Jesus e Tomé
Não Ver – para Crer JUL 19
Tomé,
um dos doze, chamado o gêmeo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: “Vimos o Senhor.” Ele, porém, lhes
respondeu: “Se não lhe vir nas mãos as marcas dos cravos, se não meter o dedo
no lugar dos cravos, e não lhe introduzir a mão no lado, não acreditarei.”
Passados oito dias, achavam-se os
discípulos, outra vez, portas a dentro, e Tomé com eles. Entrou Jesus, de
portas fechadas, colocou-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco.”
Depois disse a Tomé: “Introduz teu dedo aqui, e vê as minhas mãos; vem com a
tua mão e mete-a em meu lado; e não sejas descrente, mas crente.”
“Meu Senhor e meu Deus” – exclamou
Tomé.
Advertiu-lhe Jesus: “Crês, Tomé,
porque me viste; bem-aventurados os que não veem, e contudo creem.” João 20, 24ss
Quer dizer, Tomé? que só crerás se
vires? se apalpares? queres ver para poder crer? queres apalpar o objeto de tua
fé? Mas não sabes, insensato analfabeto de Deus, que isto não é fé? que isto é
ciência? E ignoras que “a ciência incha?...”
Que disse o
divino Mestre? quem VIR será salvo? Ou: quem CRER será salvo?...
É necessário não
ver – para crer!...
A fé é um salto
audaz para além do horizonte das nossas experiências pessoais.
A fé é um salto
mortal para o tenebroso vácuo da razão – e para a luminosa plenitude da
revelação...
A fé é o NÃO dos
sentidos – e o SIM da graça...
A fé é maior
heroísmo da alma...
O crente é um
bandeirante do espírito, um desbravador do incógnito, um herói do impossível,
um super-homem da graça, um taumaturgo da Divindade...
“Bem aventurados
os que não veem, e contudo creem!...”
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista
dos Tribunais, SP – 1941
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