Cura de um Doente
14,1 Jesus entrou num sábado na casa de um fariseu
notável, para uma refeição. 14,2 Havia, ali, um homem hidrópico. 14,3 Jesus
dirigiu-se aos doutores da lei e aos fariseus: “-É permitido ou não fazer
curas nos dias de sábado?” 14,4 Eles nada disseram. Então, Jesus, tomando o
homem pela mão, curou-o e despediu-o. 14,5 Depois, dirigindo-se a eles, disse: “-Qual de vós que, se lhe cair um
jumento ou um boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia de sábado?”
14,6 A isto, nada lhe podiam replicar.
* Hidropsia -
Acumulação anormal de um líquido seroso em alguma parte do corpo.
Para
Lc (14,1-6) -Cura de um Doente -
cabe recorrer Antonio Luiz Sayão,
em “Elucidações Evangélicas”:
“O hidrópico fora levado à presença de
Jesus pelos doutores da lei, pelos escribas e fariseus, para verem se o
apanhavam em culpa, ou por violar o sábado, caso, cedendo aos piedosos impulsos
do seu coração, o curasse naquele dia, ou por faltar à caridade, se, para
guardar escrupulosamente o sábado, não o fizesse. Porém, Jesus, que lhes lia no
íntimo os pensamentos, efetuou a cura, inibindo-os de formular contra Ele
qualquer acusação, mediante as perguntas que lhes dirigiu e a que eles se viram
impossibilitados de responder.
Quanto à cura, o Mestre a operou,
como todas as outras que os Evangelhos registram, pelo poder da sua vontade,
exercendo sobre o doente uma ação magnética, que lhe saturou o organismo dos
fluidos apropriados a restabelecer ali o equilíbrio desfeito.
A hidropsia tem a sua causa num
empobrecimento do sangue, cujo quilo diminui, sendo substituído pelas partes
aquosas que ele contém, devido isso a uma alteração dos princípios vitais, por
efeito de privações ou de excessos.
Bem dirigida, a ação magnética
humana pode deter os progressos dessa decomposição do sangue e mesmo fazê-la
cessar; mas, só com tempo e perseverança, porquanto os instrumentos ainda não
são bastante puros, para não alterarem ou apoucarem, pelo seu contato, os
fluidos de que possam dispor.
Jesus, magnetizador perfeito,
empregava os princípios curativos em toda a sua pureza e, conseguintemente, no
máximo grau de eficácia.
Não diz o evangelista que a
tumefação produzida pela enfermidade cessou inopinadamente; diz apenas que a
enfermidade foi curada. Significa isso que a causa do mal foi destruída,
restabelecendo-se o equilíbrio como conseqüência da ação magnética exercidas,
da ação dos fluidos de que Jesus impregnava o organismo do enfermo.
O mal chegara a uma de suas últimas
fases e a fraqueza obstava a que o hidrópico fizesse qualquer esforço. Jesus,
entretanto, o mandou embora. É que lhe deu forças, para se retirar, e esse era
o prenúncio da cura visível: a desinchação.”
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