiros se entristecem da vossa desídia e estacionário
progredir...
Necessitais abandonar o círculo
estreito que traçastes ao redor de vós mesmos, romper essa estreiteza que
restringe o vosso pensamento, sufoca os vossos sentimentos e encurta a vossa
ação positiva no campo vastíssimo a desbravar, que tendes diante dos vossos
olhos. Recordai-vos de que não podeis conhecer a Deus senão pelo amor, pela
caridade. De nada vale o dizer: Senhor, Senhor... (palavras de Nosso Senhor
Jesus Cristo) – sem testemunhar por ações positivas e inequívocas que sois
discípulos do Divino Mestre.
Ser espírita é amar ao seu Deus,
acima de outro qualquer amor; é seguir os mandamentos, as leis de amor, os
preceitos de caridade ditados ao nosso planeta pelo filho imaculado desse mesmo
Deus, a quem dizeis adorar em espírito e verdade; ser espírita é dedicar-se de
corpo e alma à causa que esse mesmo Jesus abraçou e defendeu até o sacrifício,
e em benefício da qual os servos do Senhor, nos primeiros tempos da era cristã
não pouparam a própria existência que então fruíam.
É bem amargo assinalar que o vosso
coração não arde naquela chama de amor que distingue o verdadeiro servo do
Senhor.
Nada tendes a objetar às minhas
considerações que ora vos faço porque sabeis que elas são justas e inspiradas
pelo grande amor que consagro à mesma causa que esposais. Sede, pois, coerentes
convosco mesmos, com os princípios básicos do Cristianismo, provando aos que de
fora vos observam, que o Espiritismo é Cristianismo! Não podeis caminhar sós,
bem o sabeis.
A que vos conduzirá Espiritismo sem
Cristianismo? Desconhecendo essa verdade, recusando o ensino que do Alto vos envia
o Mestre Amado, chegareis a ser como “cegos” conduzindo “cegos”...
Conciliai, pois, a vossa maneira de
proceder
no exercício das posições que ocupais à frente do movimento espírita, no centro
em que trabalhais, com os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo sempre
em vista que o Mestre não parou, antes pelo contrário, está como sempre em
plena atividade, fazendo baixar os seus mensageiros até vós, trazendo as
revelações, os mandamentos que tendes por dever seguir fielmente.
A seu tempo virá o Senhor da seara
separar o joio do trigo que por ora crescem juntos. Deus vos ilumine.
Assina: Max (Bezerra
de Menezes)
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