“Mais
uma vez vai o homem desperdiçando as oportunidades de legítimo progresso. Mais
uma vez a Clemência ilimitada do Senhor começa a se manifestar.
Em meio ao
materialismo devastador, que afasta o coração humano de Deus, erguem-se as ideias
desse verdadeiro cristão que foi Jean
Jacques Rousseau, com sua iluminada sensibilidade e seu profundo amor e fidelidade aos Evangelhos, em
frontal contraste com seus antigos companheiros, a preparar os caminhos para o
advento da Terceira Revelação da Lei de
Deus. Nas páginas do romance pedagógico ‘Emílio’ estavam gravadas as ideias de luz que iriam influenciar
todos os homens realmente sensíveis à obra de redenção humana, à verdadeira
religião que é acima de tudo amor. No Contrato Social, Rousseau condena veementemente a intolerância entre os homens e
prega o restabelecimento das ideias do Cristo como único meio de serem
resolvidos os ingentes problemas sociais, salientando que "a religião do homem, sem templos, sem
altares, sem ritos, limitada ao culto puramente interior do Deus Supremo e aos
deveres eternos da moral. é a pura e simples religião do Evangelho, o
verdadeiro teísmo e o que se pode chamar direito divino natural".
O pensamento de Rousseau iria cair no coração de João Henrique Pestalozzi e exercer sobre
seu espírito, exaltado e sonhador, bom e tolerante, uma extraordinária
influência, incentivando-lhe a encetar sua obra revolucionária nos domínios da
educação. Introduzindo notáveis modificações nos métodos de ensino, tendo
sempre presentes as inspiradas palavras de Rousseau "A única lição de moral que convém à infância, e a mais importante para
toda a idade, é a de nunca fazer mal a ninguém", Pestalozzi funda em
Yverdun um dos mais notáveis centros de educação de que se tem notícia, abrindo
suas portas para alunos do mundo inteiro, sem distinção de língua, raça ou
credo religioso, dando logo de início, uma notável lição de universalismo e
fraternidade, que iria marcar indelevelmente todos os seus discípulos.
Convencido de que
"a ênfase educativa deve ser posta
sobre a espontaneidade natural do ser humano, que convêm preservar contra a
corrupção social", ergue as bases da moderna pedagogia, associando
severidade e amor, justiça e caridade, como qualidades essenciais ao desempenho
das funções magistrais.
No ambiente
fraterno e doce de Yverdun é que vai se formar o espírito de Denizard Rivail, amado discípulo de Pestalozzi,
a quem caberia a sacrossanta missão de codificar a doutrina Espírita, tarefa gigantesca que desempenhou com o maior
acerto e dignidade, legando ao homem a explicação definitiva para todas as suas
dúvidas a respeito do porque da existência e dos sublimes objetivos da vida material.”
por Nilton S. Thiago
trecho
do prefácio do livro
“O Conflito dos Séculos”
de
Arnaldo S Thiago
1ª Ed Lunardelli 1975 (?)
Nenhum comentário:
Postar um comentário