O traidor traído... JUN 25
Pela madrugada, resolveram os príncipes dos sacerdotes e os
anciãos do povo, de comum acordo, entregar Jesus à morte. Conduziram-no preso e
entregaram-no ao governador Pôncio Pilatos.
Ora, quando Judas, o traidor, viu
que Jesus estava condenado, sentiu-se tomado de arrependimento e foi devolver
as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e anciãos, dizendo:
“Pequei, entreguei sangue inocente”.
Replicaram-lhe eles: “Que temos nós
com isso? Avém-te lá contigo mesmo.”
Então, lançou ele as moedas de prata
ao templo, foi-se embora e enforcou-se com uma corda. Os príncipes dos
sacerdotes recolheram as moedas e disseram: “Não é lícito lançá-las ao cofre do
templo, porque é preço de sangue.” Deliberaram comprar com elas o campo de um
oleiro para servir de cemitério aos forasteiros. Por esta razão é chamado
aquele campo, até o presente dia, Hacéldama, isto é: campo de sangue. Mateus 27; 1
ss
O traidor acaba, por via de regra,
traído.
Ninguém lhe dá
confiança.
Todos se
aproveitam dos seus serviços – mas ninguém quer saber da sua pessoa.
Exploram o
traidor e detestam a traição.
Qual bagaço
espremido, é jogado fora o desertor, desde que nada mais tenha a dar.
Iscariotes
reconhece e confessa o seu crime, mas não crê na bondade divina. Só crê na
justiça.
Contempla a
torrente imunda da sua miséria, e não vê o oceano imenso da misericórdia de
Deus, que absorve as torrentes e purifica todas as águas da iniquidade.
“Nele há redenção
copiosa...”
Crer no seu
pecado e descrer do perdão divino – é desespero e morte...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista
dos Tribunais, SP – 1941
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