Divaldo
e Roustaing
Poderíamos somar outros tantos nomes de enorme expressão
no cenário espírita brasileiro mas optaremos por ficar com esses 3 verbetes: ‘Chico’,
‘Emmanuel’ e ‘Divaldo’. Estaremos bem acompanhados... No entendimento
doutrinário, é claro. E Kardec segue conosco, como não poderia deixar de ser...
“DIVALDO PEREIRA FRANCO
Palestra
proferida em 6.10.1969, no Grupo Espírita Fabiano, no Rio de Janeiro, da qual
possuo a respectiva gravação:
"Durante
muitos anos eu não entendia. Eu fui a Roustaing, que é a minha fonte
inexaurível de estudo evangélico! Há quase vinte anos que eu leio o benfeitor
João Batista Roustaing, meditando na sua palavrazinha, nas belas informações da
Sra. Collignon, provindas da Espiritualidade. Mas é de uma interpretação maravilhosa!”
Este magnífico depoimento foi transcrito no
"Reformador" de janeiro de 1970, pág. 10 (artigo "Um gosto e 4
vinténs", de Luciano dos Anjos, págs. 9 a 11, extraído do livro" A
Posição Zero"), no qual ainda aparece a informação de que o respeitado
médium afirmara não ser possível explicar os Evangelhos senão à luz da
"Revelação da Revelação" (pág. 9).
Posteriormente, foi divulgado novo depoimento seu, no
"Reformador" de maio de 1970, pág. 107 (artigo "Dos
alfarrábios", de Luciano dos Anjos, págs. 107 a 109):
“- Somente através
de Roustaing se conhece realmente Jesus."
Entrevista sob o título "Divaldo Pereira Franco: o
Verbo dos Espíritos", concedida a Luciano dos Anjos e estampada em "A
Notícia", do Rio de Janeiro, edição de 9.6.1973, Iª página do 3º caderno:
“- Desde que a Terra foi gerada por Deus, qual a maior
figura dentre os nascidos de mulher?
"- João, o Batista, conforme disse Jesus (Mateus:
11-11 e Luc.: 7-28)."
Palestra proferida na Federação Espírita Brasileira, no
Rio de Janeiro, quando do lançamento, em 1973, do livro "Párias em
Redenção", ditado por Victor Hugo. Nessa palestra, Divaldo Pereira Franco
"procurou destacar os deploráveis
constrastes entre as presunções cientificistas da civilização sem Deus e o
conteúdo eminentemente religioso dos movimentos de natureza espiritualista,
particularmente aqueles que foram buscar seus fundamentos nos postulados
evolucionistas da Doutrina Espírita, como a queda do Espírito em sua primeira
encarnação humana". Vide relato completo no "Reformador" de
setembro de 1973, págs. 259 e 260.
Palestra proferida em 18.2.1991, no Grupo Espírita
Regeneração (Casa dos Benefícios), na Rua São Francisco Xavier nº' 609, no Rio
de Janeiro, fundado por Bezerra de Menezes, e que, naquela data, comemorava o
seu centenário. Possuo a gravação da palestra em fita magnética e em vídeo
cassete:
"A presença
psíquica de Nosso Senhor Jesus-Cristo. É que no burgo, no Oriente Médio, estava
mergulhado na indumentária física, temporariamente, aquele que é a Luz do
Mundo. E eis que se acercando da manjedoura, na noite memorável de Bethlehem,
vinha a ser a Luz, como se tornaria de imediato."
"As mulheres,
vendo que Yechuah ben Yoseph, que o filho de José, entre aspas, ali estava
olhando aquele mundo, e a Canaã estava de joelhos, contemplando a paisagem, as
duas estremeceram."
"Anunciando a
chegada de Jesus, o suave Embaixador dos Céus. E quando ele apareceu na Terra,
a sua voz, como um canto ... que impregna as almas de beleza, proclamaria, ali
... "
Divaldo Pereira Franco fala em "presença
psíquica", "mergulhado na indumentária física, temporariamente",
"apareceu na Terra", e, principalmente, "o filho de José, entre
aspas". Ele se reportava, nesse trecho da palestra, a uma narrativa de
Humberto de Campos, que logo localizei, inserida no capítulo 2 do livro
"Boa Nova", psicografado por Francisco Cândido Xavier.
No entanto, quem quiser conferir se cientificará de que
ali não se acha a explicação de que Jesus era "o filho de José, entre
aspas". Não se trata, pois, de definição de Humberto de Campos, mas do
próprio Divaldo Pereira Franco.
Em sua edição de julho de 1991, pág. 8, o jornal "A
Voz do Espírito", de São José do Rio Preto, São Paulo, publicou longa
entrevista de Divaldo Pereira Franco, sendo-lhe, a certa altura, perguntado
sobre a sua posição em face da obra de J.-B. Roustaing. Em resposta, o médium
aludiu às considerações de Allan Kardec, na "Revista Espírita" de
junho de 1866, onde o Codificador ressalta que os ensinamentos contidos em
"Os Quatro Evangelhos" não se afastam dos princípios de "O Livro
dos Espíritos" e de "O Livro dos Médiuns". E aludiu, em seguida,
ao comentário de Allan Kardec encontrado no capítulo XV, nº 66, de "A
Gênese", onde há censura à hipótese de haver sido uma ilusão, um
simulacro, uma farsa a dor do Cristo, se acaso ele não a houvera sentido
verdadeiramente. Mas Divaldo Franco teve o cuidado de omitir, daquele nº 66, o
último parágrafo, isto é, aquele em que Allan Kardec define sua posição pessoal
contra o corpo fIuídico de Jesus e a favor do corpo carnal. Afirmou o médium
que a sua ideia sobre a obra de Roustaing resultava exatamente daquelas duas
transcrições, a da "Revista Espírita" e a de "A Gênese",
com o corte do último parágrafo. Ora, nessas circunstâncias, eu também
assinaria embaixo as declarações de Divaldo Pereira Franco e, comigo, todos os
rustenistas que conhecem, efetivamente Roustaing. Aliás, foi isso mesmo que
Divaldo Pereira Franco me disse, logo após a circulação da sua entrevista.
Nenhum rustenista aceita, como disse Kardec e repetiu o Divaldo, que a dor de
Jesus haja sido uma farsa. Nisso, estamos perfeitamente de acordo.
Para amplo esclarecimento da posição de Divaldo Pereira
Franco, em face de Roustaing, o leitor deverá reportar-se ao capítulo III,
"Desfazendo Dúvidas Imaginárias", subtítulo "Um gosto e quatro
vinténs", deste livro "A Posição Zero"."
Fonte: ‘Os
adeptos de Roustaing’
1ª
Ed. AEEV - 1993
de Luciano dos Anjos
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