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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Divaldo e Roustaing





Divaldo e Roustaing

                
           Poderíamos somar outros tantos nomes de enorme expressão no cenário espírita brasileiro mas optaremos por ficar com esses 3 verbetes: ‘Chico’, ‘Emmanuel’ e ‘Divaldo’. Estaremos bem acompanhados... No entendimento doutrinário, é claro. E Kardec segue conosco, como não poderia deixar de ser...     



“DIVALDO PEREIRA FRANCO

                Palestra proferida em 6.10.1969, no Grupo Espírita Fabiano, no Rio de Janeiro, da qual possuo a respectiva gravação:

            "Durante muitos anos eu não entendia. Eu fui a Roustaing, que é a minha fonte inexaurível de estudo evangélico! Há quase vinte anos que eu leio o benfeitor João Batista Roustaing, meditando na sua palavrazinha, nas belas informações da Sra. Collignon, provindas da Espiritualidade. Mas é de uma interpretação maravilhosa!”

            Este magnífico depoimento foi transcrito no "Reformador" de janeiro de 1970, pág. 10 (artigo "Um gosto e 4 vinténs", de Luciano dos Anjos, págs. 9 a 11, extraído do livro" A Posição Zero"), no qual ainda aparece a informação de que o respeitado médium afirmara não ser possível explicar os Evangelhos senão à luz da "Revelação da Revelação" (pág. 9).

            Posteriormente, foi divulgado novo depoimento seu, no "Reformador" de maio de 1970, pág. 107 (artigo "Dos alfarrábios", de Luciano dos Anjos, págs. 107 a 109):

            “- Somente através de Roustaing se conhece realmente Jesus."

            Entrevista sob o título "Divaldo Pereira Franco: o Verbo dos Espíritos", concedida a Luciano dos Anjos e estampada em "A Notícia", do Rio de Janeiro, edição de 9.6.1973, Iª página do 3º caderno:

            “- Desde que a Terra foi gerada por Deus, qual a maior figura dentre os nascidos de mulher?

            "- João, o Batista, conforme disse Jesus (Mateus: 11-11 e Luc.: 7-28)."

            Palestra proferida na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, quando do lançamento, em 1973, do livro "Párias em Redenção", ditado por Victor Hugo. Nessa palestra, Divaldo Pereira Franco "procurou destacar os deploráveis constrastes entre as presunções cientificistas da civilização sem Deus e o conteúdo eminentemente religioso dos movimentos de natureza espiritualista, particularmente aqueles que foram buscar seus fundamentos nos postulados evolucionistas da Doutrina Espírita, como a queda do Espírito em sua primeira encarnação humana". Vide relato completo no "Reformador" de setembro de 1973, págs. 259 e 260.

            Palestra proferida em 18.2.1991, no Grupo Espírita Regeneração (Casa dos Benefícios), na Rua São Francisco Xavier nº' 609, no Rio de Janeiro, fundado por Bezerra de Menezes, e que, naquela data, comemorava o seu centenário. Possuo a gravação da palestra em fita magnética e em vídeo cassete:

            "A presença psíquica de Nosso Senhor Jesus-Cristo. É que no burgo, no Oriente Médio, estava mergulhado na indumentária física, temporariamente, aquele que é a Luz do Mundo. E eis que se acercando da manjedoura, na noite memorável de Bethlehem, vinha a ser a Luz, como se tornaria de imediato."

            "As mulheres, vendo que Yechuah ben Yoseph, que o filho de José, entre aspas, ali estava olhando aquele mundo, e a Canaã estava de joelhos, contemplando a paisagem, as duas estremeceram."

            "Anunciando a chegada de Jesus, o suave Embaixador dos Céus. E quando ele apareceu na Terra, a sua voz, como um canto ... que impregna as almas de beleza, proclamaria, ali ... "

            Divaldo Pereira Franco fala em "presença psíquica", "mergulhado na indumentária física, temporariamente", "apareceu na Terra", e, principalmente, "o filho de José, entre aspas". Ele se reportava, nesse trecho da palestra, a uma narrativa de Humberto de Campos, que logo localizei, inserida no capítulo 2 do livro "Boa Nova", psicografado por Francisco Cândido Xavier.

            No entanto, quem quiser conferir se cientificará de que ali não se acha a explicação de que Jesus era "o filho de José, entre aspas". Não se trata, pois, de definição de Humberto de Campos, mas do próprio Divaldo Pereira Franco.

            Em sua edição de julho de 1991, pág. 8, o jornal "A Voz do Espírito", de São José do Rio Preto, São Paulo, publicou longa entrevista de Divaldo Pereira Franco, sendo-lhe, a certa altura, perguntado sobre a sua posição em face da obra de J.-B. Roustaing. Em resposta, o médium aludiu às considerações de Allan Kardec, na "Revista Espírita" de junho de 1866, onde o Codificador ressalta que os ensinamentos contidos em "Os Quatro Evangelhos" não se afastam dos princípios de "O Livro dos Espíritos" e de "O Livro dos Médiuns". E aludiu, em seguida, ao comentário de Allan Kardec encontrado no capítulo XV, nº 66, de "A Gênese", onde há censura à hipótese de haver sido uma ilusão, um simulacro, uma farsa a dor do Cristo, se acaso ele não a houvera sentido verdadeiramente. Mas Divaldo Franco teve o cuidado de omitir, daquele nº 66, o último parágrafo, isto é, aquele em que Allan Kardec define sua posição pessoal contra o corpo fIuídico de Jesus e a favor do corpo carnal. Afirmou o médium que a sua ideia sobre a obra de Roustaing resultava exatamente daquelas duas transcrições, a da "Revista Espírita" e a de "A Gênese", com o corte do último parágrafo. Ora, nessas circunstâncias, eu também assinaria embaixo as declarações de Divaldo Pereira Franco e, comigo, todos os rustenistas que conhecem, efetivamente Roustaing. Aliás, foi isso mesmo que Divaldo Pereira Franco me disse, logo após a circulação da sua entrevista. Nenhum rustenista aceita, como disse Kardec e repetiu o Divaldo, que a dor de Jesus haja sido uma farsa. Nisso, estamos perfeitamente de acordo.

            Para amplo esclarecimento da posição de Divaldo Pereira Franco, em face de Roustaing, o leitor deverá reportar-se ao capítulo III, "Desfazendo Dúvidas Imaginárias", subtítulo "Um gosto e quatro vinténs", deste livro "A Posição Zero"."


Fonte:   ‘Os adeptos de Roustaing’
1ª Ed. AEEV - 1993
de  Luciano dos Anjos



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