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quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Verdade do Espírito



‘A Verdade
 do Espírito’


            Sempre achei que para ser materialista basta a ignorância, que está ao alcance de todos. Mas é engano pensar que basta a criatura virar Espírito para acreditar na imortalidade.

            É sabido que muitas pessoas, após o regresso à pátria espiritual, ainda se julgam vivendo na Terra. Os que desencarnam materialistas geralmente continuam materialistas, - pelo menos por algum tempo. Perambulam no astral, numa espécie de sonho acordado, sem se aperceberem da realidade do mundo fluídico. E quando tomam gradualmente consciência do novo estado, mostram-se perplexos, como se estivessem exilados num país estrangeiro. É o caso, por exemplo, daquele general inglês, indagando: “Pois se eu morri, onde diabo estou? Se isto é o céu, não é lá grande coisa; se é o inferno, é bem melhor do que eu esperava.”

            Por aí se vê que não é negócio ser materialista ou descrente, pois cada um tem um encontro marcado consigo mesmo no mundo dos Espíritos.

            Houve um tempo em que era muito natural a discussão em torno do então chamado sobrenatural. Mas hoje, que o Espiritismo está consolidado, qualquer tentativa de convencer os seus opositores é um desperdício de tempo. Eles sabem o que não querem, mas não sabem o que querem. E' preciso ainda considerar que os homens têm a crença que merecem. Cada pessoa tem sua hora de conhecer a Verdade.

            Muita gente não quer nada com o Espiritismo porque tem um medo que se pela dos Espíritos. Mas nem só dos Espíritos vive o Espiritismo. O Espiritismo é, antes de tudo, uma doutrina que conduz ao aprimoramento moral. E depois, para a criatura evoluir não é preciso ser, necessariamente, espírita, já que todas as religiões podem ter a sua parcela de divindade. “Mais vale acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão”, disse Confúcio.

            O leitor conhece a história do preto velho? Um preto velho, dono de um roçado, encontrou um dia um padre que lhe perguntou qual a religião que professava. O preto respondeu: “Seu vigário, há três caminhos para eu ir à cidade: a estrada principal, a da praia e a que atravessa o banhado. Agora repare: quando eu chego à cidade, ninguém me pergunta que caminho tomei. A única coisa que querem saber é se o legume que levo é bom.”

            Então, cultivemos o nosso legume.

            O conhecimento da vida espiritual confere uma responsabilidade consciente e indissociável da noção do bem e do mal. Cada criatura deveria fechar-se todas as noites para o balanço da consciência. Veria, então, que cada um é responsável pelo próprio destino, pois tem o livre-arbítrio, que gera o determinismo cármico. A conhecida expressão “os extremos se tocam” se ajusta perfeitamente à velha controvérsia entre determinismo e livre-arbítrio . No caso, não apenas se tocam, como se entrelaçam. Às vezes atuam simultaneamente. É da Lei.

            Cumpre levar a sério o estudo das grandes mensagens mediúnicas . Isto nos faz penetrar na faixa das ondas psíquicas que o Alto nos transmite a cada passo através de médiuns autênticos, que funcionam como sismógrafos do mundo espiritual. No entanto, quantas pessoas, de respeitável saber nos diferentes domínios da inteligência, deixam de fazê-lo? Evidentemente, essas pessoas não perdem o que sabem, mas não sabem o que perdem.

            Nunca é demais repetir: os tempos são chegados! Estamos em plena era apocalíptica, profetizada pelos videntes bíblicos. Quem não vê que o mundo anda em muito mau estado? Com um pouco mais, será feita a triagem no vasto presídio planetário. Os que tiverem muita culpa no cartório da Espiritualidade serão banidos para outros mundos menos evoluídos do que o nosso. Quantos de nós estamos em dia com a contabilidade divina? Quantos de nós ficaremos à direita do Cristo? Quantos de nós encarnados e desencarnados, estamos em condições de habitar a civilização do terceiro milênio? Aí é que bate o ponto.

            Mas há uma verdade que, uma vez acesa na consciência, é luz que não se apaga: a Revelação Espírita. Até porque não há nada além do Espiritismo, que já é do Além...


por  Alberto Romero
Reformador (FEB) Janeiro  1971





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