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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

12. 'O Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários'



12
 “O Cristianismo do Cristo
e o dos seus Vigários...
           
Autor: Padre Alta (Doutor pela Sorbonne)
Tradução de Guillon Ribeiro
1921
Ed. Federação Espírita Brasileira
Direitos cedidos pela Editores Vigot Frères, Paris



            Comecemos, pois, pelo principio e estudemos a obra de Moisés, para melhor compreendermos, em seguida, a de Jesus Cristo.

            Cerca de três mil anos antes deste, é que o Deus das Potestades Celestes, El Schaiddai, como lhe chama a Bíblia, ordena a Abraão que abandone a Caldeia, para salvaguardar, da tirania e da idolatria reinantes, uma tribo de homens livres e verdadeiros crentes. Havendo, por toda a Terra, Oriente e Ocidente, Índia ou Babilônia, a ambição sacerdotal suprimido os iniciados e os inspirados, a superstição vulgar afogara o primitivo monoteísmo num politeísmo absurdo e grosseiro.

            "Sai do teu pais, do teu povo, da casa de teu pai diz Deus a Abraão - e emigra para a terra que eu te mostrarei" (1). De fato, Abraão, "o Pai dos crentes", como, ainda hoje, o cognominam Judeus, Muçulmanos e Cristãos, se põe a caminho e errante se conserva com os seus fiéis, expulso pela fome do país mesmo onde, mais tarde, seus filhos regorgitariam de riquezas.

            (1) Gênese, XII, l.

            Só mil e quinhentos anos depois desse primeiro êxodo, o povo hebreu - Hebreu significa Emigrado - efetua, deixando o Egito, o seu êxodo definitivo, conduzido por Moisés, e esmaga os Cananeus, para não se meterem com eles. Depois, sob a chefia de Josué, constitui um povo diferente em absoluto dos outros - falo de há três mil anos - pelo exterior, pela maneira de se vestir e alimentar, como pela maneira de orar, de pensar e de agir.

            E porque atribui a Bíblia ao próprio Deus a escolha da terra de Canaã? É que esse pequeno pais, insignificante na aparência, estava situado "no centro da Terra", como diziam os Anciãos, isto é, nos confins das três partes do mundo, então conhecidas: à entrada da Ásia, muito perto da África e da Europa, pelo mar Mediterrâneo. Ao demais, ensina-o a Bíblia, Deus o escolhera, porque a situação central e a exiguidade da Palestina concorrentemente obrigavam os Judeus, raça prolífica e comerciante, a espalhar-se para além de suas fronteiras, a fim de desempenhar através do mundo o papel que lhes tocara, de profetas do Monoteísmo e do Messianismo.

            - Mas, esse papel - objetar-me-eis - não é uma atribuição arbitrária, imaginada muito mais tarde, pelos especulativos da História Humana?

            - Não - é primitiva a atribuição, está indicada desde as primeiras páginas da Bíblia: "Quero fazer que saia de ti, diz EI Schaiddai a Abraão, uma semente que levará a minha bênção à universalidade dos povos" - Et benedicentur in semine tua omnes gentes terrae (2) "Sereis para mim, diz Deus por Moisés aos descendentes de Abraão, uma raça sacerdotal, uma nação de profetas, encarregada de levar o meu nome e de glorificar a minha lei através de todas as nações, porquanto sois o rebanho de que eu sou o pastor, e toda a terra me pertence!" (3)

             (2) Gênese, XXII, 18; XXVI, 4.
             (4) Êxodo XIII, 14
           



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