Ocaso Divino JUN 17
Depois
destas palavras, levantou Jesus os olhos ao céu e disse: “Pai, é chegada a
hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho te glorifique. Deste-lhe poder
sobre todos os homens, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe
confiaste. A vida eterna, porém, é esta: Conhecer-te a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste. Glorifiquei-te sobre a terra. Levei
a termo a obra que me deste a fazer. Glorifica-me, pois, agora contigo, Pai,
com aquela glória que eu tinha em ti, antes que houvesse mundo. João 17, 2 ss
Vai o sol
submergir nas brumas do ocaso...
Vai se extinguir
a sua luz benéfica...
Vai a “luz do
mundo” abismar-se nas trevas de atroz martírio...
Mas, antes de se
afundar nesse oceano de dores e opróbrios, concentra mais uma vez os seus
fulgores e, num ímpeto de saudades e amor, derrama sobre a terra crepuscular os
derradeiros clarões sanguíneos do dia agonizante...
“Pai, é chegada a
hora...”
“Glorifiquei-te...”
“Levei a termo a
obra que me deste...”
Bem aventurado o
mortal que, no limite extremo da vida, pode repetir estas palavras do divino
apóstolo e mártir: “Pai, cumpri a obra de que me incumbiste!... Glorifiquei-te
sobre a terra...”
E lá das regiões
da eterna luz ecoará uma voz suavíssima dizendo: “Glorificar-te-ei, meu
filho... Vem... Entra no gozo do teu Senhor...”
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos
Tribunais, SP – 1941
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