c. Instruções dos
Espíritos
Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade,
permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento
do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade
e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas
do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir. O mundo
está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!
O Espiritismo é
de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai
certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo. O vosso mundo
se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas
conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das
trevas. Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à
Ciência. O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não
veio. Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele
que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria. Sim, meus filhos, o mundo
está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada
que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos
e não imiteis as Virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do
esposo.
A revolução que
se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros
divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia;
mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas
palavras - "Somos pequenos" - careçam para vós de significação. A
cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício
de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a
nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos,
olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso.
Fénelon
(Poitiers, 1861)
páginas 62/63 de
‘O Evangelho
Segundo o Espiritismo’ por
Allan
Kardec
127ª Ed FEB - 2007
Tradução de Guillon
Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário