sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

6. 'O Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários'



6

 “O Cristianismo do Cristo
e o dos seus Vigários...
           
Autor: Padre Alta (Doutor pela Sorbonne)
Tradução de Guillon Ribeiro
1921
Ed. Federação Espírita Brasileira
Direitos cedidos pela Editores Vigot Frères, Paris


                        Essa não era, entretanto, a instituição que Jesus-Cristo queria.             

            O próprio Deus único, que os Judeus adoravam, era, ao que os mesmos Judeus imaginavam, um Deus privativo deles, que havia de lhes submeter politicamente todas as nações. E cada povo, excluído o que Jeová elegera, tinha seus deuses particulares, que rejeitavam as preces e as adorações dos outros povos.

            Jesus ordena a seus apóstolos que preguem a todos os homens o Deus universal, a quem ele chama "seu Pai", mas que é o Pai de todos e ao qual devem todos dirigir a mesma prece: "Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome, venha o teu reino e faça-se a tua vontade, assim na terra, como no céu!"

            E qual, segundo Jesus-Cristo, a vontade de Deus? "A vontade de Deus, diz, é que vos ameis uns aos outros, como eu vos tenho amado."

            Qualquer que seja a sobrecarga que, após sua morte, os séculos hajam acrescentado cada vez mais à primitiva edição, é essa, na predicação de Jesus, a religião que Jesus pregou. E tal é, realmente, a religião universal, dado deva a religião existir na Terra, religando entre si todos os homens, pela fraternidade de união sentimental e voluntária, consciente ou inconscientemente, por efeito da unidade de natureza.

                        Eis aí, em realidade, uma religião universal, que, teoricamente, a ninguém rejeita ou exclui e que, praticamente, está ao alcance de todos, mesmo dos menos inteligentes, porquanto apela, não para a inteligência, que não se acha ao alcance de todos, mas para o coração, que é uma aptidão inata em todos os seres humanos e não unicamente nos homens superiores.


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