Espiritismo
"Não
vos deixarei órfãos, voltarei para vós" - Jesus (João,
14:18).
No
princípio, o Cristianismo puro avançava.
Mensagem
limpa, falando ao fundo de cada coração, chamava para si a multidão dos que almejavam evoluir sem dor,
sem sofrimento, sem a sufocação do egoísmo e a brasa terrível do orgulho.
Os
escravizadores de consciências queriam afogá-lo.
Sentindo
o esvaziamento de seus domínios, rotularam-se de cristãos. Não podendo cortar a mão que amparava, foram
beijá-la, a fim de colocá-la a serviço de seus interesses.
Sufocaram
os ensinamentos do Evangelho. Transformaram Jesus na figura de um deus. Desde então o Mestre era
para ser admirado, venerado, temido, mas nunca seguido, nunca imitado, nunca buscado na
sua mensagem de renovação destinada a nós, espíritos compromissados nas lutas
regenerativas.
Por
dois mil anos ficamos condicionados a vê-lo assim.
Ninguém
susta, porém, as engrenagens do progresso. Avançamos sempre, com ou apesar do egoísmo humano. E soou o
momento da alforria religiosa.
Allan
Kardec surgiu na posição de quem reunia as leis de natureza espiritual, marchando
ao encontro da unidade que preside ao Universo. Não foi um revelador e sim o
Codificador.
O
Espiritismo cristão nada criou de novo. Restabelece o Cristianismo em sua pureza
primitiva.
É
um reencontro com Jesus, na luminosidade de sua expressão.
Extingue
os decretos humanos sobrepostos ao Evangelho.
Não
criou mais uma religião, entre as muitas que povoam nosso mundo terreno.
Entrega-nos
as rédeas de nosso destino e aponta o caminho do aperfeiçoamento gradativo,
assim como o fizera o Nazareno, levando-nos ao encontro de nós mesmos.
Não
prepara para a morte. Apresta-nos para a Vida.
É
revelação dos Espíritos e não de um homem.
Justiça
com Moisés, Amor com Jesus e Caridade com o Espiritismo, completando-se, dessa forma, a Terceira Revelação
divina, a benefício de todos nós.
J. Alexandre
in Reformador (FEB) Junho 1974
Nenhum comentário:
Postar um comentário