domingo, 1 de julho de 2012

De Mãos Limpas... e de Consciência Manchada


De Mãos Limpas ...
e de Consciência Manchada  JUL 01

                                   
         Perguntou  Pilatos ao povo: “Quem quereis que vos ponha em liberdade: Barrabás ou Jesus, que se chama o Cristo?”
         “Barrabás!” – clamaram eles.
         Tornou-lhes Pilatos: “E que farei de Jesus?”
         “Crucifica-o!” – gritaram todos.
         Retrucou-lhes o governador: “Pois que mal fez ele?”
         Eles, porém, gritaram ainda mais alto: “Crucifica-o!”
         Vendo Pilatos que nada adiantava e que o tumulto se tornava cada vez maior, mandou vir água e lavou as mãos à vista do povo dizendo: “Eu sou inocente do sangue deste justo; respondei vós por ele.”
         Bradou então o povo em peso: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!”  Mateus  27,  15 ss



            Que comédia é essa, Pilatos?

            É com água que pretendes lavar a tua consciência?

            Oh ridícula hipocrisia!

            Corram sobre as tuas mãos todas as águas do Jordão, todas as torrentes de Tibre, todas as vagas do Mediterrâneo – manchadas estão essas mãos, e manchadas ficarão por todos os séculos...

            Que dizeis, Pilatos? És inocente do sangue desse justo?

            Se ele é justo, por que o condenas? Por que não o absolves?

            Que é da tua inocência, ó assassino da justiça?

            Com teus próprios lábios te condenas, Pilatos.

            Lava com as águas de teus olhos as manchas do teu coração...

            Derrama sobre tua alma o pranto amargo do arrependimento – e o justo que condenaste te restituirá a inocência que perdeste...
                  
  
Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  



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