De Mãos Limpas ...
e de Consciência Manchada JUL 01
Perguntou
Pilatos ao povo: “Quem quereis que vos
ponha em liberdade: Barrabás ou Jesus, que se chama o Cristo?”
“Barrabás!” – clamaram eles.
Tornou-lhes Pilatos: “E que farei de
Jesus?”
“Crucifica-o!” – gritaram todos.
Retrucou-lhes o governador: “Pois que
mal fez ele?”
Eles, porém, gritaram ainda mais alto:
“Crucifica-o!”
Vendo Pilatos que nada adiantava e que
o tumulto se tornava cada vez maior, mandou vir água e lavou as mãos à vista do
povo dizendo: “Eu sou inocente do sangue deste justo; respondei vós por ele.”
Bradou então o povo em peso: “O seu
sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!”
Mateus 27, 15
ss
Que comédia é
essa, Pilatos?
É com água que
pretendes lavar a tua consciência?
Oh ridícula
hipocrisia!
Corram sobre as
tuas mãos todas as águas do Jordão, todas as torrentes de Tibre, todas as vagas
do Mediterrâneo – manchadas estão essas mãos, e manchadas ficarão por todos os
séculos...
Que dizeis,
Pilatos? És inocente do sangue desse justo?
Se ele é justo,
por que o condenas? Por que não o absolves?
Que é da tua
inocência, ó assassino da justiça?
Com teus próprios
lábios te condenas, Pilatos.
Lava com as águas
de teus olhos as manchas do teu coração...
Derrama sobre tua
alma o pranto amargo do arrependimento – e o justo que condenaste te restituirá
a inocência que perdeste...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista
dos Tribunais, SP – 1941
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