Valiosa contribuição
por Luiz de Araújo Pedrosa
Reformador
(FEB) Janeiro 1943
A bibliografia espírita do nosso país, devemos convir, cada dia fica mais enriquecida de obras úteis.
De Minas, Francisco Cândido Xavier,
nada obstante a sua invejável simplicidade, vez por outra nos presenteia com
verdadeiras torrentes de luz, ditadas por Emmanuel, Humberto de Campos e outros
nomes de igual quilate.
É não somente luz que a sua pena mágica
veicula, mas também grandes consolações para os de boa vontade e para os
sofredores; é como que o Senhor dos mundos a espalhar Amor em profusão.
De outros pontos de “Pátria do
Evangelho”, igualmente, vemos surgir, sempre e sempre, trabalhos de doutrina e
de ciência, numa sucessão intérmina, tudo demonstrando que na terra onde foi
plantada a árvore santa os homens estão possuídos de um sagrado anseio pelo
Bem.
Revela isto que todos desejam
conduzir a sua pedra para a construção do grande edifício destinado ao culto,
em espírito e verdade, do Deus Onipotente.
Felizmente enquanto que os homens
dos velhos continentes, esquecidos do “amai-vos uns aos outros”, se entregam a uma
luta de extermínio total, no Brasil alguma coisa de útil se faz em benefício do
aperfeiçoamento espiritual.
Os bons livros constituem, incontestavelmente,
meio muito eficaz do homem se manter em ascensão constante para aquele que tudo
pode. Devem, pois, ter ampla divulgação, dado que duplo é o efeito; instruir e
aperfeiçoar o Espírito.
Já é tempo do homem compreender a necessidade inelutável de progredir e de voltar-se, resoluto e confiante, para o Bem e a Perfeição, despojando-se tanto quanto possível, se não o puder inteiramente, de tudo o que concorra para o seu atraso espiritual.
É, sem dúvida, luta árdua a que o homem velho
tem de entregar e para se transformar no homem novo, luta em meio da qual
muitos são os que sucumbem, a despeito mesmo dos seus esforços.
Isso, porém, é um imperativo a que ninguém
deve furtar-se, visto que se aproxima a época do Semeador Divino fazer a separação
do “joio e do trigo”.
Dentre os bons livros que hei lido e
conservo com carinho, eis que me vem às mãos, em hora feliz, - “Bezerra de
Menezes, o médico dos pobres”, da autoria de F. Acquarone.
É a histeria da vida cintilante de
um Justo, mandado pelo Senhor à terra brasileira, e que entre nós foi - ADOLFO
BEZERRA DE MENEZES.
Quem o ler com sentimento, por certo,
lágrimas há de verter, e abundantes, tal a emoção que desperta e o profundo
respeito que inspira a vida de tão iluminado Espirito.
Inúmeras
foram as dores contadas pelo Justo quando na matéria, onde a vida lhe
transcorreu numa sequência de lutas sacrossantas, continuadas nas regiões onde
somente os bons tem ingresso.
Podemos dizer, sem receio de contestação e
rendendo um preito de simples justiça, que o rastro de luz deixado por Bezerra
entre nós cada dia mais se avoluma como também mais se avoluma o seu amor pelos
sofredores das duas humanidades.
Ele continua vivendo para o Bem e pelo Bem, esquecido
de si mesmo, como fazia na Terra ingrata onde seus irmãos muitas vezes não o
puderam compreender, curando o corpo e o Espírito com um desprendimento
sublime, magnífico.
Onde existir uma lágrima a estancar, ou uma ferida
a pensar, aí estará Bezerra de Menezes, no Palácio ou na choupana, como a
personificação da Caridade a serviço de Jesus...
O livro a que nos referimos, pois,
não pode faltar na biblioteca dos espíritas, em particular, e na de todos, em
geral, por isso que se recomenda como estímulo àqueles que desejam inspirar-se
em fonte cristalina, qual foi e continua sendo o – “médico dos pobres”.
Dr. Bezerra de Menezes continua vivendo pelo bem e para o bem...
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