quinta-feira, 19 de julho de 2012

Não Ver - para Crer

Jesus e Tomé

Não Ver – para Crer  JUL 19

                 
         Tomé, um dos doze, chamado o gêmeo, não estava com eles quando veio Jesus.                            Disseram-lhe, pois, os outros discípulos:  “Vimos o Senhor.”  Ele, porém, lhes respondeu: “Se não lhe vir nas mãos as marcas dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos, e não lhe introduzir a mão no lado, não acreditarei.”
            Passados oito dias, achavam-se os discípulos, outra vez, portas a dentro, e Tomé com eles. Entrou Jesus, de portas fechadas, colocou-se no meio deles e disse: “A paz seja convosco.” 
Depois disse a Tomé: “Introduz teu dedo aqui, e vê as minhas mãos; vem com a tua mão e mete-a em meu lado; e não sejas descrente, mas crente.”
            “Meu Senhor e meu Deus” – exclamou Tomé.
            Advertiu-lhe Jesus: “Crês, Tomé, porque me viste; bem-aventurados os que não veem, e contudo creem.”     João  20,  24ss



         Quer dizer, Tomé? que só crerás se vires? se apalpares? queres ver para poder crer? queres apalpar o objeto de tua fé? Mas não sabes, insensato analfabeto de Deus, que isto não é fé? que isto é ciência? E ignoras que “a ciência incha?...”

            Que disse o divino Mestre? quem VIR será salvo? Ou: quem CRER será salvo?...

            É necessário não ver – para crer!...

            A fé é um salto audaz para além do horizonte das nossas experiências pessoais.

            A fé é um salto mortal para o tenebroso vácuo da razão – e para a luminosa plenitude da revelação...

            A fé é o NÃO dos sentidos – e o SIM da graça...

            A fé é maior heroísmo da alma...

            O crente é um bandeirante do espírito, um desbravador do incógnito, um herói do impossível, um super-homem da graça, um taumaturgo da Divindade...

            “Bem aventurados os que não veem, e contudo creem!...”


        
Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  


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