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domingo, 2 de junho de 2013

Indalício escreve...



              “Quanto mais se agrava a situação moral do mundo, mais crescem as responsabilidades dos espíritas. A pregação da Doutrina assume, por isso mesmo, maior importância, pela necessidade de desfazer o nevoeiro materialista, destinado a encobrir a Verdade, disseminando teorias falsas, enganadoras e nocivas, que levam o homem desprevenido à violência, à indisciplina e ao ateísmo. A seriedade dos preceitos do Espiritismo Evangélico não admite, evidentemente, o lirismo piegas e sem substância, que pode levar ao desinteresse.

            Nem o fato de se tratar de uma doutrina perfumada pelo Evangelho, significa seu desligamento do Espiritismo experimental. A clareza e a objetividade são virtudes inerentes à Doutrina codificada por Allan Kardec, pois no Espiritismo Cristão nada há que não seja evidente, simples, positivo e racional.

            Vivemos dias agitados, em que a violência, a pornografia e a mentira atuam de mãos dadas, ao estímulo de uma demagogia oculta sob o manto de Proteu. A juventude tem sido o alvo predileto dos que empunham a bandeira negra do negativismo. Os jovens são iludidos e explorados de muitas maneiras. Adulam-nos para melhor desencaminhá-los, neles inoculando o vírus da rebeldia, dentro e fora do lar, com o fim de corromper e destruir a família, a pretexto de se estabelecer uma liberdade diferente, cujas consequências serão tristíssimas, a começar pela escravização ideológica, muito pior do que os jovens podem imaginar.

            Pregar e interpretar a Doutrina espírita é trabalho delicado, pois exige seguro conhecimento do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Mas a melhor pregação está no exemplo, no comportamento espírita, em quaisquer circunstâncias. Kardec adverte: “Pode-se ser enganado pelas aparências, donde resulta que a qualificação de espírita, não comportando mais que uma aplicação falha, não constitui recomendação absoluta e essa incerteza lança nos espíritas uma espécie de desconfiança, que impede se estabeleça entre os adeptos um laço sério de confraternização”. É o comportamento que situa a posição do homem no mundo moral. É o comportamento que define o espírita. Todos nós - principalmente os que escrevem ou falam sobre o Espiritismo - estamos sujeitos também a sofrer injustiças, a ser julgados com excessiva severidade, não raro por quem não possui legítima autoridade para fazê-lo. Muitos desses, vivendo à margem do comportamento espírita, se transformam em julgadores implacáveis e impenitentes. Devemos tomá-los à conta de obstáculos que nos cumpre superar com paciência, coragem e fé. Isso é muito comum. Portanto, devemos reforçar a preocupação constante de resguardar o Espiritismo de juízos temerários, mantendo-nos vigilantes quanto ao nosso próprio comportamento. A Doutrina não admite interpretações fantasiosas nem a adoção de meios termos. O que for feito em conflito com os princípios doutrinários e evangélicos, constituirá ajuda aos adversários da Terceira Revelação, muitas vezes empenhados em se mostrarem mais kardequianos que o próprio Kardec.”

trecho de um artigo assinado por Indalício Mendes
 sob título ‘Bezerra e o Pacto Áureo’
 in  “Reformador” (FEB)  Dezembro 1970 

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