“A
imortalidade da alma é uma coisa de tal importância, interessa-nos tão profundamente, que é preciso ter perdido toda
a sensibilidade para ser-se indiferente ao seu conhecimento.
O
nosso primeiro interesse e o nosso primeiro dever são os de nos esclarecermos
sobre este assunto, de que depende toda a nossa conduta: e é por isso que eu faço
uma distinção extrema entre os que trabalham com todas as suas forcas para nele
se instruírem, e os que vivem sem dele cuidarem e sem nele pensarem.
Esta
negligência numa questão em que se trata deles mesmos, da sua eternidade, do
seu todo, irrita-me mais do que me comove, surpreende-me e espanta-me, é
monstruosa para mim.
Não
falo assim pelo zelo piedoso duma devoção espiritual. Pelo contrário, entendo
que se deve ter este sentimento por um princípio de interesse humano.”
Pascal
Vol.
1 “A Morte e o seu Mistério”
por
Camille Flamarion
5ª Edição
FEB - 1996
Ninguém
sabe o que é a morte nem se ela será o maior dos benefícios para o homem.
Apesar disso, tememo-la como se fora o pior de todos os males. Atenienses,
acabais de me condenar à morte. A voz divina, que nunca deixou de fazer-se
ouvir por mim durante todo o curso da minha vida, manteve-se hoje silenciosa, e
eu não me defendi das vossas acusações. É porque o que me sucede
é um bem.
Vou
sofrer a sorte a que vós me condenastes; mas, a iniquidade e a infâmia ficarão
para sempre amarradas à memória dos meus juízes. Submeto-me à minha condenação
e eles à sua. É deste modo que as coisas deviam passar-se e, no meu entender,
tudo acontece para melhor.
Quando
a morte se aproxima do homem, o que nele existe de mortal desagrega-se; o que
nele há de imortal e de incorruptível, retira-se intacto.
Sócrates
Vol. 2
“A Morte e o seu Mistério”
por
Camille Flamarion
3ª
Edição FEB - 1982
A
morte é nosso destino comum. As riquezas materiais adquirem-se e perdem-se. Que
a tua vida se inspire na mais pura justiça! Sê irrepreensível para o próximo
como para contigo. Aproveita todas as oportunidades para te instruíres. Viverás,
assim, vida sumamente agradável.
Medita
estes pensamentos. Quando deles estiveres compenetrado, poderás conceber a constituição de Deus, dos homens e
das coisas e ajuizar da realidade da unidade de toda a natureza. Conhecerás
então essa lei universal: em toda parte do mundo a matéria e o espírito, em
principio, são idênticos.
Prossegue
na obra da libertação da tua alma, fazendo escolha judiciosa e ponderada de
todas as coisas, de modo a assegurar a vitória do que em ti existe de melhor: O
Espírito. Assim, quando abandonares teu corpo material, elevar-te-ás no éter,
e, deixando de seres mortal, revestirás tu mesmo a forma de um deus imortal.
Pitágoras
Vol. 3
“A Morte e o seu Mistério”
por
Camille Flamarion
3ª
Edição FEB - 1982
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