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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Novos Rumos



             Espíritas, meus Irmãos!

            Urge que consubstanciemos em nosso comportamento diário a mensagem do Cristo a fim de que a desencarnação não nos surpreenda desatentos...

            Antes ignorávamos as verdades da informação espírita e por essa razão caminhávamos desassisados e inquietos.

            Depois, convidados pelo Mundo Maior às realidades da vida, despertamos para as responsabilidades que nos convocam a correta atitude, de modo a plasmarmos no dia-a-dia a diretriz que nos pode libertar e conduzir com segurança.

            Muitos discípulos do Evangelho, desatentos, dirão que não há oportunidade para vivermos, nestes dias, aquelas excelentes verdades que há dois mil anos nos fascinam sem conseguirem Impregna(-nos com a necessária pureza.

            Dir-nos-ão que já não se pode experimentar aqueles abençoados estados de intercâmbios espirituais, através dos quais haurimos força e vitalidade para prosseguir ...

            Sabemos, porém, que estes que assim esclarecem encontram-se equivocados.

            Temos experimentado a paz da comunicação entre os dois mundos e, muitas vezes, temos conseguido fruir as mesmas consolações que no Cenáculo da 'Casa do Caminho' os discípulos do Rabi galileu igualmente desfrutavam...

            Para tais pensadores apressados, que também repontam em nossas hostes nos dias atuais, o Espiritismo é a técnica de investigação por meio da qual, na mediunidade, se podem constatar as realidades do mundo extra-sensorial. Quando assim não se revelam, no caráter penas de pesquisadores bem intencionados, estabelecem que a Doutrina Espirita é a rota filosófica para resolver os problemas e as incógnitas do pensamento que, desde Oedipus, aguardam novos e audazes heróis que se possam libertar da agressão da Esfinge e da sua cruel fatalidade, decifrando-a novamente...

            Uma grande parte dos companheiros igualmente se deixou fascinar pelo Espiritismo e o toma como religião apenas, permitindo-se arrastar por lamentável fanatismo que paulatinamente pode conduzir, por ignorância, a uma seita infeliz, desfigurando-o em qualquer de seus nobres aspectos, como se assim desfigurado somente em uma das faces, através das quais foi apresentado pelo Codificador, pudesse representar sua legítima verdade.

            Nesse sentido, convém perseverarmos na conceituação sempre nova e atual da tríade divina com que as "Vozes dos Céus" o revelaram a Allan Kardec: Ciência, Filosofia e Religião.

            Sob todos os ângulos nos quais seja considerado, o Espiritismo é síntese do pensamento divino oferecido à Humanidade para a sua própria recristianização.

            Contemplamos nestes dias as terríveis aflições que visitam o coração e a mente humana; examinamos as superlativas dores que ameaçam desabar sobre a sociedade
hodierna; observamos o avanço da técnica e a desorganizada correria do homem em busca de coisa nenhuma, e recordamos as consolações prometidas por Jesus, hoje rescendendo na mensagem espirita o seu aroma sutil, penetrando os corações, abrindo novas perspectivas às mentes indagadoras e oferecendo paisagens dantes jamais sonhadas aos nautas, incansáveis aventureiros nos mares da 'lida carnal...

            Por essa razão, somos convocados a repetir a necessidade de corporificarmos, através do Espiritismo, as palavras de Jesus em nossa conduta diária.

            Quando nos afirmam que estes são outros tempos, sentimos, sim, que mudaram as épocas, as circunstâncias e as técnicas, mas o homem continua o mesmo do passado, herdeiro de si mesmo, conduzindo sobre os ombros, nas diversas experiências carnais, o legado dos atos que o impelem a ir e voltar, encetando e repetindo jornadas através das quais busca a própria libertação das sombras da morte e do sofrimento...

            Por essa razão, somos convocados a repetir a necessidade de corporificarmos, através do Espiritismo, as palavras de Jesus em nossa conduta diária.

            Quando nos afirmam que estes são outros tempos, sentimos, sim, que mudaram as épocas, as circunstâncias e as técnicas, mas o homem continua o mesmo, conduzindo sobre os seus ombros, nas diversas experiências carnais, o legado dos atos que o impelem a ir e voltar, encetando e repetindo jornadas através dos quais busca a própria libertação das sombras da morte e do sofrimento...

            Por essa razão,  conjugando os diversos tempos e modos do verbo servir, avancemos.

            Intimoratos, sigamos intemeratos, conquistando as terras desconhecidas do espirito e espargindo a luz clarificadora do Evangelho sobre as próprias pegadas.

            Jesus é o mesmo, hoje. O mesmo de ontem e o mesmo de sempre.

            Deixemos o rol das queixas e das recriminações, as rotas negativas da própria inferioridade e levantemo-nos resolutos para o labor que nos cabe executar.

            Há muitos corações que choram e mentes em desalinho que aguardam a nossa cooperação.

            Não se encontram apenas nos grabatos da miséria ou nas sarjetas das ruas... As grandes maiorias desfilam no palco das ilusões e afivelam máscaras de poder, fortuna, cultura e glória... Parecem superiores e felizes, mas não são. Apresentam-se como dominadoras e são dominadas no imo de si mesmas... Revelam-se na condição de senhores do mundo e, no entanto, são servas de paixões subalternas...

            Apiedemo-nos deles todos, nossos irmãos enganados pelas utopias e vencidos pela prosápia da própria incúria.

            Ofereçamos-lhes a mensagem espírita, falando-lhes em linguagem compatível ao seu entendimento e façamos que eles sintam a grandeza da revelação, graças à paz e à alegria interior de que nos encontremos revestidos.

            Para tanto, perscrutemos as palavras do Codificador e penetremos-lhes as nascentes, banhando-nos na água lustral de que se constituem.

            É verdade que devemos examinar e reexaminar a Codificação Kardequiana a fim de nos aparelharmos para as grandes lides do momento. E fala-se mesmo quanto à necessidade de uma revisão em muitas partes da doutrina, que se encontraria ultrapassada...

            Sem dúvida, é imprescindível estudar o Espiritismo para apresentá-lo de modo consentâneo às necessidades desta ou daquela ordem, nestes dias de cultura, tormento e técnica...

            O Espiritismo, porém, é luz, e como tal não pode conter trevas.

            Suas bases são inamovíveis.

            O que ora nos parece superado é conceito que não se encontra devidamente desdobrado nem valorizado na sua real significação.

            Por isso mesmo, peregrinemos pelas retortas e laboratórios, pesquisando e analisando; frequentemos as escolas da indagação e reunamos informes; busquemos a técnica, porém, tudo estudemos à luz do Espiritismo, em cuja fonte há linfa para a sede expressiva de que nos encontremos possuídos e da qual sejamos instrumentos ... 
             ... E sirvamos infatigavelmente.

            Seja o nosso o salário do suor e da dedicação.

            E levantando bem alto o lábaro da Caridade, renovemo-nos no trabalho edificante, agindo com solidariedade ampla, nova, constante e, através da tolerância, avancemos sem cessar, até o momento da nossa libertação em plenitude de paz.

            Os rumos são o desdobramento das velhas e permanentes diretrizes do amor e do estudo, para que o amor nos felicite as horas e o estudo nos ilumine a consciência, na direção de Jesus, aquele a quem temos a honra de servir.

Novos Rumos
Guillon Ribeiro
por Divaldo Franco

Reformador (FEB) Dezembro 1970

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