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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Espiritismo




Espiritismo

           "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós" - Jesus (João, 14:18).

            No princípio, o Cristianismo puro avançava.

            Mensagem limpa, falando ao fundo de cada coração, chamava para si a multidão dos que almejavam evoluir sem dor, sem sofrimento, sem a sufocação do egoísmo e a brasa terrível do orgulho.

            Os escravizadores de consciências queriam afogá-lo.

            Sentindo o esvaziamento de seus domínios, rotularam-se de cristãos. Não podendo cortar a mão que amparava, foram beijá-la, a fim de colocá-la a serviço de seus interesses.

            Sufocaram os ensinamentos do Evangelho. Transformaram Jesus na figura de um deus. Desde então o Mestre era para ser admirado, venerado, temido, mas nunca seguido, nunca imitado, nunca buscado na sua mensagem de renovação destinada a nós, espíritos compromissados nas lutas regenerativas.

            Por dois mil anos ficamos condicionados a vê-lo assim.

            Ninguém susta, porém, as engrenagens do progresso. Avançamos sempre, com ou apesar do egoísmo humano. E soou o momento da alforria religiosa.

            Allan Kardec surgiu na posição de quem reunia as leis de natureza espiritual, marchando ao encontro da unidade que preside ao Universo. Não foi um revelador e sim o Codificador.

            O Espiritismo cristão nada criou de novo. Restabelece o Cristianismo em sua pureza primitiva.

            É um reencontro com Jesus, na luminosidade de sua expressão.

            Extingue os decretos humanos sobrepostos ao Evangelho.

            Não criou mais uma religião, entre as muitas que povoam nosso mundo terreno.

           Entrega-nos as rédeas de nosso destino e aponta o caminho do aperfeiçoamento gradativo, assim como o fizera o Nazareno, levando-nos ao encontro de nós mesmos.

            Não prepara para a morte. Apresta-nos para a Vida.

            É revelação dos Espíritos e não de um homem.

            Justiça com Moisés, Amor com Jesus e Caridade com o Espiritismo, completando-se, dessa forma, a Terceira Revelação divina, a benefício de todos nós.


J. Alexandre

in Reformador (FEB)  Junho 1974



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