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sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Livro de Tobias



O Livro de Tobias
 O LIVRO DE TOBIAS, extraído da Bíblia Oficial Romana e comentado de acordo com a
Terceira Revelação. Editado pela Livraria da Federação Espírita Brasileira. 1944. 76 páginas.



            A publicação deste livrinho é consequência direta da Questão Roustaing, que no Brasil tem provocado sérias polêmicas entre os partidários da teoria do corpo fluídico de Jesus e os Kardecistas e tende a justificar o fato de a Federação Espírita Brasileira considerar Os Quatro Evangelhos, de J. B. Roustaing, como obra fundamental do Espiritismo, ao lado das de Kardec, a que se opõem muitos escritores e jornalistas do lado contrário.

            O livro em apreço tem certa analogia com o Novo Testamento, não só na essência, como até na linguagem e nas máximas que contém. Embora Kardec lhe faça referência no O Evangelho segundo o Espiritismo, o livro não figura na edição popular da Bíblia.

            A Federação Espírita Brasileira, que é partidária do corpo fluídico de Jesus e propaga essa teoria no seu órgão oficial e em livros e folhetos que edita, aproveitou o fato de nesta obra aparecer um Espírito materializado que Tobias-filho toma por um homem que faz vida semelhante à doutro homem, que o guia em certa viagem que empreende, que o protege, que o casa com Sara, filha de Raquel, que cura a cegueira de Tobias-pai, tudo isto com o nome de Azarias, e só no fim, quando se despede, é que se dá a conhecer, dizendo ser o Anjo Rafael, "um dos sete que assistimos diante do Senhor"; aproveitou este fato, dizíamos, para reforçar aquela teoria, a fim de mais facilmente acreditarem os que ainda se não decidiram por ela. Confessa-o numa nota explicativa, a fim de destruir os ataque feitos à obra de Roustaing, terminando por dizer que[1] (1) "negar fé aos ensinos recebidos pela mediunidade de Mme. Collignon, num ponto capital em que esses ensinos confirmam as duas fases anteriores da Revelação divina, equivaleria a negar o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo". (*)

(*) Da revista espírita ‘Estudos Psíquicos’ que se edita em Lisboa.



in ‘Reformador’ (FEB) Outubro 194



[1] (1) O grifo é de Reformador.


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