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“O Cristianismo do Cristo
e o dos seus Vigários...”
Autor: Padre Alta (Doutor pela Sorbonne)
Tradução de Guillon Ribeiro
1921
Ed. Federação Espírita Brasileira
Direitos cedidos pela Editores Vigot Frères, Paris
Essa
não era, entretanto, a instituição que Jesus-Cristo queria.
O
próprio Deus único, que os Judeus adoravam, era, ao que os mesmos Judeus
imaginavam, um Deus privativo deles, que havia de lhes submeter politicamente
todas as nações. E cada povo, excluído o que Jeová elegera, tinha seus deuses
particulares, que rejeitavam as preces e as adorações dos outros povos.
Jesus
ordena a seus apóstolos que preguem a todos os homens o Deus universal, a quem
ele chama "seu Pai", mas que é o Pai de todos e ao qual devem todos
dirigir a mesma prece: "Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o
teu nome, venha o teu reino e faça-se a tua vontade, assim na terra, como no
céu!"
E
qual, segundo Jesus-Cristo, a vontade de Deus? "A vontade de Deus, diz, é que vos ameis uns aos outros, como eu vos
tenho amado."
Qualquer
que seja a sobrecarga que, após sua morte, os séculos hajam acrescentado cada
vez mais à primitiva edição, é essa, na predicação de Jesus, a religião que
Jesus pregou. E tal é, realmente, a religião universal, dado deva a religião
existir na Terra, religando entre si todos os homens, pela fraternidade de
união sentimental e voluntária, consciente ou inconscientemente, por efeito da
unidade de natureza.
Eis
aí, em realidade, uma religião universal, que, teoricamente, a ninguém rejeita
ou exclui e que, praticamente, está ao alcance de todos, mesmo dos menos
inteligentes, porquanto apela, não para a inteligência, que não se acha ao
alcance de todos, mas para o coração, que é uma aptidão inata em todos os seres
humanos e não unicamente nos homens superiores.
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