Ser espírita, portanto, não é crer na imortalidade
da alma, somente; não é, tão pouco, ver, tocar, sentir e falar com os
Espíritos, pois tudo isto é velho quanto o mundo que habitamos.
Ser
espírita é assimilar, dos ensinamentos doutrinários compendiados, como destes
fatos hoje concludentes, inconcussos, o cabedal intelectual e moral necessária á
reforma desta humanidade que se dissolve e aniquila das próprias paixões, do seu
materialismo estrábico, da sua impenitência no erro.
Ser
espírita é começar desde logo a reforma de si mesmo, é renunciar, na frase do
Cristo, ao "homem velho" e segui-lo a Ele o Cristo, como quem diz -
"o meu reino não é deste mundo".
Ser
espírita é constituir elemento novo para a sociedade de amanhã e então, não
tendo já por fanal efêmero os interesses de uma classe, de uma sociedade, de um
país ou de uma raça, saber, mas saber em consciência, absolutamente, que é um
elemento indestrutível, inteligente, volitivo e progressivamente autônomo para
promover a sua integração no seio de Deus, isto é, conhecendo a verdadeira ciência,
a ciência divina, universal em Deus.
É
para isso, e tão somente para isso, que o Espiritismo baixa à Terra em
modalidades novas, revelando, ou antes, suscitando aos homens verdades velhas,
e ampliando outras que o divino Mestre definiu naquele "Consolador",
naquele "Espírito de Verdade", que ensinaria todas as coisas e
ficaria eternamente conosco.
Eternamente
conosco! Senhores, acolhamos o convite que nos chega clangorosa (estridente) ou harmoniosamente, a toques de reunir para o
"Dia do Julgamento", que é o exame da consciência para o surto incoercível
da reparação.
Lázaros
da Fé, paralíticos da Razão, ovelhas tresmalhadas do aprisco de Jesus, que é
Caminho, Verdade e Vida, façamos desse convite a preocupação máxima da nossa
existência, certos de que ela não se vai finar amanhã no crepúsculo de um túmulo,
mas vai alcandorar-se no infinito, prefulgir, irradiar no seio eterno de Deus.
Nem
de outro modo pensando eu vos falaria aqui, neste templo, que o é, e tabernáculo
de muitas graças hauridas na compreensão do lema insculpido em sua fachada –
Deus, Cristo e Caridade!
trecho do livro
Fenômenos
de Materialização
autor: Manoel Quintão
Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
1942
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