Espíritas,
meus Irmãos!
Urge que consubstanciemos em nosso
comportamento diário a mensagem do Cristo a fim de que a desencarnação não nos
surpreenda desatentos...
Antes ignorávamos as verdades da
informação espírita e por essa razão caminhávamos desassisados e inquietos.
Depois, convidados pelo Mundo Maior
às realidades da vida, despertamos para as responsabilidades que nos convocam a
correta atitude, de modo a plasmarmos no dia-a-dia
a diretriz que nos pode libertar e conduzir com segurança.
Muitos discípulos do Evangelho,
desatentos, dirão que não há oportunidade para vivermos, nestes dias, aquelas
excelentes verdades que há dois mil anos nos fascinam sem
conseguirem Impregna(-nos com a necessária pureza.
Dir-nos-ão que já não se pode
experimentar aqueles abençoados estados de intercâmbios espirituais, através
dos quais haurimos força e vitalidade para prosseguir ...
Sabemos, porém, que estes que assim
esclarecem encontram-se equivocados.
Temos experimentado a paz da
comunicação entre os dois mundos e, muitas vezes, temos conseguido fruir as
mesmas consolações que no Cenáculo da 'Casa do Caminho' os discípulos do Rabi
galileu igualmente desfrutavam...
Para tais pensadores apressados, que
também repontam em nossas hostes nos dias atuais, o Espiritismo é a técnica de
investigação por meio da qual, na mediunidade, se podem constatar as realidades
do mundo extra-sensorial. Quando assim não se revelam, no caráter penas de
pesquisadores bem intencionados, estabelecem que a Doutrina Espirita é a rota
filosófica para resolver os problemas e as incógnitas do pensamento que, desde Oedipus, aguardam novos e
audazes heróis que se possam libertar da agressão da Esfinge e da sua cruel
fatalidade, decifrando-a novamente...
Uma grande parte dos companheiros
igualmente se deixou fascinar pelo Espiritismo e o toma como religião apenas,
permitindo-se arrastar por lamentável fanatismo que paulatinamente pode conduzir,
por ignorância, a uma seita infeliz, desfigurando-o em qualquer de seus nobres
aspectos, como se assim desfigurado somente em uma das faces, através das quais
foi apresentado pelo Codificador, pudesse representar sua legítima verdade.
Nesse sentido, convém perseverarmos
na conceituação sempre nova e atual da tríade divina com que as "Vozes dos
Céus" o revelaram a Allan Kardec: Ciência, Filosofia e Religião.
Sob todos os ângulos nos quais seja
considerado, o Espiritismo é síntese do pensamento divino oferecido à
Humanidade para a sua própria recristianização.
Contemplamos nestes dias as terríveis
aflições que visitam o coração e a mente humana; examinamos as superlativas
dores que ameaçam desabar sobre a sociedade
hodierna;
observamos o avanço da técnica e a desorganizada correria do homem em busca de
coisa nenhuma, e recordamos as consolações prometidas por Jesus, hoje
rescendendo na mensagem espirita o seu aroma sutil, penetrando os corações,
abrindo novas perspectivas às mentes indagadoras e oferecendo paisagens dantes
jamais sonhadas aos nautas, incansáveis aventureiros nos mares da 'lida carnal...
Por essa razão, somos convocados a
repetir a necessidade de corporificarmos, através do Espiritismo, as palavras
de Jesus em nossa conduta diária.
Quando nos afirmam que estes são
outros tempos, sentimos, sim, que mudaram as épocas, as circunstâncias e as
técnicas, mas o homem continua o mesmo do passado, herdeiro de si mesmo,
conduzindo sobre os ombros, nas diversas experiências carnais, o legado dos
atos que o impelem a ir e voltar, encetando e repetindo jornadas através das
quais busca a própria libertação das sombras da morte e do sofrimento...
Por essa razão, somos convocados a
repetir a necessidade de corporificarmos, através do Espiritismo, as palavras
de Jesus em nossa conduta diária.
Quando nos afirmam que estes são
outros tempos, sentimos, sim, que mudaram as épocas, as circunstâncias e as
técnicas, mas o homem continua o mesmo, conduzindo sobre os seus ombros, nas
diversas experiências carnais, o legado dos atos que o impelem a ir e voltar,
encetando e repetindo jornadas através dos quais busca a própria libertação das
sombras da morte e do sofrimento...
Por essa razão, conjugando os diversos tempos e modos do
verbo servir, avancemos.
Intimoratos, sigamos intemeratos,
conquistando as terras desconhecidas do espirito e espargindo a luz
clarificadora do Evangelho sobre as próprias pegadas.
Jesus é o mesmo, hoje. O mesmo de
ontem e o mesmo de sempre.
Deixemos o rol das queixas e das
recriminações, as rotas negativas da própria inferioridade e levantemo-nos
resolutos para o labor que nos cabe executar.
Há muitos corações que choram e
mentes em desalinho que aguardam a nossa cooperação.
Não se encontram apenas nos grabatos
da miséria ou nas sarjetas das ruas... As grandes maiorias desfilam no palco
das ilusões e afivelam máscaras de poder, fortuna, cultura e glória... Parecem
superiores e felizes, mas não são. Apresentam-se como dominadoras e são
dominadas no imo de si mesmas... Revelam-se na condição de senhores do mundo e,
no entanto, são servas de paixões subalternas...
Apiedemo-nos deles todos, nossos
irmãos enganados pelas utopias e vencidos pela prosápia da própria incúria.
Ofereçamos-lhes a mensagem espírita,
falando-lhes em linguagem compatível ao seu entendimento e façamos que eles
sintam a grandeza da revelação, graças à paz e à alegria interior de que nos
encontremos revestidos.
Para tanto, perscrutemos as palavras
do Codificador e penetremos-lhes as nascentes, banhando-nos na água lustral de
que se constituem.
É verdade que devemos examinar e reexaminar
a Codificação Kardequiana a fim de nos aparelharmos para as grandes lides do
momento. E fala-se mesmo quanto à necessidade de uma revisão em muitas partes
da doutrina, que se encontraria ultrapassada...
Sem dúvida, é imprescindível estudar
o Espiritismo para apresentá-lo de modo consentâneo às necessidades desta ou
daquela ordem, nestes dias de cultura, tormento e
técnica...
O Espiritismo, porém, é luz, e como
tal não pode conter trevas.
Suas bases são inamovíveis.
O que ora nos parece superado é
conceito que não se encontra devidamente desdobrado nem valorizado na sua real
significação.
Por isso mesmo, peregrinemos pelas
retortas e laboratórios, pesquisando e analisando; frequentemos as escolas da
indagação e reunamos informes; busquemos a técnica,
porém, tudo estudemos à luz do Espiritismo, em cuja fonte há linfa para a sede
expressiva de que nos encontremos possuídos e da qual sejamos instrumentos ...
... E sirvamos infatigavelmente.
Seja o nosso o salário do suor e da
dedicação.
E levantando bem alto o lábaro da
Caridade, renovemo-nos no trabalho edificante, agindo com solidariedade ampla,
nova, constante e, através da tolerância, avancemos sem cessar, até o momento
da nossa libertação em plenitude de paz.
Os rumos são o desdobramento das
velhas e permanentes diretrizes do amor e do estudo, para que o amor nos
felicite as horas e o estudo nos ilumine a consciência, na direção de Jesus,
aquele a quem temos a honra de servir.
Novos
Rumos
Guillon Ribeiro
por Divaldo Franco
Reformador (FEB) Dezembro 1970
Nenhum comentário:
Postar um comentário