Lembro-me da assertiva feliz de um
grande pensador, que escreveu: procurai até a raiz a razão das vossas desditas,
dos vossos fracassos, das vossas enfermidades e a encontrareis no mal que
fizestes a alguém, criando, assim, um adversário.
E acrescentaremos: e tanto mais se
agravará nossa situação se não nos dermos pressa de perdoar esse adversário,
procurar fazer com ele as pazes, enquanto estamos em caminho com ele na mesma
prova remissiva...
Porque, depois, o mal será maior,
por descobrir ele nossos pontos fracos, vulneráveis...
* * *
Antes de ser espírita, sentíamos
tonteiras, nossos sonhos eram sempre dolorosos, com perseguições constantes de
inimigos invisíveis, às vezes, até, em forma de animais, provando-nos sua
agressividade e más intenções.
Aí é que sentimos, em cheio, como
somos endividados diante do Grande Amor, que sempre perdoou e perdoa nossos
erros, nossas faltas, possibilitando-nos felizes reabilitações, nem sempre
entendidas...
Tornando-nos espírita, logo de
início recebemos conselho providencial de uma Entidade amiga, que, à moda de um
Pai amantíssimo, nos guia e nos inspira para o Bem.
Disse-nos, então:
- Meu filho, é preciso cultuar o
Evangelho em seu lar, pelo menos uma vez por semana, em hora certa. Formará,
com o tempo, duas assembleias, uma de encarnados, com seus familiares, e outra
de desencarnados, com seus amigos e adversários do passado. Somente,
assim, poderá catequizá-los, mercê da misericórdia de Jesus, através das lições
medicamentosas, curadoras, salvadoras de seu Livro Divino!
Colocamos em prática o evangélico
conselho e até hoje, decorridos 42 anos desse culto, somente temos recebido
graças e mais graças, sentindo mesmo que muitos de nossos inconquistáveis
adversários, contagiados pela palavra de luz e amor do Amigo Celeste, vêm
deixando de nos perseguir e, muitos deles, se tornaram nossos amigos e protetores...
Que
nosso humilde artigo, feito com sincera intenção de divulgar algo útil à
felicidade de nossos prezados irmãos de romagem redentora, possa concorrer para
divulgar a necessidade de perdoar, realizando o sacrifício mais agradável a
Deus, que é o perdão com o
esquecimento dos agravos e das mágoas.
Foi realizando o perdão, fechando
com chave de ouro sua tarefa redentora, que Jesus se despediu do mundo que o
crucificou, que o não entendeu e que lhe pagou com o mal todo o bem recebido!
O mundo, que aí está, precisa de
perdão, precisa de que exemplifiquemos Jesus nessa explosão de sua misericórdia
e seu imenso amor por nós!
O
sacrifício mais agradável a Deus
Ramiro Gama
Brasil-Espírita/ Reformador (FEB)
Julho 1971
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