terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Valiosa contribuição

 


Valiosa contribuição

por Luiz de Araújo Pedrosa

Reformador (FEB) Janeiro 1943

             A bibliografia espírita do nosso país, devemos convir, cada dia fica mais enriquecida de obras úteis.

            De Minas, Francisco Cândido Xavier, nada obstante a sua invejável simplicidade, vez por outra nos presenteia com verdadeiras torrentes de luz, ditadas por Emmanuel, Humberto de Campos e outros nomes de igual quilate.

            É não somente luz que a sua pena mágica veicula, mas também grandes consolações para os de boa vontade e para os sofredores; é como que o Senhor dos mundos a espalhar Amor em profusão.

            De outros pontos de “Pátria do Evangelho”, igualmente, vemos surgir, sempre e sempre, trabalhos de doutrina e de ciência, numa sucessão intérmina, tudo demonstrando que na terra onde foi plantada a árvore santa os homens estão possuídos de um sagrado anseio pelo Bem.

            Revela isto que todos desejam conduzir a sua pedra para a construção do grande edifício destinado ao culto, em espírito e verdade, do Deus Onipotente.

            Felizmente enquanto que os homens dos velhos continentes, esquecidos do “amai-vos uns aos outros”, se entregam a uma luta de extermínio total, no Brasil alguma coisa de útil se faz em benefício do aperfeiçoamento espiritual.

            Os bons livros constituem, incontestavelmente, meio muito eficaz do homem se manter em ascensão constante para aquele que tudo pode. Devem, pois, ter ampla divulgação, dado que duplo é o efeito; instruir e aperfeiçoar o Espírito.

            Já é tempo do homem compreender a necessidade inelutável de progredir e de voltar-se, resoluto e confiante, para o Bem e a Perfeição, despojando-se tanto quanto possível, se não o puder inteiramente, de tudo o que concorra para o seu atraso espiritual.

            É, sem dúvida, luta árdua a que o homem velho tem de entregar e para se transformar no homem novo, luta em meio da qual muitos são os que sucumbem, a despeito mesmo dos seus esforços.

            Isso, porém, é um imperativo a que ninguém deve furtar-se, visto que se aproxima a época do Semeador Divino fazer a separação do “joio e do trigo”.

            Dentre os bons livros que hei lido e conservo com carinho, eis que me vem às mãos, em hora feliz, - “Bezerra de Menezes, o médico dos pobres”, da autoria de F. Acquarone.

            É a histeria da vida cintilante de um Justo, mandado pelo Senhor à terra brasileira, e que entre nós foi - ADOLFO BEZERRA DE MENEZES.

            Quem o ler com sentimento, por certo, lágrimas há de verter, e abundantes, tal a emoção que desperta e o profundo respeito que inspira a vida de tão iluminado Espirito.

Inúmeras foram as dores contadas pelo Justo quando na matéria, onde a vida lhe transcorreu numa sequência de lutas sacrossantas, continuadas nas regiões onde somente os bons tem ingresso.

            Podemos dizer, sem receio de contestação e rendendo um preito de simples justiça, que o rastro de luz deixado por Bezerra entre nós cada dia mais se avoluma como também mais se avoluma o seu amor pelos sofredores das duas humanidades.

            Ele continua vivendo para o Bem e pelo Bem, esquecido de si mesmo, como fazia na Terra ingrata onde seus irmãos muitas vezes não o puderam compreender, curando o corpo e o Espírito com um desprendimento sublime, magnífico.  

            Onde existir uma lágrima a estancar, ou uma ferida a pensar, aí estará Bezerra de Menezes, no Palácio ou na choupana, como a personificação da Caridade a serviço de Jesus...

            O livro a que nos referimos, pois, não pode faltar na biblioteca dos espíritas, em particular, e na de todos, em geral, por isso que se recomenda como estímulo àqueles que desejam inspirar-se em fonte cristalina, qual foi e continua sendo o – “médico dos pobres”.


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